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02/04/2020

Cuidados na higiene,
alimentação, conforto e
eliminação
Técnico/Auxiliar de Saúde e Geriatria- TAS/0115

Formadora: Enf. Sara Ferreira

AGENDA
• A técnica do banho:
a) Ergonomia;
b) Banho na cama;
c) Banho no chuveiro/banheira;
d) Banho na cadeira de banho assistido;
e) Banho na maca banheira.

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Ergonomia
• A ergonomia é a área científica que tem como objetivo a compreensão das
interações entre o Homem e os outros elementos de um Sistema. A
utilização da Ergonomia e da sua abordagem e integrada nas situações de
trabalho em contexto de cuidados de saúde, assume um contributo
decisivo para as organizações de saúde e, por consequência para todos os
envolvidos, incluindo as administrações hospitalares, os gestores
operacionais, e, naturalmente, os profissionais de saúde, os doentes e
familiares.

• Os profissionais de saúde executam inúmeras tarefas sujeitas a fatores


de risco/ riscos muito variados

• As lesões músculo-
esqueléticas (LME)
relacionadas com o
trabalho constituem um
grave problema entre os
funcionários hospitalares.
As lesões dorso-lombares e
as lesões nos ombros
constituem as principais
preocupações, podendo ser
ambas extremamente
debilitantes.

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• A prevenção das LMEs baseia-se na conjugação


da ergonomia com a Ginástica Laboral ou até
com exercício mais vigoroso e regular, acrescido
de rotatividade de tarefas/ fatores de risco e
pausas adequadas dentro do horário laboral.

Existem vários fatores que tornam as atividades de


mobilização de doentes perigosas e aumentam o
risco de lesão. Esses fatores de risco estão
relacionados com diversos aspetos da mobilização
de doentes:
• Riscos associados à tarefa:

o Força: O esforço físico necessário para executar a


tarefa (como levantar corpos pesados, puxar e
empurrar) ou para assegurar o controlo de
equipamentos e ferramentas;

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o Repetição: Executar o mesmo movimento ou


série de movimentos de forma contínua ou
frequente ao longo do dia de trabalho;

o Posições incorretas: Assumir posições que


exercem tensão sobre o corpo, tais como
inclinar-se sobre uma cama, ajoelhar ou rodar
o tronco ao mesmo tempo que se efetuam
movimentos de elevação.

• Riscos associados ao doente:

o Os doentes não podem ser levantados como cargas, pelo que as


“regras” de elevação segura nem sempre são aplicáveis;

o Os doentes não podem ser segurados junto ao corpo;

o Os doentes não possuem pega;

o Não é possível prever o que acontecerá ao mobilizar um doente;

o Os doentes são volumosos

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• Riscos associados ao ambiente:

o Riscos de escorregar, tropeçar e cair;


o Superfícies de trabalho desniveladas;
o Limitações de espaço (salas pequenas,
presença de muitos equipamentos)

• Outros riscos:
o Nenhuma ajuda disponível;
o Equipamento inadequado;
o Calçado e vestuário inadequados;
o Falta de conhecimentos ou formação

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A determinação da técnica adequada de mobilização de


doentes envolve uma avaliação das necessidades e
capacidades do doente envolvido.

• A avaliação do doente deve incluir o exame de fatores


como:
o O nível de assistência exigido pelo doente;
o O tamanho e o peso do doente;
o A capacidade e a vontade do doente em compreender e
cooperar;
o Condições clínicas que possam influenciar a escolha dos
métodos de levante ou posicionamento

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Deve ter-se em consideração que a mobilização manual de


doentes aumenta o risco de LME:

Os corpos dos doentes possuem uma distribuição assimétrica do peso e


não possuem áreas estáveis para agarrar. Por conseguinte, torna-se difícil
para o profissional sustentar o peso do doente junto do seu próprio corpo

Em algumas situações, os doentes podem estar num estado de agitação,


rebeldia, não reação ou podem oferecer graus de cooperação limitados,
aumentando o risco de lesão

O ambiente físico e/ou estrutural dos cuidados pode exigir posições e


posturas incorretas que aumentam a suscetibilidade de desenvolver uma
lesão músculo-esquelética

Em conjunto, estes fatores conjugam-se de modo a criar uma carga insegura


que os profissionais não conseguem gerir adequadamente.

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• Por conseguinte, o levante manual de doentes deve


ser minimizado em todos os casos e evitado quando
possível. A utilização de grandes meios auxiliares de
mobilização de doentes deve ser sempre incentivada.

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Os princípios ergonómicos a respeitarem pelos


executantes como medidas preventivas de lesão

Mover um doente de um lado para o outro da cama


 Um prestador de cuidados
• Aspetos a recordar:
o Ajuste adequadamente a altura da cama em
função da sua própria altura;
o Divida o processo de transferência em três
partes: pernas –cintura –ombros;

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o Arraste o peso do doente utilizando o seu próprio peso. Utilize


preferencialmente os músculos das pernas e das ancas em vez dos
músculos da parte superior do corpo;

o Peça ao doente que olhe para os pés. Desta forma, aumenta a


tensão muscular abdominal do doente, permitindo maior
cooperação

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 Dois prestadores de cuidados

• Aspetos a recordar:
o Ajustem adequadamente a altura da cama em função da vossa
própria altura
o Contrabalancem o peso do doente com o vosso próprio peso
o Os movimentos dos prestadores de cuidados devem estar
sincronizados ao executar a transferência do doente. A
comunicação entre ambos os prestadores de cuidados é muito
importante.

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Mover um doente para cima da cama


 Um prestador de cuidados
• Aspetos a recordar:
o Ajuste adequadamente a altura da cama em função da sua própria
altura
o Peça ao doente que flita o joelho, olhe para os pés e, por fim, que
faça força sobre o pé. Deste modo, aumenta a cooperação do
doente
o Durante a transferência, desloque o seu próprio peso de um lado
para o outro, mantendo as costas direitas.

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 Dois prestadores de cuidados


• Aspetos a recordar:
o Peçam ao doente que coloque as mãos na cabeceira da cama e a empurre
durante a transferência, ao mesmo tempo que faz força com o pé
o Durante o levante do doente, utilizem preferencialmente os músculos das
pernas e das ancas e não os músculos da parte superior do corpo,
primeiro fletindo e depois estendendo lentamente os joelhos ao levantar
o doente
o Os movimentos dos prestadores de cuidados devem estar sincronizados
ao executar a transferência do doente. A comunicação é muito
importante.

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Levantar o doente
 Um prestador de cuidados

• Aspetos a recordar:
o Coloque a cama e a cadeira (de rodas) perto uma
da outra
o Certifique-se de que as rodas da cadeira (de
rodas) estão bloqueadas
o Remova eventuais obstáculos (apoios para os
braços, apoios para os pés, estribos)

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o Ajuste adequadamente a altura da cama em


função da sua própria altura

o Peça ao doente que olhe para os pés. Desta


forma, aumenta a tensão muscular abdominal do
doente, permitindo maior cooperação

o Peça ao doente que se incline para a frente e faça


força nas pernas durante a transferência. Este
procedimento facilita o levante do doente da
posição sentada para a posição de pé

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o Utilize preferencialmente os músculos das pernas e das ancas em


vez dos músculos da parte superior do corpo durante o levante do
doente. Primeiro flicta e depois estenda lentamente os joelhos ao
levantar o doente

o Contrabalance o peso do doente com o seu próprio peso

o Se necessário, sustente o joelho do doente entre os seus próprios


joelhos/pernas para orientar o movimento.

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 Dois prestadores de cuidados

• Aspetos a recordar:
o Coloquem a cama e a cadeira (de rodas) perto
uma da outra

o Certifiquem-se de que as rodas da cadeira (de


rodas) estão bloqueadas

o Removam eventuais obstáculos (apoios para os


braços, apoios para os pés, estribos)

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o Ajustem adequadamente a altura da cama em função da vossa própria


altura

o Utilizem preferencialmente os músculos das pernas e das ancas em vez


dos músculos da parte superior do corpo durante o levante do doente

o Os movimentos dos prestadores de cuidados devem estar sincronizados


ao executar a transferência do doente. A comunicação entre ambos os
prestadores de cuidados é muito importante

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Mecânica Corporal - Posicionamentos, Mobilidade e


Transferências

https://www.youtube.com/watch?time_continue=459&v=pm4WWNUJx70&feature=emb_logo

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A técnica do banho
• O banho é um dos aspetos mais importantes no cuidar da higiene uma
vez que proporciona conforto físico e emocional e reforça a relação
entre utente e o profissional. Um bom banho evita as irritações de pele
e previne o corpo contra o aparecimento de infeções futuras.

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Banho na cama
• O banho no leito, providencia-se quando o utente é totalmente
dependente ou quando há uma restrição do exercício. Se o utente for
semi-dependente e seja necessário o banho no leito, deve
providenciar-se o material e auxilia-lo na higiene.

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Etapas:
1. Reunir todo o material: luvas, bacia, esponjas, toalhas, lençóis,
pijama, camisa, calças, produtos de higiene (sabão, cremes, perfumes,
pasta de dentes, elixir, etc.), fralda, cadeirão, tesoura, lima, corta-
unhas compressas, saco para lixos e roupa suja, etc.;
2. Identificar-se e explicar o procedimento;
3. Travar as rodas da cama;
4. Dobrar a roupa limpa adequadamente e coloca-la numa cadeira na
ordem pela qual vai ser utilizada;
5. Respeitar todos os aspetos anteriormente referidos;
6. Desimpedir a área de trabalho e adapta-la ao procedimento;
7. Lavar as mãos, calçar luvas e avental (mudar de luvas e lavar as
mãos sempre que necessário);
8. Oferecer urinol ou arrastadeira;

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9. Posicionar o utente em decúbito dorsal;


10. Preparar a bacia com água morna;
11. Despir o utente, ocultando as áreas do corpo que não
estão a ser higienizadas (se decidir lavar o cabelo, não deve
despir logo o utente); cobrir as partes do corpo limpas com
roupa limpa;
12. Utilizando uma esponja com sabão, lavar a cara, as
orelhas, o pescoço, o tórax, os braços (começar pelo membro
mais afastado), as mãos, as axilas, a região infra-mamária, o
abdómen (especial atenção ao umbigo), as pernas, os pés; ir
secando à medida que lava. Colocar o braço de forma a
suportar a barriga da perna da pessoa; segurar pelo calcanhar.

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Nota:
Higienização dos olhos:
• Para evitar a infeção dos olhos, resultante muitas vezes da diminuição da
lubrificação dos olhos, deve efetuar-se uma boa limpeza, com o intuito
de eliminar as secreções abundantes e encrostadas.
O TAS deve:
• Limpar cuidadosamente o olho do canto interno (junto ao nariz) para o
externo (água morna/soro fisiológico e toalhete ou bola de
algodão/gaze)
• Limpar cada olho com uma parte diferente do toalhete;
• Evitar uso de sabões que causem irritação nos olhos;
• Em secreções secas colocar toalhete ou bola de algodão/gaze embebidos
em água morna/soro fisiológico sobre os olhos.

Higienização dos ouvidos:


O TAS deve:
• Limpar os ouvidos com vários movimentos do dedo coberto com
um toalhete;
• Nunca introduzir objetos tais como ganchos do cabelo ou
cotonetes no canal auditivo para remover a cera;
• Limpe diariamente a prótese auditiva com um pano macio e seco;
• Não utilizar escovilhão de limpeza ou qualquer dispositivo
aguçado que possa danificá-lo. Nunca usar álcool.

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• Lavar a região perineal (região de


eliminação urinária);
• Trocar a água da bacia;
• Posicionar o utente em decúbito lateral
direito ou esquerdo (de acordo com a sua
preferência);
• Lavar a região posterior do corpo: a nuca, as
costas (massajar as costas com um creme
hidratante em movimentos circulares), as
nádegas, a região perineal (região de
eliminação intestinal);

• Aplicar pomadas na região perineal, se necessário;


• Desentalar o lençol de baixo sujo, do seu lado e dobra-lo em direção
ao utente;
• Colocar o lençol de baixo limpo, realizando metade da cama,
efetuando já os cantos do seu lado;
• Colocar resguardos e fralda limpos (se necessário);
• Posicionar o utente no decúbito lateral oposto, rolando para o lado
em que já tem roupa limpa;
• Retirar a roupa suja do lado contrário e fazer a cama desse mesmo
lado;
• Esticar o lençol e resguardo, certificando que não ficam dobras por
baixo do utente;
• Fechar a fralda;
• Aplicar cremes;

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• Vestir o utente;
• Posiciona-lo;
• Colocar lençol de cima, cobertor e coberta,
fazendo os cantos da parte inferior da cama;
• Preparar o cadeirão (se realizar levante não
necessita posiciona-lo; colocar lençol de
cima, cobertor e coberta, fazendo os cantos
da parte inferior da cama; , antes do
mesmo);
• Realizar levante (transferir utente para
cadeira/cadeirão), se existir indicação;
• Arrumar e limpar o meio envolvente;
• Lavar as mãos.

Pontos Importantes:

• Respeitar a privacidade durante o processo (sem pessoas


estranhas a assistir, puxar a cortina, colocar biombo…);
• Promover um ambiente acolhedor (iluminação,
temperatura do quarto, sem correntes de ar…);
• Respeitar a intimidade, o pudor;
• Promova a comunicação com o utente de forma a atenuar o
acanhamento;
• Promover a independência/autonomia (não substituir a
pessoa se esta tem capacidade para o fazer), ou seja,
promover o autocuidado;

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• Observar o corpo e detetar todas as feridas que possam ter .

• Antes de iniciar colocar o biombo ou puxar cortinas e fechar janelas e portas.

• Ter atenção à fragilidade da pele, tanto ao lavar como a secar o corpo.

• Não esquecer a lavagem da boca, usando uma escova de dentes ou compressas


embebidas em elixir ou pedir ao utente para bochechar.

• Retirar sempre as placas dentárias e lavá-las ou incentivar o utente a realizar a


limpeza. Estas só devem ser colocadas depois da limpeza da boca, que nunca
deve ser deixada para trás, mesmo em pessoas sem dentes, para se evitar
infeções.

• Promover uma relação interpessoal e agradável com o utente


durante o banho.

• Respeitar a vontade do utente, privacidade e integridade.

• Aplicar creme hidratante no corpo.

• É importante manter a temperatura agradável e assegurar-se


que não há correntes de ar.

• Troque a água das bacias sempre que esta estiver suja ou fria,
deixando o utente numa posição confortável e segura.

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Banho na cama

http://pope.esenf.pt/wordpress/sample-page/unidades-curriculares/unidade-
curricular/cuidados-de-higiene/dar-banho-a-pessoa-na-cama/

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Banho no chuveiro/banheira
• O banho no chuveiro pode ser realizado pelo utente semi-
dependente e independente. O utente pode deambular até ao WC
ou em cadeira de rodas.

• Durante o banho pode permanecer sentado em cadeira (ou outro


apoio semelhante) ou apoiado em barras laterais de segurança (na
posição vertical).

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O princípio básico consiste em respeitar os aspetos já descritos,


isto é, começar sempre pela cabeça, em direção aos pés, contudo
somam-se alguns aspetos:

não deixar o utente sozinho no WC, nem deixar que ele tranque a
porta;

levar todo o material necessário para o WC;

auxiliar o utente a lavar-se e secar-se;

auxiliar o utente a vestir-se no WC ou colocar um roupão e vestir


posteriormente no quarto.

Banho na banheira
• O banho na banheira pode ser realizado por
utentes semi-dependentes e independentes,
existem várias ajudas técnicas.

• O princípio básico é promover a higiene, de


acordo com todos os aspetos que já falamos,
sendo que neste caso, a questão de segurança
deverá ser reforçada, pois é no banho que
ocorrem frequentemente as quedas. Talvez por
esse motivo seja preferido o banho no chuveiro,
com auxílio de barras de proteção e com
cadeira.

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 Ajudas técnicas
• Assentos e pranchas para banheira
Podem melhorar consideravelmente a segurança, autonomia e
acessibilidade.

• Cadeira rotativa
Permite uma transferência muito mais fácil. Existe no mercado em diferentes
materiais.

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• Prancha
Para indivíduos em que não é possível a posição sentada. A prancha adapta-
se à banheira e permite o escoamento da água.

 Banheira suspensa
Existe em várias dimensões, sendo adequada tanto na infância, como na idade
adulta. Útil para o banho de imersão, elevando a altura da banheira e facilitando
a ação do prestador de cuidados.

Banho na cadeira banho assistido

O princípio básico presente é promover a higiene, de acordo com


todos os aspetos já referidos.

Sentar na cadeira em baixo do chuveiro e muito mais seguro


para os utentes idosos ou para os utentes que ainda estão
muito fracos facilitando para que lavem as pernas e pés, com
menor probabilidade de escorregarem.

Durante o banho deve-se assegurar a privacidade ao utente, mas


pedir-lhe para não feche a porta e chame se precisar de
assistência. Mantendo-se sempre por perto e auxiliando sempre
que necessário.

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Pontos a ter em atenção, em relação a ajuda


técnica (cadeira de banho):

Conforto
Segurança
Estabilidade
Facilidade de utilização
Tipo de banheiro
Tamanho
Peso

Em relação ao meio ambiente:

Relação entre a largura das portas e a largura das


cadeiras
Arrumação

Durabilidade

Estética

Relação custo/benefício

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Banho na maca banheira


• As técnicas utilizadas no banho são idênticas ao banho no leito (banho na
cama).

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• Manual do Cuidador

• Manual do Cuidador
Manual de Apoio ao Cuidador de Pacientes
dependentes

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Autorização de
Funcionamento nº21

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