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COMO FAZER UM PLANEJAMENTO

PEDAGÓGICO EFICIENTE?

O dia a dia de uma escola é extremamente dinâmico. São muitos


aspectos para os gestores levarem em conta: eles precisam se preocupar
com a formação dos professores, o relacionamento com as famílias, o
marketing da escola, a gestão de pessoas e as inovações, que são cada
vez mais demandadas em nosso mundo, com os constantes avanços
tecnológicos e as mudanças de comportamento.
Tudo isso exige esforço, e muitas vezes não é possível se dedicar
como gostaria a todos os fatores da escola, até mesmo ao planejamento.
Mas é exatamente a falta de um adequado planejamento pedagógico que
torna muito difícil realizar o modelo de escola que se deseja construir.
Independentemente de questões metodológicas e didáticas, o
planejamento é a base de qualquer projeto bem-sucedido, isto é, que
alcance os resultados almejados. No caso das escolas, a necessidade do
planejamento é ainda mais urgente, visto que a sua atividade depende de
múltiplas variáveis e envolve diversos agentes. Fica claro que agir sem
um devido planejamento pedagógico poderá comprometer todo o
projeto. Sem planejamento, o trabalho ao longo do ano letivo será
realizado desordenadamente, e, assim, as chances de alcançar resultados
positivos são mínimas. Então, antes de mais nada, é preciso reservar um
tempo para estabelecer o projeto pedagógico e criar um plano de
implementação coletivamente.
A seguir, explicaremos o que é o planejamento pedagógico, qual
sua importância e finalidade, a periodicidade em que deve ser realizado,
quem deve estar envolvido e, por fim, o que se deve considerar na hora
de fazer um planejamento eficiente para as novas gerações de alunos,
pais e professores.

1. O QUE É O PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO?


O planejamento pedagógico visa facilitar o trabalho de gestão
escolar, organizar as tarefas dos profissionais da educação para que se
possa alcançar as metas de cada escola expressas em seu projeto
político-pedagógico. Inclui desde questões didáticas e metodológicas até
questões da gestão escolar, como estabelecer planos de ação, estratégias
de ensino e alocação de recursos.
É a partir do planejamento pedagógico que o professor
desenvolverá seu plano de aula, mantendo a sintonia com os colegas, a
equipe diretora, e a finalidade da escola.
O planejamento pedagógico, como em qualquer empresa, tem
algumas etapas essenciais:
 primeiramente, a estipulação das metas a se atingir;
 em seguida, a análise da realidade da instituição, identificando os
problemas que podem impedir o cumprimento das metas;
 e finalmente a elaboração de planos de ação capazes de solucionar
esses problemas e realizar o fim estipulado.
Na reunião de planejamento pedagógico, a equipe gestora deve ter em
mente essas etapas para não haver dispersão. Vamos detalhar melhor
cada ponto a seguir.

1.1 COMO ESTIPULAR METAS?


O primeiro passo da gestão para o planejamento pedagógico é ter
plena consciência da identidade da instituição. De nada adianta traçar
planos de ação sem ter clareza das diretrizes da escola. A identidade da
instituição e as suas metas, assim como os meios para efetivá-las, devem
estar em seu projeto político-pedagógico.
Mas uma meta que certamente todas as escolas devem seguir é melhorar
o aprendizado dos alunos. Na reunião de planejamento, é importante ter
sempre essa questão como a principal. As demais devem sempre
complementá-la. Afinal, se o aluno não aprender, de nada adiantará
discutir outros assuntos relacionados.

1.2 COMO ANALISAR A REALIDADE?


Para uma boa análise da realidade, é preciso ter uma visão 360
graus de toda a comunidade escolar e seus problemas. Na reunião de
planejamento, é hora de ouvir o que os professores têm a dizer, quais são
os problemas que enfrentam e as dificuldades para ensinar. Tudo isso
ajudará a fazer uma análise da realidade em sala de aula muito mais
ampla e aprofundada.
E um bom planejamento pedagógico não pode deixar de fazer uma
análise de toda a realidade que envolve a comunidade escolar. Quem são
os professores? Quais suas ambições? Quem são os alunos? E os seus
pais? Muitas vezes, há uma distância geracional entre os professores, os
pais e os alunos: uns cresceram com as primeiras novidades da internet
ou apenas com a televisão, outros com a internet já em estágio avançado.

1.3 COMO ELABORAR PLANOS DE AÇÃO?


Com uma análise da realidade que leve em conta os diversos fatores e
atores envolvidos no processo escolar, os planos de ação podem ser
traçados de forma mais eficiente. Eles não podem ser planejados sem
levar em conta a realidade da escola, o anseio dos profissionais e,
principalmente, seus possíveis efeitos nos alunos. Por exemplo, uma
escola pode estar com um material didático defasado, que já não tem
mais aceitação entre os alunos. Com essa análise, a escola percebe que é
importante renovar o material e decide adquirir novos equipamentos
tecnológicos. Mas faz isso sem analisar devidamente a condição dos
professores e acaba não dando um treinamento para esses profissionais.
Simplesmente por não saberem como, eles acabam não usando a nova
tecnologia, que pode ser excelente, mas fica igualmente inútil.

2. QUAL A FINALIDADE DO PLANEJAMENTO


PEDAGÓGICO?
Quando falamos em planejamento pedagógico, a finalidade
principal é sempre a mesma: fazer com que o aluno aprenda. Em suma, o
planejamento pedagógico busca orientar as ações de todos os agentes de
forma articulada para alcançar o objetivo maior da educação.
Como todo planejamento estratégico, o planejamento pedagógico
tem o objetivo de facilitar o trabalho da equipe gestora, ao identificar
falhas, medir resultados, avaliar o trabalho e pensar novas estratégias.
Um planejamento evita imprevistos, desperdícios de tempo, esforços e
recursos. Faz com que todos os profissionais saibam seu papel e em que
direção devem ir seus esforços.
Dessa forma, a equipe gestora não precisa se desgastar tentando, a
todo momento, alinhar iniciativas. De modo semelhante, o trabalho dos
professores e dos outros funcionários da educação também é otimizado,
pois as aulas e as outras atividades escolares são planejadas de acordo
com as metas da instituição.
Uma dica valiosa para um planejamento pedagógico realmente
eficiente é o uso de um software de gestão escolar. Ele é capaz de
otimizar o trabalho de gerenciamento, oferecendo uma visão muito mais
ampla do processo educativo e gerencial da escola, facilitando a coleta e
a análise de dados. Ele também permite ao gestor poupar muito tempo
em uma série de trabalhos burocráticos que o software resolve
automaticamente.

3. QUAL A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO


PEDAGÓGICO?
O planejamento pedagógico é fundamental para que o projeto
político-pedagógico da escola seja implementado de forma coesa e
efetiva, estabelecendo uma coerência entre a teoria e a prática. Por vezes,
porém, o planejamento pedagógico acaba focado exclusivamente
questões educacionais, sem considerar as demandas gerenciais. E sem
elas a parte educativa fica prejudicada.
Para a escola atingir os resultados educacionais que busca,
realmente impactando a vida dos alunos, pais e toda a comunidade
escolar, ela precisa ter um bom planejamento. Sem ele, a equipe
educadora fica desamparada e cada um cria sua didática e metodologia
autonomamente. O resultado é uma miscelânea de concepções
pedagógicas que, muitas vezes, são incompatíveis entre si e com a
realidade.
O planejamento pedagógico coloca como norte uma determinada
visão de escola. Somente essa coerência pode fazer do trabalho dos
professores um trabalho de qualidade. É claro que a individualidade de
cada profissional não permite uma unificação total de conteúdos e
práticas educacionais, e isso nem mesmo é desejável. A estipulação das
metas, no entanto, deve auxiliar a preparação e a composição do
processo letivo como um todo.
Portanto, antes de discutir as metodologias, é importante definir os
objetivos da escola. Só assim a discussão sobre o método de ensino fará
sentido, pois cada proposta deverá buscar sempre o mesmo fim
estipulado. É a partir dos objetivos estabelecidos que os professores
podem apresentar suas metodologias, assim como definir os materiais
didáticos e as tecnologias que são imprescindíveis para acompanhar
o desenvolvimento dos jovens de hoje.

4. QUANDO FAZER UM NOVO PLANEJAMENTO


PEDAGÓGICO?
O planejamento escolar, via de regra, é feito no começo do ano
letivo. É uma reunião fundamental que recapitula os resultados do ano
anterior e traça um planejamento inicial para o ano todo. É nessa
primeira reunião que são estabelecidas algumas necessidades
administrativas, como a apresentação do calendário escolar, o
estabelecimento da grade horária e a divisão das turmas.
É também o momento de implementação ou renovação da
tecnologia no contexto educativo. E há as questões puramente
educativas, como as metodologias de ensino a serem usadas, a definição
do projeto político-pedagógico, a forma de avaliação, a discussão do que
se passou no ano anterior. Considerando a complexidade de temas a
serem abordados na reunião de planejamento, é fundamental que se
façam revisões periódicas. Elas podem ser a cada bimestre ou semestre,
sempre dependendo dos rumos do processo educativo e dos dramas que
cada escola vivencia. O planejamento escolar é, portanto, um processo
dinâmico, que precisa estar em constantes mudanças.
Afinal, o que se espera são progressos qualitativos nos jovens: que
eles aprendam os conteúdos e se desenvolvam enquanto alunos e
cidadãos. Para ter a segurança dos caminhos pedagógicos seguidos, é
importante a reavaliação periódica das ações educativas, propondo novas
ideias e rumos. É preciso sempre inovar.

5. PLANEJAMENTO PEDAGÓGICO E AS NOVAS


GERAÇÕES
Com o mundo mudando rapidamente e a tecnologia se expandindo
para todos os âmbitos da vida, criando verdadeiras revoluções seguidas,
é importantíssimo não ficar para trás. A escola precisa dar conta dessas
mudanças, porque os alunos certamente estão dando.
O problema é que muitos não percebem as alterações de
comportamento que esses avanços, principalmente a internet, implicam
nas novas gerações. Muitas vezes, se quer colocar um modelo
educacional que não consegue mais ser aproveitado pelo aluno, pois ele
já não vê sentido naquilo.
O discente não pode ser visto como o problema da educação, erro
muito recorrente entre alguns professores e outros setores da sociedade.
Ele é exatamente o foco da educação, e o pressuposto é que ele não saiba
se portar como aluno: é a escola que deve transformar aquela criança ou
adolescente em um aluno capaz para o aprendizado.
Do mesmo modo, a sociedade e os avanços tecnológicos também
não podem ser lidos como o problema. A educação deve partir da
realidade existente, e não de uma idealizada. Afinal, para que os alunos
se desenvolvam no sentido de uma formação plena, é preciso que saibam
como agir em nosso mundo. Hoje, já não é possível sonhar com um
mundo sem internet, mesmo que se tenha uma postura crítica diante dela.
A escola deve se adequar aos tempos atuais e trabalhar a partir dos
alunos que verdadeiramente existem. É necessário que os educadores
tenham consciência de que os métodos tradicionais de ensino precisam
ser aprimorados, buscando maior interação com o aluno.
Para o gestor da escola, é fundamental saber lidar com diferentes
gerações, no sentido de mediar os atritos e fazer o processo de ensino
fluir.

6. COMO LIDAR COM A NOVA GERAÇÃO DE


ALUNOS?
O aluno de hoje é muito mais participativo, pois cresceu num
mundo que valoriza cada vez mais seu desenvolvimento e autonomia.
Ele vem das chamadas gerações Y ou Z. Já não é possível e nem
desejável que ele apenas fique sentado na carteira ouvindo a fala do
professor, como um telespectador diante de um aparelho de televisão. Os
novos alunos nasceram no meio digital, e a interatividade faz parte de
seu modo de se relacionar com o mundo.
E isso não é um problema. O aluno ativo está muito mais apto a
agir no mundo, então por que não na sala de aula? Ele precisa da
abertura dos professores e de aulas mais dinâmicas, que não devem mais
priorizar apenas o que entendemos por ensino, isto é, uma mera
transmissão de conteúdos. As aulas devem focar a aprendizagem do
aluno, ou seja, a sua capacidade de relacionar conhecimentos e resolver
problemas. A tecnologia e as novas abordagens didáticas podem ser
ferramentas valiosas no aprendizado, tanto para alunos como para
professores.
7. COMO IMPLEMENTAR INOVAÇÕES?
O ensino por projetos é um excelente meio de lidar com a nova
geração de alunos. O projeto dá significado ao aprendizado, pois cada
conteúdo vem com a tarefa de solucionar um problema. Se um professor
faz apenas perguntas teóricas, sem aplicação alguma na vida e na
sociedade, dificilmente eles se interessarão, e, portanto, os conteúdos
não serão assimilados.
Com essa metodologia, o estudante ganha liberdade para fazer sua
própria pesquisa e aprender com seus erros. O professor entra com o
suporte, auxiliando a encontrar soluções para os problemas.
Há muitas outras atitudes que a escola pode tomar para incentivar
o protagonismo do aluno no aprendizado. Essas ações, como o uso
inteligente da tecnologia educacional, podem mostrar a diferença de uma
boa escola na formação das crianças.
O uso dos recursos tecnológicos torna possível uma relação mais
personalizada entre professores e alunos. Por meio de tecnologias, o
docente pode, por exemplo, identificar o progresso e o desempenho de
cada aluno e propor estratégias que atendam a necessidade de cada um.
O blended learning, ou ensino híbrido, combina práticas
pedagógicas do ensino presencial e do ensino a distância, utilizando
novas tecnologias. Por meio do blended learning, propõem-se atividades
individuais ou em grupo que sempre exigem a participação ativa dos
alunos, enquanto a função do professor é guiar cada um em seu
progresso.
A gamificação é também um interessante instrumento para engajar
o discente no processo de aquisição de conhecimento. Com os games
educativos, procura-se envolver os alunos e motivá-los a aprender.
Enfim, para alcançar os resultados esperados com as novas
gerações, é importante buscar inovações na escola e no ensino,
envolvendo cada vez mais o aluno e dando protagonismo e voz para que
ele possa se tornar um adulto autônomo e crítico.

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