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Universidade Federal de Minas Gerais

FAE - Faculdade de Educação


Disciplina: Estágio Curricular em Gestão da Escola e Coordenação Pedagógica
Professora: Marlucy Alves Paraíso
Discentes: Ellen Jenifer Alves de Sousa e Maria Eduarda de Souza Santos

PRIMEIRA PARTE: Caracterização da instituição educativa e da prática do pedagogo


Essa primeira parte do relatório de estágio consiste na caracterização da instituição onde o
estágio está sendo realizado e na descrição e análise de aspectos referentes ao trabalho da
coordenação pedagógica.
Tamanho: entre 4 e 7 laudas, sem considerar imagens.
Para a realização deste trabalho alguns pontos deverão ser contemplados:
1 – Caracterização da instituição:
1.1. Dados gerais
a) Localização da instituição no bairro e breve descrição sobre as características
principais da comunidade;
● Nome da escola: Escola Municipal Anne Frank
● Localização e público atendido:Rua Cecília Magalhaẽs Gomes,445 - Conjunto
Confisco, Belo Horizonte – MG, 31.360-510
● Comunidade carente, localizada entre 3 complexos.
b) Se a instituição onde o estágio será realizado for uma escola da rede pública ou privada, é
importante registrar:
● Rede de ensino: pública/privada; municipal/estadual/federal: Pública, Municipal.
● Localização e estrutura física (banheiros, laboratórios, biblioteca, cantina, etc.):
descrição das condições e de sua utilização:
A sala de aula é organizada de modo que as carteiras são enfileiradas. Cada uma delas é
composta por 5 fileiras, com 6 cadeiras cada uma, sendo assim cada sala comporta 30
alunos. Os ambientes de aprendizado também possuem boa ventilação, estantes, armários,
projetores, computador, caixa de som e prateleiras com livros e materiais tanto dos
alunos, quanto da escola disponibilizado para eles. As salas possuem 2 quadros, um para
lecionar a aula e outro com combinados acerca do comportamento e desenvolvimento da
aula. O tempo e as rotinas de cada aula são estabelecidos a partir de um planejamento
feito pelo professor e executado após o aval da direção. Além destes, outros espaços
escolares também são utilizados, como biblioteca, telecentro (a sala de informática),
auditório e quadras. A organização do uso é feita de acordo com o quadro de horários
arquitetado pela coordenação. A professora regente da turma, nos casos do auditório e
biblioteca acompanha os alunos e permanece com eles nos espaços, nos demais ambientes
há professores responsáveis pelos espaços. O tempo e as rotinas de cada aula são
estabelecidos a partir de um planejamento feito pelo professor e executado após o aval da
direção.
● Etapas (infantil/fundamental/médio) e modalidades de ensino oferecidas
(profissionalizante/ educação de jovens e adultos, educação especial): da Ed. infantil
ao Ensino Fundamental II, 9° ano.
● Número de turmas (por turno e séries/ciclos) e carga horária por turno;
No turno da manhã há 17 turmas, sendo 3 turmas da Educação Infantil, 3 turmas do de 1°
ano, 3 turmas de 2° ano, 3 turmas de 3° ano, 2 turmas de 4° ano e 3 turmas de 5° ano.
No turno da tarde há 12 turmas, sendo 3 turmas da Educação Infantil, 3 turmas de 6° ano,
2 turmas de 7° ano, 2 turmas de 8° ano e 2 turmas de 9° ano.
Cada turno tem duração de 4h30.
● Número de alunos (por turno e séries/ciclos);
De manhã, há cerca de 25 alunos por turma, totalizando 425 alunos no turno.
De tarde há 30 alunos por turma do EF e 25 da EI, totalizando 345 alunos no turno.
● Número de professores em exercício (por grau e ciclos/séries; por nível de carreira –
professores da educação infantil, do ensino fundamental, médio, grau de formação
acadêmica etc.);
Há 17 professores no período da manhã e 12 no período da tarde, um por série. Todos
graduados e a grande maioria com pós graduação em, por exemplo, História,
Psicopedagogia, Matemática, etc. Há alguns também com doutorado.
● Profissionais técnico-administrativos: número por cargo e turno;
pedagogos(as)/coordenadores(as) pedagógicos(as) por turno.
A organização pedagógica da EMAFK é dividida da seguinte forma: no turno da manhã
temos três coordenadoras pedagógicas, sendo divididas suas funções da seguinte forma:
uma para substituições e eventualidades, uma que faz o acompanhamento pedagógico do
1º ciclo e uma que faz o acompanhamento pedagógico do 2º ciclo. As três coordenadoras
são responsáveis pela disciplina e atendimento aos pais e responsáveis, bem com as
demandas da direção e SMED. O mesmo ocorre no turno da tarde, sendo o atendimento
dividido entre o 3º ano do 2º ciclo e o 3º ciclo. No turno da noite temos um coordenador
que desempenha as funções de coordenador pedagógico e disciplinar, além de atender as
demandas da direção e SMED.
1.2. – Aspectos da organização e funcionamento da escola
a) A proposta educacional da instituição:
● O Projeto Político Pedagógico ou proposta de trabalho da equipe: processo de
elaboração, participação dos professores e desenvolvimento;
O processo de elaboração foi em colaboração de todos os professores com colaboração
externa de monitores da UFMG. Foram separados grupos, cada um com seu tema para
redigir o PPP.
● O currículo e a proposta didática da escola: processo de elaboração e participação
dos professores, material didático, avaliação, etc.
Queremos uma escola capaz de trabalhar um currículo significativo, preparada para que o
ensino e a aprendizagem de fato se efetivem em que a proposta político pedagógica esteja
alicerçada a uma pedagogia crítica, capaz de desafiar o educando a pensar criticamente a
realidade social, política e histórica. . É nossa intenção trabalhar o currículo de forma
ampla, possibilitando a articulação entre os saberes escolares e saberes sociais e trabalhar
o conteúdo escolar a partir de vivências e experiências extra escolares dos estudantes.
● O tipo de assistência pedagógica dada àqueles/as que necessitam de maior
acompanhamento;
PIP, projeto de intervenção pedagógica, a partir da orientação da prefeitura. Aulas de
reforço no turno e contraturno.
● A questão do desempenho escolar: avaliação e propostas de intervenção;
Boletim Escolar com notas distribuídas ao longo do ano letivo, organizado em trimestres,
sendo 30 pontos no 1º trimestre, 30 pontos no 2º trimestre e 40 pontos no 3º trimestre. A
média corresponde a 60% do total de pontos distribuídos. Avaliar implica sinalizar
caminhos para que professores decidam sobre as intervenções e redirecionamentos na
organização do fazer pedagógico. Durante todo o ano são traçados planos de recuperação
paralela para aqueles educandos que não estão acompanhando o ritmo de aprendizagem
da classe. São também planejadas atividades de recuperação após a semana de avaliações
trimestrais, dando ao aluno a oportunidade de recuperar a nota perdida e apreender os
conteúdos trabalhados naquele período. Os casos de retenção ao final do ciclo são
criteriosamente discutidos em conselhos de classe e têm ocorrido em menor número. Para
garantir a continuidade educativa e permanência dos alunos na escola, outras ações vêm
sendo desenvolvidas, como a título de exemplo podemos citar: flexibilização dos tempos
dos professores e reagrupamento dos alunos, duas vezes 140 por semana no primeiro
horário de aula, considerando o desenvolvimento da aprendizagem da leitura e escrita,
transformando cinco turmas em seis, sendo que a coordenadora pedagógica assume uma
turma, para possibilitar um atendimento mais específico e com grupos menores. Citamos
também o atendimento no projeto de alfabetização para pequenos grupos de alunos do 1º
ciclo e ainda, o PMA com alunos do 2º ciclo, quando a turma é dividida em dois grupos e
são atendidos pelo professor referência e o professor de apoio, de acordo com as
dificuldades apresentadas, tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática.
b) A organização dos tempos e espaços:
● Caracterização social, econômica e cultural dos profissionais da instituição, alunos,
professores, pedagogos, psicólogos, assistentes sociais e comunidade: raça, sexo e
idade;
Pesquisas revelaram que alunos e comunidade se adequam a classe baixa, em uma
situação vulnerável. Verificou-se que quase a metade das famílias atendidas pela
instituição 46% vive com apenas um salário mínimo (R$880,00) e um terço (32%) com
uma renda de um a dois salários mínimos (entre R$880,00 e R$1.760,00). 12% vive com
renda entre três salários mínimos a quatro salários (R$2.640,00 e R$ 3.520,00) Apenas
2% vive com renda acima de três salários mínimos (R$2.640,00).
● Os rituais: as festas, as tradições e a participação da comunidade;
A escola desde o início abriu suas portas à comunidade, sendo espaço para reuniões de
associações, escola dominical, catequese aos sábados e futebol na quadra aos fins de
semana e férias. Este envolvimento com a comunidade vai além de reuniões e uso do
espaço, como podemos perceber no documento de 1995, entregue ao Departamento de
Educação 157 Regional Pampulha, os “Parâmetros para levantamento nas escolas da
implantação do programa escola plural”. No item cinco, sob o título de “Intercâmbio com
a comunidade”, o documento mostra a relação escola/comunidade, que não se dá só
através de reuniões, mas também através do colegiado e na preparação e desenvolvimento
de algumas atividades, como jogos e gincanas. Desde o ano de 2005 a escola trabalha
com o Projeto Escola Aberta, oferecendo oficinas aos finais de semana e oportunidade de
geração de renda a pessoas da comunidade que atuam como oficineiros.
● As regras disciplinares e sanções: como funcionam, quem determina, quem zela pelo
cumprimento, etc.;
Acreditamos que a existência de normas e regras e o respeito às mesmas são fatores
imprescindíveis para a educação individual e coletiva, pois contribuem para uma
convivência escolar saudável, produtiva e organizada, necessária para a boa formação de
nossos alunos. Neste sentido, não podemos prescindir da efetiva colaboração e parceria
família – escola. Consideramos importante destacar que as normas gerais e procedimentos
que regulamentam o funcionamento de nossa escola são apresentadas em um manual que
é entregue aos pais na primeira reunião escolar e aos alunos dos pais ausentes após esta
reunião.
● O uso dos espaços: pátio, capela, quadras, parques, cantinas, biblioteca,
laboratórios, banheiros, sala dos professores, sala da direção e sala do(a)
pedagogo(a), sala da coordenação; o comportamento dos sujeitos nesses espaços;
A Escola possui 1 salas de aula, 01 Laboratório de Informática, 01 sala de professores, 01
sala de mecanografia, 01 sala para a Caixa Escolar, 01 sala para a Secretaria, 01 sala para
a Direção, 01 Biblioteca, 01 Cantina, 01 Depósito de Merenda, 01 Almoxarifado, 01 sala
para o PSE, 01 Banheiro Feminino para aluno, 01 Banheiro Masculino para aluno, 01
Banheiro para Deficiente, 01 Banheiro para Funcionária, 01 Banheiro para Funcionários,
02 Banheiro para Professores, 01 quadra coberta, 01 quadra descoberta, 02 pátios: um
coberto e outro descoberto. Em relação aos equipamentos a EMAFK possui 02
computadores na sala dos Professores, 06 computadores na Administração, 01
computador para o PSE, 15 computadores para o Laboratório de Informática, 06
impressoras, 05 notebooks, 04 multifuncionais na mecanografia, 02 fax, 06 televisores, 03
aparelhos de DVDs, grande acervo de livros, CDs e DVDs, jogos pedagogicos,
fantoches/fantasias, material de papelaria para os trabalhos pedagógicos e sala de aula, 02
freezers, 01 geladeira industrial, 02 fogões industriais, 01 balcão de alimentos, 03
geladeiras, eletrodomésticos em geral, mesas e bancos para as refeições dos alunos.
● O estado de conservação das dependências da instituição: muros, quadras, salas de
aula, cantina, salas de reuniões e demais repartições;
Bem conservados, atualmente passando por reformas em toda estrutura.
● Os locais preferidos pelos sujeitos dentro da instituição;
Quadra, pátio e escadão.
● A organização dos tempos escolares: como se organizam e se articulam os tempos
dos alunos, profissionais e comunidade;
A organização do trabalho dos professores da escola privilegia processos coletivos de
trabalho. As turmas de 1º ciclo têm um professor referência que os acompanha durante
três anos, sendo que no primeiro ciclo, os mesmos professores acompanham os mesmos
grupos de alunos ao longo do ciclo, garantindo a continuidade e percebe-se que o índice
de evasão é bem menor. No segundo ciclo, os mesmos professores acompanham os
mesmos alunos somente no 4º e 5º ano, pois a partir do ano de 2015, o 6º ano passou a ser
atendido por professores especialistas das disciplinas, de acordo com a LDBEN/96, como
já ocorria com todo o terceiro ciclo. Na EJA o trabalho com as turmas de alfabetização,
níveis I e II, é realizado por professores alfabetizadores e/ou especialistas. As etapas de
certificação são atendidas por professores especialistas das disciplinas. Do coletivo de
professores é retirada a coordenação pedagógica a qual tem como função acompanhar o
trabalho pedagógico, discutir e decidir sobre os tempos e os espaços, as atividades de
forma a atender as demandas do ciclo. Como articulador, o coordenador vai criar
estratégias que tornem o trabalho coletivo significativo, que possibilitem ações de
parceria e resultem no desenvolvimento de ações para atingir objetivos e metas comuns.
É, portanto, o mediador entre currículo e professores. Aquele que poderá auxiliar o
professor a fazer as devidas articulações curriculares e demais aspectos das relações
pedagógicas e interpessoais que se desenvolvem na sala de aula e na escola. Cabe ainda, à
coordenação pedagógica, fazer a articulação: direção-professor, acompanhante
pedagógico-professor, família-professor.
● Os critérios para a distribuição dos alunos por turma, ciclos e séries (ou para a
distribuição dos profissionais nas tarefas cotidianas da instituição)
Não há muitos critérios, o único que é seguido à risca é uma divisão heterogênea: 50%
meninos e 50% meninas.
c) As relações entre os sujeitos da comunidade escolar:
● Reuniões, Semana Pedagógica, Conselhos de Classe; coordenação de
áreas/disciplinas/séries;
A gestão na EMAFK tem como fio condutor o diálogo entre seus segmentos. As decisões são
construções coletivas onde a prática da transparência na administração da escola é cotidiana.
É possível verificar a participação de todos os segmentos na elaboração do calendário escolar,
no envolvimento de projetos e em campanhas ou movimentos sociais do bairro pela melhoria
da qualidade de vida (orçamento participativo, projeto educação ambiental, projeto de
relações étnicas raciais e outros). Para que essa prática aconteça de forma efetiva,
mensalmente a direção da escola se reúne com a coordenação pedagógica para avaliar os
projetos desenvolvidos, organizar as atividades de forma a atender as demandas dos ciclos e
coordenar as iniciativas dos profissionais, articulando a integração dos turnos, organizando a
formação dos professores, a participação dos pais e dos alunos. Essas reuniões geralmente
são registradas e afixadas em locais onde todos têm acesso. Esses registros por sua vez são
apreciados e analisados pelo coletivo de professores. Periodicamente, a gestão da escola
realiza reuniões com os professores dos 3 turnos, quando enfatiza o fazer pedagógico,
fazendo uma roda de conversa e abrindo um diálogo para avaliação e redimensionamento das
propostas de trabalho, bem como, traçar novas metas e estratégias para efetivação das
propostas pedagógicas elencadas para aquele período do ano letivo. São repassados informes
pertinentes, vindos da SMED, parceiros e outros.
2 - Um olhar sobre o cotidiano da instituição e sobre o trabalho do/a pedagogo/a
2.1. Caracterização das atividades de coordenação no contexto da proposta de trabalho
deste profissional.
● Situar o trabalho da coordenadora ou do coordenador no interior das práticas
pedagógicas desenvolvidas pela instituição e, mais especificamente, do Projeto
Pedagógico por esta assumido.
Foi a partir do Projeto Conviver, implantado em 2002, que a orientação disciplinar foi tratada
na escola como objeto de discussão e sistematização de estudo. O Seminário Construindo a
Paz em Parceria foi um viés essencial para a construção de uma proposta pedagógica, onde a
questão disciplinar passou a permear diretamente a organização dos projetos educativos. O
Regimento Escolar/2015 vem nessa direção, abordando, dentro de seus objetivos a
construção e a organização do ambiente escolar juntamente com a participação direta dos
alunos, já que, a promoção de um espaço pedagógico tranquilo, prazeroso e, sobretudo
produtivo se faz exigir a necessidade de reflexão e do diálogo constante sobre as ações dos
sujeitos que na escola se inserem. A proposta de contemplar os objetivos aqui mencionados
se deu em vários aspectos: a realização de assembleias de alunos, a construção do código de
conduta da escola, reunião periódica com os pais para discussão das questões disciplinares ou
problemas acerca deste fato. É bom salientar que todas as regras e combinados são discutidos
com os alunos, que participam efetivamente da construção das regras de boa convivência no
ambiente escolar. 164 Valorizar a cultura e o histórico de vida que cada aluno traz consigo
representa um meio importante para atingir os propósitos de uma organização disciplinar que
atenda de fato as necessidades dos educandos desta comunidade. Nesse sentido, investir e
incentivar o desenvolvimento das aptidões e habilidades dos alunos, especialmente aqueles
em situação de risco social, significou um passo importante para atingir este feito. A
formação dos Grupos de Protagonismo na área de teatro, literatura e outros, é um exemplo
dessa proposta. Através da realização das assembleias com os alunos e o exercício do diálogo
entre os sujeitos, foi perceptível a apreensão de valores sociais e a construção de um código
de conduta mais responsável, mais afetivo e mais humano.
● Observar a relação da coordenação com o corpo docente, a comunidade e os/as
alunos/as e/ou demais profissionais da instituição;
Sempre impondo ações necessárias para a disciplina, de forma sútil e amigável, prezando
sempre o respeito e a boa convivência.

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