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Como Conservação também envolve Restauração,

vou falar aqui da Restauração (Fonte: Cursinho do Estratégia)

Neste ponto, os documentos já sofreram os efeitos de alguns dos agentes listados


anteriormente, encontrando-se deteriorados. Doutrinariamente falando, a
restauração é o conjunto de métodos que objetivam a ESTABILIZAÇÃO OU A
REVERSÃO de danos físicos ou químicos adquiridos pelo documento ao longo do
tempo e do uso, intervindo de modo a não comprometer sua integridade e seu
caráter histórico. Logo, o objetivo da restauração é reverter os danos ou evitar que
avancem ainda mais, mas sem que com isso desnaturemos o documento.

Banho de Gelatina: O documento será mergulhado em uma espécie de gelatina, ou


mesmo em cola, o que, ao final, aumentará sua resistência e flexibilidade, além de
não prejudicar a visibilidade. Mas tem uma pegadinha: o documento ficará suscetível
ao ataque de insetos e fungos, fora o fato de demandar uma habilidade tremenda do
restaurador, para que o documento não se perca definitivamente.
Tecido: Nesta técnica, serão utilizadas folhas de tecido bastante fino, aplicadas com
pasta de amido (pegue um pouco de farinha e misture com água, e você terá uma
ideia do que estou falando). Embora a durabilidade do papel vá aumentar
sensivelmente, novamente, insetos e fungos se sentirão convidados a atacar o
documento (tal como a gelatina, essa mistura fornece nutrientes aos visitantes
indesejados), e ainda por cima, reduzirá a legibilidade e flexibilidade do documento.

Silking: É basicamente o método anterior, mas o tecido é específico: crepeline ou


musseline de seda. Este tecido apresenta durabilidade excelente, mas a maldita pasta
de amido afetará as propriedades permanentes do documento (de novo). A matéria
prima utilizada é de alto custo também.

Laminação: O documento será envolvido de um lado em uma folha de papel seda e


do outro lado, em um material chamado acetato de celulose. Esse sanduiche será
colocado em uma prensa hidráulica sob uma temperatura de em torno de 150oC. O
acetato de celulose é um material, quando aquecido e prensado, vai aderir ao
documento e à folha de papel seda, vedando completamente o documento. Agora a
durabilidade do papel e suas qualidades permanentes ficam asseguradas, tudo isso
sem perda da legibilidade do documento. E ainda ficará imune à ação de insetos e
fungos. Embora o peso do documento duplique, seu volume ficará reduzido. A
matéria prima aplicada ao processo é de fácil obtenção e o próprio processo é de
rápida execução. Por todos estes motivos, a laminação é tida como o processo de
restauração mais próximo do ideal.

Laminação manual: A mesma ideia do processo anterior, mas sem a utilização de


calor ou pressão. Ao invés disso, utilizaremos acetona, que ao entrar em contato com
o acetato de celulose, formarão uma camada semiplástica. Quando essa camada
secar, terá aderido ao documento e ao papel de seda. É também conhecida como
laminação com solvente.

Encapsulação: Novamente, colocaremos o documento no meio de duas coisas. Desta


vez, utilizaremos películas de poliéster e fita adesiva de duplo revestimento (dupla
face). O documento será colocado entre as lâminas, usando-se a fita adesiva para
fixar as duas faces. Mas preste atenção: deve haver um espaço entre o documento e
a fita adesiva de aproximadamente 3mm, o que significa que o documento ficará
solto dentro das duas lâminas.
Reenfibragem: Vamos olhar bem próximos de uma folha de papel. Ela pode parecer
fina, mas em verdade, é bastante espessa ("grossa", se preferirem). Utilizem a
imaginação e finjam que a folha de papel é um enorme sanduíche :P. Pois bem, a
medida em que o tempo passa, parte do recheio do papel começa a desaparecer,
deixando falhas, que por sua vez, tornarão o papel quebradiço. A reenfibragem
consiste em preencher estas falhas com polpa de papel, de maneira a recompor a
estrutura da folha.

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