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22/11/2019

Deontologia e ética para os


profissionais da Saúde e Rede
Nacional de Saúde
Técnico/Auxiliar de Saúde e Geriatria

Formadora: Enf. Sara Ferreira

AGENDA
• Serviços e estabelecimentos do Sistema Nacional de Saúde em Portugal:
a) Estruturas do Ministério da Saúde:
i. Serviços Centrais;
ii. Serviços Regionais;
iii. Institutos Públicos;
iv. Grupos de Missão;
v. Outros;
b) A Rede Nacional dos Cuidados de Saúde:
vi. Cuidados Diferenciados:
1. Conceito e filosofia de atuação;
2. Modelo de cuidados e intersetorialidade;
3. Composição da Rede hospitalar:
vii. Cuidados primários:
1. Conceito e filosofia da Rede de Cuidados primários;
2. Criação e implementação;
3. Modelo de cuidados e intersetorialidade;
4. Composição da Rede;

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AGENDA
viii. Cuidados continuados/integrados:
1. Conceito e filosofia da Rede de Cuidados continuados
integrados;
2. Criação e implementação;
3. Modelo de cuidados e intersetorialidade;
4. Composição da Rede: equipas coordenadoras, unidades e
equipas prestadoras e hospitalares;
ix. Cuidados paliativos:
1. Conceito e filosofia da Rede;
2. Modelo de cuidados e intersetorialidade;
c) A articulação entre as diferentes estruturas do Sistema
Nacional de Saúde em Portugal: circuitos e modelo operativo.

Serviços e estabelecimentos do Sistema


Nacional de Saúde
Integram o Serviço Nacionalem de Saúde todos os serviços e
entidades públicas prestadoras de cuidados de saúde,
designadamente:
• Os agrupamentos de centros de saúde;
• Os estabelecimentos hospitalares, independentemente
da sua designação;
• As unidades locais de saúde.
O membro do Governo responsável pela área da saúde
exerce poderes de superintendência e tutela sobre todos os
serviços e estabelecimentos do SNS, independentemente
da respetiva natureza jurídica.

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Estruturas do Ministério da Saúde


Serviços Centrais
• Ministério da saúde
O Ministério da Saúde, é o departamento governamental
que tem por missão definir e conduzir a política nacional
de saúde, garantindo uma aplicação e utilização
sustentáveis dos recursos e a avaliação dos seus
resultados.

Na prossecução da sua missão, são atribuições


do MS:
a) Assegurar as ações necessárias à formulação, execução,
acompanhamento e avaliação da política nacional de saúde;

b) Exercer, em relação ao Serviço Nacional de Saúde, abreviadamente


designado por SNS, funções de regulamentação, planeamento,
financiamento, orientação, acompanhamento, avaliação, auditoria e
inspeção;

c) Exercer funções de regulamentação, inspeção e fiscalização


relativamente às atividades e prestações de saúde desenvolvidas pelo
sector privado, integradas ou não no sistema de saúde, incluindo os
profissionais neles envolvidos.

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• Secretaria-geral

• A Secretaria -Geral, tem por missão assegurar o


apoio técnico e administrativo aos gabinetes dos
membros do Governo integrados no MS e aos
demais órgãos, serviços e organismos deste
ministério que não integram o SNS, nos domínios da
gestão de recursos internos, do apoio técnico -
jurídico e contencioso, da documentação e
informação e da comunicação e relações públicas.

• Inspeção -Geral das Atividades em Saúde

• A Inspeção -Geral das Atividades em Saúde, tem por


missão auditar, inspecionar, fiscalizar e desenvolver
a ação disciplinar no sector da saúde, com vista a
assegurar o cumprimento da lei e elevados níveis
técnicos de atuação em todos os domínios da
atividade e da prestação dos cuidados de saúde
desenvolvidos quer pelos serviços, estabelecimentos
e organismos do MS, ou por este tutelados, quer
ainda pelas entidades privadas, pessoas singulares
ou coletivas, com ou sem fins lucrativos.

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• Direção -Geral da Saúde

• A DGS, tem por missão regulamentar, orientar e


coordenar as atividades de promoção da saúde e
prevenção da doença, definir as condições técnicas
para a adequada prestação de cuidados de saúde,
planear e programar a política nacional para a
qualidade no sistema de saúde, bem como assegurar
a elaboração e execução do Plano Nacional de
Saúde (PNS) e, ainda, a coordenação das relações
internacionais do MS.

• Serviço de Intervenção nos Comportamentos


Aditivos e nas Dependências

• O Serviço de Intervenção nos Comportamentos


Aditivos e nas Dependências, tem por missão
promover a redução do consumo de substâncias
psicoativas, a prevenção dos comportamentos
aditivos e a diminuição das dependências.

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• Alto Comissariado para a saúde


• O Alto-Comissariado da Saúde (ACS), serviço central do
Ministério da Saúde (MS) integrado na administração direta
do Estado e dotado de autonomia administrativa, tem como
objetivos:

 Coordenar e articular as políticas públicas de preparação e


execução do Plano Nacional de Saúde e dos programas
específicos de âmbito nacional, em particular das áreas
consideradas prioritárias;

 Coordenar as atividades do MS nas áreas do planeamento


estratégico e das relações internacionais.

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• Autoridade para os serviços de sangue e


transplantação
• A ASST tem por missão fiscalizar a qualidade e
segurança da dádiva, colheita, análise,
processamento, armazenamento e distribuição de
sangue humano e de componentes sanguíneos,
bem como garantir a qualidade da dádiva, colheita,
análise, manipulação, preservação, armazenamento
e distribuição de órgãos, tecidos e células de origem
humana.

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 Serviços Regionais
• As Administrações Regionais de
Saúde, têm por missão garantir à
população da respetiva área
geográfica de intervenção o
acesso à prestação de cuidados
de saúde, adequando os
recursos disponíveis às
necessidades e cumprir e fazer
cumprir políticas e programas
de saúde na sua área de
intervenção.

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As ARS, I. P., prosseguem, no âmbito das circunscrições


territoriais respetivas,
designadamente as seguintes atribuições:
a) Executar a política nacional de saúde, de acordo com as
políticas globais e sectoriais, visando o seu ordenamento
racional e a otimização dos recursos;

b) Participar na definição das medidas de coordenação


intersectorial de planeamento, tendo como objetivo a
melhoria da prestação de cuidados de saúde;

c) Assegurar o planeamento regional dos recursos humanos


e materiais, incluindo a execução dos necessários projetos
de investimento, das instituições e serviços prestadores
de cuidados de saúde, supervisionando a sua afetação;

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d) Orientar, prestar apoio técnico e avaliar o desempenho das


instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde, de acordo
com as políticas definidas e com as orientações e normativos emitidos
pelos serviços e organismos centrais competentes nos diversos
domínios de intervenção;

e) Afetar recursos financeiros às instituições e serviços prestadores de


cuidados de saúde integrados ou financiados pelo SNS e acompanhar e
avaliar o seu desempenho, de acordo com as orientações definidas
pela ACSS, I. P.;

f) Licenciar as unidades privadas prestadoras de cuidados de saúde nos


termos da lei;

g) Desenvolver, consolidar e participar na gestão da Rede Nacional de


Cuidados Continuados Integrados, de acordo com as orientações
definidas.

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 Institutos Públicos
• Administração Central do Sistema de Saúde, I. P.
A Administração Central do Sistema de Saúde, tem
por missão assegurar a gestão dos recursos
financeiros e humanos do MS e do SNS, bem como
das instalações e equipamentos do SNS, proceder
à definição e implementação de políticas,
normalização, regulamentação e planeamento em
saúde, nas áreas da sua intervenção, em
articulação com as administrações regionais de
saúde no domínio da contratação da prestação de
cuidados.

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• INFARMED — Autoridade Nacional do


Medicamento e Produtos de Saúde,I.P.

• O INFARMED — Autoridade Nacional do


Medicamento e Produtos de Saúde, I. P., tem por
missão regular e supervisionar os sectores dos
medicamentos de uso humano e dos produtos
de saúde, segundo os mais elevados padrões de
proteção da saúde pública e garantir o acesso
dos profissionais da saúde e dos cidadãos a
medicamentos e produtos de saúde de
qualidade, eficazes e seguros.

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• Instituto Nacional de Emergência Médica, I.


P.

• O Instituto Nacional de Emergência Médica,I.P.,


tem por missão definir, organizar, coordenar,
participar e avaliar as atividades e o
funcionamento do Sistema Integrado de
Emergência Médica (SIEM), por forma a garantir
aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a
pronta e correta prestação de cuidados de
saúde.

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• Instituto Português do Sangue e da


Transplantação, I. P.

• O Instituto Português do Sangue e da


Transplantação, I. P., tem por missão garantir e
regular, a nível nacional, a atividade da medicina
transfusional e de transplantação e garantir a
dádiva, colheita, análise, processamento,
preservação, armazenamento e distribuição de
sangue humano, de componentes sanguíneos, de
órgãos, tecidos e células de origem humana.

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• Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo


Jorge, I. P.

• O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.


P., é o laboratório do Estado que tem por missão
contribuir para ganhos em saúde pública através da
investigação e desenvolvimento tecnológico,
atividade laboratorial de referência, observação da
saúde e vigilância epidemiológica, bem como
coordenar a avaliação externa da qualidade
laboratorial, difundir a cultura científica, fomentar a
capacitação e formação e ainda assegurar a prestação
de serviços diferenciados, nos referidos domínios.

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 Grupos de Missão
• Grupo técnico para a reforma hospitalar
O grupo técnico para a reforma hospitalar tem por missão
propor um conjunto de medidas que visem reorganizar a
rede hospitalar através de uma visão integrada e racional
do sistema de saúde que permita:
a) Melhorar o acesso e a qualidade das prestações de
saúde;
b) Melhorar a eficiência hospitalar;
c) Garantir a sustentabilidade económica e financeira;
d) Melhorar a governação e o desempenho dos
profissionais ao serviço dos hospitais;
e) Reforçar o protagonismo e o dever de informação aos
cidadãos.

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• Grupo técnico para o desenvolvimento dos


cuidados de saúde primários
Este grupo tem as seguintes competências:
a) Propor e manter atualizado um quadro de orientação
estratégica geral, publicamente disponível, que constitua
um guia de referência para o desenvolvimento dos CSP;
b) Propor medidas para assegurar a cobertura total do País,
de forma a que todos os utentes tenham acesso a CSP;
c) Apoiar na concertação e harmonização técnicas dos
contributos dos principais atores envolvidos no
desenvolvimento dos CSP;
d) Preparar instrumentos conceptuais e de orientação
prática nos domínios e aspetos essenciais para o
desenvolvimento dos CSP, tendo sempre por referência a
obtenção de resultados e bem -estar;

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• e) Estudar, propor e supervisionar a execução de


modelos de desenvolvimento contínuo e de avaliação
de competências de governação e de gestão dos órgãos
e elementos dirigentes;

• f) Elaborar relatos periódicos sucintos e objetivos dos


progressos verificados quanto ao desenvolvimento
organizacional dos CSP e à evolução dos resultados
conseguidos;

• g) Propor a constituição e funcionamento temporários


de grupos técnicos específicos, por tempo delimitado,
com objetivos precisos, desde que tal não envolva
custos adicionais, salvaguardando -se apenas as
despesas de deslocação e ajudas de custo a que haja
lugar.

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 Outros
• Entidade Reguladora da Saúde
• A Entidade Reguladora da Saúde, abreviadamente
designada por ERS, é independente no exercício das
suas funções, estando sujeita à tutela do MS, enquanto
autoridade de supervisão e regulação do sector da
saúde, nos termos previstos na lei e no respetivo
estatuto.
• Conselho Nacional de Saúde
• O Conselho Nacional de Saúde é um órgão de consulta
do Governo relativamente à política nacional de saúde,
cuja missão, competências, composição e modo de
funcionamento constam de diploma próprio.

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A Rede Nacional dos Cuidados de


Saúde
• Cuidados Diferenciados
 Conceito e filosofia de atuação
Tipicamente associados aos hospitais, os cuidados
diferenciados procuram dar resposta a situações não
tratadas no primeiro nível. Constituem um nível mais
especializado prestando cuidados em diferentes
valências, tendo funções de diagnóstico, tratamento
e reabilitação dos utentes, prestados em regime de
ambulatório ou internamento.

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• As duas áreas que lhe estão associadas e que,


atualmente, constituem o centro do debate
são a Qualidade e a Segurança do Utente.
• Têm também a responsabilidade perante a
tutela de promoção e proteção da saúde e
prevenção da doença.

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 Modelo de cuidados e intersetorialidade

• Embora prestem um grande número de serviços, estes podem


ser agrupados em 6 categorias principais:

1) Internamento: Conjunto de serviços que prestam cuidados de saúde a


indivíduos que, após serem admitidos ocupam cama (ou berço de neonatologia ou
pediatria) para diagnóstico, tratamento ou cuidados paliativos, com permanência
de pelo menos 24 horas.

2) Consulta Externa: Unidade orgânico-funcional de um hospital onde os utentes,


com prévia marcação, são atendidos para observação, diagnóstico, terapêutica e
acompanhamento, assim como para pequenos tratamentos cirúrgicos ou exames
similares.

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3) Urgência: responsável pelo atendimento de casos de emergência ou de urgência

4) Bloco Operatório: Unidade orgânico-funcional, constituída por um conjunto


integrado de meios humanos, físicos e técnicos, destinada à prestação de
tratamento cirúrgico ou realização de exames que requeiram elevado nível de
assepsia e em anestesia geral

5) Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica: Compreende todo o tipo


de exames realizados com o intuito de ajudar o médico na elaboração do seu
diagnóstico.

6) Hospital de Dia: Serviço de um estabelecimento de saúde onde os utentes


recebem, de forma programada, cuidados de saúde, permanecendo durante o dia
sob vigilância, não requerendo estadia durante a noite.

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 Composição da Rede hospitalar


• Através da Lei n.º 27/2002, de 8 de Novembro, é aprovado o novo
Regime Jurídico da Gestão Hospitalar (RJGH).
• O novo RJGH introduziu o conceito de «rede de prestação de
cuidados de saúde», que abrange os estabelecimentos do SNS, os
estabelecimentos privados, prevendo-se, ainda, a possibilidade de
adoção de quatro formas jurídicas de hospitais:
• Estabelecimentos públicos dotados de personalidade jurídica,
autonomia administrativa, financeira, com ou sem autonomia
patrimonial;
• Estabelecimentos públicos dotados de personalidade jurídica,
autonomia administrativa, financeira e patrimonial e natureza
empresarial;
• Sociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos;
• Estabelecimentos privados.

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• O modelo de gestão SA (Sociedade


anónima),dando continuidade ao processo de
empresarialização das unidades hospitalares
integradas no SNS, foi sendo sucessivamente
constituídos sob a forma de EPE (Entidade
Pública Empresarial) diversos hospitais e,
simultaneamente, assistimos ainda à constituição
de diversos centros hospitalares, modelo que
procura melhorar a capacidade de resposta,
otimizando serviços, através de uma gestão
integrada das várias unidades hospitalares.

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Quanto à diferenciação dos serviços prestados, estes


dividem-se em 4 níveis dentro do SNS:
1) Hospitais distritais (HD), asseguram as valências básicas à
população abrangida pelo mesmo.
2) Hospitais centrais (HC), além dos serviços de nível D da sua área,
proporcionam cuidados diferenciados na área de abrangência e
fora desta, de acordo com as redes de referenciação específicas
para cada especialidade médica. Localizam-se nos grandes centros
urbanos, embora a sua área de influência conjunta seja a totalidade
do país (o que pode levantar problemas de acesso e iniquidade
para populações longe desses grandes centros).
3) Hospitais especializados (HE), prestam serviços muito
diferenciados, tendo um número reduzido de valências. Não estão
diretamente acessíveis ao utente, devendo estes ser referenciados
por outra unidade de atendimento mais geral.
4) Hospitais de nível 1 (HN1), destinados a convalescentes e utentes
de evolução prolongada, atualmente desempenham um papel
equiparado ao nível dos HD.

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• Cuidados primários
 Conceito e filosofia da Rede de Cuidados primários
A rede de prestação de cuidados de saúde primários tem
como missão constituir a primeira linha e a base de toda a
rede de cuidados de saúde em geral, tendo como principal
referência a ação dos centros de saúde e dos médicos de
família.

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• O objetivo da rede de prestação de cuidados de saúde


primários é o de garantir a todos os cidadãos o seu
médico de família, tendencialmente com a
especialidade de medicina geral e familiar,
assegurando, desta forma, em todas as áreas
geográficas, o acesso universal, geral e
tendencialmente gratuito de todos os cidadãos à
saúde.

• Estado tem de assumir a responsabilidade de


providenciar os cuidados de saúde primários aos
cidadãos e às famílias, promovendo a constituição de
equipas de saúde multiprofissionais, que incluam
médicos, pessoal de enfermagem, psicólogos,
assistentes sociais, administrativos e outros
profissionais de saúde.

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 Criação e implementação
• O Governo promoveu as indispensáveis alterações legislativas, na
perspetiva de evolução do atual sistema de organização dos
cuidados de saúde primários para um novo modelo, doravante
designado por rede de prestação de cuidados de saúde primários,
mais próximo dos cidadãos, das suas famílias e comunidades,
simultaneamente mais eficiente, socialmente mais justo e solidário.

• Esta rede de prestação de cuidados de saúde primários, para além


de garantir a sua missão específica tradicional de providenciar
cuidados de saúde abrangentes aos cidadãos, deverá também
constituir-se e assumir-se, em articulação permanente com os
cuidados de saúde ou hospitalares e os cuidados de saúde
continuados, como um parceiro fundamental na promoção da
saúde e na prevenção da doença.

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• Esta nova rede assume-se, como um elemento


determinante na gestão dos problemas de
saúde, agudos e crónicos, tendo em conta o
primado da pessoa, a sua dimensão física,
psicológica, social e cultural, sem discriminação
de qualquer natureza, através de uma abordagem
e práticas clínicas centradas na globalidade da
pessoa humana e nos melhores padrões de
qualidade assistencial, orientados para o
indivíduo, para a sua família e a comunidade em
que se insere.

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 Modelo de cuidados e intersetorialidade


A prestação de cuidados de saúde primários rege-se pelos seguintes
princípios:
a) Liberdade de escolha, pelo cidadão, do seu médico de família;
b) Cobertura de todos os cidadãos, através da sua livre inscrição num
único centro de saúde, sendo dada prioridade, no caso de carência de
recursos, aos residentes na respetiva área geográfica;
c) Acesso, por motivo de doença súbita ou acidente, de qualquer
cidadão a qualquer centro de saúde;
d) Prestação de cuidados de saúde com humanidade e respeito pelos
utentes;
e) Atendimento dos utentes com qualidade, eficácia e em tempo útil;
f) Cumprimento das normas de ética e deontologia profissionais.

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Os serviços e entidades prestadores de cuidados de saúde


primários devem pautar a sua
gestão pelos seguintes princípios:

a) Desenvolvimento da atividade de acordo com planos


de atividade anuais e respetivos orçamentos, no
respeito pelo cumprimento dos objetivos definidos;

b) Garantia aos utentes da prestação de cuidados de


saúde com qualidade, acompanhada de uma gestão
criteriosa dos recursos disponíveis;

c) Financiamento das atividades, com base numa


capitação ponderada em função dos objetivos
estabelecidos e dos utentes inscritos;
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d) Gestão integrada dos recursos disponíveis e


partilhados pelas diferentes unidades;

e) Articulação funcional da rede de prestação de


cuidados de saúde primários com as restantes redes de
prestação de cuidados de saúde.

O centro de saúde pode dispor de extensões, situadas em locais da


sua área de influência, devendo atuar sempre como um todo
funcional na prossecução do objetivo de proporcionar aos utentes
uma maior proximidade dos cuidados de saúde. Articula-se
funcionalmente com as restantes unidades prestadoras de cuidados.

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 Composição da Rede
• Os serviços e entidades integrados na rede de
prestação de cuidados de saúde primários podem
revestir uma das seguintes figuras jurídicas:

a) Serviços públicos de prestação de cuidados de


saúde primários, dotados de autonomia técnica
e administrativa, designados por centros de
saúde;
b) Entidades privadas, com ou sem fins lucrativos,
com quem sejam celebrados contratos ou
acordos.
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• Os Agrupamentos de Centros de Saúde


(ACES) são serviços de saúde integrados no
SNS que têm por missão principal garantir a
prestação de cuidados de saúde primários à
população de determinada área geográfica.
Podem ser constituídos por um ou mais
Centros de Saúde, e podem compreender,
diversas unidades funcionais,
designadamente:

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Unidade de saúde familiar (USF)


Unidade de cuidados de saúde personalizados
(UCSP);
Unidade de cuidados na comunidade (UCC);
Unidade de saúde pública (USP);
Unidade de recursos assistenciais partilhados
(URAP).

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• Cuidados continuados/integrados
 Conceito e filosofia da Rede de Cuidados
continuados integrados
Estão a surgir novas necessidades de saúde e sociais,
que requerem respostas novas e diversificadas que
venham a satisfazer o incremento esperado da procura
por parte de pessoas idosas com dependência
funcional, de utentes com patologia crónica múltipla e
de pessoas com doença incurável em estado avançado
e em fase final de vida.

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• Cuidados continuados integrados o conjunto de


intervenções sequenciais de saúde e ou de apoio
social, decorrente de avaliação conjunta,
centrado na recuperação global entendida como
o processo terapêutico e de apoio social, ativo e
contínuo, que visa promover a autonomia
melhorando a funcionalidade da pessoa em
situação de dependência, através da sua
reabilitação, readaptação e reinserção familiar e
social.

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• Os cuidados continuados destinam-se a


colmatar uma lacuna, realmente existente na
sociedade portuguesa, no que se refere à
escassez de respostas adequadas que
satisfaçam as necessidades de cuidados de
saúde decorrentes de situações de
dependência, resultantes de doença de
evolução prolongada, que se estima virem a
aumentar nas próximas décadas.

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 Criação e implementação
• A RNCCI, é formada por um conjunto de instituições
públicas e privadas, que prestam cuidados continuados de
saúde e de apoio social.
• É criada, pelo Decreto-lei nº 101/ 2006, de 6 de Junho.
• A Rede é constituída por unidades e equipas de cuidados
continuados de saúde, e ou apoio social, e de cuidados e
ações paliativas, com origem nos serviços comunitários de
proximidade, abrangendo os hospitais, os centros de saúde,
os serviços distritais e locais da segurança social, a Rede
Solidária e as autarquias locais.
• A Rede organiza-se em dois níveis territoriais de
operacionalização, regional e local.

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Constituem objetivos específicos da Rede:


a) A melhoria das condições de vida e de bem-estar das pessoas em
situação de dependência, através da prestação de cuidados
continuados de saúde e ou de apoio social;

b) A manutenção das pessoas com perda de funcionalidade ou em


risco de a perder, no domicílio, sempre que mediante o apoio
domiciliário possam ser garantidos os cuidados terapêuticos e o apoio
social necessários à provisão e manutenção de conforto e qualidade de
vida;

c) O apoio, o acompanhamento e o internamento tecnicamente


adequados à respetiva situação;

d) A melhoria contínua da qualidade na prestação de cuidados


continuados de saúde e de apoio social;

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e) O apoio aos familiares ou prestadores informais, na


respetiva qualificação e na prestação dos cuidados;

f) A articulação e coordenação em rede dos cuidados em


diferentes serviços, sectores e níveis de diferenciação;

g) A prevenção de lacunas em serviços e equipamentos,


pela progressiva cobertura a nível nacional, das
necessidades das pessoas em situação de dependência
em matéria de cuidados continuados integrados e de
cuidados paliativos.

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 Modelo de cuidados e intersetorialidade


• Os cuidados continuados integrados compreendem:

a) A reabilitação, a
readaptação e a
reintegração social;

b) A provisão e manutenção
de conforto e qualidade de
vida, mesmo em situações
irrecuperáveis

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A Rede assenta nas seguintes bases de funcionamento:


a) Interceção com os diferentes níveis de cuidados do sistema
de saúde e articulação prioritária com os diversos serviços e
equipamentos do sistema de segurança social;
b) Articulação em rede garantindo a flexibilidade e
sequencialidade na utilização das unidades e equipas de
cuidados;
c) Coordenação entre os diferentes sectores e recursos locais;
d) Organização mediante modelos de gestão que garantam
uma prestação de cuidados efetivos, eficazes e oportunos
visando a satisfação das pessoas e que favoreçam a
otimização dos recursos locais;
e) Intervenção baseada no plano individual de cuidados e no
cumprimento de objetivos.

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 Composição da Rede: equipas coordenadoras, unidades


e equipas prestadoras e hospitalares

A coordenação da Rede a nível nacional é definida, em termos de constituição e


competências, por despacho conjunto dos Ministros do Trabalho e da Solidariedade
Social e da Saúde.

A coordenação da Rede a nível regional é assegurada por cinco equipas constituídas,


respetivamente, por representantes de cada administração regional de saúde e dos
centros distritais de segurança social.
A coordenação da Rede aos níveis nacional e regional deve promover a articulação
com os parceiros que integram a Rede, bem como com outras entidades que
considerem pertinentes

A coordenação da Rede a nível local é assegurada por uma ou mais equipas, em


princípio de âmbito concelhio, podendo, designadamente nos concelhos de Lisboa,
Porto e Coimbra, coincidir com uma freguesia ou agrupamento de freguesias.

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• As equipas coordenadoras locais são constituídas por representantes da


administração regional de saúde e da segurança social, devendo integrar,
no mínimo, um médico, um enfermeiro, um assistente social e,
facultativamente, um representante da autarquia local.

A prestação de cuidados continuados integrados é assegurada por:


a) Unidades de internamento;
b) Unidades de ambulatório;
c) Equipas hospitalares;
d) Equipas domiciliárias.

Constituem unidades de internamento as:


a) Unidades de convalescença;
b) Unidades de média duração e reabilitação;
c) Unidades de longa duração e manutenção;
d) Unidades de cuidados paliativos.

Constitui unidade de ambulatório: a unidade de dia e de promoção da autonomia.

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São equipas hospitalares as:


• a) Equipas de gestão de altas;
• b) Equipas intra-hospitalares de suporte em
cuidados paliativos.
São equipas domiciliárias as:
• a) Equipas de cuidados continuados integrados;
• b) Equipas comunitárias de suporte em cuidados
paliativos

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• Cuidados paliativos
 Conceito e filosofia da Rede
Considerando que os cuidados paliativos estão
reconhecidos como um elemento essencial dos cuidados
de saúde, que requer apoio qualificado, como uma
necessidade em termos de saúde pública, como um
imperativo ético que promove os direitos fundamentais e
como uma obrigação social, surge o Programa Nacional
de Cuidados Paliativos.

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• Os cuidados paliativos, no âmbito do Programa, incluem o


apoio à família, prestados por equipas e unidades
específicas de cuidados paliativos, em internamento ou no
domicílio, segundo níveis de diferenciação.

• Têm como componentes essenciais: o alívio dos sintomas; o


apoio psicológico, espiritual e emocional; o apoio à família;
o apoio durante o luto e a interdisciplinaridade.

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No âmbito do Programa os cuidados paliativos dão corpo a princípios e a


direitos que constituem universalmente a sua base e o seu carácter
específico:
1. Princípios
• A prática dos cuidados paliativos assenta nos seguintes
princípios:
a) Afirma a vida e encara a morte como um processo natural;
b) Encara a doença como causa de sofrimento a minorar;
c) Considera que o utente vale por quem é e que vale até ao
fim;
d) Reconhece e aceita em cada utente os seus próprios valores
e prioridades;
e) Considera que o sofrimento e o medo perante a morte são
realidades humanas que podem ser médica e humanamente
apoiadas;
f) Considera que a fase final da vida pode encerrar momentos
de reconciliação e de crescimento pessoal;
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g) Assenta na conceção central de que não se pode dispor da vida do ser


humano, pelo que não antecipa nem atrasa a morte, repudiando a eutanásia,
o suicídio assistido e a futilidade diagnostica e terapêutica;

h) Aborda de forma integrada o sofrimento físico, psicológico, social e


espiritual do utente;

i) É baseada no acompanhamento, na humanidade, na compaixão, na


disponibilidade e no rigor científico;

j) Centra-se na procura do bem-estar do utente, ajudando-o a viver tão


intensamente quanto possível até ao fim;

k) Só é prestada quando o utente e a família a aceitam;

l) Respeita o direito do utente escolher o local onde deseja viver e ser


acompanhado no final da vida;

m) é baseada na diferenciação e na interdisciplinaridade

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2. Direitos
• A prática dos cuidados paliativos respeita o
direito do utente:
a) A receber cuidados;
b) À autonomia, identidade e dignidade;
c) Ao apoio personalizado;
d) Ao alívio do sofrimento;
e) A ser informado;
f) A recusar tratamentos.

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 Modelo de cuidados e intersetorialidade


• A criação de unidades de cuidados paliativos, ao
abrigo do presente Programa, deve ser
progressiva e coordenada pelas Administrações
Regionais de Saúde, de forma a satisfazer as
necessidades não satisfeitas localmente e a ser
assegurada a existência de locais de formação
diferenciada.

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Os cuidados paliativos devem ser planeados, ao abrigo


do presente Programa, em função
dos seguintes níveis de diferenciação:

Ação Paliativa
• 1. Representa o nível básico de paliação e
corresponde à prestação de ações paliativas sem
o recurso a equipas ou estruturas diferenciadas.
• 2. Pode e deve ser prestada quer em regime de
internamento, quer em regime domiciliário, no
âmbito da Rede Hospitalar, da Rede de Centros
de Saúde ou da Rede de Cuidados Continuados.

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Cuidados Paliativos de Nível I

• 1. São prestados por equipas com formação


diferenciada em cuidados paliativos.
• 2. Estruturam-se através de equipas móveis que não
dispõem de estrutura de internamento próprio, mas de
espaço físico para sediar a sua atividade.
• 3. Podem ser prestados quer em regime de
internamento, quer em regime domiciliário.
• 4. Podem ser limitados à função de aconselhamento
diferenciado.

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Cuidados Paliativos de Nível II

• 1. São prestados em unidades de internamento próprio


ou no domicílio, por equipas diferenciadas que
prestam diretamente os cuidados paliativos e que
garantem disponibilidade e apoio durante 24 horas.

• 2. São prestados por equipas multidisciplinares com


formação diferenciada em cuidados paliativos e que,
para além de médicos e enfermeiros, incluem técnicos
indispensáveis à prestação de um apoio global,
nomeadamente nas áreas social, psicológica e
espiritual.

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Cuidados Paliativos de Nível III

Reúnem as condições e capacidades próprias dos


Cuidados Paliativos de Nível II acrescidas das seguintes
características:
• a) Desenvolvem programas estruturados e regulares de
formação especializada em cuidados paliativos;

• b) Desenvolvem atividade regular de investigação em


cuidados paliativos; possuem equipas
multidisciplinares alargadas, com capacidade para
«responder a situações de elevada exigência e
complexidade em matéria de cuidados paliativos,
assumindo-se como unidades de referência.

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• A articulação entre as diferentes estruturas do


Sistema Nacional de Saúde em Portugal: circuitos e
modelo operativo

• Dada a existência de vários tipos de prestadores,


cada um deles com a sua hierarquia e níveis de
cuidados específicos, é de extrema importância
garantir um reencaminhamento eficaz dos utentes
dentro do sistema, de modo a garantir um uso
racional e eficiente dos recursos disponíveis. Para tal
recorre-se às chamadas redes de referenciação
hospitalar (RRH).

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Estas redes, concebidas tendo em conta as necessidades da população


e os recursos disponíveis em cada região (e consoante a especialidade
médica em causa), procuram por isso articular e interligar os diferentes
tipos/níveis de cuidados, explorando a sua complementaridade e
tentando maximizar a rentabilidade dos mesmos.

A referenciação entre os cuidados primários e secundários assume


particular importância já que sendo o Médico de Família no CS aquele
que faz a avaliação inicial da situação, decidindo a
forma como o utente será abordado.

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Autorização de
Funcionamento nº21

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