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(Fonte: Cursinho do Estratégia)

Agente Físicos:

- Luminosidade: A luminosidade é um dos fatores mais agrava o processo de


degradação dos documentos, em especial, os que se encontrem em suporte
em papel, pois é uma das principais responsáveis pelo envelhecimento deste
material. Não me refiro tão somente à luz solar, mas também à luz da
fotocopiadora (quando vamos reproduzir um documento, a máquina emite luz
para captar a própria luz refletida pelo documento, o que permite a obtenção
da cópia).

- Temperatura: Temperaturas muito altas ou muito baixas também


contribuem para a degradação do papel, acelerando o envelhecimento. Os
corpos físicos se expandem a medida que a temperatura aumenta, e se
contraem a medida que a temperatura diminui, o que provoca desgaste
inevitável no papel.
(continua)
- Umidade: Umidade é a concentração de vapor d’água presente no ar
atmosférico, por fatores diretamente relacionados à temperatura do
ambiente. Devo lembra-lo que o papel é um material higroscópico. Isto
significa dizer que o papel absorve água e perde água de acordo com a
concentração da umidade no ambiente em que se encontre (tendendo a
manter a mesma concentração de vapor d’agua que o ambiente externo
apresente). E adivinha: isto provoca dilatação e contração das fibras, do
mesmo jeito que ocorreria se a temperatura subisse ou descesse. Já viu o
desastre né?

Quanto aos agentes químicos, os mais estudados são os seguintes:

- Poluição Atmosférica: Costuma-se referir aqui à fumaça dos grandes centros


urbanos e à poeira igualmente inevitável por se morar na cidade grande. Os
componentes da poluição podem reagir com o papel, gerando reações que
aceleram a degradação do suporte.
(continua)
- Tintas: A tinta impressa no papel colabora para a deterioração do mesmo.
Tintas a base de óxido de ferro, por exemplo, aumentam a acidez do papel,
acelerando sua deterioração.

- Gordura (oleosidade): Fala-se aqui do manuseio dos documentos pelas mãos,


que são, naturalmente, oleosas. Documentos mais sensíveis a este fator (como
negativos e fotografias) normalmente requerem o manuseio com luvas de
algodão, para impedir o contato direto da pele.

- Objetos Metálicos: Que atire a primeira pedra aquele que nunca utilizou
clipes de metal para marcar páginas e depois retomar os estudos. Todavia, os
processos que vão ser arquivados devem se encontrar livres deste material, e
tanto quanto possível, deve se evitar o contato do papel com objetos
metálicos de qualquer natureza, optando-se por clipes de plástico. A oxidação,
embora gere um composto estável, em nada colabora para manutenção do
arquivo.
E para terminar esta parte introdutória, faltou falar dos agentes biológicos,
que são representados pelos organismos vivos que atacam o papel. Traças,
fungos, ratos e insetos são bons exemplos.

O ser humano por vezes é incluído como fator biológico de degradação dos
documentos, e as vezes é incluído em categoria separada, como “fator
humano”.

Já conhecemos os fatores que degradam os documentos. Pequenos cuidados


são suficientes para mantê-lo a salvo (mencionarei uma série deles para cada
tipo de suporte) mas o que seu examinador realmente deseja aqui é que você
conheça as técnicas de CONSERVAÇÃO PREVENTIVA dos documentos (NÃO É
RESTAURAÇÃO!!!). Conservação preventiva diz respeito a ações diretas, com a
finalidade de resguardar o objeto (especialmente os documentos), consistindo
assim em ações de prevenção contra possíveis danos ao referido objeto.
Repare que o dano ainda não ocorreu, e assim, buscamos evitá-lo.
Restauração, como veremos mais a frente, é procedimento com objetivo de
reverter o dano já existente ou fazer cessar seu avanço.

Vou mencionar as técnicas de conservação preventiva mais solicitadas em


prova, e, logo na sequência explicar a você no que consiste cada uma:
- Desinfestação
- Limpeza (ou Higienização)
- Alisamento

A DESINFESTAÇÃO é um processo que busca atacar especialmente os insetos


que degradam os documentos. O mais exigido em provas é a FUMIGAÇÃO.
Consiste em colocar os documentos em um câmara própria, produzindo-se
logo em seguida vácuo, com a retirada de todo o ar da câmara. Passa-se então
à aplicação de produtos químicos (timol, DDT, fluoreto de sódio entre outros
possíveis) e deixamos o documento sob a ação deste produto por
aproximadamente 72 horas.. Após, devolvemos o ar à câmara e retiramos os
documentos. Qualquer inseto, em qualquer fase de desenvolvimento, não é
capaz de suportar estas condições, sendo completamente destruídos. E se não
tivermos câmaras de fumigação, podemos simplesmente calafetar o próprio
local onde os documentos estão acondicionados e introduzir gás no ambiente
através de mangueiras (usando máscaras para proteção).

Limpeza: Tenha em mente que a limpeza é uma operação física. Significa que
há necessidade de contato de objetos com o suporte do documento. Desta
forma, é um procedimento que deve ser efetuado de maneira delicada. O uso
de pano macio, escova ou aspirador de pó é recomendável. O termo limpeza
também pode ser utilizado para designar a fase posterior à fumigação.

Alisamento: Consiste em colocar os documentos em bandejas de aço


inoxidável, e submetê-los à ação do ar com grande percentual de umidade
(algo entre 90% e 95%, por aproximadamente uma hora, em câmara própria.
Depois, cada uma das folhas será passada a ferro, por meio de máquinas
elétricas. Estas são as principais técnicas.
Falemos um pouquinho sobre a PRESERVAÇÃO. Preservação são cuidados de
natureza mais simples, que buscam evitar a degradação dos documentos. Veja
alguns exemplos, retirados tanto das recomendações do CONARQ quanto na
doutrina (para você ter uma ideia):

Objetos em papel
- Não dobrar canto da página.
- Não umedecer os dedos com saliva.
- Não usar objetos metálicos, como grampos ou clipes. Recomenda-se o uso de
materiais de plástico ao invés de metálicos.
- Evite a reprodução dos documentos. A fotocopiadora também é um emissor
de luz, que acelera o envelhecimento do papel.
- Cuidado ao retirar documentos de dentro das pastas e caixas.
- Manuseie os documentos com as mãos limpas.
- Não use fitas adesivas ou cola. Além de haver a possibilidade de um pedaço
do documento ficar colado no material, a acidez da fita durex mancha o papel.
- Ao fazer observações no papel, prefira o uso de lápis.
Fotografias
- Manusear com luvas de algodão, para evitar a oleosidade das mãos.
- Não forçar a separação de uma fotografia da outra.
- Caso seja necessário fazer anotações, utilize um lápis.

Slides (diapositivos)
- Produzir duplicatas para projeções frequentes.
- Utilizar materiais de acondicionamento próprios.

Microfilmes
- Armazená-los em cofres ou armários a prova de fogo (o material que chamamos de
“filme” é altamente inflamável).
- Caso seja necessário efetuar limpeza, recomenda-se o uso de um pano limpo.

Caixas Arquivo
- Utilizar caixas de papelão ao invés de caixas de plástico. Em caso de elevação da
temperatura, as caixas de papelão tendem a “transpirar” mais, facilitando a perda de
parte deste calor, que poderia danificar os documentos.

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