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Papel Termoestabilizado
Luciano Storelli

uma glucose e o grupo hidroxilo do C(2) do resíduo da glu-


cose anterior (fig.14.2) Estas cadeias
Resumo- Os Papéis chamados termoestabilizados são papéis
isolantes, e passam por um processo de estabilização térmica.
associam-se, lado a lado, através de pontes de hidrogênio e
Neste trabalho será apresentado modelos de papéis, com co-
ligações de van der Waals, formando microfibrilhas. As mi-
mentários sobre suas propriedades e processo de fabricação,
crofibrilhas associam-se, por sua vez, em feixes.
com uma ênfase no Papel Termoestabilizado..

PAPEL ISOLANTE

Celulose: disposição das moléculas de glucose, unidas por


I. INTRODUÇÃO
ligações glicosídicas(A); as moléculas de glucose assumem a
configuração em cadeira e estabelecem entre si pontes de
hidrogénio(B)

O papel isolante é formado por longas fibras cujo principal


constituinte é a celulose, embora ainda encontremos em pe-
quenas quantidades, a lignina. Podemos dizer que a celulose
é um polímero linear formado por uma seqüência de anéis de
glicose, ligados por ligações químicas denominadas gilicosi- II. CARACTERISTICAS DE FABRICAÇÃO
dicas.

O numero de anéis de glicose encontrados por fibra de


celulose no papel Kraft novo, por exemplo, é da ordem de
1000 a 1300 unidades, medidos através do ensaio de grau de Durante a fabricação do papel, a celulose é quimicamente
polimerização, utilizando o método viscosimetrico. tratada para reduzir a lignina e as pentoses (hemiceluloses) a
ela associadas.
À medida que o papel envelhece, ocorre o rompimento dos
anéis de glicose diminuindo o tamanho das fibras. Como Na fabricação do papel isolante usado nos transformado-
conseqüência dessa quebra de ligações temos a liberação de res, é utilizado o processo Kraft, no qual a madeira é tratada
uma certa quantidade de água, a produção de subprodutos com uma mistura de hidróxido de sódio (NaOH) e sulfato de
da glicose, denominados compostos furanoicos, e principal- sódio (Na2SO4).
mente a diminuição da resistência mecânica do papel isolan-
te. Depois do tratamento a composição química do papel é de
cerca de 89% de celulose, 7 a 8% de pentoses e 3 a 4% de
lignina, que são polímeros aromáticos complexos, e as pen-
A celulose é um dos componentes orgânicos mais abundan- toses são polissacarídeos ligados à celulose através de liga-
tes. Este estatuto deve-se ao fato de ser o componente prin- ções de hidrogênio.
cipal da parede das células vegetais. A celulose é constituí-
da por cadeias muito longas, formadas por moléculas de D- O papel chamado termoestabilizado passa por um proces -
glucose, unidas por ligações glicosídicas ß-1,4., mas também so de estabilização térmica. O processo de termoestabilização
por pontes de hidrogênio (entre o grupo hidroxilo do C(6) de pode envolver tanto reações de cianoetilização ou acetilação,
como a adição de produtos químicos estabilizantes, tipo
uréia, melanina, dicianodiamina e outros.
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__ envelhecimento durante estocagem e


No primeiro processo, a celulose é quimicamente modifi-
cada pela substituição de alguns radicais hidroxila por gru- __ envelhecimento durante a operação do equipamento.
pos mais estáveis.

No segundo processo, a adição de produtos químicos es- Normalmente dá-se maior importância à fase que ocorre
tabilizadores reprime a tendência autocatalizadora do proces- durante a operação, por ser na realidade onde se
so de envelhecimento, por uma reação química com os pro- manifestam as conseqüências desse envelhecimento.
dutos de envelhecimento, durante o qual os aditivos são Todavia verifica-se que uma parcela significativa de
consumidos. degradação do papel pode ocorrer nos estágios anteriores,
caso não sejam tomados alguns cuidados que visem
o controle de algumas variáveis responsáveis pela
aceleração do envelhecimento.

Vale ressaltar que durante o processo de secagem, e


principalmente em sua fase inicial, temos a presença de
III. DEGRADAÇÃO. todas as variáveis atuando conjuntamente, e com um
agravante: temos grande quantidade de água, temos
oxigênio em quantidade significativa, além da ação da temperatura.

Se considerarmos que muitas vezes são utilizadas estufas de pré-secagem,


Os principais fatores que aceleram a degradação da celulo- onde existem condições favoráveis ao envelhecimento, é de se esperar que a ação
se são: dessas variáveis em conjunto acabe por representar redução considerável nas
características mecânicas do papel.

- Presença de Água

- Temperatura elevada de operação


OUTROS PAPÉIS
- Presença de oxigênio em grandes quantidades

- Presença de agentes oxidantes como peróxidos e ácidos

I.PAPEIS IMPREGNADOS

A ação conjunta desses fatores produz um efeito de en-


velhecimento muito maior do que seria o resultante de cada Os papéis impregnados com vernizes, óleos, resinas e etc,
um deles em etapas isoladas. conseguem vários resultados.

Estudos realizados na Europa e Brasil, demonstraram que a) materiais de impregnação fecham os poros do papel
o grau de polimerização do papel isolante, decresce da ordem e tendem a eliminar a umidade.
de 1300 unidades, denominadas monômeros, até aproxima-
damente 100 unidades, no estado mais degradado. b) Aumenta-se a rigidez dielétrica

Embora neste estado de degradação o papel ainda mante- c) A maior parte dos materiais impregnados contribu-
nha suas propriedades isolantes, a confiabilidade deste fica em para formar superfícies envernizadas.
sensivelmente reduzida. Onde um papel degradado não su-
porta metade da tração suportado por um novo. d) Geralmente os materiais de impregnação aumentam
a resistência ao calor do material básico

e) Em alguns casos, o fechamento dos poros reduz a


tendência de contração.
IV. FASES DE ENVELHECIMENTO
f) Os materiais de impregnação tendem a aumentar a
condutividade térmica do papel

Em uma analise inicial, podem ser identificadas 3 etapas A impregnação de realizada com óleo fluido,
distintas de envelhecimento, sendo: similar aos dos transformadores, ou com óleo
espesso, constituído por uma mistura de 75%
__ envelhecimento em fábrica, durante o processo de de óleo mineral e 25% de colofonia, que é uma
fabricação; resina natural.
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O óleo espesso não pode fluir em temperatu- Deve-se proceder com extremo cuidado a fabricação
ras de 40 a 50 graus C, e nem solidificar-se a desse papel, uma vez que o mesmo pode vir a per-
temperaturas inferiores, porem, deve ser sufici- der suas propriedades elétricas e mecânicas.
entemente fluido para permitir uma boa impreg-
nação do papel a 130 graus C. O papel baquelizado se encontra no comercio em
forma de placas de 2000 x 1200 x 80 mm. Também
como tubos de diferentes dimensões.

Para evitar a umidade, os cabos e outros elementos condu- Estrutura molecular da Baquelita:
tores isolados com papel impregnado, terão de ser providos
de uma camada de alumínio que circunda as capas isolantes.

Há alguns anos, o papel impregnado com óleos minerais ou


com resinas era o único dielétrico empregado nos cabos sub-
terrâneos tanto de alta como de baixa tensão. Atualmente, e
apesar do aparecimento de novos materiais isolantes, o papel
impregnado e ainda mais utilizado que outros nessa aplica-
ção especifica.

III. PAPELÃO ISOLANTE

O papelão isolante se fabrica com as mesmas matérias pri-


mas do papel, porem a pressão aplicada durante a fabricação
é maior.
II. PAPEL BAQUELIZADO

É mais grosso e menos flexível, e no geral mais denso dói


que o papel.
O papel baquelizado, chamado também de papel duro, é um
dos materiais isolantes mais empregados na técnica de alta
tensão.
Os materiais básicos são:
IV. TECIDOS ISOLANTES
1. Cinta de papel isolante, que deve ser muito resisten-
te , desde o ponto de vista elétrico e térmico. Pelos Os tecidos isolantes são fabricados com fibras ani-
diferentes tipos de fabricante, são adotados dois ti- mais(seda), vegetais (algodão, linho, cânhamo), minerais
pos de papel: (amianto e vidro) e sintéticas (rayon).

a)Papel poroso, que permite uma impregnação total pelo As fibras utilizadas na fabricação dos tecidos isolantes,
verniz. são por natureza higroscópicas. Por exemplo, o algodão e o
linho tem por volta de 8,5% de umidade, a sedo perto de
11%, porem, em certas situações, podem absorver 30% de
b) Papel sedoso, porem liso, onde se marca mais clara-
seu peso e ainda assim parecer seca.
mente a separação entre os revestimentos de papel e
de verniz. Esta umidade é muito prejudicial para o isolamento elétri-
co, e por esta razão, esses materiais devem ser impregnados
corretamente com objetivo de melhorar suas propriedades
O papel poroso possui melhores propriedades elétricas ao
isolantes.
passo que o papel sedoso possui maior resistência mecânica.

2. Verniz de baquelita A. Pela aplicação de calor, a ba-


quelita passa do estado A (resol) para o estado B
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(resitol), aos 95º C e deste ao estado C (resita) após
temperatura superior aos 110º C. É necessário sem-
pre eliminar toda a água no processo de fabricação - Enciclopédia Ceac de Eletricidad;
do papel baquelizado. - Avaliação do Estado de Envelhecimento do sistema isolan-
te de transformadores em papel-óleo e cabos estruturados
em XLPE, utilizando a técnica de Tensão de retorno. (Prof.
Para a fabricação do papel baquelizado, se impregna
Fernando Piazza).
intimamente o papel com verniz de baquelita a tem-
- AVALIAÇÃO DO GRAU DE POLIMERIZAÇÃO ANTES E APÓS
peratura e pressão altas (140º C e 150 kg/cm), ob- SECAGEM DE
tendo-se o material final em forma de placas. TRANSFORMADORES EM FÁBRICA
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André Luiz Cardoso R. de Sá Paulo Roberto Nepomuceno_


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