Você está na página 1de 15

Caderno de Debates 5

12/05/20

Textos
1- Resolução da CN sobre DEFESA

2- UMA REFLEXÃO SOBRE A DEFESA DE NOSSA ORGANIZAÇÃO


______________________________________________________

1- Resolução da CN sobre DEFESA

Considerações:
. Vivemos uma situação reacionária, com profundas mudanças autoritárias no regime
político. Um processo que deve ter vindo de antes, mas que se consolidou e ampliou
com o golpe parlamentar do Impeachment;
. O resultado final das eleições provoca um salto neste processo reacionário,
aprofundando a situação reacionária e as mudanças bonapartistas no regime político,
abrindo um período de maiores ataques e enfrentamentos;
. Este cenário nos obriga a tomar medidas especiais, muitas delas que já deveríamos ter
sido tomadas anteriormente;
. Não nos tornaremos uma organização clandestina, pois acreditamos que esta medida é
ainda desnecessária. Mas, vamos fortalecer em todos os aspectos o caráter conspirativo
que deve ser exigido a toda e qualquer organização que reivindica o marxismo
revolucionário, ainda mais em um grave momento em que passamos;
. O atraso na adoção destas medidas poderá colocar em risco a nossa organização.
Portanto, mudar a nossa postura militante em relação a nossa autodefesa passa a ser uma
prioridade absoluta.

• Medidas gerais:
1. Realizar uma discussão política e teórica sobre a importância da defesa da nossa
organização e de suas informações. Se apoiar no texto de Serge para iniciar esta
discussão. Produzir textos específicos para este debate. Alguns textos poderão ser
públicos, publicados em nosso portal, pois queremos realizar este debate também com
setores da vanguarda;
2. Mesmo levando em consideração a imensa capacidade de espionagem eletrônica
sobre os movimentos e a esquerda, disponíveis aos órgãos do Estado e de repressão, não
devemos facilitar para o inimigo, nos tornando alvos mais vulneráveis até para o
trabalho de grupos mais inexperientes da repressão e neofascistas. Neste sentido,
propomos como medidas imediatas:
- Compartimentalização das informações e tarefas. Nenhum camarada deve saber mais
do que o necessário; ninguém deve perguntar nada sobre tarefas que não lhe digam
respeito diretamente;
- Valorizar reuniões presenciais, acabando com debates internos desnecessários por
redes sociais e telefones. Não falar sobre atividades políticas, que exijam segredo, ao
telefone e redes sociais;
- Não permitir o uso de telefones durante as reuniões de organismos. Os telefones
devem ser recolhidos no início de cada reunião e colocados fora das salas das mesmas -
o mais longe possível do local que está acontecendo nossa reunião;
- De forma sistemática e regular, eliminar arquivos, fotos e toda e qualquer informação
de celulares e computadores. Fazer arquivos de Backup físicos;

3. Nenhum camarada deve falar com outros camaradas da organização e,


principalmente, para pessoas que não são da nossa organização ou pertençam a outras
organizações, sobre a localização geográfica e a divisão de tarefas de membros de nossa
direção, assim como não comentar nada sobre a nossa estrutura interna. Da mesma
forma, não devemos comentar com militantes de outras organizações sobre nossos
debates políticos internos;
4. Realizar uma discussão especial com nossas coordenações regionais, onde possuímos
sedes, em relação a forma de seu funcionamento e equipamentos de segurança.
Priorizar, caso seja possível, o aluguel e manutenção de sedes em prédios, de
preferência com serviço de portaria 24h, e evitando casas. As direções regionais devem
discutir o horário máximo de funcionamento das sedes, a luz de sua realidade local;
5. Camaradas investigados em inquéritos policiais devem retirar de suas casas
computadores com informações relativas à sua militância e documentos internos da
organização;

6. Ter ainda mais atenção a segurança de nossas figuras públicas (acompanhamento em


eventos públicos, casas alternativas, transporte seguro, entre outras medidas).
7. Todas as regionais devem construir equipes especiais de garantia de nossa defesa, sob
a supervisão da executiva nacional.
8. A equipe nacional de organização discutirá imediatamente, por meio seguro,
orientações especiais sobre a nossa estrutura interna;
9. Como parte de nossa política de frente única, levar aos sindicatos, movimentos
estudantis e movimentos sociais, a proposta de construção da autodefesa do povo
trabalhador, da juventude e dos oprimidos;

• Medidas específicas em relação à coordenação nacional (CN):


10. Os membros da CN devem se colocar na vanguarda da aplicação destas medidas, em
especial nas suas regionais e setores de militância. Os membros da CN que
descumprirem estas orientações devem ser imediatamente sancionados;
11. Realizar uma discussão especial sobre a nossa autodefesa na primeira reunião
presencial da CN em 2019 (indicada para fevereiro próximo). Após essa reunião da CN,
discutir o tema em toda a organização;
12. Reservar parte de nossa dos membros da CN, que devem parar de serem públicos.
Começando por um membro de nossa executiva nacional;
13. Não colocar endereços e telefones em redes sociais, como Facebook. Quem por
ventura colocou, deve retirar imediatamente;
14. Não ficar embriagado em festas e atividades sociais do movimento e da
organização. O álcool pode ser consumido nestas ocasiões, mas com moderação;
15. Não portar ou consumir drogas ilegais em atividades da organização, do movimento,
nossas sedes / de partidos / e sindicatos e locais de grandes concentrações de pessoas;
16. Todos devem ter passaportes atualizados. Quem não tiver, deve tirar ou atualizar
imediatamente. Quem tiver possibilidade, deve tentar adquirir nacionalidade em outro
país;
17. Todos (as) devem ter casas alternativas, para caso precise mudar o lugar de estadia e
pernoite diante de algum problema específico. Em especial, essa orientação deve ser
estendida a todas as nossas figuras públicas regionais;
18. Os responsáveis por estas tarefas e resoluções realizarão um acompanhamento sobre
a sua aplicação.

Observação: haverá um texto de apoio para esta discussão, publicado em caderno de


debates.

2-UMA REFLEXÃO SOBRE A DEFESA DE NOSSA


ORGANIZAÇÃO
“Uma longa caminhada começa com o primeiro passo”. (Lao-Tsé)

Introdução:

Com este texto, pretendo apenas iniciar um debate muito importante a


cerca da necessidade de mudarmos a nossa postura e a nossa prática militante
em relação a nossa defesa como organização, especialmente diante do Estado
burguês e seus órgãos de repressão.
Nossa definição teórica sobre o Estado já nos obrigaria ter uma postura
diferente da que temos hoje. Afinal, uma organização que se reivindica
marxista revolucionária, que conspira permanentemente contra este Estado, o
sistema capitalista e a classe dominante, não pode prescindir de “cuidados
especiais” sobre suas fronteiras, a segurança de suas informações / estrutura
interna e da defesa da sua militância.
Se esta discussão já seria necessária em decorrência de nosso projeto
estratégico, ela se torna ainda mais importante devido às profundas mudanças
reacionárias que estamos vivendo no regime político de nosso país, como parte
de uma realidade internacional, que se aprofunda com a posse de um
presidente que é representante direito de um projeto de extrema-direita
neofascista.
Mesmo levando em consideração nosso atraso nesta discussão, diante
dos perigos e desafios da realidade atual, temos que ter tranquilidade. Nosso
objetivo é realizar uma discussão com paciência, encarando também as nossas
enormes debilidades no tema (assim como da maioria da esquerda).
A pressa aqui só é útil para abrirmos a discussão. Pois, é necessário
reconhecermos que aqui se encontra é uma das grandes deficiências de nosso
projeto de construção como uma organização marxista revolucionária. Tentar
superar este atraso de forma açodada só vai gerar erros importantes. Portanto,
entendo essa discussão como de longo prazo.
Por isso, um bom começo é definir bem os passos iniciais que queremos
trilhar. Evidentemente, essa postura mais cuidadosa não deve nos impedir de
tomar algumas medidas mais imediatas, que tenhamos a segurança de que
seja de possível aplicação por nossa organização, no seu estágio atual. Vamos
à discussão.

PARTE I – ASPECTOS POLÍTICOS:

I.a) De onde partimos nesta discussão:

Em nossa Carta de Princípios afirmamos: “Partimos do princípio de que


todo Estado, independente da forma específica que venha a assumir, é uma
ditadura de classe. O Estado capitalista, mesmo quando se apresenta sob a
forma de um regime político de tipo democrático representativo, é a expressão
política da ditadura do capital sobre o trabalho”.
Portanto, nossa estratégia é a destruição do Estado burguês,
independente do regime político que ele se apresenta em um determinado
momento. Como afirmamos no artigo primeiro de nosso Estatuto: “A
organização tem como objetivos principais impulsionar e ser parte das lutas
dos trabalhadores e demais setores explorados e oprimidos. Nestas lutas,
daremos nossa batalha programática em defesa da Revolução Socialista e pela
construção de um Estado Proletário (Ditadura do Proletariado), a partir da
construção de um sistema social que rompa com a exploração...”.
A burguesia, como classe dominante no sistema capitalista, não deixará
de defender seus privilégios como classe, encarniçadamente se for necessário.
Por isso, apenas “tolera” os movimentos da classe trabalhadora e do conjunto
dos explorados e oprimidos sempre quando estes não ameacem seriamente o
status quo.
Mesmo nos momentos em que não tem como política a destruição direta
destes movimentos, a burguesia se utiliza de todas as formas possíveis de
controle e monitoramento dos que lutam contra o seu sistema de exploração e
opressão.
Se esta afirmação vale de forma geral para todos os movimentos da
nossa classe, vale ainda mais para a atividade das organizações políticas que
defendem abertamente a destruição do atual Estado e a expropriação da
burguesia.
Por isso, a classe dominante, tanto a escala nacional como internacional
(sobretudo os países imperialistas), se utiliza de forma permanente dos órgãos
de repressão disponíveis a ela, para, a depender da sua necessidade e da
correlação de forças entre as classes: espionar, infiltrar, mapear, cooptar,
reprimir, perseguir, assassinar, torturar, entre outros ataques vis.
Crer que a burguesia respeitaria de alguma forma os direitos
democráticos de quem defende sua expropriação se revelaria uma profunda
ingenuidade política. Se for necessário, a classe dominante passará por cima
até das regras definidas por seu próprio Estado e as suas Instituições. Os
últimos acontecimentos em nosso país são profundamente reveladores neste
sentido.
Num conhecido trabalho - “O que todo revolucionário deve saber sobre
repressão”, o marxista Vítor Serge estudou a miúde os arquivos da polícia
política (“Okhrana”) do regime czarista russo. Na conclusão da segunda parte
deste texto, ele afirma: “...o objetivo imediato da polícia é muito mais conhecer
do que reprimir. Conhecer para reprimir na hora certa, na medida necessária
ou até de forma total. Perante este adversário sagaz, poderoso e dissimulado,
um partido operário desprovido de organização clandestina, um partido que
não esconde nada, faz com que um homem desarmado, sem defesa, esteja,
sempre ao alcance da ponta da espingarda de um atirador bem escondido.
Aspectos mais sérios da tarefa revolucionária não se acomodam numa casa de
vidro. O partido da revolução deve organizar-se de maneira a subtrair-se o
mais possível à vigilância do inimigo...”.
É evidente que não é necessário ser um leitor muito atento para perceber
as enormes modificações que os órgãos de repressão sofreram desde que
Serge publicou seu referido trabalho, em 1921 – há quase um século -
sobretudo com as tecnologias da informação que são disponíveis atualmente.
Porém, chama ainda mais a atenção como suas principais conclusões teóricas
e práticas são úteis até os dias de hoje, para iniciarmos a nossa discussão.
Sim, apesar de todos os avanços tecnológicos disponíveis, os órgãos de
repressão ainda monitoram diretamente as organizações da classe
trabalhadora, da esquerda e as marxistas em particular. Inclusive, sem realizar
nenhum trabalho de contrainformação, temos elementos e informações que
nos levam a crer que mesmo a nossa pequena organização (incluindo
membros da sua CN) é monitorada atualmente pelos órgãos de repressão
brasileiros.
No mesmo sentido, os enfrentamentos provocados pelas manifestações
iniciadas com a “Jornada de Junho”, nos demonstraram, em pelo menos dois
exemplos mais conhecidos por nós (SP e RS), que os órgãos de repressão,
inclusive as Forças Armadas, infiltram agentes – até de patentes elevadas - em
movimentos sociais, que inclusive não possuem uma grande relevância
nacional. Nestes dois casos, o método da infiltração foi admitido de forma bem
nítida por agentes do próprio Estado, em depoimentos realizados em
processos judiciais, que são públicos.1

1
https://www.youtube.com/watch?time_continue=1279&v=YvnMtCyHfTA –
Vídeo com o depoimento do Militar Willian Botelho assumindo a infiltração
do Exército em um movimento em SP.
Não custa lembrar, que em boa parte do período destes exemplos citados
acima, estava no governo federal um partido que se reivindica de esquerda,
sem que isso significasse nenhuma alteração qualitativa na atitude ativamente
contra revolucionária dos órgãos de repressão.
As três décadas de democracia burguesa não significaram o desmonte
substancial dos órgãos de repressão, que seguiram funcionando durante todo o
período, mais uma demonstração do caráter reacionário deste regime.
E, com certeza, a situação reacionária aberta com o golpe parlamentar, o
aprofundamento dela com o resultado das eleições presidenciais e as
mudanças de caráter bonapartista que vem ocorrendo no regime político
agravam todos os riscos representados pelos órgãos de repressão para a
classe trabalhadora, os oprimidos e a esquerda.

I.b) O cenário atual e as perspectivas:

Partimos da reivindicação do que elaboramos no documento político


nacional, aprovado na última reunião da nossa CN.
Houve profundas mudanças em nosso país nos últimos quatro anos, pelo
menos. E, como internacionalistas, devemos fugir de uma análise e
caracterização meramente nacionais da evolução da luta de classes. Ou seja, o
que na verdade ocorreu foi que o Brasil se aproximou de forma bastante rápida
das principais tendências da situação mundial.
A profunda recessão que atingiu a nossa economia há quatro anos, o
fracasso político do governo de conciliação de classes – explicação última para
que fosse possível o golpe parlamentar, as mudanças bonapartistas do regime,
o crescimento da extrema-direita neofascista, entre outros elementos que
marcam a situação brasileira estão muito longe de serem características
meramente nacionais. Ao contrário, eles são parte de elementos presentes na
situação mundial na atualidade.
Em nosso último texto nacional corrigimos a nossa caracterização sobre a
situação brasileira, afirmando que vivemos uma situação reacionária em nosso
país pelo menos desde o golpe parlamentar (talvez antes).
Acerta o documento também quando fala que os últimos anos
significaram um aprofundamento da situação reacionária, com os ataques
sociais e políticos que foram realizados pelo governo ilegítimo. O sentido deste
processo é profundamente contra revolucionário, e o resultado das eleições
presidenciais confirma de forma cabal esta tendência nefasta da evolução da
situação brasileira.
Mesmo confiando ainda na capacidade de reação da classe trabalhadora
e dos oprimidos, é impossível deixar de perceber que hoje, especialmente com
a posse do novo governo, vivemos uma situação grave e perigosa para os que
lutam por outro tipo de sociedade, mesmo para os mais moderados
politicamente, imaginem para os marxistas revolucionários.
Não é um fato qualquer, a presença de um representante direto da
extrema-direita neofascista na presidência, uma figura sinistra, que possui
laços com as milícias, de origem militar, que defende politicamente o período
da ditadura militar, inclusive reivindica conhecidos assassinos e torturadores -
como o Coronel Ustra – eleita logo no ano que lembramos os 50 anos do AI-5.2
A eleição deste presidente, e de seu vice, junto com o papel central que a
elite das Forças Armadas (sobretudo do Exército) ganhou neste governo, a
presença destacada de um dos representantes mais reacionários do Poder
Judiciário e a euforia do mercado financeiro, do agronegócio e de outros
setores da burguesia com o atual governo, são as principais expressões da
gravidade extrema da situação brasileira.
Para esta nossa discussão específica, merece ainda maior destaque a
presença da elite das Forças Armadas no governo, assumindo oito ministérios
(além da presidência e da vice-presidência) e um total de pelo menos uma
centena cargos relevantes no governo e na diretoria de estatais.3
Desde o fim da ditadura militar, a elite das Forças Armadas não ocupava
postos chaves em um governo federal. Esse fato possui um profundo sentido
contra revolucionário em nosso país. Hoje estão no governo Generais e outros
militares de altas patentes que, por exemplo, defendem o legado do período da
ditadura, inclusive seus métodos mais fascistas.4
Durante os últimos 30 anos, nada se fez para se rever os limites
evidentes da Lei da Anistia - inclusive por governos que se reivindicavam
democráticos e de esquerda - para justamente punir os agentes do Estado
brasileiro - especialmente militares - que perseguiram, torturam e assassinaram
muitos que lutaram contra a ditadura.
Sequer se mexeu na estrutura da educação / instrução militar em nosso
país: as instituições de ensino militares, essas sim de pensamento único, até
hoje ensinam aos jovens militares e oficiais as mesmas ideias políticas
defendidas, desde os tempos da ditadura, por esta elite militar contra
revolucionária.5
O caráter profundamente reacionário e autoritário do novo governo,
especialmente com o papel central da elite das Forças Armadas nele, é mais
um elemento qualitativo no processo de crescimento de elementos
bonapartistas no regime político brasileiro, junto com as mudanças na
legislação no sentido da ampliação das leis de repressão, o papel de destaque
do Poder Judiciário, os ataques aos direitos democráticos de importantes
dirigentes políticos, a intervenção militar na segurança pública de um dos

2 https://esquerdaonline.com.br/2018/12/12/50-anos-do-
ai-5-1968-militares-aprofundaram-a-ditadura-e-terrorismo-de-estado/
3
https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/amp/2019/02/quem-
sao-e-que-cargos-ocupam-os-militares-no-governo-bolsonaro-
cjrwm3z6w027901tdxl16reku.html

4 https://esquerdaonline.com.br/2018/11/28/governo-
bolsonaro-alto-comando-do-exercito-novamente-no-centro-do-poder-
ameaca/
5
https://esquerdaonline.com.br/2018/12/05/colegios-militares-
praticam-o-pensamento-unico/
principais Estados brasileiros 6 e até o assassinato de uma liderança da
esquerda socialista, entre outros elementos.
Não podemos deixar de caracterizar e dar importância também o peso
que os setores mais retrógrados do Poder Judiciário ganharam no atual
governo, em especial o super-Ministro da Justiça e seu pacote, que visa atingir
também as liberdades democráticas os movimentos sociais.
Outro aspecto relevante também, que é inerente a centralidade política
que ganhou a elite das Forças Armadas no governo, é a total ligação e
subordinação do novo governo ao imperialismo estadunidense, inclusive ao
seu atual governo. Lembrando sempre, que se consolidou há muitos anos, nas
Forças Armadas brasileiras, uma aliança histórica com o imperialismo dos
EUA.7
Para além do governo, outro elemento muito preocupante é que por de
trás da figura do “capitão” está se formando um movimento de extrema-direita
neofascista, que agora tem um partido político próprio e que experimentou
grande crescimento eleitoral. Este “movimento neofascista em construção”
possui fortes laços com setores da burguesia (principalmente no agronegócio),
com a elite das Forças Armadas, com a chefia de igrejas pentecostais que
possuem muita capilaridade popular e com grupos diretamente paramilitares
(especialmente, as chamadas milícias).
Todos os elementos descritos acima, que são profunda e extremamente
desfavoráveis a nossa luta, não significa dizer que a hipótese mais provável
seja a evolução da situação brasileira para uma nova ditadura. Por exemplo,
não é essa a política hoje do imperialismo dos EUA para a América Latina.
Entretanto, temos que marcar que a hipótese de um fechamento cada vez
maior do regime político é uma das hipóteses “que estão sobre a mesa”, e não
pode ser mais ignorada por nossa organização, especialmente por sua direção.
Seria uma atitude que beiraria a irresponsabilidade.
E, mesmo que não haja uma mudança ainda qualitativa no regime político
no Brasil, que se mantenha a atual “democracia blindada” 8 , um governo
profundamente autoritário pode fazer muitos ataques democráticos e
perseguições aos movimentos sociais e a esquerda, ainda sem romper
complemente com os limites da institucionalidade vigente. Principalmente, se
levarmos em conta as mudanças reacionárias no regime político nos últimos
anos.

6
https://esquerdaonline.com.br/2018/12/20/intervencao-militar-no-
rj-completa-10-meses-batendo-recorde-de-mortes-geradas-por-policiais/
7
https://esquerdaonline.com.br/2018/12/02/porque-bolsonaro-
prestou-continencia-ao-assessor-de-seguranca-nacional-dos-eua/

8 Conceituação lançada pelo camarada Felipe Demier,


para marcar as mudanças reacionárias que o regime político brasileiro vem
sofrendo nos últimos anos (N.A.).
Um exemplo histórico de nosso próprio país: entre os anos de 1945 e
1964 (até o golpe militar), funcionou em nosso país uma espécie de
“democracia autoritária”. Um dos marcos fundacionais deste regime foi à
deposição de Getúlio Vargas - na sua fase de ditador - pela elite militar (quando
já haviam eleições presidenciais marcadas para o fim do mesmo ano) e a
posterior eleição por voto direto de um General (Eurico Gaspar Dutra) para a
Presidência da República. Neste período, houve a promulgação de uma nova
Constituição (1946), havia eleições regulares, funcionavam formalmente as
instituições, entre outros elementos.
Mas, nenhum destes elementos de “normalidade política” impediu que
durante o próprio governo Dutra a legalidade do velho PCB fosse cassada,
posteriormente seus 15 parlamentares perdessem seus mandatos (14
deputados federais e 1 senador)9, lembrando que o PCB tinha sido a quarta
força política nacional nas eleições parlamentares anteriores, com 10% dos
votos nacionais para a Câmara dos Deputados. Além, é óbvio, que a liberdade
de atuação dos sindicatos era praticamente inexistente. Todas essas medidas
antidemocráticas, e até inconstitucionais, foram sendo aprovadas pelo
Congresso Nacional ou definidas pelos Tribunais Superiores do Poder
Judiciário.
Outo exemplo importante, da atualidade, é a situação vivida na Turquia -
um país muito importante, sendo a vigésima economia do mundo, o segundo
contingente militar da OTAN e que possui grande importância geopolítica.
Atualmente, Erdogan, presidente reeleito, que ganhou poderes ampliados
por um plebiscito, realiza uma perseguição em larga escala de toda a oposição.
Os dados são impressionantes: 50 mil presos políticos aguardando julgamento,
107 mil servidores públicos desligados de suas funções, 5 mil acadêmicos e 33
mil professores perderam seus empregos; 150 jornalistas presos, entre outras
informações. 10
E, toda essa perseguição absurda, aconteceu com um funcionamento
formal das instituições do regime político turco, inclusive com eleições
regulares.
Portanto, mesmo que não tenhamos com o prever com exatidão como vai
evoluir a situação brasileira a partir do novo governo, nos parece evidente que
temos que preparar a nossa organização, como mínimo, para a ampliação dos
ataques as liberdades democráticas e o crescimento dos elementos mais
bonapartistas do atual regime. Além da possibilidade de enfrentamentos mais
diretos com setores mais radicalizados que estão na base de apoio do novo
governo. Neste cenário mais provável é que teremos que discutir as nossas
medidas iniciais de defesa.

PARTE II – PROPOSTAS INICIAIS PARA UM PLANO

9 https://esquerdaonline.com.br/2018/11/22/ha-70-anos-
deputados-comunistas-eram-cassados-pelo-governo-dutra/

10 https://www.bbc.com/portuguese/amp/internacional-
44599658
“Deve-se evitar a mania de conspiração, dos ares importantes e
misteriosos, da dramatização das coisas simples, das atitudes conspirativas. A
maior virtude que um revolucionário pode ter é a simplicidade, o desdém por
qualquer atitude menos revolucionária....”. (Vítor Serge)

II.a) Nossa situação subjetiva:

Qualquer plano que a gente discuta, mesmo que inicial, deve levar em
consideração a situação subjetiva da nossa organização para aplicá-lo. Como,
da mesma forma, a situação geral em que se encontra o movimento e a
esquerda de conjunto.
Um plano pode ser preenchido até de boas ideias, mas só irá servir de
fato para a nossa organização se suas propostas forem de possível aplicação
por nossa direção e por nossa militância. Não existe um plano correto, que não
dê toda a atenção que merece ao fator subjetivo.
Acreditamos que partimos de um grande atraso nesta discussão e tarefa.
Atualmente, não temos absolutamente nenhum reflexo de segurança e defesa.
Em geral, somos uma organização, nas palavras de Vítor Serge, “que nada
esconde do inimigo”.
Concretamente: as fronteiras de nossa organização são muito frágeis,
com certeza existem simpatizantes que frequentam nossos núcleos e recebem
nossos materiais internos; não existe uma política efetiva de segurança de
nossas informações, inclusive aquelas relativas à nossa estrutura interna e
finanças; não há organização e disciplina em nossa intervenção em atividades
do movimento, mesmo as mais arriscadas; fazemos discussões internas que
deveriam ser restritas utilizando redes sociais, temos poucos cuidados de
segurança até com os nossos próprios aparelhos eletrônicos (celulares,
computadores, etc), informações de caráter pessoal (endereços, parentescos,
entre outros) são expostas nas redes sociais por nossa militância, incluindo
dirigentes; para ficar em alguns exemplos mais simples.
A situação na maioria do movimento e no resto da esquerda, com
raríssimas exceções, não é muito diferente da nossa. Por exemplo, o ambiente
que encontramos no partido legal que atuamos é igual ou pior o encontrado em
nossa organização.
Enfim, na verdade, em nossa organização só praticamos um trabalho de
tipo “aberto”, com seus erros e acertos. Inexiste entre nós uma estrutura “mais
fechada”, mínima que seja. Ou seja, somos totalmente abertos. Não é difícil
concluir que da forma com que estamos hoje não vamos passar nem nos
testes mais iniciais que a realidade política brasileira deve nos impor no
próximo período.
Evidentemente, não “nos passa pela cabeça”, neste momento, mesmo
com o aprofundamento da situação reacionária, propor que a nossa
organização passe toda ou majoritariamente para a clandestinidade política. Ou
seja, que só realizemos um trabalho de tipo “fechado”.
Construir uma organização clandestina na atual situação seria um grave
erro político. Acreditamos que seguimos tendo como centro a intervenção nos
sindicatos, nos movimentos sociais, na juventude, entre os oprimidos, no
partido legal que somos parte, entre outros elementos.
Mas, ter o centro da atividade partidária num trabalho de tipo “aberto”,
aproveitando as brechas democráticas que ainda persistem no atual regime
político, não pode significar a inexistência de um trabalho “mais fechado”
nosso, mesmo que em menor número.
Uma estrutura mais fechada, que busque preservar, permanentemente e
dentro do possível, a segurança da nossa organização, das suas informações e
da sua militância. Este é o objetivo mais geral e estratégico da discussão que
queremos realizar: construir na nossa organização uma combinação efetiva
entre trabalho “aberto e fechado”.
A combinação entre trabalho “aberto e fechado” não é um tema simples,
vamos precisar aprofundar esta discussão, especialmente na direção da
organização. Pois, as duas estruturas não podem ser estanques, separadas,
devem ser parte do mesmo corpo, da mesma organização, em sua atuação
cotidiana na complexa situação mundial e brasileira.
Para chegar a este objetivo estratégico, portanto mais ao médio e longo
prazo, vamos precisar de um plano inicial. Não é tarefa fácil definir os primeiros
passos deste plano. Acertar essencialmente no diagnóstico da nossa situação
e elencar as propostas corretas para avançar.
Erros serão inevitáveis. Mas, não temos outra saída, temos que buscar
mudar a nossa prática cotidiana neste terreno, ou não teremos nenhum futuro
em nossos objetivos estratégicos, expressos em nossa carta de Princípios e
em nossos Estatutos.
Para iniciar esta discussão é necessário evitar dois erros preliminares.
O primeiro é a pressa e a mania, que muitas vezes se estabelece neste
tipo de discussão, de tomar um número exagerado de medidas, que quase
seguramente não serão cumpridas. Causando um grave risco de
desmoralizarmos todo este debate que consideramos estratégico.
Mais vale, principalmente num momento inicial da discussão, tomar
poucas medidas, que sejam as mais importantes, e que sejam passíveis de
aplicação por nossa direção e militância, mesmo que para isso enfrentemos as
nossas dificuldades subjetivas.
O outro erro é a prostração, a adaptação à situação atual, como fosse
impossível mudarmos a nós mesmos.
Em algumas discussões, é comum ouvir camaradas dizerem coisas do
tipo: é impossível resistir e não ser monitorado, não existe condições técnicas
para tal; somos muitos pequenos e eles não precisam e não querem nos
monitorar; no mundo de hoje essencialmente só é possível realizar o trabalho
político aberto e legal, entre outras opiniões.
Respeitando todas estas opiniões e outras que aparecerem no nosso
debate, se revela fundamental a combinação entre trabalho “aberto e fechado”
nas organizações marxistas na atualidade. Principalmente porque a dimensão
da crise econômica e social porque passa o sistema capitalista em todo o
mundo, e no nosso país não é diferente, obriga a burguesia e seus órgãos de
repressão a monitorar até organizações menores, mas que tenham alguma
influência na realidade. Isso é o que demonstrou a experiência das Jornadas
de Junho.
E, da mesma forma, seguir sem fronteiras nítidas e sem nenhum critério
de defesa de nossa organização, de suas informações e da segurança da
nossa militância, nos expõe não só aos órgãos de repressão mais capacitados,
mas nos deixa vulneráveis até para grupos paramilitares e neofascistas,
mesmo aqueles que atuam ainda com critérios artesanais. Portanto, mudar a
situação atual é de extrema importância para o futuro da nossa organização.
Feitos estes dois alertas para iniciarmos a discussão, abaixo estão
apresentadas os principais eixos de nosso plano inicial:

II.b) Eixos para um plano inicial:

Com o objetivo de atingir futuramente uma efetiva combinação entre


“aberto e fechado” em nossa prática cotidiana, abaixo é apresentado alguns
eixos iniciais para um primeiro plano de trabalho:

1- Mais uma vez, a centralidade da Frente Única:

A única forma de resistir efetivamente aos ataques previstos sobre os


direitos sociais e as liberdades democráticas é se tiver êxito o objetivo de
construir uma verdadeira frente única da classe trabalhadora, da juventude e
do conjunto dos explorados e oprimidos contra os patrões, o governo e suas
medidas extremamente reacionárias.
Nenhuma organização de esquerda poderá resistir sozinha, isolada, aos
planos que estão sendo colocados nos objetivos políticos do novo governo. A
construção da frente única passa ser a tarefa central também neste terreno.
Neste sentido, devemos abandonar qualquer visão auto proclamatória. Se
a frente única se torna a tática política central para o próximo período para
resistir aos planos dos governos, da burguesia e do imperialismo, sua
importância não é diferente para a autodefesa da nossa classe e das suas
organizações políticas.
Portanto, o primeiro ponto do nosso plano é levar para as organizações
da classe trabalhadora, do movimento sindical, popular e estudantil,
necessidade de ter uma política de autodefesa e segurança das suas
organizações e militantes.
Nossa organização e seus militantes devem se comportar como parte de
um pólo consciente e de vanguarda nesta importante discussão. Em cada
manifestação e greve devemos colocar a importância da atuação organizada e
da eleição de equipes de ordem e segurança, combatendo, com paciência e
tranquilidade, a relativa indisciplina e desorganização inerentes à maioria deste
tipo de movimento. Devemos começar já, testando esta discussão na
preparação dos protestos do dia internacional de luta das mulheres.
Mas, evidentemente propor ao movimento a adoção de uma política
unitária de autodefesa, não pode significar que não tenhamos uma política
específica para a nossa organização. Não devemos e nem podemos confiar
apenas na frente única para nos defender. Seria um erro infantil.
2- A importância do trabalho e das relações internacionais:

Do ponto de vista da nossa organização, a mudança de nossa prática


cotidiana começa por dar importância ao trabalho político internacional e para
as relações internacionais com outras organizações que reivindicam o
marxismo revolucionário, especialmente do movimento Trotskista.
Estamos desenvolvendo, de forma incipiente, uma política de construção
de uma rede de solidariedade à esquerda brasileira, e a nossa organização em
particular (serão dados informes orais sobre as nossas primeiras iniciativas).
Estas iniciativas começam prioritariamente com os nossos camaradas
portugueses, devido a nossa relação na coordenação internacional, mas vem
se estendendo a outras organizações do movimento Trotskista com quem
estamos mantendo relações políticas e troca de experiência.
Num cenário de agravamento da situação política, podemos recorrer a
estes camaradas para nos ajudar na manutenção de nossas atividades
militantes, da nossa imprensa e, principalmente, da defesa da nossa direção e
coluna de quadros.

3- Reforçar o trabalho e a organização de base:

Nos locais de trabalho e estudo, uma das principais e mais efetivas


medidas de segurança é reforçar o trabalho e a organização de base. Apesar
de todo o retrocesso de consciência, que vem limitando muito a capacidade de
resistência dos trabalhadores, quanto mais reivindicados e respeitados os
nossos militantes forem em seus locais de trabalho e estudo, por seus colegas,
mais difícil será para a patronal e os governos nos perseguir.
O aprofundamento da situação reacionária, com todos os riscos advindos
deste processo, nos exige redobrar a atenção e reforçar a orientação para
fortalecermos nossas raízes, especialmente na classe trabalhadora.
Neste momento de resistência, as organizações que mais possuem
vínculos orgânicos e estruturais com os trabalhadores e a juventude terão
vantagem não só no momento mais defensivo, como também nos momento de
ação contra os ataques que virão, (e já estão em curso). Este debate será
realizado também em nossa Conferência Sindical.

4- Compartimentalizar o trabalho de defesa e as nossas informações:

Do ponto de vista da nossa organização, queremos começar por


desenvolver um trabalho em três sentidos: a segurança de nossas
informações, a preservação de nossa estrutura interna e de finanças; e a
construção de equipes responsáveis por nossa defesa nas atividades do
movimento.
A ideia é constituir três subequipes que trabalhem especificamente em
cada tema destes. Inclusive, mantendo um funcionamento independente,
acompanhado por uma equipe geral.
Um dos aspectos importantes da mudança que precisamos construir em
nosso funcionamento é a necessidade de compartimentalizarmos a circulação
de informações em nossa organização. Não é necessário que todos saibam de
tudo, não se deve perguntar sobre tarefas que não lhe digam respeito
diretamente. Não devemos comentar fora de nossas fronteiras sobre debates
políticos internos.
Se isto serve para a atuação geral da organização, muito mais para os
aspectos da construção da nossa defesa. Por isso, queremos trabalhar em três
políticas principais, a partir de equipes que funcione de forma independente,
sempre com acompanhamento de nossa direção cotidiana.

5- Protocolos de segurança diferenciados:

O plano inicial se completa com a definição de protocolos de segurança


diferenciados, que deverão ser discutidos em toda a organização.
Haveria um primeiro protocolo básico de segurança, que deverá ser
discutido em todos os núcleos da organização. A ideia é que os núcleos
assumam diretamente a responsabilidade específica no tema da sua defesa, a
partir deste protocolo básico de segurança.
O seu conteúdo será principalmente educativo, com o objetivo de ir
revertendo o atual quadro de frouxidão em nossas fronteiras e segurança das
nossas informações e da militância.
Um segundo protocolo seria o intermediário, que deverá ser discutido pela
CN, pelas equipes de trabalho vinculadas a ela e pelas coordenações
regionais.
Além dos aspectos educativos, este protocolo intermediário já incluiria
algumas medidas disciplinares básicas, avançando na disciplina do trabalho de
nossa direção e na segurança de nossas informações.
E, por último, um protocolo avançado, relativo aos organismos de direção
cotidiana da organização, além dos temas de finanças e estrutura interna da
organização. Este protocolo vai exigir maiores investimentos financeiros e
humanos, para que tenhamos uma segurança quase absoluta (dentro das
nossas possibilidades) para a troca de nossas informações que forem
consideradas restritas e também para realizar as reuniões destes organismos.
Outra ideia é a construção de protocolos específicos para camaradas
processados e para os setores oprimidos, alvo principal dos ataques da
extrema-direita.

6- Conclusão – papel dos quadros da organização:

A única possibilidade de tentarmos ter algum êxito nesse primeiro plano


de trabalho em relação a nossa defesa como organização marxista
revolucionária, é se os quadros da organização assumam a vanguarda na sua
aplicação.
Com certeza, entre o conjunto da militância existirão setores de
vanguarda, que tomarão a frente na aplicação deste plano. Mas, só com a
coluna de quadros da organização assumindo de fato a sua execução
poderemos realmente mudar a nossa prática cotidiana de conjunto.
Por isso, a discussão deve começar na CN e as Coordenações
Regionais. Evidentemente, a sua centralização vai ficar sob a responsabilidade
das equipes de direção mais cotidianas.
A proposta é votar na uma equipe responsável pela tarefa de defesa. A
importância desta tarefa exige que exista uma equipe de trabalho mais
cotidiana que assuma os distintos aspectos da tarefa, e o acompanhamento
especifico de cada equipe que estamos e vamos montar para dar conta deste
plano inicial.
Em nossas principais regionais, a começar pelas prioritárias, devemos
constituir também equipes de trabalho com as mesmas atribuições da equipe
nacional, buscando responder as três tarefas específicas.

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2019.

Tião Torres

Você também pode gostar