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INSTITUTO DE FÍSICA
GOIÂNIA/GO
2011
2
GOIÂNIA/GO
2011
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
GPT/BC/UFG
CDU: 543.42
3
José e Cleonice,
e à “vó” Lurdes.
4
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Antônio Alonso, por disponibilizar seu laboratório e nos ceder os
terpenos, lipídios e alguns equipamentos;
Ao Prof. Dr. Amando Siuiti Ito, por disponibilizar seu laboratório em Ribeirão Preto e
nos ceder sondas, lipídios e alguns equipamentos;
À Prof.ª Dra. Maria Teresa Moura Lamy, que nos cedeu alguns lipídios;
À Prof.ª Dra. Cecília Maria Alves de Oliveira, que nos cedeu as tiossemicarbazonas;
À minha avó Lurdes, por ter sido tão importante na minha criação e pela janta
gostosa de todo dia;
Aos meus irmãos, Lucas e Luan, por toda raiva que me passaram e por toda ajuda
que me dão;
Aos amigos Giovanni e Eduardo, pela amizade nas horas de alegria e nos
momentos difíceis;
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8
1.1 Espectroscopia de Fluorescência em Biofísica ............................................................8
1.5 Terpenos.....................................................................................................................15
4. CONCLUSÕES ......................................................................................... 58
5. BIBLIOGRAFIA......................................................................................... 60
8
1. INTRODUÇÃO
1.2 Fluorescência
Equação 1
Para a luz natural, estes campos não têm orientação preferencial, mas para a
luz linearmente polarizada, o campo elétrico oscila ao longo de uma determinada
12
Desta maneira, quando uma população de fluoróforos é iluminada por uma luz
incidente linearmente polarizada, aqueles fluoróforos cujo estão orientados em
13
Figura 5: Representação do comportamento do fluoróforo durante o tempo de vida do estado excitado. Adaptado
de [5].
Equação 2
1.5 Terpenos
Figura 7: Estrutura dos terpenos utilizados em nosso trabalho. (A) Limoneno extraído de frutas cítricas e (B)
Cineole, extraído do eucalipto.
1.6 Tiossemicarbazonas
Figura 9: Estrutura molecular das tiossemicarbazonas utilizados em nosso estudo. Em (1) liga-se com (A) para o
m-Nitro e (B) para o p-Dimetil.
18
2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
2.1 Lipídios
Equação 3
Equação 4
Equação 5
Para excitação horizontal, a detecção feita pelo método do formato L será sempre
perpendicular à excitação, então as intensidades tendem a ser iguais, com
pequenas diferenças, devido às propriedades do sistema. Assim, para a excitação
polarizada horizontalmente, as intensidades de emissão polarizadas vertical e
horizontalmente, serão dadas por:
Equação 6
Equação 7
Equação 2
27
Equação 9
Equação 3
3. RESULTADOS
20 °C
700 24 °C
32 °C
600 36 °C
40 °C
500 44 °C
48 °C
400 52 °C
300
200
100
0
340 360 380 400 420 440 460 480 500
λ (nm)
DMPC 2 mM + Ahba 30 µM
0,12
0,10
Controle
Anisotropia em 400 nm
Cineole 2 mM
0,08 Limoneno 2 mM
0,06
0,04
0,02
0,00
10 20 30 40 50 60 70
Temperatura ºC
Figura 22: Anisotropia em função da temperatura para amostras de Ahba + DMPC. Terpenos adicionados pelo
método 1.
0,16
DMPC 2 mM + Ahba 60 µM
0,14
0,12
Anisotropia em 400 nm
Controle
0,10 Limoneno 2 mM
Cineole 2 mM
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
Temperatura (ºC)
Figura 23: Anisotropia em função da temperatura para amostras de Ahba + DMPC. Terpenos adicionados pelo
método 2.
25,0 °C
60
29,3 °C
50
39,5 °C
46,0 °C
40 56,1 °C
30
20
10
0
480 500 520 540 560 580 600 620 640
λ (nm)
70
21,6 °C
60 27,0 °C
31,9 °C
50 37,1 °C
46,0 °C
40
30
20
10
0
480 500 520 540 560 580 600 620 640
λ (nm)
Figura 26: Espectro de emissão do 6-NBD-PC, em DMPC, para diferentes temperaturas, na presença do
limoneno.
34
0,12
Limoneno 2 mM
Cineole 2 mM
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Temperatura ( °C)
Figura 27: Anisotropia em função da temperatura para amostras com 6-NBD-PC + DMPC. Terpenos adicionados
pelo método 1.
A razão molar entre lipídios e terpenos foi de 1:1 e com apenas 10µM de 6-
NBD-PC, conseguimos um bom sinal no fluorímetro. Em relação ao DMPC puro, a
presença do limoneno desloca para cima a curva da anisotropia, na fase gel da
bicamada; ou seja, torna a bicamada mais rígida. Aqui os terpenos foram
incorporados na membrana pelo método 1.
0,12 Controle
Anisotropia em 535 nm
Limoneno 1 mM
0,10
Cineole 1 mM
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Temperatura ( °C)
Figura 28: Anisotropia em função da temperatura para amostras com 6-NBD-PC + DMPC. Terpenos adicionados
pelo método 2.
400
Controle 25 °C
Cineole 1 mM 53 °C
300
200
100
0
380 400 420 440 460 480 500 520 540 560
λ (nm)
Figura 30: Espectro de emissão do DPH, em DMPC, para a amostra controle e para o cineole, em diferentes
temperaturas
37
0,25
Controle
Limoneno 1 mM
Anisotropia em 428 nm
Cineole 1 mM
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura ( °C)
Controle DPH 10 µM
0,30
DLPC
DLPG
0,25
DMPC
Anisotropias em ~ 430 nm
DPPC
0,20 DPPG
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura (°C)
Figura 32: Anisotropia em função da temperatura, para diferentes fosfolipídios, sem adição de terpenos.
Como pode ser visto na Figura 33, o espectro de emissão do DPH apresenta três
picos principais de intensidade. Dessa forma realizamos experimentos para adquirir
os espectros de emissão e medir a anisotropia em comprimentos de onda na região
dos picos, com uma amostra controle (ausência de terpenos) e na presença do
limoneno e do cineole. Em vesículas de DLPC para a amostra controle e com adição
dos terpenos, podemos observar que o aumento da temperatura do sistema apenas
diminui a intensidade de fluorescência, sem causar deslocamento espectral.
Observamos ainda que a presença dos terpenos no sistema não provoca alterações
no espectro de emissão da sonda fluorescente (Figuras 34 e 35).
40
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
2x10
7 DLPC 1mM + DPH 10µM + Limoneno 1 mM
28 °C
Intensidade de Fluorescência (u. a.)
32 °C
36 °C
40 °C
44 °C
48 °C
7 52 °C
1x10
56 °C
60 °C
0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 34: Espectro de emissão do DPH, em DLPC, para diferentes temperaturas, na presença do limoneno.
41
28 °C
Intensidade de Fluorescência (u. a.)
7
4x10 32 °C
36 °C
40 °C
7 44 °C
3x10
48 °C
52 °C
56 °C
7
2x10 60 °C
7
1x10
0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 35: Espectro de emissão do DPH, em DLPC, para diferentes temperaturas, na presença do cineole.
Anisotropia em 412 nm
0,25
Controle
0,20
Limoneno 1 mM
Cineole 1 mM
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura ( °C)
Figura 36: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DLPC,
Em 436 nm, como podemos observar, na Figura 37, a seguir, não há mudanças
significativas na anisotropia do DPH em presença destes terpenos, neste intervalo
de temperatura.
0,25
Controle
0,20
Limoneno 1 mM
Cineole 1 mM
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura ( °C)
Figura 37: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DLPC, com .
43
1,4x10
7 18 °C
22 °C
26 °C
Intensidade de Fluorescência (u.a)
7
1,2x10
30 °C
34 °C
7
1,0x10 38 °C
40 °C
8,0x10
6 42 °C
44 °C
6
6,0x10
6
4,0x10
6
2,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
8,0x10
18 °C
22 °C
26 °C
6,0x10
7 30 °C
34 °C
38 °C
40 °C
7
4,0x10 42 °C
44 °C
7
2,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 39: Espectro de emissão do DPH, em DPPC, para diferentes temperaturas, na presença do limoneno 1
mM.
45
7
2,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 40: Espectro de emissão do DPH, em DPPC, para diferentes temperaturas, na presença do limoneno 0,5
mM.
1,0x10
8 DPPC 1mM + DPH 10µM + Cineole 1 mM
Intensidade de Fluorescência (u.a)
26 °C
8,0x10
7
30 °C
34 °C
38 °C
7 40 °C
6,0x10
42 °C
44 °C
7
48 °C
4,0x10 52 °C
56 °C
7
2,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 41: Espectro de emissão do DPH, em DPPC, para diferentes temperaturas, na presença do cineole.
46
Limoneno 0,5 mM
Cineole 1 mM
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura ( °C)
Figura 42: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DPPC, com
47
Anisotropia em 426 nm
0,25
Controle
Limoneno 1 mM
0,20 Limoneno 0,5 mM
Cineole 1 mM
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura ( °C)
Figura 43: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DPPC, com
7
DLPG 1mM + DPH 10µM
4,0x10
Intensidade de Fluorescência (u.a)
7
3,5x10
18 °C
7 22 °C
3,0x10
26 °C
7
34 °C
2,5x10 38 °C
42 °C
7
2,0x10 46 °C
50 °C
7
1,5x10 54 °C
7
1,0x10
6
5,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
7
4,0x10 DLPG 1mM + DPH 10µM + Limoneno 1 mM
Intensidade de Fluorescência (u.a) 7
3,5x10
7
3,0x10 18 °C
22 °C
7 26 °C
2,5x10
30 °C
7
34 °C
2,0x10 38 °C
42 °C
7
1,5x10 46 °C
50 °C
7
1,0x10 54 °C
6
5,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 45: Espectro de emissão do DPH, em DLPG, para diferentes temperaturas, na presença do limoneno.
7
1,4x10 28 °C
Intensidade de Fluorescência (u.a)
32 °C
7
1,2x10 36 °C
40 °C
7
1,0x10 44 °C
48 °C
6
8,0x10 52 °C
56 °C
6
6,0x10 60 °C
6
4,0x10
6
2,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 46: Espectro de emissão do DPH, em DLPG, para diferentes temperaturas, na presença do cineole.
50
0,25 Controle
Limoneno 1 mM
Anisotropia em 405 nm
0,20 Cineole 1 mM
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura (°C)
Figura 47: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DLPG, com
0,25
Anisotropia em 428 nm
Controle
0,20
Limoneno 1 mM
Cineole 1 mM
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura (°C)
Figura 48: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DLPG, com
51
Repetimos as medidas para o DPPG, que assim como o DPPC, possui cadeias
hidrocarbônicas com 16 carbonos cada, mas com carga liquida negativa. Sua
temperatura de transição é de 41 °C e as anisotropias foram medidas entre 16 °C e
60 °C, compreendendo assim, suas fases liquido-cristalina, gel e durante a transição
de fase. São mostrados a seguir, nas Figuras 49, 50 e 51, os espectros de emissão
do DPH em DPPG.
7 30 °C
6,0x10
34 °C
38 °C
40 °C
42 °C
7
4,0x10 44 °C
48 °C
52 °C
56 °C
7 60 °C
2,0x10
0,0
400 450 500 550
λ (nm)
7
DPPG 1mM + DPH 10µM + Limoneno 1 mM
8,0x10
18 °C
22 °C
Intensidade de Fluorescência (u.a)
26 °C
7
6,0x10 30 °C
34 °C
38 °C
40 °C
4,0x10
7 42 °C
44 °C
48 °C
52 °C
7
56 °C
2,0x10 60 °C
0,0
400 450 500 550
λ (nm)
Figura 50: Espectro de emissão do DPH, em DPPG, para diferentes temperaturas, na presença do limoneno.
8
1,0x10
DPPG 1mM + DPH 10µM + Cineole 1 mM
Intensidade de Fluorescência (u.a)
7
8,0x10 26 °C
30 °C
34 °C
7
38 °C
6,0x10 40 °C
42 °C
44 °C
7
4,0x10 48 °C
52 °C
56 °C
7
2,0x10
0,0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 51: Espectro de emissão do DPH, em DPPG, para diferentes temperaturas, na presença do cineole.
53
0,25
Anisotropia em 404 nm
Controle
0,20 Limoneno 1 mM
Cineole 1 mM
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura (°C)
Figura 52: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DPPG, com
0,25
Anisotropia em 426 nm
Controle
0,20 Limoneno 1 mM
Cineole 1 mM
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura (°C)
Figura 53: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DPPG, com
54
3.8 Tiossemicarbazonas
6
DPPC 1mM + DPH 10µM + m-Nitro 1 mM
7x10
6
6x10
Intensidade de Fluorescência (u.a)
30 °C
6
5x10 35 °C
40 °C
6 42 °C
4x10
45 °C
50 °C
6
3x10
6
2x10
6
1x10
0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 54: Espectro de emissão do DPH, em DPPC, para diferentes temperaturas, na presença do m-Nitro.
56
6
DPPC 1mM + DPH 10µM + p-Dimetil 1 mM
5x10
6
1x10
0
380 400 420 440 460 480 500 520 540
λ (nm)
Figura 55: Espectro de emissão do DPH, em DPPC, para diferentes temperaturas, na presença do p-Dimetil.
0,20
0,15
0,10
0,05
0,00
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
Temperatura (°C)
Figura 56: Anisotropia em função da temperatura para amostras com DPH + DPPC, com , na
presença dos m-Nitro e p-Dimetil.
4. CONCLUSÕES
cadeias mais longas (DPPG, DPPC e DMPC) o limoneno também alterou para
valores menores a temperatura de transição de fase, de maneira mais significativa
que o cineole. Esses resultados mostram que os terpenos interagem com a
bicamada no momento em que as cadeias graxas estão em um grau de maior
ordenamento (fase gel), podendo provocar espaçamentos entre as cadeias graxas,
favorecendo a diminuição da rigidez do meio e permitindo maior liberdade de
movimento da sonda fluorescente (anisotropias menores). Já na fase fluida, a área
ocupada por cada fosfolipídio é maior e as cadeias hidrocarbônicas se movimentam
mais, diminuindo o empacotamento, fazendo com que a presença dos terpenos não
influencie na rigidez do meio.
5. BIBLIOGRAFIA
p. 467-478, 2007.
20. JAIN, B.; DAS, K. Chemical Physics Letters, v. 433, p. 170-174, 2006.
24. BAATZ, J. E. et al. Chemistry and Physics of Lipids, v. 60, p. 163-178, 1991.