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os
alimentos
ÍNDICE GERAL
CONHECER OS ALIMENTOS
3.ª edição, revista e atualizada
Impressão:
PERES-SOCTIP,
Indústrias Gráficas, S.A.
Estrada Nacional 10, km 108,3
Porto Alto
2135-114 SAMORA CORREIA
Introdução
As necessidades energéticas . . . . 8
Encontrar o equilíbrio . . . . . . . . . . . . 9
Conservar os alimentos . . . . . . . 12
Conservar pelo efeito do calor . . . . . . . 12
Conservar no frio . . . . . . . . . . . . . . 13
Conservação por ionização . . . . . . . . 15
Aditivos . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Corantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Conservantes . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Antioxidantes . . . . . . . . . . . . . . . 17
Agentes de textura . . . . . . . . . . . . . 17
Substâncias gustativas . . . . . . . . . . . 17
Ácidos, bases e sais . . . . . . . . . . . . . 18
Os alimentos de A a Z
A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
B . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
C . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
E . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105
F . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .112
G . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .124
H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .134
L . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .136
M . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
N . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166
P . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .172
Q . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
R . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .200
S . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .205
T . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .212
U . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .217
V . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .218
Introdução
Conhecer os alimentos
As necessidades
energéticas
Os alimentos são o combustível do corpo, ou seja, forne-
cem-lhe a energia necessária para funcionar bem. Para cal-
cular as quantidades ideais de comida, é necessário uma
unidade de medida. A quantidade de energia expressa-se
em quilocalorias (kcal). Na linguagem corrente diz-se
apenas calorias. A energia também pode ser expressa
em quilojoules (kJ). Uma quilocaloria corresponde a
4,18 quilojoules.
8
Introdução
Encontrar o equilíbrio
O equilíbrio entre os vários nutrientes energéticos é muito
importante. Não se pode comer apenas gorduras ou açú-
cares sem pôr a saúde em risco, mesmo que, dessa forma,
se atinja a quantidade ideal de calorias. Em traços gerais,
é desejável que as fontes de energia sejam distribuídas da
seguinte forma:
– entre dez e 15 por cento de proteínas;
– entre 30 e 35 por cento de gorduras, com proporções
idênticas de ácidos gordos saturados, monoinsaturados
e polinsaturados (veja Gorduras, na página 127);
– entre 55 e 60 por cento de hidratos de carbono (açúcares
e amidos), dos quais um máximo de dez por cento para o açú-
car adicionado (o que acrescentamos ao café, por exemplo).
9
Roda dos alimentos
Leguminosas:
uma a duas porções
por dia.
Cereais e derivados
e tubérculos:
quatro a onze
Produtos lácteos: porções por dia.
duas a três porções
por dia.
Fruta:três a cinco
porções por dia.
Hortícolas:três
a cinco porções
por dia.
Gorduras e
óleos:uma
a três porções
por dia. Bebidas alcoólicas:
com moderação.
Atividade física:
pelo menos 30
minutos por dia.
Nota: os valores-limite (mínimo e máximo) das porções aqui recomendadas foram calculados para os
valores energéticos de 1300 calorias e 3000 calorias, sendo a quantidade intermédia correspondente
a um plano alimentar de 2200 calorias. As crianças de um a três anos devem guiar-se pelos limites
inferiores e os homens ativos e os rapazes adolescentes pelos superiores; a restante população deve
orientar-se pelos valores intermédios.
Introdução
O pequeno-almoço
As refeições complementares
11
Conhecer os alimentos
Conservar os alimentos
A conservação dos alimentos faz-se recorrendo a métodos
que utilizam o calor ou o frio ou ainda a ionização.
12
Introdução
Conservar no frio
A refrigeração ocorre entre zero e 4ºC e conserva alguns
alimentos apenas durante poucos dias (veja o gráfico
abaixo).
150 mg/kg
120 mg/kg
50 mg/kg
20 mg/kg
13
Conhecer os alimentos
14
Introdução
Alguns conselhos
15
Conhecer os alimentos
Aditivos
A indústria alimentar procura, cada vez mais, melhorar
determinadas características nos alimentos ou prolongar
a sua conservação. Apesar de estas substâncias não terem
valor nutritivo, a verdade é que fazem parte da maioria dos
produtos alimentares industriais. Presentemente, estão
autorizados mais de 300 aditivos.
Corantes
Substâncias que conferem ou restituem cor a um alimento.
Podem ser de origem natural, como por exemplo as clorofi-
las e clorofilinas (E 140), ou extraídas de vegetais ou ainda
sintéticas, como a tartarazina (E 102).
Conservantes
Substâncias que prolongam o prazo de conservação
dos alimentos, protegendo-os contra a deterioração cau-
sada pelos microrganismos e/ou contra o desenvolvimento
de microrganismos patogénicos. A sua utilização não
garante a ausência ou eliminação destes microrganismos.
16
Introdução
Antioxidantes
Conservam os alimentos, protegendo-os contra a dete-
rioração causada pela oxidação, tal como a rancificação
das gorduras e as alterações de cor das batatas ou dos fru-
tos descascados. Alguns são de origem natural mas, em
geral, têm origem sintética como o BHA (E 320) ou o BHT
(E 321).
Agentes de textura
Substâncias que atuam sobre a consistência do alimento ao
qual são incorporados, modificando-a ou estabilizando-a.
Entre outros, podem ser incluídos neste grupo os espes-
santes, os gelificantes, os emulsionantes e os estabilizado-
res. O seu uso justifica-se, em alguns casos. Nos alimentos
light, por exemplo, permitem substituir as matérias gordas
por água.
Atenção!
O efeito dos aditivos
no organismo humano
Substâncias gustativas continua a ser estudado,
existindo aspetos que
Estas substâncias têm em comum a sua ação sobre o sabor ainda não estão devi-
damente esclarecidos.
dos alimentos, transformando-o ou reforçando-o. Nesta Os resultados das inves-
categoria estão incluídos os intensificadores de sabor e os tigações toxicológicas
edulcorantes. traduzem-se, frequente-
mente, na chamada “dose
diária admissível” (DDA).
Os primeiros, como o nome indica, intensificam o sabor Esta representa a dose
e/ou o cheiro dos alimentos. Os mais conhecidos são diária (em miligramas por
quilo de peso) que se
o ácido glutâmico e os seus sais (do E 620 ao E 625), que
pode absorver, durante
podem ser sintetizados a partir da fermentação bacte- um largo período de
riana do açúcar. Utilizam-se para conferir um sabor doce tempo, sem perigo para a
aos géneros alimentícios ou como edulcorantes de mesa. saúde.
As DDA são estabelecidas
São muito usados para substituir o açúcar nos alimentos a partir de experiências
e bebidas light, reduzindo de forma significativa o seu de laboratório realizadas
valor calórico. Apesar de úteis para quem, por questões de em animais. Por isso,
produzem apenas dados
saúde, tem de limitar a ingestão de açúcar, o consumo de indicativos. Não é possível
edulcorantes deve respeitar algumas restrições. As crian- afirmar, com absoluta
ças, por exemplo, atingem mais rapidamente a dose diá- certeza, que um produto
inofensivo para os ani-
ria admissível (esta depende do peso corporal) e, portanto, mais não é perigoso para
obrigam a uma maior vigilância. o homem.
17
Conhecer os alimentos
18
Os alimentos de
AaZ
Conhecer os alimentos
A
B
Abacate
C
Originário da América Central, é o fruto
do abacateiro, uma árvore que se desen- D
volve em climas quentes. Em Portugal,
existe na Madeira e no Algarve. Pode
E
comer-se praticamente todo o ano. O aba-
cate apresenta-se em duas variedades principais:
F
– pele verde, fina e lisa, de forma arredondada;
– pele verde-violácea, grossa e rugosa e de formato mais
alongado. G
H
Como consumir
I
Escolha os frutos pesados, carnudos e brilhantes e rejeite
os manchados ou “tocados”. Estão perfeitos para comer J
quando a sua pele cede após uma ligeira pressão com o
dedo. Um abacate maduro conserva-se durante pouco L
tempo. Pode escolher um ainda verde, para o deixar ama-
durecer à temperatura ambiente. M
Abacaxi V
20 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
Abóbora
C
A abóbora é o fruto da aboboreira. Existem diversos
tipos, por exemplo abóbora-menina e abóbora- D
-manteiga, alguns dos quais podem atingir
grandes dimensões.
E
F
Como consumir
Deve ser colhida madura, sobretudo no outono. Aguenta-se G
muito tempo intacta, mas, uma vez aberta, só dura dois
ou três dias no frigorífico. Se a comprar aos pedaços, H
certifique-se de que estes não estão secos. Para melhorar a
sua conservação, envolva-os em película aderente. I
Valor nutricional N
S
Acelga
T
É uma planta herbácea que cresce de forma
espontânea, por toda a Europa. Existem U
diversas espécies, sendo a mais frequente a
de folhas verdes com uma grossa nervura cen- V
tral. Pode encontrar-se à venda durante todo
o ano. X
21 Z
Conhecer os alimentos
A
B
Como consumir
C
Escolha as acelgas frescas, de folhas polidas, brilhantes
e viçosas. Apesar de ser uma planta da mesma espécie D
da beterraba, apenas as suas folhas podem ser consumi-
das. Normalmente, são cozidas e acompanham pratos
E
mais consistentes. Porém, também se utilizam em sopas,
esparregados e gratinados. Quando cruas, as folhas tempe-
F
ram-se com sal, vinagre e azeite.
G
Valor nutricional
H
A acelga é rica em água e pobre em calorias. O seu valor
energético é de cerca de 20 calorias (84 quilojoules), por I
cem gramas. Destaca-se o seu teor em vitamina A, C, caro-
tenoides e vitaminas do grupo B, como o ácido fólico (B9). J
Apresenta um teor significativo de cálcio, fósforo, potássio
e fibra e é rica em ferro. L
N
Açúcar
O
A designação “açúcar” está reservada aos hidratos de
carbono que têm um sabor doce. Também se deno-
P
mina por açúcar de absorção rápida porque é digerido
e metabolizado imediatamente, ao contrário do que
acontece com o açúcar de absorção lenta (amido). Q
22 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
– o açúcar em cubos (açúcar cristalizado e posteriormente
enformado em cubos); C
– o açúcar mascavado de cana (açúcar proveniente da seiva
depurada da cana-de-açúcar). D
TEOR DE AÇÚCAR E
NOS ALIMENTOS
(em gramas, por cem gramas de alimento)
F
Açúcar 100
Farinha 75 a 79
Cereais 70 a 80
G
Figo e tâmara secados 58 a 67
Compota 50 a 60 H
Chocolate 44 a 64
Castanha 40 I
Pão 37 a 58
Leguminosas secas 33 a 55 J
Fruta em calda 20 a 29
Batata 20 L
Leite 5
Amêndoa, noz e avelã 4 a 10
M
Queijo fresco 4
Fruta fresca 2 a 22 Atenção!
Legumes frescos 0,5 a 7 N
O açúcar e os produtos
Gorduras 0 açucarados desem-
Fonte: Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge penham um papel O
importante na formação
de cáries dentárias. Para
as evitar, o melhor é redu- P
zir o consumo de doces.
Como consumir Não se esqueça de lavar
os dentes depois de cada Q
refeição ou, pelo menos,
Utiliza-se na elaboração de produtos de confeitaria e pas- uma vez por dia. Ensine
telaria, como adoçante dos alimentos e também como con- R
às crianças que os doces
servante. Esta última propriedade deve-se à sua grande apenas devem ser
capacidade de se ligar às moléculas de água, razão pela qual ingeridos em situações S
excecionais.
deve ser armazenado em ambientes secos. Algumas pessoas, princi-
palmente os diabéticos, T
devem limitar o consumo
de açúcar natural e recor-
Valor nutricional rer aos edulcorantes ou U
adoçantes. O consumo
O açúcar é um alimento essencialmente energético: cem gramas de ciclamatos ou de
V
sacarinas é desaconse-
de açúcar, sob qualquer das suas formas, fornecem 400 calorias lhável (veja Edulcorantes,
(1680 quilojoules). O açúcar de cana não é menos calórico do na página 105). X
23 Z
Conhecer os alimentos
A
B
que o de beterraba. Ambos constituem um alimento energético Um bom conselho
que se deve utilizar, sobretudo, em caso de esforço físico. Se gosta de produtos C
doces, acrescente à sua
Os açúcares (refinados ou não) não contribuem com dieta alimentos ricos em
D
vitamina B1, como cereais
nenhum outro tipo de nutriente para o organismo. integrais, legumes, carne
Contrariamente ao que muitas pessoas pensam, os açúca- de porco, leite, ovos, entre
E
res mascavado e amarelo não possuem mais vitaminas e outros. Esta vitamina
intervém na transforma-
sais minerais do que o branco. Não deixam de ser açúcares,
ção da glucose e, por- F
são apenas menos refinados. tanto, na boa assimilação
do açúcar.
Se consumido em excesso, pode dar origem a obesidade G
e, por vezes, à diabetes. Se tivermos em conta que a maior
parte das bebidas industriais, por exemplo, têm açúcar, H
é fácil cair em excessos.
I
Agrião L
P
Como consumir
Escolha molhos de agrião frescos e viçosos, de um verde Q
Atenção!
intenso. Antes de lavar, em várias águas, com um pouco O agrião selvagem pode
de vinagre ou sumo de limão, retire as folhas que estiverem ser contaminado por R
amareladas e os talos mais grossos. Utilize-os logo a seguir. um parasita. Por isso, não
colha agrião que cresça
S
junto a águas paradas
O agrião consome-se cru, em saladas e guarnições, e/ou poluídas. Lave
ou cozido, sobretudo em sopas. as folhas muito bem. T
As pessoas com pro-
blemas renais devem
comê-lo com moderação, U
Valor nutricional por este ser muito rico
em potássio.
V
O agrião tem um valor energético reduzido: 24 calorias
(cem quilojoules), por cem gramas. É rico em vitamina A, X
24 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
C e ácido fólico (Vitamina B9). Contribui ainda com cálcio,
ferro, potássio e fósforo. É também fonte de fibra. C
Água F
25 Z
Conhecer os alimentos
A
B
Água engarrafada Atenção!
As águas gasosas (com C
A legislação portuguesa não permite que as águas engar- gás natural) ou gaseifica-
das (com gás adicionado)
rafadas sofram qualquer tratamento químico. Portanto, são desaconselhadas D
têm de ser naturalmente potáveis. A lei distingue duas para consumo regular,
categorias de água engarrafada: as minerais naturais para a preparação da ali-
mentação infantil e a E
e as de nascente. quem sofre de refluxo
gastroesofágico.
F
As águas minerais naturais são captadas ou brotam As águas muito ricas
espontaneamente da terra. Os seus benefícios para a em sulfatos podem
ter um efeito laxativo, G
saúde resultam das características físico-químicas na ori- especialmente quando
gem. Podem ser gaseificadas ou não, mas, em qualquer associadas ao magnésio.
dos casos, têm de respeitar determinadas características As águas muito ricas em H
sódio são desaconse-
microbiológicas. lhadas a quem sofre de
problemas cardiovascu- I
Por apresentarem alguns constituintes em quantidades lares. Caso o médico lhe
tenha recomendado uma
mais elevadas, estas águas podem ser aconselháveis para dieta pobre em sódio,
J
fins específicos como, por exemplo, problemas intesti- é preferível optar por
nais, mas não para uso corrente. Nalguns casos, sobretudo águas com menos de 20 L
miligramas deste mineral
se forem fortemente mineralizadas, são até desaconse- por litro. Neste caso, as
lháveis para um consumo diário. Por exemplo, uma pes- águas podem mencio- M
soa que sofra de problemas cardiovasculares deve evitar nar no rótulo “convém
para um regime pobre
águas com muito sódio. Por isso, as águas minerais natu- N
em sódio”. As grávidas,
rais não devem ser encaradas como uma alternativa à água os bebés e as crianças
da rede. O seu consumo ocasional não acarreta qualquer devem evitar água com
um teor elevado de O
prejuízo para a saúde, mas, para uma utilização sistemá-
nitratos. Pessoas com
tica, o melhor é ir variando de marca. problemas renais também P
não devem consumir
As águas de nascente também são captadas ou brotam águas com muito cálcio
espontaneamente da terra, mas não possuem quaisquer
e magnésio. Q
propriedades específicas. Por isso, podem ser consumidas
diariamente, sem reservas. Ainda assim, escolha as menos R
mineralizadas. Também podem ser gaseificadas.
S
Como consumir T
26 Z
Os alimentos de A a Z
A
Como ler o rótulo B
C
Mineralização total
ou resíduo seco Indica
o teor em minerais. Até
D
Sílica (SiO2) Composto 50 mg/l, a água é muito
abundante nos solos. Sem pouco mineralizada.
Entre 50 e 1500 mg
inconvenientes para a saúde.
é oligomineral ou pouco
E
mineralizada. Acima
de 1500 mg/l é rica
em minerais.
F
pH Acidez, numa
escala de zero a 14. G
A água é neutra se
medir sete, ácida, se
for inferior a sete, e H
alcalina se exceder
este valor.
Sódio (Na+)
Em quantidades elevadas,
I
Cloreto (Cl-) pode ser nocivo.
Sem problema Em teores abaixo de
20 mg/l pode indicar
J
para a saúde.
Com mais “convém para um regime
de 200 mg/l, são pobre em sódio.”
cloretadas.
L
Bicarbonato (HCO3) Magnésio (Mg2+) Com
Com mais de 600 efeito laxante em teores M
mg/l, são águas elevados e se associado
bicarbonatadas. ao sulfato. Águas com
Com moderação, teor superior a 50 mg/l são N
são úteis para Sulfato (SO42- ) Nitrato (NO3) Cálcio (Ca2+)
magnesianas.
combater a acidez. Em grande Surge pelo Em teores
quantidade, uso de adubos elevados,
pode ser azotados interfere na O
laxante, na agricultura. absorção de
sobretudo Proibido nutrientes,
associado em teores como o P
ao magnésio. acima potássio,
Águas com mais de 50 mg/l. o ferro e o
de 200 mg/l, são zinco. Águas Q
sulfatadas. com mais de
150 mg/l são
cálcicas. R
Dióxido de U
carbono livre (CO2)
Quantidade de gás. Fluoretos ou flúor Por lei, a água
com mais de 1,5 mg/l deve indicá-lo V
e desaconselhar o consumo regular
a lactentes e crianças com menos
de sete anos. X
27 Z
Conhecer os alimentos
A
B
da torneira nem sempre tem um sabor agradável. Eis o que
é possível fazer em certas situações: C
– para eliminar o sabor ou odor intenso a cloro retire-a ante-
cipadamente para um jarro. O cloro liberta-se, naturalmente, D
alguns minutos depois de a água ter sido retirada da torneira.
Pode acelerar o processo agitando a água ou fervendo-a;
E
– quando a água tem um forte sabor e odor a metais (ferro,
por exemplo) utilize os primeiros litros que saem da torneira
F
para outro fim. Por exemplo, para regar vasos de plantas.
Se isso não for suficiente, talvez esteja na altura de substituir
a velha canalização de metal por uma de material plástico; G
– se a água apresenta sedimentos e turvação deixe-a
correr durante alguns instantes. Trata-se, na maior parte H
dos casos, de situações momentâneas, que desaparecem
em pouco tempo. I
Valor nutricional R
28 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
talvez seja conveniente saber que a fervura da água reduz
parcialmente o seu teor em cálcio e magnésio. C
Aipo E
F
Oriundo das margens do Mediterrâneo,
difundiu-se um pouco por todo
o lado. Apesar de não ser muito utili- G
zado no nosso país, o consumo deste
legume saboroso e nutritivo tem vindo H
a aumentar.
I
Existem diversos tipos de aipo, colhidos em diferentes
épocas do ano. De outubro a junho é a época ideal para J
consumir o aipo-de-cabeça ou aibo-nabo e o aipo-de-talo.
Este último tem um aroma muito marcado. L
M
Como consumir
N
Do aipo-de-cabeça consome-se a cabeça, cuja polpa é pare-
cida com a do nabo, mas muito aromática e com um sabor
O
completamente diferente. Deve apresentar-se fresco e sem
feridas ou apodrecimentos. Pode guardá-lo no frigorífico
P
durante algumas semanas.
29 Z
Conhecer os alimentos
A
B
Valor nutricional
C
É pouco energético: 11 calorias (46 quilojoules), por cem
gramas. É uma fonte de fibra, vitaminas, como a C e as do D
grupo B, potássio e cálcio. Tem efeitos ligeiramente laxan-
tes e diuréticos. Mal cozido, pode tornar-se indigesto.
E
Veja também Hortaliças, na página 132.
F
Alface H
Como consumir O
Valor nutricional T
30 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
Alho
C
O alho é um bolbo constituído por vários dentes,
cobertos por uma fina camada de cor branca D
(alho-branco), rosa-pálido (alho-rosa) ou roxo-
-viva (alho-roxo). Exala um cheiro caracterís-
E
tico, devido à presença de um composto sulfu-
roso que, em contacto com o ar, se decompõe numa substância
F
de odor forte e persistente. A colheita dura, geralmente, de abril
a julho, e é nesta altura que surge no mercado o alho fresco.
Atenção!
G
31 Z
Conhecer os alimentos
A
B
naturais das espécies. As práticas utilizadas neste sistema
minimizam o impacto humano sobre o ambiente, pois C
funcionam, dentro do possível, de forma natural. A agri-
cultura biológica privilegia a escolha de espécies animais D
e vegetais resistentes a doenças e adaptadas às condições
locais. Os limites ao uso de pesticidas e fertilizantes sin-
E
téticos, antibióticos, aditivos alimentares, auxiliares tec-
nológicos e outro tipo de produtos são muito restritos.
F
Há ainda a proibição absoluta do uso de organismos gene-
ticamente modificados. A alimentação dada aos animais
deve também ser produzida segundo o modo de produção G
biológico.
H
Os produtos biológicos ostentam um logótipo europeu
obrigatório e um código dos organismos de controlo I
que inspecionam e certificam os operadores biológicos.
O rótulo facilita o reconhecimento e dá confiança aos con- J
sumidores da União Europeia sobre a autenticidade dos
produtos de agricultura biológica. L
alimentação especial S
32 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
A alimentação especial é pensada para grupos específicos
de consumidores com necessidades nutricionais também C
elas especiais, tais como:
– pessoas cujo processo de assimilação ou cujo metabo- D
lismo se encontrem perturbados;
– pessoas que se encontrem em condições fisiológicas
E
especiais e que, por esse facto, podem retirar benefícios
de uma ingestão controlada de determinadas substâncias
F
contidas nos alimentos;
– lactentes ou crianças de pouca idade em bom estado de saúde.
G
Alperce V
33 Z
Conhecer os alimentos
A
B
Ameixa
C
Fruto da ameixeira, árvore de folha
caduca de tamanho médio, a ameixa D
cultiva-se em climas temperados.
Em Portugal, encontra-se um pouco por
E
todo o país, com destaque para a ameixa-d’elvas, uma
variedade de rainha-cláudia muito apreciada. Existem
F
muitas variedades de ameixas, que se distinguem pelo
sabor, tamanho e cor. Eis as mais conhecidas:
– a rainha-cláudia, doce e muito perfumada, é arredondada G
e de pequenas dimensões; a amarela é comercializada,
ainda verde, em finais de julho; e, já madura, em finais H
de agosto. A roxa amadurece apenas em setembro.
– o abrunho é o fruto do abrunheiro, espécie de ameixeira I
silvestre e espinhosa. Ovalado e ligeiramente ácido, este
fruto é consumido ao natural ou utilizado na preparação J
de licores.
L
Como consumir M
34 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
quilojoules), por cem gramas. A ameixa seca, para o mesmo
peso, apresenta cerca de 160 calorias (669 quilojoules). C
Amêndoa F
Como consumir M
35 Z
Conhecer os alimentos
A
B
Amendoim
C
O amendoim, planta herbácea das regiões quentes, apre-
senta-se sob a forma de uma vagem com duas ou três D
sementes (grãos). Em Portugal, cultiva-se no Litoral
Alentejano e no Algarve.
E
F
Como consumir
Escolha amendoins de cor uniforme, sem manchas nem G
vestígios de humidade (bolor). Se comprar a granel, abra
primeiro uma vagem e prove um grão antes de os com- H
prar. Os amendoins comem-se crus, tostados ou salgados.
Também são usados para fazer manteiga e óleo de amendoim. I
J
Valor nutricional
L
Tal como a amêndoa, o amendoim é uma semente oleagi-
nosa e, consequentemente, é rico em gorduras. Aliás, cem M
gramas de amendoins equivalem a cerca de 570 calorias
(2383 quilojoules). Portanto, se tem problemas em manter N
um peso saudável, não abuse.
O
P
Amora Q
A amora silvestre encontra-se facilmente,
durante o verão, em todo o hemisfério R
setentrional, mas existem também peque-
nas plantações de amora. A amoreira negra, de S
frutos grandes, é cultivada sobretudo em Inglaterra e na
costa americana do Pacífico, mas também se pode encon- T
trar em Portugal.
U
Como consumir V
36 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
acidulado, são muito utilizadas na confeção de doces
e bebidas refrescantes. C
G
Valor nutricional
H
Tal como a framboesa, sua parente próxima, a amora é
rica em vitamina C. Contribui com vitamina A e B1 e I
com minerais, como o cálcio, fósforo e ferro. O seu valor
energético é de 30 calorias (125 quilojoules), por cada J
cem gramas. O seu teor em taninos torna-a ligeiramente
adstringente. L
Ananás O
P
O ananás e o abacaxi são o mesmo fruto, mas
cultivado em condições diferentes, o que influen-
cia o seu aroma e sabor. A planta, herbácea, pro- Q
duz um fruto grande, sumarento e de polpa doce
e fibrosa. R
37 Z
Conhecer os alimentos
A
B
Como consumir
C
Escolha um fruto rijo e de odor agradável. As folhas devem ser
verdes e bem firmes. O ananás e o abacaxi constituem uma D
sobremesa refrescante e um ótimo ingrediente para salada de
fruta. Também podem servir-se quentes, como acompanha-
E
mento de carnes gordas. O sumo bebe-se fresco ou em cocktails.
F
Nunca guarde este fruto no frigorífico, pois enegrece Atenção!
ou “coze” rapidamente quando introduzido no frio. Ao contrário do que afir-
mam algumas campanhas G
publicitárias, o ananás
não possui nenhuma vir-
Valor nutricional tude adelgaçante. Embora
H
a bromelina “digira”
certas proteínas, isso I
É rico em vitamina C e em potássio e pobre em sódio. não quer dizer que tenha
O seu valor calórico é de 50 calorias (210 quilojoules), por cem algum efeito semelhante
gramas. O ananás é uma fruta muito digestiva e diurética. nas gorduras. Não é um J
alimento completo, e o
seu consumo exclusivo
A bromelina é uma enzima existente no ananás. É usada numa dieta pode alterar L
para tornar a carne mais macia, para proteger a cer- gravemente o equilíbrio
veja contra a ação do frio e, ainda, para preparar cereais alimentar.
M
pré-cozidos. É destruída pela ação do calor e não se encon-
tra nos frutos esterilizados. N
Arroz P
38 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
são geralmente utilizados para a alimentação animal, mas
alguns deles podem ser incorporados nos diversos tipos C
de arroz, em proporções legalmente determinadas.
D
Reduzido a farinha, o arroz não pode ser usado para fazer
pão, mas a fécula de arroz é excelente.
E
F
Como consumir
Existem centenas de variedades de arroz que se divi- G
dem em três grupos: índica, japónica e fragrante.
Contudo, ninguém os reconhece por estes nomes. H
De facto, em Portugal, os consumidores distinguem,
sobretudo, o arroz agulha e o carolino, além de um I
grupo de novos “tipos”, como vaporizado, basmati, jas-
mim, entre outros. J
39 Z
Conhecer os alimentos
A
B
é na verdade uma erva com um aspeto parecido ao grão de
arroz. É utilizado em pratos exóticos. C
M
Valor nutricional
N
O arroz é uma importante fonte de hidratos de carbono
complexos, mais propriamente de amido (veja a ilustração).
O
Além disso, é rico em proteínas, sendo considerado o cereal
com maior qualidade proteica: contém oito aminoácidos
P
essenciais. Em paralelo fornece ferro,
potássio, fósforo, magnésio, vitaminas
B1, B2, B3 e B6. Estas vitaminas encon- Composição de um bago de arroz Q
tram-se principalmente na película, pelo
Gorduras R
que o arroz integral tem uma qualidade Proteínas (0,6%)
nutricional muito superior à do bran- (7% a 8%)
queado. É ainda rico em fibras. Não tem Água S
(10% a 11%)
praticamente gordura ou colesterol.
T
Não tem glúten, o que faz dele uma Amido
(75% a 80%)
excelente opção para as pessoas com U
doença celíaca (patologia autoimune
que afeta os intestinos). Quer o integral V
quer o branqueado fornecem 352 calorias
(1472 quilojoules), por cem gramas. X
40 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
Atum
C
Os atunídeos são um conjunto
mais ou menos heterogéneo de D
peixes, que diferem tanto nas
suas características anatómicas como no peso e tamanho.
E
São designados por peixes azuis, que, provavelmente, teve
origem na cor do dorso, azulada ou esverdeada. Eis os prin-
F
cipais membros desta família que podem ser encontrados à
venda sob a designação de atum: Atenção!
– o atum-vermelho ou atum-rabilho, cuja carne vermelha G
A cor do atum depende,
é muito apreciada, é um peixe do Mediterrâneo e o maior sobretudo, da espécie e
dos atuns. De conservação difícil, consome-se quase exclu- da parte do corpo de que H
provém. Por isso, o facto
sivamente fresco; de ser clara ou escura não
– o atum-patudo, peixe corpulento que pode atingir tem, necessariamente, I
mais de 200 quilos, é capturado em águas tropicais e implicações na sua quali-
dade. Em todo o caso, a
sub-tropicais de todos os oceanos. É comercializado prin- J
coloração do atum numa
cipalmente congelado e em conserva. É muito utilizado em mesma lata deve ser
sashimi, um prato típico da cozinha japonesa. homogénea. L
– o atum-albacora, um peixe de barbatanas amarelas, tam-
bém conhecido por yellowfinn, que pode atingir 80 quilos. M
Menor do que o atum vermelho, é a segunda espécie mais
pescada em todo o mundo; N
– o atum-branco ou atum-voador, mais frequente no
oceano Pacífico do que no Atlântico, ocupa o terceiro lugar
O
no ranking mundial da captura de atuns. É, por excelência,
o atum branco das conservas;
P
– o gaiado ou raiado é uma das espécies mais pequenas
e o campeão das capturas na pesca comercial.
Q
O bonito é um peixe da família do atum, embora de pala-
dar mais fino. R
S
Como consumir
T
O atum fresco é um peixe muito saboroso. Pode
ser cozido, frito ou grelhado. No entanto, a con- U
serva é a forma mais comum de comercialização
do atum. Apesar das conservas em óleo vegetal serem as V
mais frequentes, existem também em salmoura (“atum
ao natural”) ou em azeite. Também podem conter outros X
41 Z
Conhecer os alimentos
A
B
ingredientes, como legumes ou leguminosas e vários tipos
de temperos. C
G
Valor nutricional
H
O atum é rico em proteínas (cerca de 25 por cento da sua
composição). Cada cem gramas de peixe cobrem cerca I
de metade das nossas necessidades diárias de proteínas.
J
O atum originalmente não contém muita gordura.
Ao ser transformado em conserva, o peixe perde humidade Atenção! L
mas ganha gorduras, derivadas do molho de cobertura. A existência de um
Nas conservas de atum em óleo ou azeite, a quantidade de espaço livre entre o peixe
e a lata pode significar
M
gorduras ronda 15 por cento. Estes valores são substancial- que houve uma retração
mente mais baixos nas conservas em salmoura. O valor do atum, devido a uma N
energético do atum, por cem gramas, é de: cozedura muito intensa ou
a uma má qualidade do
– 110 calorias (460 quilojoules), em salmoura; peixe utilizado. Uma coze- O
– 140 calorias (585 quilojoules), se for fresco; dura muito prolongada
– 215 calorias (900 quilojoules), em conserva de óleo. pode, além disso, ter refle-
xos na textura: em casos P
extremos, a carne pode
Uma colher de sopa de maionese fornece entre 200 e 220 coagular e apresentar um
calorias (836 a 919 quilojoules). Se costuma adicionar este aspeto exterior muito gor- Q
duroso e/ou semelhante
molho ao atum, estão estará a consumir um prato calórico.
a patê. R
Veja também Peixe, na página 174.
S
Aves U
42 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
a comercialização da carcaça sem vísceras, aberta na base
do pescoço e na barriga (para retirar as referidas vísceras). C
A estas podem juntar-se as vísceras comestíveis (pescoço,
fígado e moela, uma vez limpos e embalados). Fala-se D
então de “aves com miudezas”. Veja também Miudezas, na
página 159.
E
A classe A designa as aves de melhor qualidade, de pele uni-
F
forme e sem penas. Nas aves da classe B podem aparecer
alguns defeitos comerciais.
G
Como consumir H
A preparação Atenção!
P
A qualidade bacteriológica
Independentemente do tipo de preparação, estes alimen- da carne depende das
tos devem ser bem cozinhados. Os utensílios de limpar condições da matança, Q
do estado de saúde
e cortar a carne crua devem ser bem lavados, com sabão antes do abate, do trans-
ou detergente, para evitar eventuais contaminações de R
porte e da conservação.
outros alimentos. Os métodos indicados para cozinhar Por isso, insistimos na
dependem da idade do animal. necessidade de tomar S
todas as precauções
possíveis. Depois de tocar
As aves jovens são mais tenras, menos gordas e mais numa ave contaminada T
suscetíveis de perder sucos durante a cozedura. Devem corre-se o risco de con-
taminar os outros alimen-
ser submetidas a uma cozedura rápida, que evita a perda tos. Por isso, lave bem U
de sucos e de alguns nutrientes. Podem assar-se no forno as mãos e os utensílios
ou no espeto, mas neste último caso, demoram o dobro utilizados, depois de pre-
V
parar as aves, devido ao
do tempo a cozinhar. É inútil adicionar gorduras, já que a perigo das contaminações
pele das aves é suficientemente gorda. cruzadas. X
43 Z
Conhecer os alimentos
A
B
As aves mais velhas podem ser assadas ou guisadas com
verduras previamente salteadas. Este processo dura entre C
60 e 75 minutos para a galinha ou o capão, por exemplo. Atenção!
O frango pode preparar-se de diversas maneiras. Se optar A lei admite o uso de anti- D
por cozê-lo, precisará de cerca de hora e meia ou metade bióticos e de coccidios-
desse tempo se recorrer à panela de pressão. Aproveite o táticos durante a criação
das aves, mas não podem E
caldo para fazer sopas ou molhos, já que este contém vita- existir vestígios destas
minas e sais minerais, mas retire-lhe primeiro a gordura substâncias nos animais
abatidos. Tudo para F
com uma escumadeira.
evitar que causem aler-
gias ou resistências aos
G
antibióticos.
Valor nutricional
H
A composição das aves é semelhante à dos outros tipos
de carne. Contêm cerca de 20 por cento de proteínas de I
excelente valor biológico e sete a 15 por cento de maté-
rias gordas. As gorduras das aves são mais ricas em ácidos J
gordos mono e polinsaturados do que as das outras car-
nes. Além disso, o teor em matérias gordas aumenta com L
a idade, razão pela qual as aves jovens são mais fáceis de
digerir. As aves de criação intensiva também são, geral- M
mente, mais gordas, por isso tenha o cuidado de tirar as
gorduras visíveis antes de as cozinhar. N
Azeite R
44 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
simplesmente ”azeite”, trata-se de azeite refinado, ao qual
foi adicionado azeite virgem. É aromático e frutado e conta C
com uma acidez igual ou inferior a um por cento.
D
No supermercado encontra azeites com Denominação
de Origem Protegida (DOP), azeites de agricultura bioló-
E
gica e azeites elementares ou monovarietais.
Sabia que… F
Os azeites DOP são de uma área geográfica delimi-
tada, cujos solos e clima são característicos, e são fei- O azeite é o único produto
tos exclusivamente com certas variedades de azeitonas. em que, por lei, se exige
G
Em Portugal há seis denominações de origem protegida uma prova de degustação
para atribuir a categoria H
para azeites: Moura, Trás-os-Montes, Beira Interior, comercial.
Norte Alentejano, Ribatejo e Alentejo Inferior. Os azei-
tes de agricultura biológica provêm de uma agricultura I
biológica (veja Alimentos biológicos, na página 31). Os azei-
tes elementares ou monovarietais são obtidos de uma só J
variedade de azeitona.
L
Como consumir M
45 Z
Conhecer os alimentos
A
Como ler o rótulo B
Denominação de venda D
Indica o tipo de azeite.
E
Categoria
Explica o modo de fabrico.
F
Critérios de qualidade
Por exemplo, acidez, G
índice de peróxido, teor
em ceras, entre outros.
H
Modo de conservação
Útil para o consumidor.
I
Tipo de utilização
Género de cozinhados J
onde pode ser usado.
L
M
Características
Indicação da variedade usada,
assim como a sua origem. N
P
Nome e morada do fabricante
ou embalador
Q
Apoio ao consumidor
e quantidade líquida
R
Lote, data de validade
e ponto verde
S
Valor nutricional T
46 Z
Os alimentos de A a Z
A
B
Além de ajudar a prevenir doenças cardiovasculares,
agindo ao nível da tensão arterial, o azeite reduz o nível C
de colesterol total no sangue, diminuindo o chamado mau
colesterol. Por facilitar a dilatação dos vasos sanguíneos, D
contribui para prevenir tromboses. Úlceras e cálculos bilia-
res são doenças que podem ser prevenidas com o consumo
E
regular de azeite. Os seus antioxidantes, que atuam sobre
o envelhecimento das células, estão relacionados com uma
F
menor incidência de vários tipos de cancro. O azeite favo-
rece a digestão, alivia a prisão de ventre, é recomendado
para diabéticos e saudável para os ossos. Por conter ácido G
oleico, beneficia o desenvolvimento das crianças.
H
Azeitona J
47 Z
Conhecer os alimentos
A
B
Como consumir
C
Verifique se as azeitonas embaladas estão imersas na sal-
moura. Só assim conservam todas as suas características. D
Antes de comprar, observe a homogeneidade da cor, a ausên-
cia de defeitos, como picadas ou manchas, e de pedúnculos
E
ou de fragmentos de caroço. O uso excessivo de aditivos
e processos deficientes de fermentação podem dar origem
F
a várias anomalias. Por exemplo, o sabor a “tremoço” e a
“sapateira” deve-se a uma alteração microbiana que resulta
de uma má conservação. O rótulo deve conter o nome do G
produto, a indicação do tipo de azeitona, a preparação e a
forma de apresentação, a categoria, os aditivos alimenta- H
res e coadjuvantes tecnológicos, a indicação da origem e o
nome do produtor. I
48 Z
Os alimentos de A a Z A
Bacalhau B
C
O bacalhau é um peixe muito consumido
em Portugal. Vive em mares de água fria, D
tal como as espécies similares (por exemplo,
o escamudo). Apesar de ser possível encontrar
E
à venda bacalhau fresco, este peixe apresenta-
-se, sobretudo, salgado e seco. Existem diversos
F
tipos comerciais para este último:
– o especial, com mais de três quilos;
– o graúdo, com entre dois e três quilos; G
– o crescido, que varia entre um e dois quilos;
– o corrente, que tem entre 0,5 e um quilo; H
– o miúdo, com até 0,5 quilos.
I
O peixe não pode ser vendido ao consumidor
final quando tem defeitos, como deficiências J
de salga, cheiro e coloração anormais (por exem-
plo, zonas vermelhas), ou parasitas visíveis. Também não L
pode ser vendido quando está queimado (pegajoso devido
ao excesso de calor), empoado (com um pó fino cinzento, M
branco ou amarelo) ou ressoado (aspeto cozido).
N
Como consumir O
49 Z
Conhecer os alimentos A
Valor nutricional B
C
O bacalhau é um peixe magro, de fácil digestão. Quando
demolhado tem 80 calorias (334 quilojoules), por cem D
gramas. O mesmo peso de bacalhau fresco conta com 76
calorias (318 quilojoules). O óleo extraído do seu fígado
E
é uma fonte de vitaminas A e D. Veja também Peixe,
na página 174.
F
Como escolher? G
• Verifique se o peso do peixe corresponde ao tipo comercial indicado (especial,
graúdo, crescido, corrente ou miúdo). H
• Não compre bacalhau seco com sinais de humidade em excesso. O bacalhau
muito húmido deteriora-se rapidamente. Pode verificar este aspeto pegando
firmemente na parte posterior do peixe. Se a cauda dobrar para baixo, terá I
humidade em excesso.
• Se optar pelo bacalhau pré-embalado, verifique no rótulo o tipo comercial
do peixe. Esta indicação é obrigatória desde que a embalagem tenha um ou J
meio peixe.
• Esteja atento a eventuais defeitos como os que indicámos atrás, mas também
à presença de fendas, coágulos ou manchas de sangue.
L
N
Banana
O
A banana é fruto da bananeira, uma planta her-
bácea gigante que se desenvolve apenas em
P
climas quentes e húmidos. Em Portugal,
encontra condições climatéricas mais favo-
ráveis na Madeira e, em menor escala, no Q
Algarve. É produzida ao longo de todo o
ano, mas a maior oferta situa-se entre julho R
e setembro. É colhida em cachos, ainda verde.
S
Como consumir T
Atenção!
Prefira as bananas rijas, perfumadas, com a casca ama- A banana verde contém U
rela, eventualmente salpicada de castanho, mas sem amido que não pode ser
digerido pelo organismo.
grandes manchas. A casca da banana é espessa e garante V
Por isso, é possível que
a ausência de fungicidas na polpa, mas não é comestí- cause problemas de diges-
vel. Conservam-se durante alguns dias à temperatura tão ou prisão de ventre.
X
50 Z
Os alimentos de A a Z A
Valor nutricional I
Banha de porco O
P
A banha é uma gordura de origem
animal, obtida por fusão da gordura
ou do toucinho de porco. Q
R
Como consumir
S
Utilizada como gordura de fri-
tura, a banha confere aos alimen- T
tos um sabor muito peculiar. Apesar
de suportar temperaturas mais elevadas do que os óleos U
vegetais, não se esqueça de a substituir quando ficar com
uma coloração amarelo-escura. Trata-se de uma gordura V
também utilizada em muitas sobremesas da nossa doçaria
tradicional. X
51 Z
Conhecer os alimentos A
Valor nutricional E
A banha de porco contém, praticamente, cem por cento
F
de gorduras. Em média, cem gramas de banha representam
895 calorias (3740 quilojoules).
G
Batata I
52 Z
Os alimentos de A a Z A
Como consumir B
C
A batata pode ser cozinhada de diversas formas:
– cozida em água ou vapor. Deste modo, conserva as D
suas características, apesar de, no primeiro caso, per-
der alguns nutrientes para a água de cozedura;
E
– gratinada com leite e queijo;
– assada. Combina bem com carnes, peixes ou ovos
F
mas adquire o sabor dos alimentos que acompanha;
– frita. Absorve as gorduras, convertendo-se num ali-
mento muito energético; G
– em puré, enriquecida com leite e matérias gor-
das. Pode preparar o puré após a cozedura da batata H
ou, então, com flocos de batata para esse efeito
(obtidos por desidratação). Têm quantidades muito I
pequenas de antioxidantes. Por outro lado, permitem
reduzir de forma substancial o tempo de preparação J
deste acompanhamento. Durante o processo de trata-
mento, a batata perde até 25 por cento das suas vitaminas, L
uma perda que aumenta para 50 por cento depois de seis
meses de conservação. M
53 Z
Conhecer os alimentos A
F
Valor nutricional
Contém sais minerais, sobretudo potássio e vitaminas G
do grupo B: tiamina (B1), piridoxina (B6) e ácido fólico
(B9). O teor em vitamina C é muito elevado após a colheita: H
cem gramas podem atingir 20 miligramas desta vitamina.
No entanto, a quantidade de vitamina C diminui à medida I
que a batata envelhece ou é exposta ao calor e ao fim de seis
meses de conservação, já está reduzida a menos de metade. J
Possui um elevado teor em amido. O seu valor calórico
é de 90 calorias (376 quilojoules), por cada cem gramas. L
Guisada ou frita pode alcançar 450 calorias (1880 quilojou-
les), por cada cem gramas. M
Batatas fritas O
P
As batatas fritas são um acompanhamento muito
apreciado para carnes e ovos. No entanto, quando
consumidas em excesso, podem causar alguns proble- Q
mas de saúde. Como as batatas absorvem facilmente
o óleo da fritura, é possível que passem a conter mais R
de 20 por cento de gordura. Constituem, por isso, um
alimento muito energético: de 135 a 360 calorias (565 S
a 1505 quilojoules) por cem gramas.
T
As batatas fritas industriais contêm até 40 por
cento de gordura. De um modo geral, um pacote U
de batatas fritas pequeno (85 gramas) tem cerca de 30
gramas de gordura, ou seja, mais de um terço da dose diá- V
ria recomendada (cerca de 80 gramas). Estas batatas tam-
bém podem conter excesso de sal. Em média, apresentam X
54 Z
Os alimentos de A a Z A
G
Atenção!
Como consumir Os óleos da fritura
H
degradam-se facilmente
Para conseguir boas batatas fritas, respeite as regras a temperaturas elevadas,
seguintes: podendo revelar-se noci- I
vos se utilizados demasia-
– lave bem as batatas cruas, para eliminar o amido superfi- das vezes. Mude o óleo
cial, responsável pelas batatas fritas “pegajosas”; quando este: J
– seque as batatas antes de as fritar, para evitar o “bor- – começar a deitar fumo
à temperatura normal
bulhar” e o salpicar do óleo. Além disso, a água acelera a de fritura (180ºc); L
degradação do óleo de fritura; – tenha um cheiro ou gosto
– utilize, de preferência, uma fritadeira elétrica com desagradáveis;
– apresente uma cor
M
termóstato, para garantir que a temperatura não ultrapassa escura anormal ou forme
os 180ºC. As temperaturas elevadas aceleram a degradação espuma. N
do óleo de fritura, podendo dar origem a compostos pre- – exista verniz nos bordos
da fritadeira.
judiciais à saúde. Por outro lado, as temperaturas muito Em teoria, as matérias gor- O
baixas prolongam o tempo de fritura e as batatas ficam das que melhor suportam
mais gordurosas e cozidas; as temperaturas elevadas
são as que contêm uma P
– escorra as batatas fritas e coloque-as numa travessa
menor quantidade de áci-
coberta com papel absorvente. Adicione pouco sal; dos gordos insaturados.
– procure não fritar uma grande quantidade de batatas No entanto, de acordo
Q
de cada vez para não arrefecer o banho de fritura; com um estudo publicado
pela proteste, os óleos R
– tenha em conta que as batatas com menor volume ricos em ácidos gordos
(mais finas) e com maior superfície exposta ao banho de polinsaturados mostra-
fritura (rodelas) absorvem mais gordura, logo são mais ram-se bastante resisten- S
tes. Portanto, pode usá-
calóricas; -los, desde que sejam res-
– filtre o banho de fritura após cada utilização para peitadas as boas técnicas T
diminuir o número de partículas que podem vir a ser de fritura.
prejudiciais; U
– depois da fritura, guarde o óleo em local fresco, ao abrigo
da luz e do ar; V
– ao fim de uma dúzia de utilizações substitua o óleo
integralmente. X
55 Z
Conhecer os alimentos A
Bebidas alcoólicas B
C
Estas bebidas classificam-se de acordo com a sua gradua-
ção alcoólica. Assim, uma bebida com dez graus alcoólicos D
(10% vol. de álcool) é uma mistura que contém dez
mililitros de álcool etílico (ou etanol) por cada cem milili-
E
tros do volume total. Um grau alcoólico corresponde a oito
gramas de álcool por litro, logo, um litro de um aperitivo
F
com 10% de vol. de álcool, por exemplo, contém 80 gramas
de álcool. Observe a ilustração que se segue.
G
H
Compare bebidas
56 Z
Os alimentos de A a Z A
S
Valor nutricional
T
As bebidas alcoólicas são muito calóricas: um grama
de álcool representa sete calorias. Assim, um litro de vinho U
de mesa de 12% vol. de álcool contém 96 gramas de álcool
e fornece 672 calorias (2810 quilojoules). Por isso, quando V
se calcula o teor energético da dieta, não se deve esque-
cer o valor das bebidas alcoólicas. Para além de eventuais X
57 Z
Conhecer os alimentos A
G
Receita de licor de abrunhos
• Para 200 gramas de ameixas silvestres ou pode juntar um pouco de aguardente e uns H
abrunhos é necessário um litro de licor de anis grãos de café.
de 40 a 45% vol. de álcool, uns grãos de café • Deixe repousar entre três a seis meses.
(opcional) e um pouco de aguardente (opcional). Em seguida, mude o licor para outra garrafa, I
• Os abrunhos ou ameixas silvestres lavam-se filtrando o líquido, para eliminar os abrunhos e
bem e deixam-se secar. Colocam-se no fundo os grãos de café. Há quem prefira deixar ficar
de uma garrafa e junta-se o licor de anis. Se os frutos até consumir o licor na totalidade. J
desejar tirar o sabor excessivamente doce, • Deve servir-se bem frio.
L
M
Beringela
N
A beringela é uma planta herbácea,
da família do tomate e do pimento,
O
muito cultivada pelos árabes na
Idade Média. Os seus frutos são geral-
P
mente de cor violeta e alongados, embora
existam variedades redondas ou de cor amarela
ou branca. A polpa branca, rica em taninos, enegrece rapi- Q
damente em contacto com o ar.
R
As beringelas encontram-se à venda de junho a outubro
ou durante o resto do ano quando produzidas em estufa. S
T
Como consumir
U
Escolha beringelas bem rijas, com a pele polida, brilhante
e sem manchas. Não compre as que estiverem verdes e pre- V
fira as que ainda apresentarem cálice e pedúnculo. Pegue-as
com cuidado, pois ficam tocadas facilmente. X
58 Z
Os alimentos de A a Z A
Valor nutricional E
Tem um valor energético de 16 calorias (67 quilojoules),
F
por cem gramas. É, normalmente, de fácil digestão.
H
Besugo
I
Peixe de carne branca e delicada,
o besugo apresenta uma coloração J
cinzento-avermelhada e uma mancha
vermelho-escura na zona das barbatanas peitorais. É pes- L
cado no Atlântico Este e no Mediterrâneo.
M
Como consumir N
U
Beterraba
V
Planta originária de África, da mesma família
da acelga, cultiva-se em três variedades: X
59 Z
Conhecer os alimentos A
R
Valor nutricional
S
É rica em fibra e contém açúcar, sobretudo saca-
rose, que lhe confere um sabor ligeiramente adoci- T
cado. Apresenta um elevado teor em ácido fólico (B9) Atenção!
e vitamina C. Nos minerais destacam-se o potássio, U
A beterraba é rica
o magnésio e o ferro. em ácido oxálico e por
isso não é recomendável V
O seu valor energético é de 20 calorias (84 quilojoules), por para pessoas que sofram
de cálculos renais.
cem gramas. X
60 Z
Os alimentos de A a Z A
Bolachas B
C
Regra geral, as bolachas são feitas à base de farinhas,
açúcar, matérias gordas, ovos, leite, aromas, entre outros D
ingredientes. Existem diversos tipos de bolachas como,
por exemplo, as de água e sal, as integrais (sem açúcar),
E
as de chocolate, as de baunilha, entre outras.
F
Como consumir
G
Depois de aberta a embalagem, as bolachas têm tendência
a amolecer. Coloque-as dentro de um recipiente hermético H
e guarde-as num local seco. No verão, guarde as de choco-
late no frigorífico. I
J
Valor nutricional
Atenção! L
A composição é muito variável. Independentemente As bolachas de dieta
do tipo (torradas, chocolate, baunilha), são sempre ricas são uma má opção para
M
quem deseja emagrecer.
em hidratos de carbono (cerca de 72 por cento) e, conse-
No entanto, as bolachas
quentemente, possuem um elevado valor energético. sem sacarose podem ser N
Atingem uma média de cerca de 450 calorias (1900 quilo- úteis para os diabéticos
joules), por cem gramas. ou para outras pessoas
que, por questões de O
saúde, não podem comer
As bolachas, sobretudo as de aperitivo, são também ricas doces.
P
em sal.
Q
R
Borrego
S
Chama-se borrego ao macho jovem (um ano) da
espécie ovina. Se tiver menos de um mês e nunca T
tiver consumido comida sólida é designado por
“cordeiro” e apenas se encontra à venda durante a U
Páscoa. A carne de borrego tem uma coloração ver-
melho-viva, é de consistência firme, resistente, sem V
entremeada e de cheiro aromático. A gordura interna
é branca e firme. X
61 Z
Conhecer os alimentos A
Como consumir B
C
A perna, a mão ou a pá, as costeletas do fundo e a sela
podem ser assadas no forno ou grelhadas sem adicionar D
gordura. Da mesma forma, as costeletas do fundo e o pes-
coço, com um elevado teor em matérias gordas, devem ser
E
cozinhados sem gordura. As costeletas do peito são indi-
cadas para estufar, guisar, enrolar e ainda para caldos.
F
As costeletas do pé, do peito e do lombo, assim como o
carré e o lombo, servem para grelhar ou assar na frigideira.
G
J
2 3
1 6
1 Perna L
2 Lombo, costeletas
do lombo e sela
5 M
3 Costeletas com pé,
4 carré
N
4 Costeletas do peito
5 Mão ou pá
e costeletas do fundo O
6 Pescoço ou cachaço
P
R
Valor nutricional
S
A parte magra (pernas e costeletas) contém cerca de 20 por
cento de proteínas e apenas cinco por cento de gorduras, o T
que equivale a cerca de 130 calorias (570 quilojoules), por
cem gramas. As partes gordas do borrego podem alcançar U
cerca de 25 por cento de matérias gordas, ou seja, 260 calo-
rias (1100 quilojoules). V
62 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Cação
O cação é um peixe da família dos esqualos. Pesca-se C
no Mediterrâneo e nos mares do Norte. D
E
Como consumir
F
Uma das melhores formas de cozinhar este peixe é cozê-lo
bem e, em seguida, guisá-lo com vinho e especiarias. A sopa
de cação é um dos pratos típicos do Alentejo. G
H
Valor nutricional
I
É um peixe magro e, por isso, de fácil digestão. O seu valor
energético é de cerca de 80 calorias (334 quilojoules), por J
cem gramas.
L
Veja também Peixe, na página 174.
M
Cacau O
U
Como consumir
V
Alguns fabricantes classificam os seus produtos para
dissolver no leite como “fortificantes” ou “reconstituintes”. X
63 Z
Conhecer os alimentos A
B
No entanto, nem o teor proteico (inferior ao do pó de
cacau puro) nem o teor em sais minerais ou vitaminas
justifica essa designação. Esses produtos só são realmente C
interessantes para as pessoas que não gostam do sabor do D
leite simples.
E
Guarde a embalagem num lugar fresco e seco, de preferên-
cia numa caixa hermética, para que o produto não perca
F
aroma nem ganhe humidade.
G
Valor nutricional
H
O seu valor energético é de 465 calorias (1944 quilojoules),
por cem gramas. I
L
Café
M
O cultivo do cafezeiro, arbusto origi-
nário da região da Etiópia e do Sudão, N
estendeu-se às amplas regiões intertro-
picais a partir, principalmente, do século
O
xvii. Este arbusto, que chega a atingir sete e
oito metros de altura, dá um fruto em forma
P
de pequenas bagas ovais, no interior das quais
se encontra a semente ou grão de café. A partir das suas
sementes torradas e/ou torrefactas (torradas com açúcar) Q
e moídas, obtém-se uma bebida estimulante que se tornou
quase imprescindível na nossa cultura gastronómica. R
64 Z
Os alimentos de A a Z A
B
em grão ou já moído, é geralmente uma mistura destas
duas variedades.
C
Os cafés solúveis obtêm-se a partir da desidratação do Atenção!
D
café preparado, o que inclui as operações de extração, desi- O abuso do café pode
dratação e recuperação do sabor. A sua grande vantagem traduzir-se em hiper-
nervosismo, insónias, E
é a maior facilidade de utilização.
agitação, palpitações,
náuseas e falta de ape-
F
Existem vários tipos de cafés solúveis: tite. As pessoas com
– café puro; problemas cardíacos ou
– misturas com café;
gástricos devem moderar G
o consumo. Para maior
– misturas sem café; segurança, é preferível
– café puro descafeinado e cevada (sem café). perguntarem ao médico H
se podem beber café e
em que doses.
I
Como consumir
J
É difícil dar conselhos sobre o tipo de café a escolher.
Existem diversas variedades, mais ou menos amargas, L
de acordo com a mistura utilizada e o processo de torra.
Rejeite as marcas que contêm muitos grãos estragados M
(manchados ou partidos).
N
Depois de um certo tempo, o café perde o aroma. Por isso,
é importante que a embalagem contenha a indicação
O
do prazo de validade. Deve ainda anunciar as variedades
utilizadas e, no caso de já estar moído, se o tipo de moagem
P
é o indicado para a sua máquina de café. O café moído con-
serva-se melhor se for embalado no vácuo. Em casa, deve
ser guardado numa caixa bem fechada, ao abrigo da luz, do Q
calor e da humidade. O melhor é comprá-lo em grão e moer
apenas a quantidade necessária para cada utilização. R
65 Z
Conhecer os alimentos A
B
vezes menos que em grão. Bastam dois ou três gramas de
café solúvel, contra dez ou 12 gramas de café em grão, para
obter uma chávena de café forte. C
D
R
Canela
S
A canela é a casca aromática da caneleira,
uma árvore de origem extremo-oriental. A T
mais conhecida no nosso país é a canela-de-
-ceilão que se apresenta: U
– em pau de canela, sob a forma de pequenos cilin-
dros mais ou menos rugosos; V
– em pó, muito fino.
X
66 Z
Os alimentos de A a Z A
A
B
B
Como consumir
A canela é uma especiaria utilizada, sobretudo, para aroma- C
tizar doces e compotas. A canela em pó serve para polvilhar D
D
o arroz-doce, as rabanadas ou os pastéis de Belém. Também
se utiliza para preparar vinho quente e alguns licores, como
E
E
o Chartreuse. Os paus de canela são geralmente utilizados
nas caldas de açúcar ou no leite a ferver destinado a pudins.
FF
Valor nutricional G
G
JJ
LL
Carapau
M
M
Muito comum em Portugal, o carapau caracte-
riza-se por possuir uma linha lateral arqueada, N
N
coberta de grandes escamas. O seu corpo, ligeira-
mente comprimido, pode atingir 45 centímetros
O
O
de comprimento, embora não ultrapasse, nor-
malmente, os 30. Quando pequeno chama-se joa-
P
P
quinzinho, e, quando grande, chicharro. A pesca
de carapaus de comprimento inferior a 15 centí-
metros não é permitida. Q
Q
R
R
Como consumir
SS
Existem diversas formas de cozinhar o carapau, geral-
mente adaptadas à sua dimensão: frite os pequenos, depois TT
de os passar por um pouco de farinha; e grelhe os gran-
des. Os carapaus grelhados ficam ainda mais saborosos se U
U
forem regados com molho de escabeche.
VV
Tal como a maioria dos peixes, os carapaus podem ser con-
gelados depois de libertos das suas vísceras. X
X
67 Z
Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
O carapau é um peixe magro. O seu valor calórico é de cerca C
de cem calorias (418 quilojoules), por cem gramas. D
Carne G
68 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Atenção!
vaca, escolha o entrecosto ou a costela do fundo. No caso
C
da carne de porco, pode fritar costeletas, barriga, entre- Algumas carnes podem
transmitir parasitas.
costo, lombo ou sela, entre outros. O porco e a vaca, por
exemplo, contam com
D
Para guisar e assar, são melhores as carnes menos ten- alguns tipos de ténia.
Estes parasitas são des-
ras e gordas. Para assar, opte por, no caso da carne de truídos quando a carne é E
vaca, alcatra, ganso e vazia. No porco, escolha o lombo, bem cozinhada ou con-
a perna ou a sela. Nos guisados de preparação prolongada, gelada. Por isso, prefira-
-a bem passada. Para F
use as carnes “económicas” com algum tecido conjuntivo: garantir a eliminação dos
se forem mantidas a 60ºC ou 70ºC durante o tempo sufi- parasitas, a carne deve
ciente, o colagénio gelatiniza-se, tornando a carne melosa estar exposta a uma tem- G
peratura de 70ºC durante,
e tenra. As peças que se adequam a esta finalidade são,
pelo menos, dez minutos.
no caso da carne de vaca, o chambão ou o pojadouro; H
e, para a carne de porco, a mão ou a pá.
I
Como consumir J
69 Z
Conhecer os alimentos A
B
É possível conseguir um certo amaciamento das car-
nes duras através de técnicas culinárias. Por exemplo,
nas carnes magras podem introduzir-se pequenos peda- C
ços de toucinho na massa muscular, dando-lhe um aspeto D
entremeado. Deixar a carne em vinha de alho (sal e vina-
gre) ou temperá-la com cerveja ou vinho é outra possibili-
E
dade. A carne amaciada deve ser cozinhada imediatamente,
pois, mais do que a “normal”, corre o risco de contaminação
F
bacteriana.
G
Como conservar a carne Atenção!
H
Devido aos riscos que
A carne fresca estraga-se mais facilmente, por isso, não comporta para a saúde
a deixe durante mais do que algumas horas no frigorífico, a dos consumidores, a utili- I
uma temperatura entre zero e 2ºC. A carne cozinhada, sem zação de hormonas como
método de engorda está
molho, conserva-se melhor. Se tiver molho, não a guarde proibida em todos os paí- J
durante mais de 24 horas, pois este é um excelente caldo ses da União Europeia.
de cultivo, ou seja, facilita o crescimento de microrganismos. L
70 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Limpe cuidadosamente a carne antes de a congelar. Corte-a
em pequenos pedaços e desosse-a. Retire-lhe o máximo de
gordura possível, para evitar que crie ranço, o que reduziria C
o tempo de conservação. D
E
Como cozinhar a carne
F
Como assar?
Tempere a carne com alguma antecedência. Reserve-a num
recipiente adequado ao seu tamanho e resistente a altas G
temperaturas. Coloque-o no forno, previamente aquecido,
e regue frequentemente a peça com o molho que se vai for- H
mando. Normalmente, são necessários 20 a 30 minutos
para cozinhar um quilo de carne de vaca ou de borrego e I
60 para a de vitela ou de porco. O assado é o tipo de cozi-
nhado que melhor conserva o sabor e as qualidades nutri- J
tivas da carne. A vaca fornece boas peças para assar: acém
redondo, acém comprido, agulha, lombo, pojadouro (chã de L
fora e ganso redondo). Do gado ovino e caprino, escolha a
perna, a mão ou pá e o lombo. Do porco, opte pela perna e M
pé, pelo lombo ou costeletas, pela pá e pela cabeça.
N
Como estufar e guisar?
Para estufar a carne, deve cozê-la no seu próprio suco, adi-
O
cionando o mínimo de líquido (água, ou vinho) e um pouco
de gordura. Deixe cozer em lume brando, num tacho tapado.
P
Para a guisar, salteie rapidamente os pedaços, mexendo
sempre, para que não agarrem. Junte um pouco de líquido,
deixe cozer em lume brando e tape o tacho. Em ambos os Q
casos, a carne deve ser bem regada com o molho do cozi-
nhado. O êxito do prato depende, R
em grande parte, da quantidade
e qualidade do líquido de base. S
Quando a carne estiver cozinhada
(são necessárias uma a duas horas), T
retifique os temperos.
U
Apesar de as carnes ficarem mais
macias durante a cozedura, o seu V
teor em gorduras faz com que este
tipo de cozinhado seja um pouco X
71 Z
Conhecer os alimentos A
B
indigesto. Por isso, é conveniente coar o molho no fim
da cozedura ou retirar todas as gorduras à carne, antes
de a estufar. Parte das vitaminas e dos sais minerais per- C
dem-se no suco da cozedura. Pode aproveitá-lo, embora a D
gordura também lá esteja, para a confeção de outros pra-
tos ou para a preparação de caldos. Para guisar ou estufar,
E
o bovino fornece as peças alcatra, prego do peito, cham-
bão, acém redondo, acém comprido, agulha, pá, cachaço e
F
peito alto. Nos gados ovino e caprino conta com o cachaço,
o lombo e as costeletas. Do porco, guise o entrecosto.
G
Como saltear ou fritar?
Corte bocados relativamente grossos, se se tratar de car- H
nes vermelhas, e finos, se forem brancas. Introduza-os
numa frigideira previamente aquecida, sem gorduras ou I
apenas com um pouco de azeite (de preferência), óleo ou
banha. Volte os pedaços de carne de uma só vez e de forma J
rápida. A formação de gotas na superfície da carne indica
que já está frita. A fritura ou a cozedura muito prolonga- L
das secam a carne, tornando-a mais dura. Tempere no
fim. A alcatra, a vazia, o lombo, o pojadouro (chã de fora M
e ganso) e o acém da vaca são perfeitos para saltear. As cos-
teletas com pé ou do lombo do gado ovino e caprino tam- N
bém. Se preferir porco, selecione o lombo, as costeletas ou
o cachaço para saltear.
O
Como grelhar?
P
A carne grelhada adquire um sabor particular, devido ao
contacto direto com a grelha ou com a chapa. É uma boa
forma de cozinhar a carne, sem gordura e com um mínimo Q
de perdas de nutrientes (sobretudo de vitamina B1).
As peças de carne que se usam para fritar também são pró- R
prias para grelhar.
S
Unte ligeiramente os pedaços de carne,
de ambos os lados, e coloque-os na gre- T
lha previamente aquecida. Deixe-os gre-
lhar de um lado e vire. Quando estive- U
rem bem grelhados, tempere-os com sal,
pimenta, ervas finas e, eventualmente, V
outros temperos a seu gosto. O tempo
necessário para que a carne fique bem X
72 Z
Os alimentos de A a Z A
B
grelhada depende da sua grossura e, também, até certo Um bom conselho
ponto, das preferências de cada um. Evite queimar a carne,
bem como os outros
C
A maioria dos enchidos é fácil de grelhar, mas têm de ser alimentos, pois a sua
D
combustão dá origem
picados previamente e atingir a temperatura adequada
à formação de produtos
lentamente. Por isso, devem colocar-se, primeiro, numa cancerígenos. E
parte menos quente da grelha. Normalmente, a pele fica Coloque a grelha sobre
estaladiça. as brasas, sem azeite ou
gorduras. Para alimentar F
as brasas, escolha uma
Como cozer? madeira natural, não tra-
Para cozer bem, a carne tem de estar coberta por um líquido tada e sem tinta, ou utilize G
carvão de madeira. A gre-
a ferver. Junte-lhe sal e ervas aromáticas, se assim o dese- lha deve ser limpa cuida-
jar, e deixe cozer, num recipiente tapado, durante duas dosamente antes e depois H
ou três horas. Sirva quente ou frio, com um bom molho. de cada utilização.
Se usar a panela de pressão, o tempo de cozedura reduz-se I
substancialmente.
J
Esta forma de cozinhar implica uma perda razoável
de volume e de nutrientes. Por isso, é conveniente guardar L
o caldo para fazer uma sopa, por exemplo.
M
O prego do peito e o cachaço da vaca são ótimos para Atenção!
cozer, assim como o peito e a pá dos gados caprino e ovino. Os métodos de criação N
No caso do porco, selecione a perna e pé, a pá e o entrecosto. intensiva recorrem, muitas
vezes, aos antiparasitários
e antibióticos. Algumas O
normas legais tentam limi-
Valor nutricional tar essas práticas, mas,
infelizmente, nem sempre P
são respeitadas. É ver-
A carne é, essencialmente, uma fonte de proteínas de ori- dade que esses animais
gem animal, de excelente qualidade, ricas em aminoácidos Q
são muito sensíveis às
indispensáveis e, por isso, de alto valor biológico. A absor- infeções. No entanto, mais
ção de proteínas é essencial para a formação e regeneração vale investir na vacinação R
e nas condições higié-
das células. Este nutriente não tem de provir necessaria- nicas dos alojamentos e
mente da carne, mas alguns aminoácidos essenciais ape- das rações, do que admi- S
nistrar-lhes substâncias
nas se encontram nos animais.
que podem ser nocivas à
saúde dos consumidores. T
Na ausência da carne, é necessário beber leite e comer
ovos, queijo e peixe. Caso contrário, fica-se sujeito U
a carências nutritivas graves e a perda de massa muscular.
A ração média diária de carne recomendada para as crian- V
ças entre um e três anos é 45 gramas; e para os adoles-
centes e para os adultos ativos é 135 gramas. Para saber o X
73 Z
Conhecer os alimentos A
B
valor energético por cem gramas, veja o texto respeitante
a cada espécie animal, mas consulte também a tabela que
se segue. C
D
VALOR ENERGÉTICO DA CARNE
(por cem gramas) E
Animal Peça de carne Proteínas (em %) Gorduras (em %) Calorias
F
Costeletas 24 3 124
Cabrito
Perna 19 4 113
G
Inteiro com pele 20 14 201
Frango Peito com pele 24 9 176 H
Perna sem pele 22 3 111
Toucinho I
8 72 682
entremeado
Salsichas frescas 13 29 475 J
Alcatra 20 17 315
Porco
Costeletas 19 24 288 L
Perna gorda 18 19 239
Lombo 22 5 131 M
Rosbife 18 15 315
N
Cozer magro 22 10 175
Vaca
Alcatra 21 2 155
O
Lombo magro 21 3 114
Alcatra 21 3 170 P
Lombo 20 8 148
Vitela
Peito magro 20 8 147 Q
Costeletas 20 5 120
Fonte: Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge R
T
A carne é rica em vitaminas do grupo B, sendo a de
porco particularmente rica em vitamina B1. É ainda rica U
em fósforo e trata-se da melhor fonte de ferro. A carne
é uma fonte apreciável de gorduras. O teor em gorduras V
varia com o animal: entre três e 15 por cento, na vitela;
entre dois e 15 por cento, na vaca e no borrego; e entre X
74 Z
Os alimentos de A a Z A
B
13 e 30 por cento, no porco. O teor de gorduras também
depende da peça de carne. O peito da vaca, por exemplo,
tem muito mais gordura do que a alcatra. As gorduras de C
origem animal podem constituir um fator de risco nas D
doenças cardiovasculares. Por isso, elimine ao máximo
as gorduras, pelo menos as visíveis, quando preparar um
E
prato de carne.
F
A facilidade de digestão da carne depende do seu teor
em gorduras e do grau de cozedura. A carne branca, ao con-
trário do que se pensa, não é mais fácil de digerir do que G
a vermelha. A carne cozinhada é sempre mais facilmente
digerida do que a crua. Se estiver demasiado cozinhada H
também pode tornar-se difícil de digerir, especialmente
se for acompanhada de um molho muito gorduroso. I
L
Carne picada
M
Na vaca ou na vitela, nem tudo são bifes. Nos
quartos dianteiros existem algumas peças ten- N
ras, mas também há outras mais duras, que
têm de ser guisadas ou cozidas em lume brando.
O
Muitas vezes, o consumidor não dá valor a essas
peças. No entanto, são bastante saborosas e, além disso,
P
mais baratas do que as peças de primeira categoria. Por
isso, os talhantes procuram vendê-las sob a forma de carne
picada. Q
R
Como consumir
S
A carne picada pode ser vendida congelada, a uma tem-
peratura máxima de -18ºC, ou fresca, a uma temperatura T
máxima de 2ºC. Esta última deve ser vendida no próprio
dia da preparação. U
75 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
O valor nutritivo da carne picada pode não ser idêntico C
ao da inteira. Não se esqueça de que, por vezes, aquela D
é preparada a partir de carnes mais gordas.
E
Um hambúrguer feito apenas com carne de vaca pode for-
necer mais de 200 calorias (835 quilojoules), por cem gra-
F
mas, sem contar com as batatas fritas e a maionese, que,
geralmente, servem de acompanhamento.
G
Castanha I
P
Como consumir Atenção!
A castanha-da-índia,
A época de produção das castanhas é entre outubro fruto do castanheiro-das-
Q
e dezembro, embora se possa encontrar à venda tam- -índias, não é comestível.
76 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
As castanhas são muito nutritivas. Pobres em gordura C
e ricas em amido são, por isso, de difícil digestão. Devem D
ser bem mastigadas, para facilitar a sua assimilação.
Se forem cozidas, são mais fáceis de digerir.
E
Contêm uma quantidade apreciável de sais minerais, sobre-
F
tudo potássio e magnésio, e muitas fibras. O valor energé-
tico é de 180 calorias, ou 750 quilojoules, por cem gramas.
G
Cavala I
Como consumir N
77 Z
Conhecer os alimentos A
B
Cebola
Originária da Pérsia, a cebola era já muito apre- C
ciada pelos egípcios, gregos e romanos. Trata-se de D
uma planta hortícola bolbosa, desde há muito uti-
lizada na alimentação. Existem vários tipos, que se
E
distinguem pela cor, forma e intensidade de sabor.
Podem encontrar-se à venda duas variedades:
F
– as cebolas brancas, relativamente adocicadas, que se
consomem frescas na primavera;
– as cebolas de cor (valencianas), cuja colheita é feita entre G
setembro e outubro, mas que são comercializadas durante
todo o ano. H
Como consumir L
78 Z
Os alimentos de A a Z A
B
O valor energético da cebola é de cerca de 18 calorias, ou 75
quilojoules, por cem gramas. A cebola crua ou cozida é um
excelente diurético e desinfetante intestinal. Cozida, com- C
bate também a prisão de ventre. D
Cebolinho G
Como consumir L
Valor nutricional
P
O seu valor nutritivo é pouco significativo, já que se
trata de uma “erva fina”, utilizada em quantidades muito Q
pequenas.
R
Cenoura T
79 Z
Conhecer os alimentos A
B
Produzidas durante todo o ano, as cenouras são mais ten-
ras e saborosas na primavera e mais grossas e de pele mais
espessa durante o resto do ano. Existem muitas varieda- C
des. Podemos agrupá-las, atendendo ao tamanho da raiz D
e ao período de produção, em curtas (incluindo as primores
ou cenouras precoces), as semicompridas (as mais comuns)
E
e as compridas ou tardias.
F
Como consumir
G
Prefira as cenouras que estejam bem formadas, com colo-
ração laranja-viva, pele suave e tamanho médio. A cenoura H
adapta-se perfeitamente a qualquer tipo de molhos e acom-
panha bem os pratos de carne ou de peixe. É também utili- I
zada em saladas e sopas e para fazer sumo. Atenção!
Não é aconselhável
J
As cenouras mais pequenas podem congelar-se sem pro- tomar pílulas à base de
blemas, depois de branqueadas (meio-cozidas, sem tem- cenoura para acelerar o L
bronzeamento. O caro-
pero). Opte pelas cenouras pequenas, mais tenras se for
teno transforma-se em
para cozinhar inteiras. As muito grossas têm um coração vitamina A, que, em M
fibroso e são mais adequadas para sopas. quantidades excessivas,
pode ser prejudicial.
N
Valor nutricional O
Cereais e derivados U
80 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Esta diminuição está longe de ser benéfica. Os cereais são
uma fonte importante de minerais (ferro e magnésio, entre
outros), vitaminas dos grupos B e PP, hidratos de carbono C
e fibras. Têm igualmente uma quantidade razoável de D
proteínas.
E
São alimentos úteis e baratos, tendo em conta o seu valor
alimentar.
F
Como consumir G
Um bom conselho
Os cereais pré-embalados tendem a substituir o pão Um prato de cereais H
na primeira refeição do dia. São um alimento equilibrado, com leite permite, como
referimos, obter uma I
embora contenham um teor elevado em açúcares de absor- boa associação de cál-
ção rápida. Regra geral, são insuficientes noutros nutrien- cio, proteínas vegetais
tes necessários para suprir as necessidades alimentares e animais. Se, para além J
disso, acrescentarmos
da manhã. Por isso, devem ser complementados com pão,
frutos frescos, temos uma
queijo e fruta. Alguns destes cereais são ricos em fibras, contribuição importante L
vitaminas e ferro, mas têm menos proteínas do que o pão. para o organismo em
vitamina C.
M
Os flocos de aveia são feitos a partir de grãos de aveia
cozinhados a vapor e, em seguida, passados por cilindros N
especiais que os desfazem. Cozidos em leite e adoçados
com açúcar ou mel, resultam nas famosas “papas de aveia”,
O
um alimento de fácil digestão e muito nutritivo. Para
além de constituírem um pequeno-almoço revigorante,
P
são uma refeição adequada para convalescentes e idosos.
Os cereais com chocolate têm, geralmente, poucas fibras e
apresentam um teor em açúcar bastante elevado, que pode Q
atingir 30 a 40 por cento da energia total obtida.
R
O muesli é uma mistura de cereais (trigo e aveia, normal-
mente), enriquecida com frutos secos (passas, nozes, S
amêndoas, entre outros) e mel. Se lhe adicionar leite, pode
constituir um pequeno-almoço nutritivo, com uma quanti- T
dade razoável de fibras. No entanto, alguns contêm dema-
siado açúcar. U
81 Z
Conhecer os alimentos A
B
TEOR MÉDIO DE FIBRAS NOS PRINCIPAIS ALIMENTOS *
(em gramas, por cem gramas de alimento)
Alimentos Fibras Alimentos Fibras
C
Cereais Ervilhas 5
D
Farinha de trigo Tremoços 5
9
integral
Couves-de-bruxelas 4
Farinha de centeio E
7 Feijão-verde 3
tipo 70
Arroz integral 4 Brócolos 3 F
Farinha de trigo tipo 55 3 Cenouras 3
Arroz branco 2 Espinafres 3 G
Pão Couves 3
Trigo integral 7 Batatas 2 H
Centeio 6 Ervilhas com vagem
2
(comestível)
Mistura I
4
(trigo e centeio) Alface 1
Branco (trigo) 4 Tomate 1
J
Cereais de pequeno-almoço Frutos
Farelo de trigo 30 Damascos secos 19
L
Flocos de trigo integral 17 Ameixas secas 16
Cereais de trigo 9 Figos secos 11
M
Flocos de milho Tâmaras secas 8
4
(corn flakes)
Framboesas 7
Muesli 7 N
Passas de uva 6
Flocos de aveia 7
Bananas 3 O
Massas
Peras 2
Massa crua 5
Morangos 2 P
Frutos oleaginosos
Ameixas 2
Coco 21
Maçãs (com casca) 2 Q
Amêndoas 12
Laranjas 2
Amendoins 9
Pêssegos 2 R
Avelãs 6
Cerejas 2
Nozes 5
Ananás
1 S
Legumes (crus) (conserva em calda)
Feijão seco 23 Melão 1
T
Lentilhas 12 Uvas 1
* Valores de referência.
Fonte: Tabela de composição dos alimentos U
do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
82 Z
Os alimentos de A a Z A
B
112 calorias, o que é manifestamente insuficiente para
um pequeno-almoço, pois esta refeição deve conter no
mínimo 550 calorias. Apesar de terem menos açúcar do C
que os cereais com chocolate e o muesli, chegam a atingir D
20 por cento de açúcar.
E
De todos os cereais para pequeno-almoço, os de farelo
de trigo são os mais ricos em fibras (veja o quadro
F
da página anterior).
G
Valor nutricional
H
Os cereais (trigo, centeio, milho, arroz) e os seus nume-
rosos derivados (farinhas, pão, massas, bolachas, entre I
outros) são, essencialmente, fontes de amido. Trata-se
de um açúcar composto, de absorção lenta. Isto significa J
que é digerido e metabolizado lentamente, proporcionando
glucose ao organismo de uma forma contínua e pausada. L
Por este motivo, a sua ingestão é preferível à dos açúcares
de absorção rápida (sacarose). M
83 Z
Conhecer os alimentos A
B
Cereja
Fruto da cerejeira, árvore semelhante à ameixeira. C
Existe em diversas variedades, agrupadas em três D
grandes categorias (doce, ácida e híbrida, que é
uma combinação das duas anteriores). Entre as
E
inúmeras espécies que podemos encontrar no
nosso país, destacamos:
F
– cerejeira-molar, que dá cerejas doces de cor verme-
lha mais ou menos intensa. Destaca-se a variedade de
saco, proveniente da Cova da Beira, muito doce, firme e G
carnuda;
– ginja. A sua cor é um pouco mais escura e arroxeada, H
embora o aspeto seja idêntico. De entre as suas variedades
sobressai a ginja-de-folha, que é pequena e de sabor agri- I
doce, muito apreciada para fazer licores, incluindo a muito
popular ginjinha. J
M
Como consumir
N
As cerejas consomem-se cruas, embora possam ser ligei-
ramente aquecidas para acompanhar pratos de carne
O
branca ou aves. Devem estar maduras, mas firmes ao
tato. Lave-as imediatamente antes de as comer. Podem
P
ser conservadas no frigorífico, na zona mais fria, de três
a cinco dias.
Q
Nos doces e compotas utilizam-se cerejas aciduladas e não
muito maduras. R
S
Valor nutricional
T
Apresentam um bom teor em fibra, cálcio, ferro e vita-
mina C. O seu valor energético é de 60 a 70 calorias (250 U
a 290 quilojoules), por cem gramas.
V
Veja também Fruta, na página 119.
X
84 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Cerveja
A cerveja é uma bebida obtida através da fermen- C
tação alcoólica da cevada e/ou de outros cereais D
e aromatizada com flores de lúpulo, sendo-lhe
adicionada água potável. Era para os vikings uma
E
bebida mágica, que, segundo eles, dava aos guer-
reiros força e valentia.
F
Em 2010, os portugueses beberam uma média de 59
litros por habitante. Apesar de tudo, ainda é um consumo G
modesto, quando comparado com os 140 litros consumi-
dos, no mesmo ano, por cada alemão. H
85 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
Em média, cada litro de cerveja corrente tem um valor ener- C
gético de 295 calorias (1235 quilojoules), por litro. A cerveja D
contém ácido fólico (oito miligramas por litro), daí a sua
fama de reconstituinte. De facto, a carência de ácido fólico
E
provoca um certo tipo de anemia.
F
Existem também as chamadas cervejas “sem álcool” e as
light. As primeiras não devem ter mais de 0,5 por cento de
álcool. No segundo caso, o teor alcoólico é reduzido para G
cerca de metade, relativamente às cervejas correntes, e, por
isso, proporcionam menos calorias. Ao contrário do que H
algumas destas marcas anunciam, elas não são “especial-
mente aconselháveis para diabéticos”, pois todas as cerve- I
jas contêm uma determinada quantidade de açúcar.
J
Veja também Bebidas alcoólicas, na página 56.
L
Chá N
86 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Como consumir
Tal como o café, o chá perde rapidamente o seu aroma, C
por isso conserve-o num recipiente fechado, ao abrigo D
da humidade. Quando comprar chá em saquetas prefira
as caixas envolvidas em celofane, pois ajudam a conser-
E
var o sabor. Os porta-saquetas que algumas marcas usam
e que envolvem individualmente cada saqueta também
F
ajudam a proteger da luz e a melhor preservar o sabor
e o aroma do chá.
G
Para preparar o chá, a água mais adequada é a mine-
ral. A da torneira não é aconselhável, dada a sua dureza H
e a presença, por vezes, de cloro. Por ter folhas delica-
das, 70ºC é a melhor temperatura de infusão para o chá I
verde. Para o preto, 90ºC é o adequado. Sem termóme-
tro, reconhece os 70ºC quando pequenas bolhas se for- J
mam no fundo da chaleira e os 90ºC com a formação de
bolhas grandes de vapor. O tempo de infusão é de apenas L
três minutos.
M
Para acertar na quantidade a fazer, meça uma colher de chá
por pessoa e outra para o bule. Se o chá for em saquetas, N
normalmente é suficiente uma por pessoa.
O
Valor nutricional
P
As folhas de chá contêm mais cafeína do que os grãos
de café. Como se usa, normalmente, uma menor porção Q
para a mesma quantidade de água, o teor em cafeína de
uma chávena de chá é, em princípio, inferior ao de uma R
chávena de café (veja Café, na página 64). O chá contém
outras duas substâncias, menos estimulantes, mas mais S
diuréticas: a teofilina e a teobromina. Esta última também
está presente no cacau e, portanto, no chocolate. T
87 Z
Conhecer os alimentos A
B
Charcutaria
Significa “carne cozida” e a sua base C
tradicional tem sido a carne e a gor- D
dura de porco, embora também se utilize
carne de bovino e de ovino. Estas carnes são
E
submetidas a um tratamento especial (salga,
fumagem, secagem, entre outros), a fim de
F
assegurar a sua conservação, e apresentam-se
como recheio de tripas naturais ou artificiais.
G
A mistura de carnes, a gordura e as diversas especiarias e
aromas conferem a estes produtos um aspeto apetecível H
e um sabor agradável. O seu valor nutritivo, bem como o
preço, é muito variável. Alguns enchidos, como, por exemplo, I
a morcela e o chouriço, são ingredientes indispensáveis em
pratos típicos, como o cozido à portuguesa ou a feijoada. J
L
Como consumir
M
Existem muitos tipos de enchidos, a maior parte de fabrico
industrial. Para além dos aditivos e condimentos de base, N
os temperos variam, muitas vezes, de região para região.
O
Curada pelo fumo, a alheira é uma mistura de carne
de vitela, de animais de capoeira e de gorduras macias
P
de porco, devidamente desfiadas. Para além da carne,
tem ainda pão de trigo ou de centeio e condimentos (sal,
pimenta, alho e azeite). A alheira tem um aspeto amare- Q
lado, heterogéneo e brilhante, e uma consistência pastosa.
É típica de Trás-os-Montes, sendo particularmente conhe- R
cida a de Mirandela.
S
Existem dois tipos de cacholeira, a fumada (ou de cozer)
e a escaldada (ou de assar). Em qualquer dos casos, é com- T
posta por fígado, pulmão, baço, coração e pâncreas, fina-
mente picados, e por gorduras macias de porco. Também U
podem ser utilizados sangue e tecidos musculares.
Os condimentos de base são sal, pimenta, vinho tinto e V
cravinho. De cor castanho-escura, brilhante ou baça con-
soante o tipo, a cacholeira tem uma consistência semimole. X
88 Z
Os alimentos de A a Z A
B
No chouriço de carne (extra, corrente e tradicional),
os ingredientes essenciais são carne e as gorduras rijas
de porco, isentas de couratos e finamente picadas. Como C
condimentos utiliza-se massa de pimentão, colorau, alho, D
sal e outros. Tem um aspeto avermelhado e brilhante e uma
consistência firme. Os três tipos de chouriço diferenciam-
E
-se pelo seu teor em gorduras, proteínas e colagénio. Para
o chouriço de carne extra escolhem-se as melhores carnes,
F
com o teor de gordura mais baixo. No chouriço de carne
corrente podem ser utilizados couratos cozidos ou salmou-
rados. No chouriço de carne tradicional, só são admitidas G
tripas naturais como invólucro. Os mais conhecidos são
os de Portalegre. O chouriço é um ingrediente muito uti- H
lizado nalguns pratos típicos como o cozido à portuguesa
ou o caldo verde, por exemplo. O chouriço assado é tam- I
bém um petisco bastante apreciado entre nós.
J
O chouriço mouro é um enchido fumado, constituído
por gorduras macias de porco, sangue fresco, bucho L
e tripa grossa de porco previamente cozidos e, eventual-
mente, vísceras torácicas e tecido muscular. A esta mis- M
tura de carnes adiciona-se, pelo menos, sal, pimenta e
cominhos. O vinho, o vinagre, o alho e o pão são também N
ingredientes muito utilizados. O sangue fumado confere
a este enchido uma cor negra e brilhante.
O
89 Z
Conhecer os alimentos A
B
picadas. É temperada com massa de pimentão, colorau,
alho, sal e outros. Tem uma cor avermelhada e brilhante
e uma consistência firme. C
D
A morcela classifica-se como fumada (ou de cozer) e escaldada
(ou de assar). Tem como ingredientes gorduras macias picadas
E
e sangue fresco de porco. Os condimentos utilizados são sal,
pimenta e cominhos. Também podem ser utilizados alguns
F
produtos ricos em amido. De cor negra ou acinzentada, tem
um aspeto brilhante ou baço, consoante o tipo, e uma consis-
tência rija. G
O salpicão é um enchido Q
volumoso, curado pelo fumo.
É constituído exclusivamente por R
carne muscular magra ou entre-
meada de porco, especialmente S
das cabeças dos lombos, lombi-
nhos e da perna, e gordura rija de T
porco. Os condimentos utiliza-
dos são massa de pimentão, alho U
e sal, entre outros utilizados nas
variedades regionais. O salpicão V
tem uma cor avermelhada bri-
lhante e uma consistência dura. X
90 Z
Os alimentos de A a Z A
B
O fiambre da perna utiliza essencialmente carne da perna
de porco, água potável e sal refinado, mas também pode
conter açúcares. A carne é liberta de ossos, cartilagens, C
tendões, ligamentos isolados e coágulos sanguíneos. D
Em seguida, é salmourada, massajada, prensada e sub-
metida a tratamento térmico. A superfície, ligeiramente
E
húmida e de cor rosada, tem uma textura compacta,
de forma a permitir o corte em fatias finas. O fiambre da
Um bom conselho F
pá utiliza a pá de porco, sal e água potável, mas também
açúcares e especiarias. O tratamento a que a carne é sub- Se goza de boa saúde
metida e o seu aspeto final são idênticos ao do fiambre da e tem o peso ideal, não G
é necessário privar-se
perna. Na prática, é muito difícil distinguir estes dois tipos de um bom enchido.
de fiambre. Porém, não abuse! H
91 Z
Conhecer os alimentos A
B
de aparada, à qual foi retirado o entrecosto. O segundo
C
chama-se toucinho fumado extra e provém da entremeada, Atenção!
depois de aparada, à qual foi apenas retirada a base óssea Os enchidos “curados”
podem conservar-se,
do entrecosto. É temperado com sal e, eventualmente, D
num local fresco e seco,
açúcares e especiarias. De coloração castanho-amarelada, durante um prazo de um
é brilhante nas zonas gordas e avermelhada nas restantes. a três meses.
E
Os torresmos são constituídos por gorduras e tecido
F
conjuntivo de porco, ligamentos, tendões, cartilagens
e couratos. Estes ingredientes são temperados com sal,
prensados, espremidos ou escorridos, ficando com um G
aspeto marmorado, de cor acastanhada, alternando com
branco-amarelado em toda a massa. Apresentam-se a gra- H
nel ou em porções individualizadas.
I
Valor nutricional J
P
Estes produtos devem ser comidos com moderação. Alguns
contêm quantidades elevadas de sal, substância que
também deve ser consumida de forma moderada (veja Sal, Q
na página 205).
R
Veja também Aditivos, na página 16.
S
Cherne U
92 Z
Os alimentos de A a Z A
B
delas é a ligeira depressão que possui, na cabeça, por cima
dos olhos. Tem um corpo robusto, volumoso e com uma
coloração variável, com uma porção superior cinzenta ou C
rosa-acastanhada e os flancos cinza-claro com malhas D
acobreadas.
E
O seu peso máximo ultrapassa os cem quilos, mas este
porte é cada vez menos encontrado. Os juvenis vivem
F
debaixo de objetos flutuantes, enquanto os adultos podem
ser observados em grutas ou destroços. As zonas de pesca
desta espécie são vastas: Atlântico Este, Atlântico Oeste, G
Índico Oeste, Sudoeste do Pacífico e Nova Zelândia.
H
Como consumir I
Valor nutricional M
Chicória P
93 Z
Conhecer os alimentos A
B
Como consumir
É uma hortaliça de inverno, embora se possa encontrar C
à venda em qualquer época do ano. A escarola e a chicória- D
-frisada consomem-se cruas, em saladas, temperadas com
sal, azeite e vinagre. Também se podem comer cozidas
E
ou guisadas, embora percam alguns nutrientes. Lave-as
bem, em água fria, antes de as cortar, de preferência com
F
as mãos. Não as deixe ao ar, sobretudo no tempo quente,
porque perdem água e murcham.
G
Conserve-as no frigorífico, num saco plástico fechado,
até três dias. H
I
Valor nutricional
J
O teor em água da chicória faz com que o seu valor energé-
tico seja muito baixo (dez calorias ou 42 quilojoules, por cem L
gramas). É uma boa fonte de fibras e fornece ácido fólico (B9),
e minerais, como o cálcio e o magnésio. M
Chocolate O
P
O “chocolate” é o resultado da mistura homo-
génea de cacau e açúcar, com adição de manteiga de cacau
(mínimo de 18 por cento). Existem muitos tipos de choco- Q
late, de acordo com os ingredientes e sua utilização: de leite,
branco, preto, para culinária, entre outros. R
S
Como consumir
T
O chocolate de qualidade tem uma superfície brilhante
e seca, de grão fino. Num local fresco e ao abrigo da humi- U
dade, o chocolate conserva-se durante vários meses sem
sofrer alterações. Desconfie das mudanças de tempera- V
tura porque provocam condensações e, em consequência,
o branqueamento da superfície do chocolate. X
94 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Antes de comprar um chocolate, verifique a lista de
ingredientes. Se o teor em manteiga de cacau for inferior
a 18 por cento, não se trata, de facto, de chocolate, mas sim C
de um sucedâneo. Esses produtos são mais baratos, mas D
de qualidade inferior ao chocolate.
E
Valor nutricional
F
Trata-se de um alimento muito energético: tem cerca de
550 calorias (2300 quilojoules), por cem gramas. Contém G
alguns sais minerais, sobretudo potássio, magnésio,
fósforo e ferro. No caso do chocolate de leite, há ainda a H
considerar a riqueza em cálcio.
I
O chocolate não é um “veneno” para o fígado, mas, por ser
rico em matérias gordas, pode provocar transtornos intes- J
tinais. Alguns componentes da manteiga de cacau estimu-
lam a vesícula biliar, pelo que estes produtos devem ser L
consumidos com especial moderação por quem sofre do
fígado ou da vesícula. M
Sabia que…
Citrinos U
95 Z
Conhecer os alimentos A
B
podemos distinguir três espécies principais: as laran-
jas (citrus sinensis), os pequenos citrinos (citrus reticulata)
e os limões (citrus limon). C
D
A laranja é, predominantemente, um fruto de inverno.
De entre as suas numerosas variedades, existem algu-
E
mas cuja época se prolonga até julho, como a valencia
late. Outras muito conhecidas são a laranja-da-baía e a
F
laranja-sanguínea ou laranja-romã. As sanguíneas têm
mais sumo, embora o seu sabor seja menos acentuado.
Por isso, são habitualmente utilizadas para sumo (caseiro G
ou industrial). A laranja-amarga, conhecida na Europa Um bom conselho
desde o tempo dos Árabes, raramente é consumida ao H
Coma uma laranja
natural. Serve, sobretudo, para fazer compotas e licores (ou meia toranja) ao
do tipo curaçao. A toranja é o maior dos citrinos e tem um pequeno-almoço: esta I
fruta refrescante existe
sabor amargo muito característico. A sua casca é amarela,
quase durante todo o ano
como a do limão. De todas as espécies de citrinos é a que se e é rica em vitamina C e J
encontra à venda durante mais tempo. fibras alimentares.
L
Dentro dos pequenos citrinos, destacamos a tangerina,
um fruto muito aromático e fácil de descascar. É, sobre- M
tudo, um fruto de inverno, e a sua época termina em abril.
As variedades mais conhecidas são as satsumas (sem caro- N
ços), as wilkings e as encores. A clementina, um híbrido
entre a tangerina e a laranja-doce, reúne as melhores qua-
O
lidades de ambas e, por isso, é muito apreciada. De sabor
ligeiramente acidulado, é comercializada entre novembro e
P
fevereiro. Também se utiliza como fruta cristalizada.
Como consumir U
96 Z
Os alimentos de A a Z A
B
quanto mais amarelo, mais maduro está. Geralmente, Atenção!
as laranjas consomem-se frescas. Quentes, constituem um
bom acompanhamento para as carnes brancas.
O cultivo de citrinos exige
cuidados intensivos, pois
C
são muito vulneráveis
a agentes agressores. D
As laranjas e as toranjas conservam-se durante duas a três Por isso, os agricultores
semanas, no frigorífico, e sete dias à temperatura ambiente. tratam-nos com produtos
químicos, o que, aliado E
Os limões aguentam até seis semanas no frigorífico dentro
a algumas práticas pouco
de um saco plástico, mas depois de cortados só duram dois recomendáveis desti-
F
ou três dias. À temperatura ambiente entre sete e dez dias. nadas a dar aos frutos
As tangerinas duram até sete dias no frigorífico e três dias um aspeto mais maduro
à temperatura ambiente. No frigorífico, os citrinos, sobre-
e brilhante, comporta G
o risco de os mesmos
tudo as laranjas, soltam compostos voláteis de odor acen- conterem substâncias
tuado, que podem impregnar os outros produtos. químicas indesejáveis. H
Por isso, se quiser apro-
veitar a casca, lave-a cui-
dadosamente com água I
Valor nutricional quente. Veja também
Fruta, na página 119.
J
Constituem uma excelente fonte de vitamina C (veja o qua-
dro comparativo abaixo). O valor energético médio ronda L
as 40 calorias (170 quilojoules), por cem gramas.
M
BOAS FONTES DE VITAMINA C
(em miligramas, N
por cem gramas de alimento)
Couve-galega 148 O
Couves-de-bruxelas 115
Couve-portuguesa 90 P
Pimento 90
Couve-flor 73 Q
Quivi 72
Papaia 68 R
Couve-lombarda 67
Couve-roxa 57 S
Laranja 57
Morangos 47 T
Toranja 43
Brócolos 41 U
Espinafres 35
Manga 23 V
Fonte: Instituto Nacional de Saúde
Dr. Ricardo Jorge X
97 Z
Conhecer os alimentos A
B
Coelho
A qualidade da carne do coelho depende C
da sua raça, alimentação, idade e D
estado de engorda. Existem raças de
coelhos de peso médio, com três a qua-
E
tro quilos, e raças de peso elevado, com
dez a 15 quilos. A carne de coelho tem
F
uma coloração rosa-clara.
G
Como consumir
H
Escolha coelhos com cabeça e patas ainda flexíveis. A gor-
dura deve ser bem branca e o fígado não muito escuro e sem I
manchas. O corpo tem de se apresentar robusto. O coelho
jovem é mais tenro, o adulto é mais saboroso. J
Valor nutricional
P
A carne de coelho, de fácil digestão, é pobre em gorduras:
uma média de quatro por cento. Em termos energéticos, Q
tem 119 calorias (500 quilojoules), por cem gramas.
R
Cogumelos T
98 Z
Os alimentos de A a Z A
B
são tóxicas ou mesmo mortais. Por isso, o consumo de
cogumelos selvagens pode revelar-se perigoso.
C
Em geral, distinguem-se dois grandes grupos D
de cogumelos utilizados para consumo humano:
os silvestres, que se apanham no outono e na pri-
E
mavera; e os cultivados, designados genericamente
como champignons, cuja cultura e comercialização
F
é feita em contínuo, pois estas não estão sujeitas às con-
dições atmosféricas. Entre as numerosas espécies comestí-
veis, assinalamos: G
– o agaricus campestris, bastante comum nos pastos.
O cogumelo de cultivo, seu equivalente, é cultivado H
em grande escala nos arredores de Paris e, por isso, tam-
bém é conhecido como cogumelo-de-paris. Trata-se, I
de longe, a espécie de cogumelo mais comercializada,
devido à sua facilidade de cultivo; J
– os míscaros, variedades de coloração amarela ou alaran-
jada, cuja carne é excelente. Abundam nos pinhais durante L
o outono;
– as trombetas-da-morte, negras e de odor frutado, muito M
utilizadas como condimento;
– as trufas, fungos raros e caros que se desenvolvem N
em simbiose com os carvalhos e os castanheiros.
O
Como consumir
P
Os cogumelos podem encontrar-se à venda frescos, con-
gelados, em conserva e secos. Entram nos mais diversos Atenção! Q
cozinhados, das omeletas às pizas, e também se utilizam A intoxicação com cogu-
em canapés e empadas. Além disso, constituem uma exce- melos pode ir de uma R
simples indigestão a um
lente guarnição para carnes e peixes. acidente mortal. Por isso,
não apanhe nem coma S
Se decidir comprar cogumelos frescos, escolha-os bem rijos cogumelos frescos que
não estejam perfeitamente
e sem manchas. Antes de os cozinhar, passe-os por água identificados. A recolha T
ligeiramente avinagrada, para eliminar os parasitas. Retire e seleção de cogumelos
a parte do pé que esteve em contacto com o chão e lave-os silvestres devem ser feitas
U
apenas por pessoas muito
em água fria com um pouco de sumo de limão. experientes, pois existem
variedades de aspeto V
Em conserva, os cogumelos podem apresentar-se inteiros idêntico, sendo algumas
tóxicas e outras não.
ou cortados em lâminas. X
99 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
São pobres em gorduras e em açúcares e ricos em água C
o que faz com que este alimento tenha um valor calórico D
baixo (cerca de 14 calorias, ou 59 quilojoules, por cem
gramas). Algumas pessoas toleram mal os cogumelos, pois
E
têm dificuldade em digerir certos açúcares.
F
G
Curgete
H
A curgete, também designada por abobo-
rinha, pertence, como a abóbora, à grande I
família das cucurbitáceas.
J
As curgetes são colhidas ainda verdes e
tenras, antes de as sementes estarem fir- L
mes. A época mais adequada de produção é
entre maio e outubro. Quando produzida em M
estufa também se pode encontrar durante o inverno.
N
Como consumir O
S
Valor nutricional
T
A curgete é um alimento de reduzido valor energético:
30 calorias (125 quilojoules), por cem gramas. Contribui U
muito para a ingestão de minerais, sobretudo com potás-
sio, magnésio e ferro; ácido fólico (vitamina B9) e vita- V
mina C.
X
100 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Veja também Abóbora e Hortaliças, na página 21 e 132,
respetivamente.
C
D
Couve E
F
As couves são hortaliças originárias da
Europa e crescem, de forma espontânea,
em algumas ilhas do Mediterrâneo. Desde G
há muito que são cultivadas para consumo
humano. Existem numerosas variedades. H
As mais frequentes em Portugal são a couve-tronchuda
ou portuguesa, a couve-galega, o lombardo, o repolho I
(incluindo o coração-de-boi), a couve-roxa, a couve-
-de-bruxelas, os brócolos, a couve-flor e a couve-rábano. J
L
Como consumir
M
Escolha couves de aspeto fresco, de folhas tenras
e limpas, sem parasitas ou partes amarelas ou ene- N
grecidas. As couves-flor devem estar bem brancas. As
couves são um bom acompanhamento para os pratos de
O
carne e podem comer-se assadas, estufadas, gratinadas,
recheadas ou em sopas. O repolho, a couve-lombarda e a
P
couve-flor também podem comer-se cruas em vinagrete
(pickles).
Q
As couves conservam-se bem à temperatura ambiente
de um a dois dias e no frigorífico até oito dias. Podem R
também ser congeladas. Para congelar a couve-flor, por
exemplo, divida-a em ramalhetes e ponha-os de molho em S
água com limão, para evitar o seu enegrecimento.
T
Valor nutricional U
101 Z
Conhecer os alimentos A
B
e C e em sais minerais. Os brócolos contêm quase tanta
vitamina C quanto o limão (veja o quadro da página 97),
além de uma boa dose de caroteno. Para serem facilmente C
digeríveis, as couves devem ser sujeitas a uma cozedura D
demorada.
E
Veja Hortaliças, na página 132.
F
102 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Damasco
C
Em Portugal, o damasco, também conhecido
como alperce, é produzido em diversas regiões,
e a sua época própria é de maio a julho. D
E
Como consumir
F
Compre os de pele amarelo-alaranjada, sem
manchas ou toques. Rejeite os que estiverem muito madu- G
ros ou ainda verdes. Tenha em conta que os golpes ou a
pressão excessiva dos dedos provocam alterações facil- H
mente. Estes frutos podem ser conservados à temperatura
ambiente entre três e seis dias e no frigorífico durante uma I
ou duas semanas.
J
Os damascos comem-se ao natural. Podem constituir
um acompanhamento para as carnes brancas, depois de L
cozidos. Estes frutos dão excelentes compotas e licores.
M
Valor nutricional N
Dióspiro U
103 Z
Conhecer os alimentos A
B
mole e avermelhada. Existe uma variedade, conhecida por
dióspiro-maçã ou de roer, cuja polpa tem uma textura mais C
rija. O seu sabor é agridoce.
D
Como consumir E
O dióspiro deve comer-se ao natural, mas só quando esti-
F
ver bem maduro. Caso contrário, tem um sabor demasiado
adstringente. É muito perecível, pelo que deve ser manu-
seado com cuidado. A colheita inicia-se em outubro. A sua G
época de produção vai até meados de dezembro.
H
Valor nutricional I
N
Dourada
O
Peixe da família do sargo e do pargo,
a dourada é-lhes superior em quali-
P
dade. De coloração cinzento-prateada,
tem uma faixa dourada entre os olhos.
Q
Como consumir R
Valor nutricional U
104 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Edulcorantes
C
Os edulcorantes de mesa têm um forte poder adoçante
(até 13 mil vezes superior ao do açúcar) e um valor caló- D
rico reduzido ou mesmo nulo. Utilizam-se em substitui-
ção do açúcar em diversas bebidas, sobretudo no café,
e em alguns alimentos (bolos, por exemplo). Na indústria, E
substituem o açúcar nos produtos light (os refrigerantes,
F
por exemplo).
Acessulfame k (E 950) O
Aspartame (E 951) U
105 Z
Conhecer os alimentos A
B
das pessoas mas, por conter fenilalanina, o aspartame não
pode ser ingerido por pessoas que sofrem de fenilcetonúria C
(perturbação do metabolismo da fenilalanina).
D
Este edulcorante é pouco estável, pois em solução, aque-
cido, degrada-se rapidamente, formando uma substância
tóxica (dicetopiperazina – DKP). A DDA é de zero a 40 mili- E
gramas por quilo de peso corporal (800 miligramas numa
F
criança com 20 quilos).
G
Ácido ciclâmico e seus sais
(ciclamatos) (E 952) H
106 Z
Os alimentos de A a Z A
B
As misturas
C
A mistura de edulcorantes é mais eficaz do que a soma
do poder adoçante de cada um, pelo que é mais difícil que D
as doses diárias admissíveis de cada um deles sejam atin-
gidas. Até ao momento, nunca foram observados efeitos
nocivos atribuíveis à combinação de vários edulcorantes. E
É por essa razão que não é especificada qualquer limita-
F
ção suplementar quando se utilizam vários edulcorantes
no mesmo produto.
G
Veja também Aditivos, na página 16.
H
Endívia J
Como consumir O
107 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
C
Tal como as restantes verduras de folha, o seu valor
energético é baixo: cerca de dez calorias (42 quilojou- D
les), por cem gramas. É uma boa fonte de ácido fólico
(vitamina B9).
E
F
Ervilhas G
M
Como consumir
N
Se comprar ervilhas em vagem, prefira as frescas e bem
cheias e que tenham ainda pedúnculo. Os grãos devem
O
ser tenros e sumarentos, mas suficientemente firmes.
Para avaliar a firmeza, comprima-os entre dois dedos. Caso
P
se esmaguem sem se partirem, estão perfeitos. Rejeite os
que tenham pequenos furos, pois é sinal de que contêm
uma larva branca chamada “bruxo”. Conservam-se à tem- Q
peratura ambiente até três dias e no frigorífico, ainda em
vagem, entre dez e 12 dias. R
108 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
C
São ricas em proteínas. Quando frescas, contribuem com
vitaminas do grupo B, como a tiamina (B1) e o ácido D
fólico (B9), e vitamina C. Apresentam um teor importante
de fibra, potássio, ferro e fósforo. Têm 80 calorias (335 qui-
lojoules), por cem gramas. E
F
G
Espargos
H
Os espargos eram já conhecido entre os egípcios e
muito apreciado pelos romanos, que lhes atri- I
buíam propriedades afrodisíacas. Trata-se de
um legume caro, geralmente vendido aos J
molhos, cuja época ideal de consumo é a
primavera. Distinguem-se três tipos: L
– o espargo-branco, mais vulgar, que
se apanha logo que brota da terra, para que M
não receba a luz do sol. As suas extremidades
são brancas ou ligeiramente rosadas; N
– o espargo-violeta, de gosto muito fino, colhido quando
as pontas já têm cinco centímetros acima do nível da terra.
O
As extremidades têm uma coloração entre o rosa e o roxo;
– o espargo-verde, produzido sob a ação da luz e que, por
P
isso mesmo, tem a cor verde dada pela clorofila. O sabor
é diferente do do espargo branco e do do violeta;
– existem também espargos selvagens ou trigueiros, colhi- Q
dos nos campos, que apresentam as extremidades verdes.
O seu sabor é mais pronunciado do que o do espargo-verde. R
S
Como consumir
T
Os espargos frescos devem estar limpos e rígidos, de aspeto
brilhante e sem manchas. Rejeite os amarelos, duros U
ou demasiado altos e verdes. Prefira-os com extremida-
des fechadas e sem carepa (aspereza superficial). Coza-os V
quanto antes, de forma a conservarem o seu aspeto.
X
109 Z
Conhecer os alimentos A
B
Existem também espargos de conserva, mas, neles, o sabor
original encontra-se alterado. C
D
Valor nutricional
Os espargos têm 93 por cento de água, por isso o seu valor E
calórico é reduzido: 18 calorias (75 quilojoules), por cem
F
gramas. São ricos em potássio e fósforo e pobres em sódio,
exceto os de conserva. São diuréticos e desaconselhados
a quem tem níveis elevados de ácido úrico no sangue. G
I
Especiarias
J
Na sua grande maioria, as especiarias são
originárias da Índia, da China e da Tailândia. A pimenta, o L
pimentão-doce, o cravinho, o colorau, o açafrão e os comi-
nhos são muito usados na gastronomia portuguesa. M
110 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Conserve-as em recipientes herméticos ao abrigo da luz,
do calor e da humidade. C
E
F
Espinafres
G
Originária da Pérsia, esta hortaliça foi tra-
zida do Oriente pelos Cruzados. Apresenta H
folhas grandes e espessas, de paladar
agradável e ricas em ferro e vitaminas. I
A sua coloração e aspeto diferem com a
variedade e a época do ano. J
L
Como consumir Atenção!
Os espinafres tendem a M
Escolha espinafres sem parasitas nem folhas amarelas ou acumular nitratos, sobre-
tudo nos caules. Durante
murchas e desprovidos de hastes florais. Lave-os cuidado- o processo digestivo, os N
samente debaixo da torneira da água fria. Podem ser con- nitratos transformam-se
servados crus durante um dia, à temperatura ambiente. No em nitritos, uma substân-
cia tóxica com algumas O
frigorífico duram quatro a cinco dias, dentro de um saco
consequências graves.
plástico perfurado. Convém comê-los bem frescos, pois as Nos bebés e crianças P
suas folhas fermentam muito depressa. Se comprar espina- pequenas, a quem falta a
fres em lata, consuma-os por inteiro no dia em que a abrir. enzima que os metaboliza,
os nitritos podem impedir Q
a oxigenação do sangue e
Podem comer-se cozidos, em esparregado, com natas provocar cianose (doença
ou molho bechamel e, ainda, em tartes e sopas. Não guarde azul), que é mortal. Nos R
adultos, os nitratos podem
os espinafres cozidos durante mais de 24 horas. combinar-se com subs-
tâncias orgânicas que se S
encontram nos alimentos
Valor nutricional e formar as nitrosaminas,
sobre as quais recaem
T
suspeitas de serem
Por conterem cerca de 90 por cento de água, são pouco cancerígenas. U
energéticos. Contêm 20 calorias (90 quilojoules), por cem
gramas. São ricos em vitaminas sobretudo a A, C e ácido V
fólico (B9) e minerais como o potássio, cálcio e magnésio.
Contêm muita fibra e poucos açúcares. X
111 Z
Conhecer os alimentos A
B
Farinha
C
A farinha é o produto resultante da moagem
e peneira de grãos de cereais maduros, geralmente D
o trigo ou o centeio. Estes grãos devem ser sãos,
não-germinados e isentos de impurezas. Através
E
da moagem e da peneira, a farinha branca é sepa-
rada do farelo (invólucro do grão). Quanto mais
peneirada for a farinha, menos farelo tem e, por F
isso, mais branca se torna.
G
Quando se fala em farinha de 70 por cento, por exemplo,
está-se a dizer que, de cem quilos de trigo, se obtiveram 70 H
quilos de farinha. É a partir desta farinha que se fabrica
o pão branco. Por ser feito com farinha muito peneirada, I
este pão não contém alguns dos nutrientes presentes nos
cereais, como fibras, vitaminas B1 e E, entre outros. Para J
fazer o pão integral, utiliza-se farinha de 92/96 por cento.
Isto significa que de cem quilos de trigo, se obtiveram 92 a L
96 quilos de farinha, que é muito mais rica em farelo e em
nutrientes do que a anterior. M
Como consumir Q
112 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Fava
C
Provavelmente de origem mediterrânica, a fava consti-
tuía na Idade Média um componente fundamental da D
alimentação humana. Atualmente, sobretudo nos paí-
ses ricos, o seu consumo diminuiu de forma considerá-
E
vel. Em Portugal, onde a fava é ainda bastante apreciada,
é possível encontrá-la à venda, fresca, entre março e julho.
F
Como consumir G
Valor nutricional R
113 Z
Conhecer os alimentos A
B
Feijão
C
O feijoeiro é oriundo da América
Central e cultiva-se na Europa D
desde o século xvi. A parte
comestível do feijoeiro é a
E
semente (grão), com exceção do
feijão-verde, em que a vagem tam-
bém se come. Há diferentes tipos F
de feijão seco: o branco, o encarnado,
o frade, o catarino, o manteiga, entre outros. G
H
Como consumir
I
O feijão constitui o ingrediente básico de muitos pratos
tradicionais, como a feijoada. Para que fiquem bem cozi- J
nhados, os feijões devem ficar em água de um dia para o
outro. Uma vez cozidos, convém passá-los por água fria. L
M
Valor nutricional
N
São uma excelente fonte de proteínas de fácil assimilação
e de alto valor biológico. Por cem gramas, o feijão-branco
O
apresenta 277 calorias (1157 quilojoules); o frade conta com
329 calorias (1375 quilojoules), e o manteiga tem 275 calo-
P
rias (1150 quilojoules).
S
Feijão-verde
T
O feijão-verde é a vagem ainda com a
semente do feijoeiro, antes de esta amadurecer. É um U
dos raros tipos de feijão em que a vagem é consumida.
A sua época vai de junho a setembro, mas também é V
possível encontrá-lo, congelado ou de estufa, durante o
resto do ano. X
114 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Como consumir
C
Deve ter as vagens bem fechadas, sãs, de aspeto fresco
e limpo. Não compre vagens que apresentem manchas D
acinzentadas ou esbranquiçadas, fruto da ferrugem e de
outros fungos. Prefira o feijão-verde de aspeto cheio, tenro
E
e sem fio. O ideal é que a vagem se parta facilmente à mão.
M
Valor nutricional
N
O feijão-verde é pouco energético, pois tem cerca de 25
calorias (105 quilojoules), por cem gramas. Se for fibroso,
O
torna-se indigesto e é ligeiramente laxante.
P
Veja também Hortaliças, na página 132.
Q
R
Fiambre
S
Existem três categorias comerciais de fiambre.
O da perna, feito unicamente a partir das T
patas traseiras do porco, o da pá, produ-
zido com as patas dianteiras; e o corrente, U
que pode ser proveniente de outras partes do
porco. Com frequência, estas categorias diferem V
mais em preço do que em qualidade. Além disso, na altura
da compra não há qualquer forma de ter a certeza de qual a X
115 Z
Conhecer os alimentos A
B
real origem da carne. Ao contrário do que sugerem as desig- Atenção!
nações “afiambrado popular” e “filete afiambrado”, estes O fiambre é tratado com C
produtos não são, na realidade, fiambre. O seu valor nutri- fosfatos. Nas doses
utilizadas, esta prática
cional é inferior. não apresenta risco para D
a saúde, mas não deixa
de ser enganadora por-
E
Como consumir que os fosfatos aumentam
a capacidade de retenção
116 Z
Os alimentos de A a Z A
B
A sua composição nutricional fornece cerca de cem calorias
(418 quilojoules), por cem gramas. Para reduzir o seu valor C
energético, elimine a camada de gordura externa, que,
aliás, se separa facilmente. D
Figo F
A figueira é uma árvore característica das G
zonas de verão seco e onde a temperatura
não desce abaixo dos 0ºC. Por isso, H
é possível encontrá-la em toda a
região mediterrânica. A figueira I
selvagem não dá frutos comestí-
veis. Entre os frutos das figueiras de J
cultivo distinguem-se o figo moscatel (de
forma alongada) e os figos brancos e pretos L
(mais pequenos e arredondados).
M
Como consumir N
117 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
C
O figo é um dos frutos com maior teor de açúcares, prin-
cipalmente depois de seco. O seu valor energético por D
cem gramas é de 70 calorias (293 quilojoules). Quando
seco, o figo passa a ter de 200 a 280 calorias (840 a 1170
E
quilojoules). Este fruto contém uma quantidade impor-
tante de fibras e de sementes que favorecem o trânsito
intestinal. F
Veja também Fruta, na página seguinte. G
I
Framboesa
J
A framboesa cresce espontaneamente em quase
toda a Europa e na Ásia Oriental, mas aquelas L
que encontramos à venda são de cultivo. Existem
diversas variedades, mas pouco diferem entre si. M
N
Como consumir
O
O fruto é muito frágil e conserva-se por pouco tempo,
embora se possa congelar. Neste caso, perde o seu aspeto
P
original e apenas pode ser utilizado para batidos ou outras
preparações culinárias. Perfumada e com um sabor muito
requintado, a framboesa pode comer-se fresca ou em com- Q
potas. É também muito utilizada no fabrico de bolos, tar-
tes, licores e xaropes. R
S
Valor nutricional
T
A framboesa é muito pouco energética, pois apresenta cerca
de 34 calorias (142 quilojoules), por cem gramas. É rica em U
pectina (excelente para a doçaria e compotas) e em fibras,
o que a torna um bom regulador intestinal. V
118 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Fruta
C
Os frutos comestíveis das diversas espécies de plan-
tas e árvores têm a designação de “fruta”. D
Formados a partir da flor, têm
em comum o facto de serem
E
ricos em fibras alimen-
tares, água e vitaminas,
mas pobres em proteínas F
e gorduras. Geralmente,
contêm açúcares e, devido G
ao seu sabor doce, costumam consumir-se no final
das refeições. H
119 Z
Conhecer os alimentos A
B
frutos ficam castanhos, moles e “cozidos”, quando intro-
duzidos no frio. A sua temperatura de conservação não C
pode ser inferior a 6ºC. A maior parte dos frutos pode ser
congelada, para utilização posterior em preparados culiná- D
rios (batidos, gelados, entre outros). No entanto, perdem a Atenção!
sua consistência e aspeto, pelo que não podem ser comidos
A fruta tocada pode E
ao natural. conter micotoxinas,
substâncias segregadas
por bolores (a patulina e F
Como cozer os frutos a citrinina, por exemplo),
que, se forem ingeridas,
G
são prejudiciais para a
Adicione uma quantidade mínima de líquido (caldo, água, saúde. Estas substâncias
encontram-se, sobretudo, H
vinho, entre outros). A água de constituição do fruto é nas maçãs, peras, cere-
um meio de cozedura natural. Se não juntar qualquer tipo jas, ameixas, pêssegos
de matéria gorda, obterá um alimento muito fácil de dige- e alperces. Os restantes I
rir. Para evitar perdas de nutrientes, o melhor será cozê-los frutos não são atacados
pelos mesmos bolores
em vapor, mas, se preferir fazê-lo em água, deixe-a ferver ou, então, contêm subs- J
antes de introduzir os pedaços de fruta. Desta forma, eli- tâncias que inibem a ação
mina o ar interior e, consequentemente, diminui a perda das micotoxinas, como os
L
ácidos. Recomenda-se,
de vitamina C por oxidação. Além disso, ao introduzir rapi- deste modo, que se retire
damente os pedaços em água já a ferver, destrói a pectase, o pedaço afetado, bem M
um fermento existente nalguns frutos, que transforma como toda a área envol-
vente (cerca de um ou
a pectina em ácido péctico. Este ácido, em contacto com dois centímetros). N
o cálcio presente na água, não permite que o alimento
fique tenro.
O
120 Z
Os alimentos de A a Z A
B
a utilizar na proporção indicada na embalagem). Outra
alternativa consiste em juntar uma pequena quantidade de C
fruta rica em pectina.
D
Para saber se o preparado está “no ponto”, experimente
retirar uma pequena quantidade da panela e colocá-la num Sabia que…
E
prato. Se formar uma massa consistente, sem escorrer, pode Para chegarem em boas
apagar o lume. Em alternativa, utilize um pesa-xaropes,
F
condições de conserva-
ção aos pontos de venda,
mas veja qual a temperatura indicada para cada tipo de
os frutos têm de ser
receita no seu livro de culinária. colhidos antes de atin-
girem o seu estado de G
Guarde as compotas, geleias e marmeladas ao abrigo amadurecimento. A maior
parte deles amadurece H
da humidade e do calor. na mesma depois, mas,
no caso dos citrinos,
por exemplo, não. I
Para darem aos frutos
Valor nutricional um aspeto mais maduro e
apetecível, os produtores J
Regra geral, a fruta fornece pouca energia, mas tem grande aplicam um tratamento
com etileno, que confere
importância na nossa alimentação. As vitaminas e sais um aspeto maduro, mas L
minerais, que existem em maior ou menor quantidade com sabor e caracte-
em todos os frutos, são reguladores dos processos metabó- rísticas do fruto verde.
M
Esta prática não apre-
licos. Procure variar, pois todos são particularmente ricos senta risco para a saúde,
num ou noutro elemento. mas não deixa de cons- N
tituir um engano para o
Os frutos frescos, consumidos crus, possuem um elevado consumidor. Infelizmente,
não existem regras que O
valor nutritivo: permitam identificar um
– são ricos em vitaminas, sobretudo C, e provitamina A fruto tratado com etileno,
mas, no caso da tân- P
(caroteno). Esta última abunda, principalmente, na fruta
gera, a distinção é fácil.
de cor amarelo-intensa, vermelha ou verde; a vitamina C Quando é amadurecida
está muito presente nos frutos em que a acidez é relativa- Q
de forma natural, amare-
mente elevada. As partes mais vitaminadas são as que têm lece progressivamente e
tem, em simultâneo, uma R
mais cor e, sobretudo, a pele; coloração verde e ama-
– contêm diversos sais minerais, como cálcio, potássio, rela. Se estiver amarela
magnésio, ferro, cobre, entre outros. Embora sejam ácidos de forma homogénea, S
é porque foi tratada
ao paladar, os frutos são alcalinizantes e remineralizado- com etileno.
res. O seu teor em sódio e potássio contribui para a regula- T
ção do equilíbrio dos líquidos no organismo;
– possuem muitas fibras alimentares e, portanto, celulose. U
As fibras melhoram o trânsito intestinal e combatem a pri-
são de ventre. De facto, elas têm a propriedade de absorver V
a água e aumentar o volume das fezes, facilitando a sua
evacuação. Os frutos com teor mais elevado em fibras são X
121 Z
Conhecer os alimentos A
B
as framboesas, os morangos e os frutos secos (figos, passas,
amêndoas, entre outros); C
– têm água em abundância, permitindo-nos satisfazer
uma parte das nossas necessidades de líquidos; D
– os hidratos de carbono estão presentes sob a forma
de açúcares simples, facilmente assimiláveis. No entanto,
E
antes de estar madura, alguma fruta, como a banana, con-
tém amido que não pode ser digerido;
– são uma fonte modesta de energia, pois, praticamente, F
não contêm matérias gordas e têm poucos açúcares (cinco
a 25 por cento de frutose). O mesmo não é válido para G
os frutos secos, que podem ter até 75 por cento de gorduras
(no caso das oleaginosas) ou até 70 por cento de hidratos H
de carbono (nas passas de uva, por exemplo).
Atenção! I
Os frutos cozidos não têm o mesmo valor biológico. As compotas, geleias e
Eis o que acontece durante a cozedura: marmeladas caseiras são J
– a pectina é dissolvida e as fibras celulósicas alteram-se. feitas, essencialmente, à
base de frutos e de açú-
Desta forma, a mastigação e a digestão ficam facilitadas; cares, aos quais se junta, L
– os alimentos perdem uma parte das vitaminas e sais por vezes, sumo de limão
minerais, seja por dissolução ou por inação devida ao calor ou pectina. No entanto, M
as de fabrico industrial
(principalmente as vitaminas C e B1);
contêm alguns aditivos,
– perdem parcialmente a cor. Este efeito pode ser minimi- cuja presença deve estar N
zado se a água ferver antes de se introduzir os alimentos. assinalada na lista de
Em seguida, deve baixar-se o lume. ingredientes. São, normal-
mente, pectinas e ácidos O
cítrico, tartárico e sórbico
As marmeladas, compotas e doces, sejam caseiras (veja Aditivos, na página
16). Este último é um con- P
ou industriais, contêm um teor importante de açúcar, daí
servante dispensável nos
o seu elevado valor energético: uma média de 250 calorias produtos que contenham
(1045 quilojoules), por cem gramas. Os frutos em conservas Q
uma quantidade suficiente
industriais (de boa qualidade) têm um valor biológico com- de açúcar.
parável ao dos frutos cozidos de forma artesanal. O impor- R
tante é a rapidez das operações. Uma cozedura ao abrigo
do ar diminui a perda de vitaminas. S
T
Aproveite ao máximo os nutrientes
U
Para reduzir a perda de nutrientes dos frutos cozidos, não
os deixe dentro de água durante muito tempo. De prefe- V
rência, cozinhe-os em vapor. Se isso não for possível, use
pouca água e limite ao máximo o tempo de cozedura. Corte X
122 Z
Os alimentos de A a Z A
B
os frutos em pedaços grandes e evite tirar-lhes a pele.
Obviamente, terá de fazer uma lavagem cuidadosa. De pre- C
ferência, utilize uma escova pequena para esfregar a casca.
D
Não deite fora o líquido das conservas de fruta, pois este
contém um teor importante de vitaminas e sais minerais.
E
Utilize-o, por exemplo, nas saladas de frutas.
F
G
Funcho
H
É uma planta muito aromática e existem diver-
sos tipos, embora o único comestível seja o funcho- I
-doce ou funcho-de-florença. Esta variedade distin-
gue-se pelas suas folhas carnudas sobrepostas, for- J
mando uma espécie de cabeça achatada.
L
Como consumir M
S
Valor nutricional
T
O funcho é um alimento pobre em calorias: 31 calorias
(130 quilojoules), por cem gramas. Atribuem-se-lhe quali- U
dades digestivas.
V
123 Z
Conhecer os alimentos A
B
Garoupa
C
De carne branca, firme e saborosa, a garoupa é um peixe
muito apreciado na gastronomia portuguesa. Tem gran- D
des dimensões e possui uma boca também grande e den-
tes aguçados. Vive, geralmente, em fundos coralinos ou
E
rochosos, onde tem o hábito de se esconder. As zonas
de pesca da garoupa são o Atlântico (central e sudeste),
F
o Mediterrâneo e o Mar Negro, mas é uma espécie cuja
população tem decrescido devido à intensidade da captura.
O mero, pertencente ao mesmo grupo, é uma das espécies G
mais ameaçadas de extinção.
H
Como consumir I
Valor nutricional N
Q
Gelado
R
A legislação distingue os seguintes tipos de gelado
alimentar: S
– gelado. Composto por água e/ou leite, gordura alimentar,
proteínas e açúcares; T
– gelado de nata, cujo teor mínimo de gordura de leite
é de cinco por cento em cem gramas; U
– gelado de leite, com menos gordura láctea (mínimo de 2,5
por cento); V
– gelado de água, composto principalmente por água
e açúcares; X
124 Z
Os alimentos de A a Z A
B
– gelado de fruta, composto principlamente por água e açú-
cares, mas também por, no mínimo, 15 por cento de frutos. C
Este teor pode ser reduzido consoante se trate de citrinos
(dez por cento), frutos exóticos (dez por cento) ou frutos D
com casca (cinco por cento);
– sorvete, que é um gelado de fruta ao qual não é adicio-
E
nada gordura. O seu teor em fruta respeita os moldes esta-
belecidos para o gelado de fruta;
F
– granizado, que segue as mesmas regras dos gelados
de água e de fruta e ainda do sorvete, mas que se encontra
no estado semi-sólido; G
– sobremesa gelada, que se define como sobremesa com
gelado alimentar, decorada com géneros alimentícios; H
– gelado semifrio, cuja temperatura de conservação não
pode ultrapassar os -10ºC. I
J
Como consumir
L
O verdadeiro gelado de natas é feito com leite, ovos e
açúcar. Os gelados industriais são produzidos com maté- M
rias-primas mais baratas. Assim, não utilizam ovos;
a baunilha é substituída por aromas e a massa é “ali- N
geirada” com ar insuflado. A presença de ar é necessá-
ria para evitar que o gelado fique demasiado duro. Por
O
vezes, os fabricantes abusam e o consumidor paga ar ao
preço de gelado.
P
Os gelados industriais contêm estabilizantes e outros adi-
tivos e ainda corantes, alguns dos quais podem causar aler- Q
gias, como é o caso da tartarazina. Por isso, leia sempre
a lista de ingredientes. Apesar de a qualidade dos gelados R
industriais ser satisfatória, se é um consumidor regular
faça, de vez em quando, o seu próprio gelado (veja a receita S
de Gelado de nata, na página seguinte).
T
Coma os gelados devagar e em porções pequenas. Desta
forma, além de saborear melhor, evita que o seu estômago U
se transforme num icebergue. Um gelado está na tempera-
tura ideal para ser comido se conseguir cortá-lo à faca sem V
dificuldade. Por isso, tire-o do congelador alguns minutos
antes de o consumir. X
125 Z
Conhecer os alimentos A
B
Para saber se o gelado ainda se encontra em condições, veja
o prazo de validade que se encontra no rótulo. É possível C
que se estrague antes do prazo de validade, sobretudo se,
durante o transporte ou a permanência no local de venda, D
a temperatura a que se encontra subir por qualquer razão.
Se verificar que o gelado não está em condições, não hesite
E
em pedir para lho trocarem.
F
Gelado de nata (para seis pessoas)
P
Valor nutricional
O valor energético de um gelado depende, evidentemente, Q
da sua composição. Alguns podem proporcionar até cerca
de 240 calorias (1003 quilojoules), por cem gramas. Por R
isso, não abuse!
S
Geleia real U
126 Z
Os alimentos de A a Z A
B
durante os seus primeiros dias, também se alimentam
desta substância. C
D
Como consumir
E
A geleia real fresca tem o aspeto do leite condensado. A sua
composição é diferente da do mel: cerca de 60 por cento de
F
água e 15 por cento de açúcares. O teor em proteínas e vita-
minas B1, B2, B5 e B6 também é mais elevado do que no mel.
G
Apesar de vulgarmente se pensar que a geleia real tem pro-
priedades rejuvenescedoras e fortificantes no organismo H
humano, nada disto está, de facto, provado. A geleia real
é um produto muito raro e, por isso, caro. Cada colmeia I
apenas pode proporcionar alguns gramas por ano, muitas
vezes vendidos em mistura com o mel. J
N
Gorduras
O
As gorduras ou lípidos são parte integrante de alguns pro-
dutos alimentares, como o leite e a carne, entre outros.
P
No entanto, estes produtos são frequentemente subme-
tidos a um tratamento que separa a gordura dos outros
constituintes. É assim que do leite se obtêm as natas e a Q
manteiga ou do amendoim se extrai o óleo. Distinguem-se,
de um modo geral: R
– as gorduras de origem animal, como a manteiga,
a banha de porco ou o toucinho; S
– as gorduras de origem vegetal, como o azeite
e outros óleos vegetais, onde se incluem os alimen- T
tares (misturas).
U
Independentemente da sua origem, as gorduras são tri-
glicéridos, ou seja, compostos resultantes da combinação V
de cadeias de ácidos gordos com um álcool, geralmente o
glicerol. Estes ácidos podem ser de três tipos, de acordo com X
127 Z
Conhecer os alimentos A
B
o tipo de ligações químicas. Os ácidos gordos saturados só
possuem ligações simples. É o caso do ácido butírico, que se C
encontra na manteiga e noutros derivados lácteos. Os áci- Atenção!
dos gordos saturados existem, regra geral, em todas as gor- As gorduras ricas em D
duras de origem animal (carne, banha, leite, natas, man- ácidos gordos essenciais
teiga, queijos, gema de ovo, entre outros). Os ácidos gordos não emagrecem. O seu
valor energético é exa- E
monoinsaturados têm uma ligação dupla. Estes existem em tamente o mesmo que o
todas as gorduras, tanto nas de origem animal como vegetal. das restantes gorduras.
F
Por fim, os ácidos gordos polinsaturados têm várias ligações No entanto, são mais
duplas. É o caso do ácido linoleico, ácido gordo essencial que saudáveis.
128 Z
Os alimentos de A a Z A
B
As gorduras deterioram-se ao longo da utilização, com
implicações a nível do seu valor alimentar e da saúde C
de quem os consome. De uma forma geral, podem ocorrer
dois tipos de alterações. A primeira designa-se por acidifi- D
cação dos ácidos gordos e deve-se ao facto de os alimentos
perderem água quando são cozinhados, o que confere
E
à gordura um sabor desagradável. No segundo tipo, os áci-
dos gordos oxidam-se e tornam-se rançosos, devido à ação
F
do oxigénio sobre as ligações duplas. Esta oxidação é acele-
rada pela luz, pela temperatura e por alguns metais. A gor-
dura adquire um cheiro e sabor desagradáveis e, além G
disso, escurece.
H
Conserve as gorduras em locais frescos, ao abrigo do ar
e da luz, de preferência em embalagens opacas. As gorduras I
líquidas (azeite ou óleo) podem ser guardadas num armá-
rio, mas as gorduras sólidas (manteiga, margarina) devem J
colocar-se no frigorífico.
L
Valor nutricional M
129 Z
Conhecer os alimentos A
B
O excesso de gordura não utilizada pelo organismo con-
verte-se em gordura do corpo. C
130 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Grão-de-bico
C
O grão-de-bico é uma planta herbácea culti-
vada durante todo o ano ao longo da costa D
mediterrânica. Dá um fruto em forma de peque-
nas sementes arredondadas de pele rugosa e,
E
regra geral, amarelas, embora algumas sejam
negras. O seu consumo decaiu nos últimos anos,
F
sem que tenha sido substituído por alimentos de igual
valor nutritivo. O grão-de-bico é um ingrediente básico em
certos pratos característicos da nossa gastronomia, como o G
cozido à portuguesa ou o bacalhau com grão.
H
Como consumir I
131 Z
Conhecer os alimentos A
B
Hortaliças
C
As hortaliças são todos
os produtos da “horta”. D
Esta designação engloba
os vegetais de folhas,
E
como as couves ou a
alface; os caules, raízes e
F
tubérculos, como as cenou-
ras ou as beterrabas; e, ainda, as
leguminosas e certos frutos carnudos, como a abóbora ou G
o tomate. Estes alimentos são indispensáveis do ponto de
vista nutricional. Além de tornarem os pratos mais apetito- H
sos, proporcionam nutrientes importantes ao organismo.
I
Como consumir J
132 Z
Os alimentos de A a Z A
B
quando cozidas em água, as hortaliças perdem parte
Atenção!
dos nutrientes para a água de cozedura. Para aproveitar C
ao máximo minerais e vitaminas: Para o cultivo intensivo
das hortaliças, os produ-
– coma estes produtos em cru, sempre que sejam agradá- tores recorrem a produtos D
veis e fáceis de digerir; químicos, sobretudo
– coza-os em vapor. Esta forma de cozinhar tem a vanta- aos pesticidas. O grau
de toxicidade é variável, E
gem de guardar o sabor e os nutrientes e de dispensar o sal; mas o uso implica alguns
– se tiver de os cozer em água, utilize a menor quantidade riscos para a saúde.
F
possível deste líquido e limite o tempo de cozedura; O consumidor não con-
segue eliminar totalmente
– prefira as sopas e outros preparados em que a água
os pesticidas, mas, como G
de cozedura se pode aproveitar. referimos, é conveniente
lavar sempre bem as hor-
Algumas hortaliças contêm compostos sulfurados, taliças. Além disso, tirar a
casca dos frutos e rejeitar
H
que lhes dão um sabor relativamente desagradável. É o caso as folhas exteriores dos
da cebola, do alho e do alho-porro, entre outros. Para elimi- vegetais são práticas I
nar esse sabor, é necessário cozer os alimentos sem tapar aconselháveis.
As hortaliças de folhas,
o tacho, pois estes compostos são voláteis e libertam-se sobretudo os espinafres, J
para o ar. Além disso, sob a ação do calor, os ácidos conti- as nabiças e as alfaces,
dos nas hortaliças descoloram a clorofila, que fica amarela são as que têm maior L
tendência para acumu-
ou castanha. Para facilitar a eliminação destes ácidos pela lar nitratos. Para uma
ação do vapor, também é conveniente não tapar o tacho no pessoa saudável, a pre- M
princípio da cozedura. sença de nitratos dentro
de determinados limites
não apresenta riscos. N
O mesmo não acontece,
Valor nutricional porém, com os bebés
O
e as crianças pequenas,
cujo organismo não con-
As hortaliças são um componente essencial da alimentação segue metabolizar esta
P
humana. Têm teores elevados de sais minerais, vitaminas substância (veja também
e fibras alimentares. Espinafres, na página 111).
Q
Algumas pessoas digerem mal os produtos hortícolas
e queixam-se de gases, muitas vezes de dores abdominais R
e até de cólicas. No entanto, isto não é motivo para dei-
xar de os comer. Nestas situações, é importante mastigar S
e ensalivar demoradamente os vegetais. Se necessário,
prolongue o tempo de cozedura, triture ou evite os mais T
fibrosos, como os grelos ou o repolho. Os purés de hortaliça
conservam todo o valor dietético e digerem-se melhor. U
133 Z
Conhecer os alimentos A
B
Iogurte
C
O iogurte é um excelente alimento lácteo. Natural
ou açucarado, aromatizado com ou sem pedaços de D
fruta, o iogurte faz parte da alimentação diária de
muitos portugueses. É obtido através da coagu-
E
lação do leite, pela ação de duas bactérias (strep-
tococcus thermophilus e lactobacillus bulgaricus) que
F
transformam a lactose (açúcar do leite) em ácido
láctico. O iogurte conserva as propriedades do
leite, mas de forma mais durável. Quanto à com- G
posição, pode ser:
– natural. Isto quer dizer que não se adiciona qual- H
quer substância, para além das culturas microbia-
nas e do leite e/ou da nata;
– açucarado. Trata-se de um iogurte natural ao qual se adi-
I
cionaram sacarose, outros açúcares e/ou edulcorantes; J
– aromatizado ou aromatizado com pedaços. Este tipo
de iogurtes pode conter aromas simples, fruta, derivados L
de fruta (sumo, polpas, entre outros) ou, ainda, sementes,
mel, café, chocolate, cacau e especiarias. M
P
Como consumir
Se não forem bem conservados, os iogurtes deterioram- Q
-se com facilidade. O mesmo acontece se o leite de origem
ou os fermentos forem de má qualidade ou se o tratamento R
a que é submetido for deficiente. Alguns bons indicadores
de que o iogurte já não se encontra nas melhores condi- S
ções são, por exemplo, a separação do soro, uma superfície
granulosa ou descontínua e a formação de água de con- T
densação na tampa. Quando comprar um iogurte, procure
assegurar-se de que o mesmo se encontra em boas condi- U
ções higiénicas e nutritivas. Para isso:
– compre com o prazo de validade mais alargado; V
– rejeite embalagens inchadas;
X
134 Z
Os alimentos de A a Z A
B
– verifique se estão conservados a baixas temperaturas
e prefira os que estão mais ao fundo da prateleira, afasta- C
dos das lâmpadas;
– guarde-os no frigorífico, entre zero e 6ºC. D
E
Valor nutricional
F
Tal como o leite, o iogurte é rico em proteínas, cálcio e
fósforo. O valor calórico do iogurte vem, essencialmente,
das gorduras lácteas e dos açúcares. O teor em gordura é G
variável, existindo iogurtes gordos (mínimo de 3,5 por
cento de gordura na parte láctea), meio-gordos (entre 1,5 H
e 1,8 por cento na parte láctea) ou magros (máximo de 0,3
por cento na parte láctea). O teor de açúcares, com exceção
dos iogurtes naturais, é, no geral, elevado. Por isso, não adi-
I
cione açúcar ao seu iogurte. J
135 Z
Conhecer os alimentos A
B
Leguminosas
C
As leguminosas são uma família de plan-
tas caracterizada, sobretudo, por pro- D
duzir vagens. É o caso, por exemplo, do
grão-de-bico, do feijão, da fava, da ervilha
E
e das lentilhas.
F
Estes produtos, juntamente com os cereais e a carne
de porco, foram desde sempre a base da nossa alimentação.
Durante um tempo adquiriram a fama injustificada de que Um bom conselho G
seriam uma das principais causas de obesidade, o que cau-
As leguminosas devem
sou uma diminuição acentuada do seu consumo. H
cozer-se sempre muito
bem. Além disso, para
uma alimentação equi- I
librada, convém serem
Como consumir complementadas com
aminoácidos essenciais, J
Os grãos devem ser brilhantes, escorregadios e rijos. Para se pela adição de uma por-
L
ção de alimentos de ori-
certificar de que não têm insetos, ponha uma mão-cheia de gem animal: carne, peixe
grãos dentro de água. Os bons ficarão no fundo, enquanto ou ovos, por exemplo.
os com insetos flutuarão. Uma auréola cinzenta em torno M
de fendas é sinal de que já estão demasiado maduros.
N
As leguminosas devem ficar de molho durante dez a 12
horas antes de serem cozinhadas. Sem amolecerem, demo- Atenção! O
rariam várias horas a cozer. Em água quente amolecem
É conveniente comer uma
mais depressa, mas é preferível pô-las em água fria, para quantidade suficiente de
P
evitar a perda de nutrientes. Leve-as a cozer em água fria, leguminosas. O ideal é
à exceção do grão-de-bico, que é colocado em água já morna. uma porção por dia, mas
136 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
C
Ao contrário dos legumes frescos, as leguminosas são ricas Atenção!
em proteínas vegetais. Contam com muitos hidratos de Devido ao seu elevado D
carbono, principalmente amido, e são muito energéticas, teor em fibras e amido,
apesar de possuírem poucas gorduras. Depois de cozidas, as leguminosas estão,
frequentemente, na ori- E
têm um valor calórico entre 60 e 121 calorias (250 e 506 gem de problemas de
quilojoules), por cem gramas. São ricas em fibras. flatulência.
F
Leite P
O leite desempenha, desde sempre, um papel de destaque
na alimentação humana. Pode provir de diversas espécies Q
animais, mas o mais habitual entre nós obtém-se pela
ordenha da vaca. Em seguida, é submetido a um trata- R
mento térmico, sendo os mais comuns a pasteurização
e a ultrapasteurização. Estes processos permitem melho- S
rar a higiene e conservação do leite, ainda que, em alguns
casos, alterem também a sua composição. T
137 Z
Conhecer os alimentos A
B
produzam alterações significativas no seu sabor ou aspeto. Atenção!
No entanto, o leite perde algumas vitaminas (B6, B12 e C). • Não consuma leite cru, C
O leite ultrapasteurizado ou UHT (ultra high temperature) é já que este, por não ter
submetido a uma temperatura igual ou superior a 135ºC, sido submetido a qual-
quer tratamento térmico, D
durante alguns segundos, e, em seguida, a um arrefeci- está sujeito a inúmeras
mento imediato. A brevidade do tratamento leva a que as contaminações.
• Independentemente
E
perdas de nutrientes sejam reduzidas.
do tipo de leite, verifique
sempre o prazo de vali- F
dade e as condições de
Como consumir conservação, que devem
constar na embalagem. G
• O leite é um produto
Um adulto deve consumir meio litro de leite meio-gordo por muito sensível à luz.
dia, pois este contém menos gordura do que o gordo, mas Sob a sua ação, perde H
parte das suas vitaminas
igual quantidade de cálcio. O leite meio-gordo é aconse- e pode adquirir um sabor
lhado também às crianças. Se tiverem menos de nove anos, anormal. I
devem beber entre meio litro e 750 militros, por dia. Entre
os nove e os 12 anos, o mínimo são 750 militros. Os jovens J
entre os 12 e os 20 anos devem ingerir um litro de leite por
dia, assim como as mulheres em fase de amamentação.
L
O leite magro só deve ser bebido por razões terapêuticas, M
a conselho do médico, ou por quem esteja a fazer uma
dieta. Este tipo de leite é mais pobre, pois além da gordura, N
perdeu as vitaminas lipossolúveis.
O
Uma boa razão para beber leite
P
Noventa por cento dos nossos ossos acabam de se desenvol-
ver aos 20 anos. A partir daí, começa uma erosão progressiva.
Para compensar esse desgaste, também os adultos devem ingerir Q
produtos lácteos. Não é por acaso que têm aumentado os casos
de osteoporose e fraturas. Isto não se deve apenas às modifica-
ções da estrutura óssea próprias da idade, mas, também, ao facto R
de muitas pessoas não ingerirem a dose mínima diária de cálcio
(cerca de um grama), não fazerem exercício físico e tomarem medi-
camentos que dificultam a assimilação deste mineral (diuréticos,
S
antibióticos, corticoides, antiácidos).
T
U
O leite pasteurizado (vulgo “do dia”), deve ser guardado
no frigorífico, a uma temperatura entre zero e 6ºC. Depois V
de aberto, tem de ser ingerido num máximo de três dias.
X
138 Z
Os alimentos de A a Z A
B
A conservação do leite UHT segue os mesmos moldes, com
uma diferença: depois de aberto, dura quatro dias. C
F
Valor nutricional
O leite é um alimento quase completo. Em geral, é: G
– uma fonte das proteínas de elevado valor biológico (três
a quatro por cento), tanto para a construção dos tecidos H
como para a substituição das células. Contém todos os ami-
noácidos essenciais que o organismo não pode fabricar; I
– rico em hidratos de carbono, pois tem cinco por cento Sabia que…
de açúcar (lactose); J
Apesar de o leite ser um
– abundante em gordura (entre 0,3 e 3,5 por cento, con- alimento quase indispen-
soante seja magro, meio-gordo ou gordo). Estas gorduras
são formadas por ácidos gordos saturados (60 a 65 por
sável em qualquer idade,
algumas pessoas são
L
alérgicas às suas proteí-
cento), mas também por ácidos mono e polinsaturados nas. A solução para este M
(veja Gorduras, na página 127). No entanto, o leite é pobre problema pode passar,
em ácidos gordos essenciais. Devido ao elevado teor em em alguns casos, pela fer-
vura, o que empobrece o N
gordura do leite gordo, os adultos devem consumir leite leite em termos nutritivos.
meio-gordo; Existem casos de into-
O
– uma fonte de vitaminas porque conta com todas, mas lerância ao leite, cuja
origem está na incapaci-
em quantidades variáveis. As vitaminas B12 e C são dade do organismo para P
menos resistentes ao tratamento térmico. O leite magro já digerir a lactose. Do ponto
não contém vitaminas A e D, uma vez que estas estão dis- de vista proteico, um copo
solvidas na matéria gorda e, portanto, são extraídas com de leite de 25 centilitros, Q
independentemente do
a nata; teor em gordura, pode ser
– extremamente rico em cálcio e fósforo e fornece, substituído por: R
em menor quantidade, sódio e potássio. O cálcio do leite – dois iogurtes
(de 125 gramas cada);
é mais facilmente assimilado. A sua utilização é facilitada S
– 30 gramas de queijo tipo
pela presença simultânea de fósforo e de vitamina D. flamengo;
– 120 gramas T
de requeijão.
Um litro de leite gordo tem um valor energético de 620
calorias (2592 quilojoules). O leite magro proporciona cerca U
de metade deste valor calórico (340 calorias ou 1421 quilo-
joules). Entre estes dois tipos, o leite meio-gordo fornece V
cerca de 470 calorias (1965 quilojoules).
X
139 Z
Conhecer os alimentos A
B
Leite desidratado
C
Além de fresco, há leite total ou parcialmente desidratado.
D
O leite totalmente desidratado obtém-se pela elimi-
nação total da água do leite ou da nata ou de uma mis-
E
tura dos dois. Tem um teor de humidade igual ou infe-
rior a cinco por cento em massa. Na linguagem corrente
F
é designado por leite em pó e pode apresentar-se de qua-
tro formas:
– rico em matéria gorda (com pelo menos 42 por cento G
de matéria gorda, em massa);
– gordo (com um mínimo de 26 por cento e um máximo H
de 42 por cento de matéria gorda, em massa);
– parcialmente desnatado (com mais de 1,5 por cento I
de matéria gorda, em massa, e menos de 26 por cento);
– magro (com um máximo de 1,5 por cento de matéria J
gorda, em massa).
140 Z
Os alimentos de A a Z A
B
de matéria gorda, em massa, e, pelo menos, 20 por cento de
resíduo seco proveniente do leite). C
F
Como consumir
Qualquer que seja o tipo de leite, verifique sempre o prazo G
de validade e as condições de conservação.
H
Valor nutricional I
Q
Lentilhas
R
A lentilha é uma leguminosa cuja vagem, achatada
e pequena, contém duas sementes em forma S
de lente, cuja cor e o tamanho diferem de acordo
com a variedade. T
U
Como consumir
V
As lentilhas podem ser comidas cruas, quando frescas.
No entanto, regra geral, são consumidas cozidas, depois X
141 Z
Conhecer os alimentos A
B
de secas. Combinam bem com carne de porco e são saboro-
sas em sopas, purés ou guisados. C
H
Valor nutricional
I
As lentilhas, muito nutritivas e saborosas, têm 25 por cento
de proteínas de elevado valor biológico. O seu valor energé- J
tico depois de cozidas ronda as 108 calorias (451 quilojou-
les), por cem gramas.
L
Veja também Leguminosas, na página 136. M
Linguado O
P
O linguado é um peixe achatado e
oval, de forma alongada, que vive nos
fundos arenosos. Frequentemente, é Q
substituído por outros peixes alongados
de menor valor comercial, como o rodova- R
lho, o pregado ou a solha. É pescado no Atlântico e
no Mediterrâneo e, no caso do linguado-da-areia, também S
no Adriático.
T
Como consumir U
142 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
C
É um peixe magro. O seu valor energético é modesto:
84 calorias (351 quilojoules), por cem gramas. D
Louro G
Como consumir L
O louro pode ser utilizado verde, mas é mais vulgar M
que esteja seco. Para que possa conservar-se durante
alguns meses, deve colher-se no final da primavera ou do N
verão e ser guardado ao abrigo da luz e do calor.
O
Valor nutricional
P
O louro tem propriedades ligeiramente antisséticas e favo-
rece a digestão. O seu uso deve ser moderado. Q
S
Lula
T
A lula, tal como o choco ou o polvo, pertence
ao grupo dos cefalópodes comestíveis. É um molusco, U
com um corpo em forma de bolsa e uma cabeça dotada
de tentáculos. Possui uma concha interna transparente, V
em forma de pena, e uma bolsa com um líquido negro
(tinta), que liberta quando é atacada. X
143 Z
Conhecer os alimentos A
B
Como consumir
C
As lulas são comercializadas inteiras ou sob a forma
de anéis, frescas ou congeladas. Existem também à venda D
anéis de lula, já passados por ovo e farinha, prontos a fri-
tar. Apesar de esta apresentação ser prática, nem sempre
E
é vantajosa para o consumidor. Muitas vezes, a lula fica
reduzida a uma pequena tira elástica e seca, no interior de
Um bom conselho F
grandes quantidades de farinha. Se comprar lulas congela-
das, tenha em conta que a quantidade de água incorporada Se quer manter a linha,
pode ser de quase 50 por cento. Isto ajuda a explicar o seu coma lulas grelhadas, G
temperadas apenas com
preço mais acessível. um pouco de sumo de
limão e salsa picada. H
Para preparar lulas frescas, separe a cabeça do corpo, tendo
cuidado para não rebentar o saco de tinta. Em seguida, I
limpe o corpo de cartilagens e outras substâncias e não
se esqueça de retirar os olhos. J
R
Valor nutricional
S
As lulas têm um baixo valor calórico, pois apresentam cerca
de 70 calorias (293 quilojoules), por cem gramas. Tal como a T
generalidade dos peixes, são ricas em fósforo.
U
144 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Maçã
C
O cultivo de macieiras remonta aos tempos
mais antigos na memória dos homens. Hoje D
em dia, a maçã come-se em todo o mundo e
em qualquer época do ano. Existem varieda-
E
des de verão, de outono e de inverno. As mais
tardias, das quais a mais conhecida é a golden
F
delicious, são de fácil conservação. Eis alguns exemplos de
outras variedades à venda em Portugal:
– a maçã-bravo-de-esmolfe, de produção nacional, tem G
uma coloração amarela, aroma intenso agradável e polpa
branca macia, sumarenta e adocidada. É possível encontrá- H
-la entre outubro e abril;
– a starking é uma maçã de polpa macia e pele I
vermelho-amarelada;
– a reineta de coloração esverdeada-acastanhada, pele sara- J
pintada e sabor ligeiramente acidulado. É ideal para assar.
Encontra-se à venda, sobretudo, entre setembro e maio; L
– a camoesa é uma maçã pequena, de aroma intenso
e sabor doce.
M
N
Como consumir
O
Escolha maçãs de pele lisa e brilhante, rijas e sem indícios
de podridão. Para além de serem comidas ao natural, com
P
ou sem casca, servem para fazer tartes, compotas e geleias
(com um pouco de sumo de limão, para realçar o seu sabor).
Industrialmente, produzem-se excelentes bebidas, como os Q
sumos de maçã, a sidra e algumas aguardentes (Calvados,
por exemplo). R
145 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
C
Esta fruta é uma boa fonte de vitamina A, C, E e ácido fólico
(B9). É ainda rica em pectina (fibra) e quercitina, um antio- D
xidante. Tem 57 calorias (238 quilojoules), por cem gramas.
E
Como a maior parte dos nutrientes se concentram na pele,
recomenda-se que a maçã seja comida com casca, depois
F
de bem lavada. Trata-se de uma fruta muito digestiva.
Utiliza-se, sem casca e finamente ralada, para combater a
diarreia nas crianças, devido ao seu poder adstringente. G
J
Maionese
L
A maionese é um molho cujos ingredientes
são, essencialmente, azeite ou outro óleo
vegetal, ovos, sal e limão (ou vinagre).
M
N
Como consumir O
146 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
C
O componente maioritário da maionese é o azeite ou óleo
(cerca de 80 por cento), por isso, é um alimento muito ener- D
gético. Conta com cerca de 700 calorias (2926 quilojoules),
por cem gramas.
E
Manga G
Valor nutricional T
Atenção!
O seu valor energético é de cerca de 60 calorias (250 quilo- A polpa da manga é U
joules), por cem gramas. bastante fibrosa. Se for
comida sem estar devi-
damente madura pode V
Veja Fruta, na página 119. provocar diarreia.
147 Z
Conhecer os alimentos A
B
Manjericão
C
Antigamente designado por “erva real”, o manjeri-
cão é uma planta aromática originária da Ásia D
Meridional. As suas folhas exalam um aroma
muito delicado e forte. São usadas na cozinha
E
como condimento.
F
Como consumir
G
As folhas, finamente cortadas, conferem um aroma agra-
dável às saladas cruas, aos mais diversos molhos, aos assa- H
dos e, sobretudo, aos pratos de peixe.
I
Manteiga L
148 Z
Os alimentos de A a Z A
B
consiste em “amassar” a manteiga, para que esta vá per-
dendo o líquido residual. Esta última operação pode durar C
até dez minutos e conclui-se quando a manteiga obtém a
textura ideal. D
E
Como consumir
F
Existem dois tipos de manteiga: com e sem sal. As primei-
ras podem conter até cerca de dois por cento de sal. O sal
atrasa o desenvolvimento dos microrganismos e facilita, G
portanto, uma boa conservação. A manteiga deve ser
conservada na sua embalagem, já que, exposta por muito H
tempo ao ar ou à luz adquire ranço.
I
Rejeite a manteiga demasiado velha, que apresenta traços
mais escuros nas dobras da embalagem. Verifique sempre J
a data de validade. A manteiga conserva-se bem a tempera-
turas inferiores a 60ºC. L
149 Z
Conhecer os alimentos A
B
Margarina
C
Sob o regime de Napoleão iii, a escassez
de manteiga era tanta que o Governo, D
a pretexto da Exposição Internacional
de Paris (1866), pôs a concurso a pes-
E
quisa de uma gordura alimentar que a
substituísse a um preço razoável. Foi assim
F
que o farmacêutico Mège-Mouriès descobriu a margarina.
Como consumir
P
Há dois tipos de margarinas: as vulgares e as matérias gor-
das para barrar. As vulgares são indicadas para cozinhar Q
e não para serem consumidas cruas e, normalmente, desig-
nam-se por margarinas para uso culinário. As matérias R
gordas para barrar estão destinadas à alimentação como
substituto da manteiga. Um bom produto para barrar S
o pão é aquele que contém um elevado teor de ácidos gor-
dos insaturados, sem apresentar muitos compostos trans. T
Não devem ser usadas para uso culinário.
U
A margarina degrada-se com facilidade e pode ganhar
ranço. Regra geral, as gorduras insaturadas oxidam mais V
facilmente do que as saturadas. Conserve a margarina
no frigorífico, ao abrigo da luz e do calor. Verifique e X
150 Z
Os alimentos de A a Z A
B
respeite o prazo de validade. No momento da compra, não
se esqueça também de comparar o teor em gorduras satu- C
radas, em sal, entre outros.
D
Valor nutricional E
As matérias gordas para barrar são emulsões de água e
F
gorduras alimentares, podendo ainda conter leite, açúcar,
aromas, sal, entre outros. As margarinas apresentam, pelo
menos, 80 por cento de gordura e, no máximo, 16 por cento G
de água. O seu valor calórico é idêntico ao da manteiga,
ou seja, 750 calorias (3135 quilojoules), por cem gramas. H
J
Marisco
L
Com esta designação, podemos encontrar
diversos animais aquáticos comestíveis:
os moluscos, dentro dos quais se destaca
M
a classe dos bivalves, e os crustáceos. N
151 Z
Conhecer os alimentos A
B
Como consumir
C
Os bivalves devem comprar-se muito frescos.
Rejeite os que tiverem um odor desagradável D
ou que estejam abertos ou secos. Se comprar
bivalves a granel, deve consumi-los o mais
E
rapidamente possível. De preferência, no dia em que
foram comprados ou, no máximo, 48 horas depois.
F
Antes de preparar os bivalves, lave-os bem, deixe-os
de molho em água com sal (cerca de duas horas) para que G
larguem a areia. Volte a lavá-los e leve-os ao lume. Se não os
preparar assim que chegar a casa, coloque-os no frigorífico, H
a uma temperatura entre 5 e 7ºC, num saco bem fechado.
Não prepare os que tiverem as conchas abertas e as man- I
tiverem nesta posição, depois de ter tentado fechá-las,
pressionando um pouco com os dedos. Em caso de dúvida, Atenção! J
deite-lhes umas gotas de limão ou toque-lhes com a ponta Alguns crustáceos crus,
de uma faca. Se o bivalve não se contrair, deite-o fora por- entre os quais o camarão, L
que é sinal de que está morto. Durante a cozedura, todos as gambas e os lagostins,
M
ficam negros em contacto
os bivalves devem abrir. Rejeite aqueles que mantiverem
com o ar, sobretudo na
a concha fechada. cabeça e no abdómen.
Este enegrecimento
N
Se quiser congelá-los, cozinhe-os, retire-lhes a casca e colo- (melanose), não desa-
parece com a cozedura.
que-os numa embalagem bem fechada. Não os guarde no con- Apesar de ser pouco O
gelador durante mais de três meses, nem os descongele para atrativo, este facto não
cozinhar: ponha-os diretamente ao lume. Desta forma, evita apresenta qualquer risco
para a saúde. P
contaminações e perdas de nutrientes. Não coma os bivalves Para evitar que isto acon-
crus, pois alguns dos germes que podem conter só são des- teça, o marisco deve ser
truídos por uma cozedura de, pelo menos, seis minutos. congelado logo a seguir Q
à captura. A exposição
à luz e as temperaturas
Compre crustáceos não muito grandes, mas “cheios”, e com elevadas aceleram as rea-
R
os olhos brilhantes. A membrana que cobre a cauda con- ções químicas que pro-
vocam o escurecimento. S
vém estar bem esticada. Além disso, devem libertar um Alguns aditivos, desde
odor agradável a maresia e apresentar as antenas tensas. que utilizados dentro dos
Rejeite os que têm patas danificadas ou soltas, pois, por aí, limites legais, também T
entra a água da cozedura. Sempre que possível, compre-os não representam qual-
quer risco para a saúde e
vivos, já que, desta forma, a sua frescura é garantida e são impedem este processo. U
mais saborosos. Prefira as gambas com casca. No entanto, se ultrapassa-
rem esses limites, podem
originar reações alérgi-
V
Não guarde os crustáceos frescos por mais de 24 horas. cas em pessoas mais
Cozinhe-os o quanto antes. Estes animais não sobrevivem sensíveis. X
152 Z
Os alimentos de A a Z A
B
muito tempo fora de água e se morrem nestas condições, Sabia que…
perdem qualidade. Uma vez cozinhados, guarde-os escorri- C
As delícias do mar ou de
dos na zona mais fria do frigorífico, dentro de um reci- lagosta são imitações
piente. Consuma-os dentro de um a dois dias. Se estima quase perfeitas do lombo
D
comê-los mais tarde, é preferível congelá-los, no máximo, de lagosta e de outros
crustáceos. A matéria-
até meio ano. Se comprar marisco já congelado, não inter- -prima das delícias, o E
rompa a cadeia de frio. Leve-o o quanto antes para casa surimi, é a polpa do peixe
e coloque-o no congelador. Quando o alimento descongela, lavada em água, à qual
foram adicionadas subs- F
não pode ser congelado novamente, a não ser que o cozinhe tâncias que impedem, por
primeiro. exemplo, a degradação
das proteínas. Seguindo G
um complexo método
Prepare os crustáceos com o dobro da quantidade de água de fabrico, consegue-
em relação ao seu peso. Portanto, se cozer um quilo, pre- -se transformar peixe de
H
cisa de dois litros de água. Junte 30 a 40 gramas de sal por pouco valor comercial
em “lagosta” ou “caran- I
litro de água. Se gosta de louro, coloque uma ou duas folhas.
guejo”. No entanto, apesar
Introduza os crustáceos na água. Se os animais estiverem de terem uma textura e
vivos, é preferível colocá-los em água fria ou deixá-los algum sabor quase idênticos J
tempo no congelador, antes de cozer. Os crustáceos conge- aos do marisco, deste
têm apenas o extrato e/ou
lados não precisam de descongelação prévia. Após a água o aroma. L
começar a ferver, conte o tempo. Os crustáceos mais peque- Este produto não é tóxico.
nos podem ser retirados quando se alcança o fervor da água.
Arrefeça-os em água fria com gelo durante alguns minutos.
O seu valor nutritivo é
pouco interessante, pois
conta com grandes quan-
M
tidades de amido, pouco N
peixe, excesso de aditivos
Cuidado com os bivalves! (glutamatos, fosfatos e
corantes) e pouco sabor. O
Os bivalves são muito sensíveis à poluição das águas. Alguns O preço é muito variável,
microrganismos presentes nessas águas, responsáveis por intoxi- mas, regra geral, elevado,
cações alimentares, podem ser eliminados por uma cozedura de, para a qualidade que P
pelo menos, seis minutos. Mas as toxinas que produzem não são apresenta.
eliminadas pela cozedura, nem pela congelação. Apesar de pode-
rem ser extremamente nocivas para a saúde, não há qualquer Q
forma de o consumidor as detetar.
Não tome a iniciativa de apanhar, nem consuma marisco pro-
veniente de pesca “selvagem”. As águas podem estar poluídas
R
e, como estas espécies são muito sensíveis à poluição, podem
estar contaminadas com germes perigosos. S
T
Valor nutricional
U
O valor alimentar dos mariscos é semelhante ao do peixe
(veja Peixe, na página 174). Os mariscos são ricos em pro- V
teínas e têm pouca gordura. A ostra possui uma pequena
quantidade de hidratos de carbono. X
153 Z
Conhecer os alimentos A
B
Marmelo
C
Fruto do marmeleiro, o marmelo apresenta-se em
duas variedades principais, que se distinguem pela D
sua forma: arredondada ou semelhante à da pera.
E
Como consumir
F
Escolha marmelos bem rijos, amarelos e ligeiramente
macios ao tato. O marmelo raramente é comido cru, devido G
à sua polpa áspera, dura e amarga, embora muito aromá-
tica. Habitualmente, consome-se cozido e em marmelada. H
Valor nutricional T
154 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Massas alimentares
C
Esparguete, macarrão, aletria, cotovelos,
ravioli, cannelonni, entre outras, são D
alguns tipos de massas alimentares.
Em geral, estas são feitas a partir
E
da sêmola de trigo duro, amas-
sada em água e, em seguida, intro-
F
duzida em moldes com a forma
que se pretende obter. Por fim, a
massa é submetida a um processo G
de desidratação.
H
Como consumir I
T
Valor nutricional
U
Cem gramas de massa cozida correspondem a 120 calorias
(500 quilojoules). A fama que tem de fazer engordar deve- V
-se aos complementos normalmente utilizados, como, por
exemplo, carne, queijo ou molhos. X
155 Z
Conhecer os alimentos A
B
Mel
C
O mel é uma substância açucarada, produ-
zida pelas abelhas a partir do néctar das flo- D
res e armazenada nos favos das colmeias. A origem floral
do mel (rosmaninho, eucalipto, entre outros) determina
E
o seu sabor, cor e aroma. No momento da recolha, o mel
é espesso, viscoso e límpido, mas, com o tempo, tem ten-
F
dência a cristalizar. Não é permitido juntar-lhe aditivos ou
qualquer outra substância.
G
Como consumir H
156 Z
Os alimentos de A a Z A
B
chamar a atenção do consumidor. De facto, uma vez que Atenção!
não é permitida a adição de qualquer outra substância, Não dê mel a bebés com C
o mel é, por natureza, um alimento puro. menos de um ano. Este
pode conter esporos da
bactéria clostridium botu- D
linum, responsável por
Valor nutricional uma doença rara, cha-
E
mada botulismo infantil.
Os sintomas são perda de
O seu valor energético ronda as 300 calorias (1250 quilojou- apetite, choro constante,
F
les), por cem gramas. dificuldades de sucção e
prisão de ventre. Perante
estes sintomas, dirija-se G
A maioria dos açúcares que entram na constituição do mel de imediato ao hospital.
são frutose e glucose e têm um poder adoçante superior
ao da sacarose. O organismo assimila-os facilmente. H
L
Melancia
A melancia é um dos maiores frutos que exis-
M
tem no nosso mercado. A casca é grossa e dura, N
de cor verde, com diversos tipos de desenho,
segundo a variedade. A polpa é sumarenta
O
e de um vermelho intenso. O interior, em
torno do coração, está salpicado com inúme-
P
ras sementes negras ou castanhas.
Como consumir U
157 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
C
O componente principal da melancia é a água. Pobre em
vitaminas e com um teor de açúcares que não ultrapassa D
cinco por cento, a melancia não representa qualquer pro-
blema para quem não deseje engordar. O seu valor energé-
E
tico é de 25 calorias (105 quilojoules), por cem gramas.
F
G
Melão
H
O melão é uma planta exigente em calor
e luz, pelo que o seu cultivo apenas se I
encontra difundido nas regiões quen-
tes. Abundante no nosso país, a sua J
época adequada é entre junho e setem-
bro. As variedades mais comuns são o L
casca-de-carvalho (Entre-Douro-e-Minho),
o branco-espanhol, o pele-de-sapo e o amarelo-
-ouro (Ribatejo e Alentejo).
M
N
Como consumir O
158 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
C
O seu valor energético ronda as 30 calorias (125 quilojou-
les), por cada cem gramas. O elevado teor de água torna-o D
uma fruta muito refrescante.
E
Veja também Fruta, na página 119.
F
G
Miudezas
H
Designa-se por miudezas o conjunto das vísceras (fígado,
coração, rins, língua), glândulas (túbaros) e outras partes I
do animal, como os pés ou as mãos. As miudezas utilizadas
na alimentação humana são as de vaca, de vitela, de cor- J
deiro, de porco e de galinha. Por vezes faz-se uma distinção
entre vísceras vermelhas (pulmão, língua, coração, fígado, L
rins) e brancas (pés, túbaros, tripas). De seguida, conheça
as principais.
M
N
Fígado
O
O fígado de vitela é o mais apreciado e, tam-
bém, o mais caro. O de porco é mais escuro,
P
menos macio e tem um sabor intenso, pelo
que se utiliza muito em patês.
Q
O fígado come-se assado, grelhado, sal-
teado ou em cebolada. O de vaca, especi- R
ficamente, não deve ser grelhado devido à
sua textura. É preferível estufá-lo. O fígado S
contém uma grande quantidade de vasos san-
guíneos, mais ou menos vazios de sangue e, por T
isso deteriora-se facilmente. Coza-o muito bem, para des-
truir eventuais germes nocivos à saúde. Apresenta cerca de U
20 por cento de proteínas de boa qualidade e um pouco de
glicogénio, o que explica o seu sabor adocicado. É muito rico V
em ferro e vitaminas A e D, sendo um alimento recomen-
dado para quem sofre de anemia. X
159 Z
Conhecer os alimentos A
B
Rins
C
Os rins têm um sabor carac-
terístico. O seu formato D
difere de animal para ani-
mal. Os de vaca ou vitela são
E
alongados e com lobos mar-
cados; os de cordeiro têm a
F
forma de feijões muito gros-
sos e os de porco são mais
alongados e lisos. Quando G
são de animais mais velhos
têm, muitas vezes, um forte cheiro a urina, pelo que é H
necessário lavá-los muito bem antes de os cozinhar.
I
Os rins de porco, mais gordos, devem ser abertos ao meio
antes de serem cozinhados, para que seja possível retirar as J
cartilagens que se encontram no interior. Os de vitela são
os mais apreciados, dado que são mais tenros e de sabor L
menos acentuado. São mais pequenos e de um castanho
mais claro do que os de vaca. Finalmente, quanto aos rins
de borrego e de carneiro, escolha os que tiverem uma carne Um bom conselho
M
bem firme e ostentarem uma cor castanho-clara. São ricos N
A maior parte das miude-
em vitaminas do complexo B, em fósforo e em ácido úrico. zas tem uma composição
Por esta última razão, são pouco recomendáveis para pes- semelhante à da carne, O
soas que sofram de certos tipos de reumatismo e de gota. mas deteriora-se mais
facilmente. Por isso, não
as compre se tiverem P
um aspeto anormal, com
Língua cores pardas, cheiro
desagradável e consis- Q
tência viscosa. Escolha
Trata-se de um músculo estriado, mais ou menos infiltrado sempre miudezas muito
de gordura, coberto por uma mucosa rugosa que se retira frescas e consuma-as R
depois de escaldada e cozida. A língua de vaca é espessa no próprio dia da compra,
bem cozinhadas. S
e apresenta numerosas papilas grossas, sobretudo na parte
de cima, próximo da base. É mais dura, mais escura e de
sabor mais intenso do que a língua de vitela. Por sua vez, a T
língua de porco é comprida, mas suave ao tato. Consome-se,
geralmente, estufada, depois de lavada, escaldada e cozida. U
160 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Outros
C
O coração é um alimento um pouco seco, mas que serve
para fazer uma sopa excelente, devido à sua riqueza D
em tecidos cartilaginosos que se transformam em gela-
tina. Exige sempre uma cozedura muito prolongada e lenta.
E
É extremamente nutritivo.
F
A cabeça deve ser bem limpa e cozinhada. Come-se cozida,
com molho de tomate ou vinagrete. Na espécie suína, uma
das partes mais utilizadas é a orelha. G
I
Morango
J
Antepassado do morango atual, o silvestre, é, segura-
mente, o mais perfumado. No entanto, esta espécie é L
praticamente desconhecida entre nós. Pelo contrário,
existem numerosas variedades de morango de cul-
tivo, de qualidade e tamanhos diversos. Em Portugal,
M
predominam as variedades chandler (mais precoce) e osso- N
-grande (de maior dimensão).
O
Trata-se de um fruto de verão, pelo que se encontra
à venda, sobretudo, entre maio e agosto. Algumas espécies
P
dão frutos fora desta época. Regra geral, quanto maior é o
morango, menos saboroso se torna.
Q
161 Z
Conhecer os alimentos A
B
Guarde-os, sem os lavar, numa caixa de plástico. Este fruto
pode ser congelado, mas, nesse caso, perde o seu aspeto C
atrativo, servindo apenas para batidos e sumos.
D
Os morangos comem-se muito frescos e devem ser lava-
dos imediatamente antes de preparados e consumidos.
E
Tratando-se do fruto de uma planta rasteira, os moran-
gos exigem uma lavagem cuidadosa em água fria. Podem
F
ser servidos com açúcar, natas, chantili ou iogurte. Atenção!
Proporcionam também excelentes compotas. Para este O consumo de moran-
efeito, escolha os mais consistentes. gos provoca, nalgumas G
pessoas, uma forte rea-
ção alérgica (urticária,
H
eczema, entre outros).
Valor nutricional Parece que os agentes
responsáveis por este I
processo são os aqué-
O morango é pouco calórico, pois tem cerca de 30 calorias nios, uns minúsculos
(125 quilojoules), por cem gramas. Claro está, se adicionar grãos negros que cobrem J
açúcar ou chantili, aumenta consideravelmente o seu valor a superfície do morango.
Além disso, quando não
energético. Contém um bom aporte em minerais como estão completamente L
o ferro e o potássio e vitaminas como a C e ácido fólico (B9). maduros, são ricos em
162 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Nata
C
Embora a nata possa ser obtida a partir da concentra-
ção da matéria gorda contida no leite de outras espé- D
cies, o mais habitual, em Portugal, é utilizar o de vaca.
Esta concentração é feita por desnatação natural do leite, E
deixando-o em repouso, ou por desnatação industrial
(por centrifugação). Existem três tipos de nata: F
– a nata não maturada ou doce não é fermentada. É tra-
tada por aquecimento (pasteurizada, ultrapasteurizada G
ou esterilizada), de modo a desvitalizar a flora patogénica
sem alteração da sua composição; H
– a nata maturada ou ácida, previamente pasteurizada,
é fermentada por bactérias lácticas que provocam a aci-
I
dificação. Esta acidez desenvolve um certo aroma nas
natas, altera as suas propriedades físicas (ficam mais fáceis
de bater) e dificulta o desenvolvimento de alguns micror- J
ganismos, auxiliando a sua conservação;
– a nata para bater ou batida pode ser ou não maturada L
e contém um mínimo de matéria gorda de 28 por cento.
M
U
Valor nutricional
V
As natas são ricas em vitamina A e têm entre 300 e 340
calorias (1254 e 1421 quilojoules), por cem gramas. X
Z
163
Conhecer os alimentos A
B
Nectarina
C
É uma variedade de pêssego, cujo fruto,
de aspeto exterior semelhante a uma ameixa D
(pele lisa e brilhante), tem a forma, o tamanho
e a textura do pêssego. Dependendo da varie-
E
dade em questão, o seu sabor está entre o doce
e o ácido. Em Portugal, as nectarinas são pro-
F
duzidas um pouco por todo o território.
G
Como consumir
H
A nectarina come-se crua. A sua época própria é entre maio
e outubro. Prefira as firmes, de cor vermelho-alaranjada, I
ligeiramente moles e perfumadas. Rejeite as com manchas.
J
Valor nutricional L
Noz e avelã Q
164 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Como consumir
C
Escolha avelãs e nozes com a casca inteira, sem furos,
e que não façam ruído quando são agitadas. As nozes D
e as avelãs secas encontram-se à venda todo o ano.
Não devem ser guardadas durante muito tempo porque E
ganham ranço, principalmente se estiverem expostas ao
calor e à humidade. São utilizadas na confeitaria. F
G
Valor nutricional
H
Estes frutos são muito ricos em nutrientes e em óleos vege-
tais (cerca de 65 por cento). Fornecem quantidades impor-
I
tantes de fibra, potássio, cálcio, magnésio, ferro, e fósforo.
Das vitaminas destacam-se as do grupo B. São um ali-
mento muito calórico devido à sua riqueza em gorduras. J
Em média, cem gramas destes frutos contribuem com 680
calorias (2842 quilojoules). L
N
O
Noz-moscada
P
A noz-moscada é a semente de uma árvore de folhas
sempre verdes originária das Ilhas Molucas. Esta árvore Q
dá um fruto que, após secagem, liberta a semente.
R
Como consumir S
Utiliza-se em pó ou em semente, finamente ralada, para
T
condimentar molhos e outras preparações culinárias.
U
Valor nutricional
V
Como a maioria dos condimentos, a noz-moscada facilita
a digestão de alguns alimentos mais pesados. X
Z
165
Conhecer os alimentos A
B
Óleo
C
O óleo é uma gordura que, à temperatura ambiente,
se encontra no estado líquido. Os óleos mais consu- D
midos entre nós são os de origem vegetal também
designados por “comestíveis”. Referimo-nos ao azeite,
E
ao óleo de soja, ao de girassol e ao de amendoim. Estes
óleos, com exceção do azeite, podem ser misturados para
F
comercialização, desde que a sua composição cumpra deter-
minados requisitos. Além disso, as misturas de óleo devem
apresentar, no rótulo, a denominação “óleo alimentar”. G
N
Como consumir
O prazo de validade do óleo deve figurar no rótulo ou no O
recipiente. Contudo, como se trata de um produto que se
P
altera facilmente, guarde-o num recipiente opaco bem
fechado, ao abrigo da luz e do calor.
Q
Em função da sua composição, os óleos podem ter utiliza-
ções distintas. Os ricos em ácidos gordos polinsaturados R
destinam-se, sobretudo, a serem consumidos crus, já que a
sua resistência ao calor é inferior à dos outros óleos. Dentro S
deste grupo temos o óleo de girassol, o de milho e o de
soja, mas este último é uma exceção à regra porque resiste T
bem ao calor. Desde que as boas práticas de fritura sejam
seguidas (veja a caixa Para uma boa utilização, na página U
seguinte), também podem ser utilizados para fritar.
V
O óleo de amendoim, tal como o azeite, é rico em ácidos
gordos monoinsaturados. É adequado para fritar e para X
166 Z
Os alimentos de A a Z A
B
a elaboração de outros cozinhados, já que resiste melhor
à deterioração causada pelas altas temperaturas. C
L
Valor nutricional
M
Os óleos são corpos gordos puros, logo contêm quase cem
por cento de gorduras. Seja qual for a sua origem, os óleos N
proporcionam 900 calorias (3760 quilojoules), por cem
mililitros.
O
P
Orégão Q
Como consumir U
167 Z
Conhecer os alimentos A
B
nos molhos e na salada de tomate e pepino. Contudo, como
esta planta tem um aroma muito ativo, deve ser usada com C
moderação.
D
Depois de secos, os orégãos podem conservar-se todo
o ano. No entanto, deve evitar-se a sua exposição ao sol.
E
Ovos G
Como consumir U
168 Z
Os alimentos de A a Z A
B
duração será muito reduzida. Eventualmente, limpe cuida-
dosamente a casca, mas não a lave porque está coberta por C
uma fina camada protetora, a cutícula, que impede que as
bactérias penetrem facilmente no ovo. Ao lavar o ovo pode D
destruir esta cutícula, deixando a porta aberta às bactérias.
E
O sabor do ovo altera-se com o tempo. Por isso, coma
os ovos antes do fim do prazo de validade. Além disso,
F
não aproveite qualquer ovo com um cheiro intenso e fora
do normal. Os ovos crus devem ser conservados no fri-
gorífico, a uma temperatura inferior a 10ºC, mas nunca G
suficientemente baixa para permitir a congelação. Guarde
os ovos ao abrigo dos alimentos de cheiro intenso, com a H
ponta mais bicuda para baixo. Assim, a câmara-de-ar exis-
tente entre a membrana e a casca fica na parte superior, I
o que favorece a conservação.
J
A clara e a gema dos ovos crus podem conservar-se
no frigorífico durante, respetivamente, 12 e 24 horas. L
Um ovo cozido, que ainda conserve a casca, deve ser con-
sumido dentro de quatro dias; se estiver descascado, não M
o guarde por mais de dois dias. Quando não utilizar a
clara ou a gema, pode congelá-la para utilização poste- N
rior, em cozinhados. Os ovos congelados não podem ser Sabia que…
vendidos. • Os ovos castanhos não
são melhores do que O
O ovo pode ser comido cru (em gemadas), escalfado, cozido os ovos brancos. A cor do
ovo depende unicamente P
ou frito. Serve de base ou guarnição a muitos pratos quen- da raça da galinha.
tes ou frios, à maior parte dos molhos, sobremesas e doces. • A cor mais ou menos
alaranjada da gema Q
depende apenas da
alimentação da galinha
Como cozinhar os ovos R
e não constitui qualquer
indicador da qualidade
ou do sabor do ovo. S
No que diz respeito à preparação dos ovos, lembremos
• Um traço de sangue na
alguns princípios básicos: gema não compromete
– o ovo quente, também designado por macio, é submetido a qualidade ou a frescura T
a uma cozedura rápida (cinco ou seis minutos) em água do ovo: provém da rutura
dos capilares do ovário.
a ferver, ficando com a clara cozida, mas com a gema crua; No entanto, diminui a sua U
– o ovo fica totalmente cozido depois de estar oito a dez qualidade comercial.
minutos em água a ferver. Se o passar por debaixo da tor- • O melhor é comprar os
ovos tão frescos quanto
V
neira de água fria, arrefecendo-o de forma rápida, ficará possível, na medida das
mole e mais fácil de descascar; suas necessidades. X
169 Z
Conhecer os alimentos A
B
– os ovos escalfados preparam-se sem casca, colocando-se com
muito cuidado em água quase a ferver, à qual se adicionou uma C
pequena quantidade de sumo de limão ou vinagre. Retire-os
dois ou três minutos depois: a gema ficará fluida. Para que este D
processo resulte, os ovos devem ser muito frescos;
– prepare os ovos mexidos com leite, para evitar que fiquem
E
ressequidos;
– não deixe queimar a clara dos ovos estrelados, pois estes
F
perderão parte do valor biológico das suas proteínas;
– para que as claras fiquem em castelo, bem firmes, junte
umas gotas de limão ou uma pitada de sal antes de as bater. G
Procure não deixar cair nenhum pedaço da gema quando a
separar da clara. Saiba ainda que é inútil bater as claras H
durante demasiado tempo. A partir de um determinado
ponto, elas começam a perder firmeza. I
O
A casca do ovo novo é áspera e opaca. A do
velho é mais lisa e ganha brilho. Escolha ovos
com casca intacta e limpa. Uma vez rachado, o
ovo perde parte das suas propriedades naturais.
P
Quando aberto, um ovo fresco quase não tem
odor. A clara, límpida e translúcida, é gelati-
nosa, e a gema, saliente. Se a clara estiver fluida Fresco Pouco fresco
Q
e a gema achatada, é muito provável que o ovo
esteja envelhecido. À medida que um ovo perde frescura, a gema torna-se móvel. Sacudindo
vigorosamente o ovo, se for velho, ouve-se um ruído característico. R
S
A facilidade de digestão do ovo depende do tipo de pre-
paração. Assim, os ovos cozidos digerem-se mais facil- T
mente do que os estrelados ou as omeletas, pois as gor-
duras sobreaquecidas que estão presentes nestes últimos U
tornam-os indigestos. Se não estiver suficientemente bem
passada, a clara do ovo custa a digerir. Pelo contrário, a V
gema quase não precisa de cozedura e só se torna indigesta
quando está demasiado passada. X
170 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
C
Trata-se de um excelente alimento, sob todos os pontos de
vista. Para começar, é rico em proteínas. Aliás, é o alimento D
mais apto para fornecer, na proporção correta, os aminoá-
cidos indispensáveis para a construção e a reparação dos
E
tecidos. De entre as proteínas, destaca-se a ovalbumina,
à qual se deve a possibilidade de as claras ficarem em cas-
F
telo quando batidas.
171 Z
Conhecer os alimentos A
B
Pão
C
O pão é um produto de consumo diário,
que ocupa um lugar de destaque na ali- D
mentação. Para fabricá-lo é neces-
sário, essencialmente, amassar,
E
fermentar e cozer a farinha,
junto com a água e o fermento
F
ou a levedura. É possível adicio-
nar sal e outros ingredientes,
incluindo aditivos. As farinhas utili- G
zadas podem ser de trigo, centeio, milho, triticale (cereal
que resulta do cruzamento artificial do trigo e do centeio) H
ou uma mistura de farinhas. Existem diversos tipos de pão:
– o de trigo ou branco é feito com farinha de trigo muito I
peneirada. Entre nós, é o mais consumido, mas, do ponto
de vista nutricional, é o menos interessante porque a maior J
parte dos nutrientes encontra-se na sêmea, que é separada
durante a peneiração. Porém, como se encontra isento das L
matérias irritantes para o organismo existentes na sêmea,
este pão é de fácil digestão; M
– o integral, que pode ser de trigo ou de centeio. É feito
a partir da farinha com sêmea e tem uma composição mais N
rica e completa do que o pão branco. Através do seu teor
em fibras, contribui para o bom funcionamento do intes-
O
tino. No entanto, como é de digestão mais difícil do que
P
o pão branco, não é recomendável para pessoas que sofram
de úlceras, irritações do estômago ou outros transtornos
digestivos;
– o de mistura é feito com farinha de trigo, de cen- Q
teio e de milho, ou apenas com farinhas de dois destes
cereais. É o que conjuga melhor o teor em nutrientes com R
a digestibilidade;
– o especial, fabricado com qualquer dos tipos de fari- S
nha, com ou sem mistura. Pode ainda ter, por exemplo,
leite, manteiga, ovos ou sementes comestíveis, entre T
outros. Inclui, por exemplo, pães em cujo fabrico sejam
utilizadas farinhas enriquecidas, o pão sem sal e o U
pão-de-leite.
V
A cozedura em forno de lenha torna o pão mais saboroso.
X
172 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Como consumir
C
Quando o pão cozido arrefece, sofre alterações. Após algu-
mas horas, começa a perder humidade e sabor e a endure- D
cer. Um ou dois dias depois, o aroma desaparece e o miolo
seca. Para aproveitá-lo, aqueça-o no forno durante alguns
E
minutos. Em alternativa, poderá fazer torradas.
F
Consuma o pão no próprio dia de fabrico. O melhor
é guardá-lo ao abrigo do calor num saco ou numa caixa
de plástico fechada. Se não quiser ou não puder comprá-lo G
diariamente, congele-o fresco. Descongele-o à temperatura
ambiente ou no micro-ondas, embrulhado em papel absor- H
vente (rolo de cozinha, por exemplo). Apesar de suportar
bem a congelação, endurece se for guardado no frigorífico. I
J
Valor nutricional
L
O pão é uma fonte de proteínas vegetais. Feito à base de fari- Sabia que…
nha é rico em hidratos de carbono, em particular em amido, O pão, comido em doses M
um açúcar de absorção lenta, que é de fácil assimilação pelo moderadas, não engorda.
organismo. As fibras do pão, em especial do integral, são O mesmo não se pode
dizer dos produtos uti- N
benéficas para os intestinos. O seu valor energético médio, lizados para o barrar,
por cem gramas, varia entre 185 e 290 calorias (776 e 1209 como manteiga, doce, O
quilojoules), consoante o tipo de farinha utilizado. pasta de chocolate, entre
outros. Prefira o queijo
173 Z
Conhecer os alimentos A
B
Peixe
C
Os peixes são animais vertebrados,
que nascem e vivem no mar, nos rios D
ou nos lagos. Devido à exploração
desregrada dos recursos pesqueiros
E
que se verificou a nível mundial, foi
necessário estipular medidas de pro-
F
teção neste setor, de forma a evitar,
sobretudo, o desaparecimento de
algumas espécies. G
P
novas, que, regra geral, não são de qualidade inferior.
Por motivos comerciais e para contornar a desconfiança
dos consumidores em relação a estes peixes, por vezes,
vende-se as novidades sob a designação das espécies tradi- Q
cionais e ao mesmo preço que estas.
R
O cultivo em viveiros ou em zonas delimitadas do meio
natural é uma prática cada vez mais frequente, sobretudo S
para espécies como a truta, o salmão, a dourada, o robalo,
entre outras. T
U
Como consumir
V
A primeira coisa que se exige de um peixe é que seja fresco.
Desde o momento da sua morte, os tecidos musculares X
174 Z
Os alimentos de A a Z A
B
do peixe são objeto de um processo de degradação parti-
cularmente rápido, devido à ação de enzimas e bactérias. C
Os microrganismos, presentes em grande número na pele,
nas guelras e no intestino, multiplicam-se e espalham-se, D
dando lugar a compostos com mau odor. Por outro lado,
as enzimas dos tecidos e as bactérias provocam o amole-
E
cimento rápido dos músculos e uma modificação da cor
da carne. As gorduras hidrolisam-se e oxidam.
F
Controle a higiene do ponto de venda. Verifique, por exem-
plo, se a bancada de trabalho está bem limpa. Compre G
o peixe em locais onde este esteja exposto sobre gelo. Para
avaliar a frescura siga as indicações da ilustração Seis sinais H
de frescura, na página seguinte.
I
Com exceção de alguns casos raros de piscicultura ou de
peixes capturados na foz dos rios, a maioria captura-se J
relativamente longe da costa. Devem ser, pois, conserva-
dos provisoriamente, para que possam ser transportados Sabia que… L
para terra, ou tratados no momento da captura, se os bar- Ao contrário do que muita
cos estiverem equipados para esse efeito. Se forem rapida- gente pensa, não há uma M
mente colocados no frio, a -1 ou -2ºC, depois de limpos e relação direta entre o
grau de frescura e o
de livres das suas vísceras, os peixes podem conservar-se tipo de estabelecimento N
durante uma semana. Por isso, depois de comprados, em que o peixe é com-
devem comer-se o mais rapidamente possível. De preferên- prado. O peixe vendido
nos mercados não é, O
cia no próprio dia ou, quando muito, no dia seguinte, caso
necessariamente, mais
P
sejam guardados no frigorífico. fresco do que aquele que
compramos nos super
O peixe conserva-se no congelador um a dois meses, no e hipermercados.
175 Z
Conhecer os alimentos A
Guelras avermelhadas,
brilhantes e sem muco. M
Ao longo do tempo ficam
acastanhadas.
N
A carne deve ser rígida,
e não ficar com marcas
após pressão com o dedo. O
Num peixe fresco,
a membrana que cobre
a parede abdominal é
aderente. Com o passar P
do tempo rasga-se.
Q
R
os germes. Por isso, as semiconservas têm uma duração
mais curta e devem ser guardadas no frigorífico. S
176 Z
Os alimentos de A a Z A
C
Para uma boa congelação
M
Os peixes delgados (menos de três centímetros de espes-
sura) podem ser estufados, fritos ou grelhados ainda N
congelados. Se pretende cozer o peixe, não necessita de
o descongelar: meta-o na água de cozedura ainda conge-
O
lado, o que proporciona maior aproveitamento nutritivo,
P
segurança e rapidez.
177 Z
Conhecer os alimentos A
B
Como comprar peixe congelado
C
Os portugueses ainda preferem comprar peixe fresco.
Nos últimos anos, tem-se verificado um aumento do con- D
sumo de peixe congelado devido, principalmente, ao seu
preço mais acessível (veja o quadro na página seguinte).
E
Quando comprar peixe congelado, preste atenção aos
seguintes aspetos:
F
– a embalagem deve estar bem fechada, para evitar conta-
minações, oxidações e desidratação do peixe;
– do rótulo devem constar, entre outras coisas, a espécie G
de peixe, a data de validade, as temperaturas de conserva-
ção e uma advertência para não voltar a congelar o produto H
depois de iniciado o processo de descongelação. Respeite
o prazo de validade e o modo de conservação; I
– não deve haver gelo solto dentro da embalagem. Se isso
acontecer, significa que houve oscilações de temperatura J
que provocaram uma descongelação parcial do produto
e sua posterior recongelação. Nesse caso, o peixe pode já L
não estar nas melhores condições;
– para garantir a boa conservação do peixe congelado, este M
deve estar envolto numa camada de gelo fina e homogénea,
a água de vidragem. Nos casos em que a camada é insu- N
ficiente, o risco de o peixe se degradar é maior; quando
é excessiva, o consumidor paga água ao preço de peixe.
O
O ideal é que a água de vidragem ocupe cinco a dez por
P
cento do peso total do peixe;
– o equipamento frigorífico deve estar a uma temperatura
constante de, no máximo, -18ºC. Verifique o termóme-
tro, se este estiver visível. Além disso, escolha as emba- Q
lagens mais afastadas da porta, das lâmpadas e de outras
eventuais fontes de calor; R
– os alimentos congelados devem ser os últimos a comprar.
Além disso, devem ser transportados num saco isotérmico S
e colocados no frigorífico ou no congelador logo que chegue
a casa; T
– é possível avaliar a frescura do peixe congelado mesmo
depois de cozido. Um peixe congelado há muito tempo U
ou que não esteja em boas condições perde mais água e fica
com um aspeto seco, devido à destruição das células. V
178 Z
Os alimentos de A a Z A
B
FRESCO OU CONGELADO?
Vantagens Desvantagens C
Sabor mais agradável; possibilidade Deterioração mais rápida; preço mais
de verificar a frescura e de controlar elevado; obriga a deslocações mais
Peixe fresco D
o calibre do peixe. frequentes aos pontos de venda e tem
de ser consumido rapidamente.
Frescura e higiene bastante O peso indicado nem sempre E
satisfatórias; água de vidragem corresponde à quantidade real
Peixe
suficiente; indicação do peso real de peixe; preço algo elevado;
congelado
pré-embalado
do peixe e do prazo de validade; impossibilidade de controlar o calibre F
possibilidade de conservar o peixe do peixe; dificuldade em controlar
em casa durante algum tempo. a qualidade através da embalagem.
Preço interessante; frescura e higiene O calibre anunciado nem sempre G
Peixe bastante satisfatórias; possibilidade corresponde ao real. A água
congelado de controlar o calibre do peixe de vidragem, por vezes, é insuficiente.
(a granel) e de conservá-lo em casa durante
H
algum tempo.
I
J
Como cozinhar o peixe?
L
O peixe fica mais apetecível se não estiver demasiado cozi-
nhado (a desfazer-se). Os modos de preparação do peixe são M
tão variados e numerosos como os da carne. De seguida,
fique a conhecê-los. N
Cozer
O
Coloque o peixe na água já a ferver, adicionando sal e,
P
se o desejar, um pouco de sumo de limão, tomilho, louro
ou, por exemplo, cebola. Deixe-o cozer durante
20 minutos por cada quilo. Para branquear a
carne, junte na água da cozedura um pouco de Q
leite. Pode também cozer o peixe num caldo
feito à base de cebola, ervas e vinho branco. R
179 Z
Conhecer os alimentos A
B
Fritar
Passe os bocados de peixe por ovo e farinha ou leite e fari- C
nha ou só farinha. Aqueça bem o azeite ou o óleo e deixe
os pedaços de peixe panados a fritar durante alguns minu- D
tos. Retire-os e ponha-os a escorrer numa travessa coberta
com papel absorvente. Este tipo de preparado é bastante
E
mais calórico, sobretudo quando acompanhado com maio-
nese ou outros molhos.
F
Assar ou grelhar
Tempera-se o peixe com alguma antecedência e coloca-se na G
grelha ou no forno, previamente aquecidos.
Para levar o peixe ao forno, convém H
adicionar gordura, de preferên-
cia azeite. Os peixes pequenos I
podem assar-se inteiros, mas, no
caso dos mais grossos, convém J
fazer-lhes uns golpes, para evitar
que a pele se rompa. L
M
Valor nutricional
N
O peixe é um alimento extremamente nutritivo e compa-
rável à carne. É uma das principais fontes de proteínas ani-
O
mais na nossa alimentação e as que fornece são de quanti-
P
dade e qualidade equivalentes às da carne. A maior parte
dos peixes é pobre em gorduras (menos de cinco por cento).
Atenção!
Algumas espécies pequenas e de superfície, como, por Q
O peixe é rico em ácidos
exemplo, a sardinha, têm um teor variável de gordura ao aminados. Quando deixa
longo do ano, dependendo da temperatura da água, do de estar fresco, estes áci- R
ciclo de reprodução e da fonte de alimentação. O teor de dos permitem a formação
de uma substância deno-
gorduras da sardinha pode ir dos dois aos 17 por cento. Esta minada histamina. Esta
S
gordura não se localiza num ponto preciso, mas encontra- pode, em doses elevadas,
-se dispersa por todo o tecido muscular. É rica em ácidos provocar diversas rea- T
ções: dores de cabeça,
gordos, em grande parte, polinsaturados e, por isso, mais vertigens, urticária, que-
saudáveis do que os da carne (veja Gorduras, na página 127). bras de tensão e vómitos. U
Eis alguns exemplos de peixes com diferentes teores de Para evitar a formação
de histamina no peixe,
gordura: é fundamental que todas V
– bacalhau, carapau, corvina, garoupa, linguado, pargo, as regras de boa higiene
pescada, peixe-espada, robalo, rodovalho e sardinha (na sejam respeitadas.
X
180 Z
Os alimentos de A a Z A
B
primavera) são peixes magros (menos de cinco por cento);
– o atum, enguia e o salmão são peixes meio-gordos (entre Atenção!
C
cinco e dez por cento); Uma grande parte dos
– a sardinha (no verão e no outono) e o sável são peixes resíduos que produzimos,
sejam eles domésticos, D
gordos (mais de dez por cento de gordura). industriais ou agrícolas,
é despejada no mar.
E
O peixe, em geral, é rico em vitamina A e em algumas vitami- Diversos organismos
marinhos filtram a água do
nas do complexo B (B1 e B2). Não contém vitamina C, pelo que
mar e absorvem também F
requer um acompanhamento de salada ou hortaliças cozidas. a poluição. Estes peque-
Os peixes gordos são uma fonte preciosa de vitamina D, razão nos animais constituem
pela qual o seu consumo no inverno é desejável. O fígado a alimentação dos peixes, G
nos quais acabam por
de peixe concentra, regra geral, uma grande quantidade desta se concentrar os metais
vitamina. Os óleos extraídos do fígado de peixe (geralmente pesados (mercúrio, cád- H
o de bacalhau ou o de atum) usam-se na prevenção e trata- mio, chumbo). No final
da cadeia alimentar, estes
mento de perturbações de crescimento e raquitismo. I
peixes surgem no nosso
prato, o que nos pode
Os peixes de mar têm também iodo (oligoelemento que trazer alguns problemas, J
sobretudo quando con-
atua sobre a glândula da tiroide) e todos os peixes con- sumidos em grandes
têm quantidades importantes de fósforo. No entanto, são quantidades. L
mais pobres em ferro do que a carne, e apenas as espinhas
contêm cálcio. O peixe é rico em selénio, um elemento M
que desempenha um papel importante nos mecanismos
de defesa do organismo contra diversas formas de cancro. N
P
dade de digestão é, no entanto, menor no caso dos peixes
muito gordos, salgados ou fumados.
Os panadinhos de peixe T
181 Z
Conhecer os alimentos A
B
de 75 por cento, mas há casos em que atinge apenas metade
do conteúdo total da embalagem. Infelizmente, a ausência C
de legislação, de fiscalização e de penas dissuasoras per-
mite que os fabricantes caiam na tentação de “poupar” D
no peixe.
E
De acordo com os estudos publicados pela revista pro-
teste, o peixe utilizado é, regra geral, fresco e não há
F
nada a assinalar em relação à sua higiene. Algumas marcas
utilizam glutamatos, um aditivo destinado a intensificar
o sabor (veja Aditivos, na página 16). G
Peixe-espada O
U
Como consumir
V
Tradicionalmente, confeciona-se grelhado ou frito.
Salienta-se a frescura que este peixe evidencia após a X
182 Z
Os alimentos de A a Z A
B
preparação culinária, mantendo-se sempre muito suculento.
C
Valor nutricional D
H
Pepino
I
O pepino faz parte da grande família das cucurbitáceas
(melões, melancias, abóboras, entre outros). A sua época J
é de maio a novembro, mas, como são também produzi-
dos em estufa, estão à venda durante todo o ano. L
M
Como consumir
N
Os pepinos devem ser bem rijos, com uma casca bonita
e sem indícios de podridão. Rejeite os que tiverem manchas
O
e aqueles que são flexíveis, pois essa característica significa
P
que perderam água. O pepino prepara-se cru, em saladas,
já que a sua polpa é muito refrescante. Convém descascá-lo,
pois a casca é amarga e pode irritar o intestino.
Q
Os cornichões, pepinos de pequenas dimensões, são desti-
nados exclusivamente à indústria, para os pickles, e conser- R
vados em vinagre por muito tempo. O pepino não se deve
congelar. S
T
Valor nutricional
U
O pepino é rico em água e pobre em calorias: 18 calorias
ou (75 quilojoules), por cem gramas. V
183 Z
Conhecer os alimentos A
B
Pera
C
As pêras, em latim pyrus communis, pertencem
à família das rosáceas, à semelhança dos pes- D
sêgos e das maçãs. De junho a março é a melhor
época para comer pera.
E
F
Como consumir
Não compre as que se apresentam tocadas e com sinais G
de podridão. Quando a pera está madura, a casca adquire
um tom mais amarelo e torna-se mais doce e suculenta. H
Valor nutricional M
P
e as do complexo B, potássio e magnésio.
Peru T
184 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Encontra-se à venda em qualquer altura, geralmente
sob a forma de pedaços cortados: coxas e escalopes, por C
exemplo. Também existem produtos feitos a partir de
carne de peru. Por exemplo, salsichas frescas, fiambre D
ou hambúrgueres.
E
Como consumir
F
Os perus mais saborosos e tenros são os jovens (com cerca
de seis meses). Para um animal com quatro a cinco quilos G
é preciso calcular um tempo de cozedura de 90 a 120 minu-
tos. Os rôtis de peru comercializam-se frescos e congelados. H
Frescos podem ser embalados no vácuo, o que garante uma
melhor segurança bacteriológica. I
J
Valor nutricional
L
A carne de peru é excelente, muito digestiva e magra, pois
só tem cerca de cinco por cento de gordura. O seu valor M
calórico, por cem gramas, ronda as 135 calorias (565 quilo-
joules). Substitui a carne de vitela, mais cara, e a de porco, N
mais gorda.
O
Veja também Aves, na página 42.
P
Q
Pescada
R
A pescada, fresca ou congelada, é um dos peixes mais
consumidos em Portugal. Existem muitas variedades, S
que pouco diferem entre si quanto ao valor nutritivo,
mas cujas características de sabor e de textura podem ser T
diferentes. Estas diferenças costumam refletir-se no preço.
U
Quando pequena, a pescada é designada por pescadinha,
mas o tamanho mínimo de captura autorizado é de 27 cen- V
tímetros. Se adquirir pescadas de tamanho inferior, estará
a contribuir para a extinção da espécie. X
185 Z
Conhecer os alimentos A
B
Como consumir
C
A pescada congelada pode ser vendida pré-embalada
ou a granel; inteira ou sem cabeça e sem vísceras; em pos- D
tas ou em filetes ou noutras formas de comercialização.
Regra geral, a sua qualidade, tanto a nível de frescura como
E
de higiene, é idêntica à da pescada fresca. É classificada,
de acordo com os seguintes calibres:
F
– calibre 0 (de 80 a 250 gramas);
– calibre 1 (de 251 a 500 gramas);
– calibre 2 (de 501 a 800 gramas); G
– calibre 3 (de 801 gramas a 1,5 quilos);
– calibre 4 (de 1,501 a 2,4 quilos); H
– calibre 5 (mais de 2,4 quilos).
I
O calibre não constitui um indicador da qualidade do
peixe, mas, regra geral, o de calibres mais elevados é mais J
caro. As postas mais grossas (calibre 3 ou maior) são indi-
cadas para cozer; as de calibre 2 (ou menor) são melhores L
para fritar.
M
Valor nutricional N
P
peixe magro, com cerca de um por cento de gordura, de fácil
digestão e, por isso, recomendado na alimentação de pes-
soas que por motivos de saúde devam fazer dieta. Também
é aconselhada para crianças e idosos. O seu valor energético Q
é de 83 calorias (347 quilojoules), por cem gramas.
R
Pêssego T
186 Z
Os alimentos de A a Z A
B
dominantes são o pêssego de polpa amarela, o de polpa
branca, as nectarinas e as pavias ou “pêssegos de roer”. C
D
Como consumir
E
Os pêssegos comem-se frescos e bem maduros. Devem
comprar-se limpos, sem manchas nem toques, pois
F
a sua polpa é muito sensível. O fruto maduro liberta
um delicioso perfume, sobretudo se amadureceu na árvore.
Quando maduros, devem ser consumidos no espaço de um G
ou dois dias; no frigorífico podem-se conservar até sete
dias. Utilizam-se também para fazer compotas e licores. H
A sua comercialização em conserva é comum.
I
Valor nutricional J
R
Pimento
S
Planta herbácea, da família do tomate,
o pimento foi trazido da América por Cristóvão T
Colombo e é muito utilizado no nosso país. Verde
no início da maturação, torna-se vermelho à medida U
que amadurece. Existem imensas variedades de pimento,
com diferenças quanto à forma, cor, tamanho e intensi- V
dade de sabor picante. Em Portugal, a variedade mais uti-
lizada pode ter cor verde ou vermelha e é conhecida como X
187 Z
Conhecer os alimentos A
B
pimento-lamuyo. Das restantes variedades, muitas com
características bastante diferentes desta, salientamos C
as seguintes:
– pimento-vermelho-comprido. Uma planta das regiões D
tropicais, cujo fruto, picante, depois de seco e moído, se
transforma num condimento chamado pimenta-de-caiena;
E
– pimento-morrone. De cor vermelha, é utilizado em con-
servas. Além de saboroso, tem também um efeito decora-
F
tivo. É estimulante, mas indigesto;
– pimentão ou pimento-doce. Trata-se de uma planta
das regiões temperadas, da qual se utilizam os frutos ver- G
des, amarelos ou vermelhos, como legume ou condimento;
– malaguetas ou piri-piri. Estes pequenos pimentos H
Atenção!
de cor vermelha e forma alongada são muito picantes. Todos os pimentos,
O sabor picante é dado por uma substância, a capsaicina, independentemente da I
que se encontra principalmente nas sementes e em redor sua variedade ou forma
de preparação, podem
destas. J
provocar irritação e
transtornos do estô-
mago. Consuma-os com L
Como consumir moderação.
M
Escolha pimentos rijos, brilhantes, sem manchas ou
indícios de podridão e munidos de pedúnculo. Conserve N
os pimentos em espaços abertos. Se deseja congelá-los,
deve tirar-lhes o pé e as sementes, mas embale-os bem, pois
O
o seu cheiro transmite-se facilmente aos outros alimentos.
Valor nutricional U
188 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Pinhão
C
O pinhão encontra-se nas pinhas do pinheiro manso. Estas
colhem-se verdes e são secas ao sol ou em fornos, para ama- D
durecerem e abrirem, libertando os pinhões, ainda com
casca. A sua época de produção vai de dezembro a março.
E
F
Como consumir
O pinhão fresco come-se no outono, mas conserva-se seco G
durante todo o ano. Escolha-os brancos e carnudos. Frescos
ou secos, servem também de guarnição em pastelaria H
ou como condimento nas saladas. Depois de descascado,
o pinhão não pode ser guardado durante muito tempo por- I
que as matérias gordas que contém tendem a rançar.
J
Quando são de boa qualidade, os pinhões apresentam,
por inteiro, uma coloração branco-marfim. Se as extremi- L
dades forem amarelas ou acastanhadas, os pinhões são de
qualidade inferior ou foram mal conservados. M
N
Valor nutricional
O
O seu valor nutritivo é comparável ao das amêndoas: 618
P
calorias (2583 quilojoules), por cem gramas. É um fruto
muito rico em proteínas, vitaminas e minerais, em especial
fósforo e potássio.
Q
Veja também Amêndoa, na página 35.
R
Porco T
189 Z
Conhecer os alimentos A
B
costumam estar à venda, já que a sua carne é de qualidade
medíocre e tem um sabor intenso e desagradável. C
D
Como consumir
E
A carne de porco é branca ou ligeiramente escurecida.
É macia e, em regra, gordurosa. A sua carne é integralmente
F
aproveitada, desde a gordura (transformada em banha),
que entra em várias confeções culinárias, às tripas, essen-
ciais para os enchidos. G
3 5
1 Perna 2 R
2 Lombinho
1
3 Lombo S
8
4 Pá 4
5 Cachaço T
9
6 Pernil 6
6
7 Pé
U
8 Entrecosto
7 7 V
9 Barriga ou entremeada
190 Z
Os alimentos de A a Z A
Atenção! B
Valor nutricional
Muitas dietas pobres
em calorias excluem a C
O teor em gordura da carne de porco varia com a peça carne de porco. Tal não
usada. Além disso, é necessário distinguir as peças em se deve fazer. Basta ter
D
que é possível retirar a gordura, como as costeletas ou a o cuidado de escolher
as peças de carne mais
perna; das que têm a gordura entremeada, como a barriga magras. E
e o entrecosto, e das que são formadas, principalmente,
por gordura, como o toucinho. As peças de primeira cate-
F
goria, como o lombo, proporcionam entre 15 e 20 por cento
de proteínas, com um valor energético médio de 150 calo-
rias (630 quilojoules), por cem gramas. G
I
Presunto
J
O presunto é a perna de porco depois
de submetida a um processo de salga e seca- L
gem e, por vezes, fumada. A duração do pro-
cesso de cura é determinante para o sabor e o aroma M
do presunto. Tem diversas formas de apresentação e pode
ser vendido inteiro, aos quartos, em nacos mais pequenos N
ou em fatias.
O
Como consumir
P
O presunto é comido em sandes ou em refeições ligeiras
e entra também como ingrediente nalguns pratos, como Q
ervilhas com ovos escalfados, por exemplo. O melão com
presunto é uma excelente combinação gastronómica, ser- R
vida habitualmente como entrada.
S
Guarde o presunto inteiro, num local seco e fresco. Nestas
condições, pode conservá-lo durante cerca de cinco meses. T
Depois de partir o presunto, envolva-o num pano húmido
e guarde-o, de preferência, no frigorífico. Desta forma, U
evita que a carne seque demasiado e poderá conservá-lo
durante cerca de um mês. Se já estiver cortado em fatias, V
guarde-o no frigorífico, envolto em papel de alumínio.
X
191 Z
Conhecer os alimentos A
B
Neste caso, convém que seja consumido nos quatro dias
seguintes ao corte. C
G
Saber comprar
H
• A gordura do presunto deve apresentar uma cor clara (branca, nacarada). Se for
amarelada, pode estar rançoso.
• A carne deve ter uma cor homogénea (rosada-escura). Se existirem manchas I
azuladas e sal à superfície, isso significa, respetivamente, que o presunto tem
bolores e está muito seco. Por outro lado, se a carne for muito escura, o presunto
pode ser muito salgado e seco. J
• A carne deve apresentar um aspeto ligeiramente húmido e compacto, um cheiro
agradável (por vezes a fumo) e sabor característico. As fatias devem ser firmes, sem
se desfazerem em pedaços quando se cortam. Se a superfície apresentar pintas L
brancas, trata-se de um presunto “velho”, em que se produziu uma concentração
de sal.
M
• Nos presuntos inteiros, a camada de gordura exterior deve ser homogénea, ao
longo de toda a peça. O revestimento exterior (courato e gordura) não deve apre-
sentar falhas. Se a carne estiver à vista, pode ser contaminada mais facilmente. N
192 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Queijo
C
O queijo é um produto derivado do leite,
de características variáveis. Obtém-se pela D
coagulação e dessoramento (libertação
de soro) do leite total ou parcialmente des-
E
natado e também da nata ou do leitelho
ou, ainda, da mistura destes produtos,
F
incluindo o lactossoro. Existem muitos
tipos de queijo. Podemos resumir as principais diferenças
a três: origem do leite utilizado, maturação e consistência. G
Vejamos cada uma.
H
N
Maturação (cura)
O
O queijo fresco é o único tipo de queijo que não é submetido
a um processo de cura. A maturação é reduzida a um iní-
P
cio de fermentação láctica, operada durante a coagulação.
O seu teor de humidade é elevado, cerca de 80 por cento,
e, por isso, o período de conservação é curto. No máximo, Q
quatro a cinco dias após o fabrico, desde que mantido
no frigorífico. R
193 Z
Conhecer os alimentos A
B
Também há queijos curados pela ação de bolores, cujas
características são adquiridas através da proliferação C
de bolores específicos na sua massa e/ou à superfície.
É o caso, por exemplo, do roquefort e do camembert. D
São muito aromáticos, saborosos e digestivos.
E
Consistência
F
A consistência dos queijos varia com o seu teor de humi-
dade e vai desde os frescos aos de pasta extradura (Cabra G
Transmontano), passando pelos de pasta mole (camem-
bert, brie, Serra da Estrela e Azeitão), de pasta H
semimole (roquefort), semidura (Terrincho, Nisa O que é queijo fundido?
e tipo flamengo) e dura (parmesão e cheddar). I
Os queijos fundidos come-
çaram por ser um aproveita-
Alguns queijos têm denominação de origem mento de diversas variedades J
protegida (DOP) e, por isso, devem obedecer a de queijo que, devido a defei-
um padrão de qualidade rigoroso. Em Portugal, tos de fabrico (cura demasiado L
prolongada, casca fendida,
os queijos com esta denominação são o Nisa, entre outros), não podiam ser
o Serra da Estrela, os vários tipos de queijo da comercializados. Atualmente, M
Beira-Baixa, o Azeitão, o Terrincho, o Rabaçal, parte dos queijos curados são
produzidos de propósito para
o Cabra Transmontano, o Évora, o Pico, o Serpa este fim. Por isso, ao contrário N
e o São Jorge. Estes queijos estão certificados do que por vezes se diz, não
por um selo de garantia da genuinidade do são de qualidade inferior.
O
produto.
P
Como consumir
Q
Os queijos frescos devem ser consumidos rapidamente.
Não os guarde no frigorífico mais de dois ou três dias. Com R
o tempo, a superfície fica coberta de fungos, que, não sendo
tóxicos, alteram o sabor do queijo. S
194 Z
Os alimentos de A a Z A
B
quaisquer garantias quanto à qualidade, o melhor é pres-
cindir do seu consumo. C
195 Z
Conhecer os alimentos A
B
O queijo deve ser servido à temperatura ambiente, ideal para
o desenvolvimento dos aromas característicos. Retire-o do C
frigorífico uma hora antes de consumir e, se possível, só a
quantidade provável de consumo. As mudanças frequen- D
tes de temperatura são nocivas à qualidade higiénica e
alteram as características organolépticas (a cor ou o sabor,
E
por exemplo).
F
Apresente-os bem à mesa
G
Na hora de servir queijo, pode compor uma tábua utili-
zando vários critérios, como produtos da mesma região H
ou com diferentes tipos de cura.
I
Utilize uma faca grande, sem ser de serrilha. Passe-a
por água quente ou unte-a com um pouco de azeite para J
evitar que os queijos de pasta mole fiquem agarrados à
lâmina. Deixe a casca de queijos como o camembert e o brie, L
pois é comestível. Tire os queijos do frigorífico, exceto o
fresco, entre uma a duas horas antes de servir, para alcança- M
rem a temperatura adequada e retomarem o sabor original.
N
Os queijos cilíndricos altos, como o da ilha São Jorge,
ou baixos, como o Nisa, ficam mais bem cortados em
O
fatias triangulares, partindo do centro. De seguida, corte-
-os em fatias mais pequenas. Os queijos cilíndricos hori-
P
zontais, como o Chèvre, devem ser partidos em fatias e,
de seguida, em pequenos triângulos, a partir do centro.
Os queijos cilíndricos mais pequenos, como o Azeitão, Q
o Évora e camembert, comem-se melhor se forem partidos
em fatias triangulares. Os mais pequenos podem ser só R
cortados ao meio ou em quartos. Os queijos esféricos, como
o tipo flamengo, cortam-se em quartos. O queijo da serra S
da Estrela produzido nas condições ideais tem uma textura
ligeiramente amanteigada, com zona de corte deformável, T
pelo que é recomendado cortá-lo à fatia. Há quem prefira
consumir este queijo com textura muito amanteigada, U
a partir do topo por uma abertura circular na casca. Se for
o caso, retire-a apenas ao servir. V
196 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Na hora de comer, comece pelos queijos de sabor mais
suave e passe a seguir para os mais fortes, para não alterar C
o sabor dos primeiros. Coloque os mais suaves no exterior
da tábua (fresco, tipo flamengo ou Rabaçal) e os mais for- D
tes no interior (São Jorge ou picante da Beira Baixa). Veja
o exemplo da ilustração abaixo. Depois de arrumar os quei-
E
jos na tábua, mantenha-os tapados com película aderente
até serem consumidos, para evitar que sequem.
F
Uma tábua de queijos pode servir como uma refeição
ligeira, como entrada ou sobremesa. Coloque uma faca G
junto a cada variedade, para não misturar sabores. Também
pode deixar uma faca para os moles e outra para os duros. H
Quando os queijos são amanteigados, como pode suceder
ao da serra da Estrela ou ao de Azeitão, prefira uma faca de I
ponta redonda.
J
Exemplo de uma tábua de queijos
L
Roquefort
São Jorge
M
Serra
da Estrela
N
P
Queijo fresco
Q
Beira Baixa
Flamengo
Nisa R
S
Chèvre
Camembert T
Azeitão X
197 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
C
A sua composição varia de acordo com os tipos de queijo
e os processos de produção. Existem produtos designados D
como light, com menos gordura, o que constitui uma forma
comercial de denominar os queijos gordos, meio-gordos
E
ou magros.
F
Os queijos contêm todos os elementos do leite, exceto
a lactose, que foi arrastada pelo lactossoro no decurso
do seu fabrico. São uma importante fonte de proteínas G
com elevado valor nutritivo e são ricos em cálcio, fósforo
e em vitaminas A, B e D. Se é um grande consumidor deste H
alimento, geralmente salgado, procure compensar, redu-
zindo este condimento na sua dieta. O queijo tem gorduras I
saturadas responsáveis pelo aumento do colesterol. Assim,
convém moderar o seu consumo ou escolher os pouco gor- J
dos. Consulte o rótulo.
L
Os queijos de pasta mole e, sobretudo, os azuis, são ricos
em vitaminas do grupo B. A vitamina A encontra-se nos M
queijos gordos e, em menor quantidade, nos meio-gordos.
Os queijos, sobretudo os de pasta dura, têm um elevado N
teor em cálcio e em fósforo.
O
Veja também Leite e Requeijão, nas páginas 137 e 202,
respetivamente.
P
Q
Quivi R
198 Z
Os alimentos de A a Z A
B
exótico. A comercialização de origem nacional inicia-se em
meados de novembro e pode prolongar-se até maio. As duas C
principais áreas de produção são Entre-Douro-e-Minho
e a Beira-Litoral, especialmente os vales dos rios Minho D
e Mondego). As variedades mais comuns são a hayward,
de maior dimensão e mais fácil de conservar, e a bruno.
E
F
Como consumir
O quivi come-se ao natural, inteiro ou cortado em rode- G
las, ou em sumos e salada de fruta. Compre quivis limpos,
firmes e ainda um pouco verdes. Nestas condições, con- H
servam-se à temperatura ambiente durante cerca de uma
semana. Não os guarde no frigorífico. I
L
Valor nutricional
M
É muito rico em vitamina C, fósforo, cálcio e ferro. O seu
valor energético pode variar entre 50 e 60 calorias (209 N
e 250 quilojoules), por cem gramas.
O
Q
R
199 Z
Conhecer os alimentos A
B
Raia
C
É um peixe achatado de grande dimen-
são. A grande raia-manta pode atingir D
oito metros de envergadura. Existem
muitas variedades deste peixe.
E
F
Como consumir
Consuma a raia muito fresca. Há quem a prepare com molho G
de manteiga e alcaparras. Nesse caso, é preferível fervê-la
previamente num caldo bem temperado e, em seguida, H
servi-la com limão e manteiga ligeiramente dourada.
I
Valor nutricional J
P
Refrigerantes Q
Um refrigerante é constituído, principalmente, por água
e açúcar e/ou dióxido de carbono, com adição de subs- R
tâncias aromáticas e outras. Nas bebidas de cola usa-
-se, por exemplo, cafeína, caramelo e ácido fosfórico. A S
legislação distingue os refrigerantes de:
– sumo de frutos. Resultam da diluição em água de T
sumo ou polme de frutos, concentrados ou desidrata-
dos. O teor em sumo tem de estar compreendido entre U
seis e 16 por cento (oito por cento para o caso da laranja)
e pode conter aromatizantes naturais ou idênticos aos V
naturais;
– polme. Trata-se de refrigerante turvo, resultante da dilui- X
200 Z
Os alimentos de A a Z A
B
ção em água de polme e seus derivados, num teor mínimo
de dois por cento das partes comestíveis dos frutos. Pode C
conter aromatizantes naturais ou idênticos aos naturais;
– extratos vegetais. Resultam da diluição em água de extra- Atenção!
D
tos e aromatizantes, podendo eventualmente incluir sumo, As bebidas de cola, com
exceção das que se dizem
polme ou os respetivos derivados.
“pobres em” ou “sem E
Há ainda os aromatizados que resultam da adição, em água, cafeína”, têm quantidades
de aromatizantes. No caso de não conter açúcares nem elevadas deste estimu-
lante. Possuem, por isso, F
edulcorantes designa-se por “água aromatizada”. Neste
propriedades excitan-
caso, o valor nutritivo da bebida é nulo. tes. São também muito
ácidas. Devido a estas
G
A lei exige ao fabricante a enumeração no rótulo de todos características e ao seu
elevado teor em açúcares, H
os aditivos utilizados. Os mais comuns nestas bebidas são: estão contraindicadas
– corantes. Escondem a ausência de sumos naturais. Podem na alimentação infantil.
ser aceitáveis, como os carotenoides (E 160), mas é mais I
frequente o uso de corantes duvidosos, como o amarelo-de-
-quinoleína (E 104), a tartarazina (E 102), o amarelo-sol J
FCF (E 110) ou o ponceau 4R (E 124). Nenhum destes coran-
tes é realmente necessário; L
– conservantes. Geralmente, são os ácidos sórbicos e
seus sais (E 200 a E 203) e os ácidos benzoicos e seus sais M
(E 210 a E 213). Ambos são aceitáveis, embora o segundo
não seja indispensável; N
– antioxidantes. A sua função é impedir a degradação Atenção!
da bebida por oxidação. O mais comum é o ácido cítrico
As bebidas tónicas têm O
(E 330), que é aceitável, embora no passado tenha sido alvo quinino. Este aumenta as
de uma campanha de descrédito, baseada numa pretensa secreções gástricas, pelo
que o seu uso prolongado P
relação com o cancro;
pode causar irritações da
– espessantes. São de uso muito frequente em refrigeran- mucosa do estômago e
tes de laranja ou de limão. Servem para enganar o paladar, Q
do intestino. Este aditivo
dando a sensação de que contêm sumo de fruta. Alguns é também utilizado como
deles são duvidosos;
medicamento contra
o paludismo. Em doses R
– edulcorantes, sobretudo, sacarinas e ciclamatos (veja normais não é tóxico,
Edulcorantes, na página 105). Apesar de a sua utilização ser mas algumas pessoas S
são hipersensíveis a esta
autorizada, deveria ser restringida, ou mesmo proibida, substância. Tal como
nas bebidas para crianças. a cafeína, o quinino é T
um estimulante. Por isso,
as bebidas tónicas são
As bebidas de cola utilizam também cafeína. Atualmente, U
desaconselháveis para
muitas bebidas dizem-se “pobres em cafeína” ou mesmo crianças.
“sem cafeína”. Porém, esta substância pode ser substi- V
tuída por caramelos (E 150), de entre os quais o amoniacal
(E 150c). Este último é duvidoso. X
201 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional Atenção!
Todas as bebidas gaso- C
Os refrigerantes contêm cerca de dez por cento de açúcar. sas têm dióxido de car-
bono e podem provocar
Daí que o seu valor calórico seja elevado: uma média de 400 meteorismo (tumefação D
calorias (1680 quilojoules), por litro. A única exceção são os do ventre por acumulação
refrigerantes light, cujo valor calórico é quase nulo. Nestas de gases) e irritações do
estômago. E
bebidas, a redução calórica é feita à custa da adição de uma
boa dose de edulcorantes artificiais.
F
As “colas” light têm um teor em ácido fosfórico e em cafeína Um bom conselho
idêntico à versão normal e, ainda, ciclamatos e sacarina. G
Limite o seu consumo de
Por isso, o seu consumo é particularmente desaconselhado refrigerantes e dê-os rara-
para crianças. Se estas insistirem em consumir bebidas mente às crianças. Opte, H
de cola, é preferível dar-lhes as sem cafeína. de preferência, pelos
sumos naturais de fruta.
I
Requeijão L
P
Como consumir
O seu sabor ácido é muito característico. Deve conservar-se Q
no frigorífico, por poucos dias.
R
Valor nutricional S
202 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Robalo
C
O robalo apresenta corpo alongado e ligeiramente com-
primido, dorso cinzento-prateado e abdómen esbran- D
quiçado. O seu tamanho mais comum não ultrapassa
os 55 centímetros de comprimento, mas pode atingir
E
um metro e 12 quilos de peso. O tamanho mínimo legal
de captura é 36 centímetros. A carne, delicada e de cor
F
branca, faz desta espécie uma das mais apreciadas na
nossa gastronomia. O robalo encontra-se no Atlântico e
mares Mediterrâneo e Negro. Em Portugal continental G
pode ser encontrado ao longo de toda a costa, durante
todo o ano. H
L
Como consumir
M
O robalo é um peixe que se adapta muito bem a diver-
sas utilizações culinárias, do assar ao cozer. Fica muito N
saboroso em escabeche, pois a sua carne gordurosa e
abundante acentua os sabores quando sofre maceração
O
pelo vinagre.
P
Para fazer um escabeche caseiro deixa-se ficar o peixe
totalmente submerso num vinagrete (vinagre, azeite, ervas
aromáticas) num recipiente fechado durante um ou dois Q
dias. Nunca aqueça o escabeche porque o vinagre quente
altera por completo as propriedades de sabor, odor e tex- R
tura do peixe.
S
Valor nutricional T
203 Z
Conhecer os alimentos A
B
Romã
C
Fruto da romãzeira, árvore de pequeno ou médio
porte, a romã é atualmente cultivada em toda a D
região mediterrânica. Tem, aproximadamente, a
dimensão de uma maçã. A sua pele, espessa e ver-
E
melha, cobre uma polpa avermelhada formada
por numerosos bagos. Existem diversas espécies,
F
de entre as quais a asseria, que se caracteriza por
frutos de bagos carnudos, vermelhos e de grai-
nhas pequenas, e é tradicional da região algarvia. G
H
Como consumir
I
A romã é comida ao natural, em saladas, aperitivos
ou sumos. É também muito utilizada na preparação de J
bebidas alcoólicas, sobretudo na granadina e no pon-
che. A sua época vai de meados de setembro a meados de L
dezembro, mas o fruto é bastante resistente: conserva-se
fresco, durante vários meses, num local seco e arejado. M
N
Valor nutricional
O
A romã é rica em fibra, potássio, vitamina C e piridoxina
(B6). O seu valor energético é de 55 calorias (230 quilojou-
P
les), por cem gramas.
R
S
204 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Sal
C
O sal foi utilizado, durante muito tempo, para con-
servar os alimentos perecíveis. Devido ao apareci- D
mento de novas técnicas de conservação, perdeu,
em grande parte, essa função. Atualmente, é utilizado,
E
sobretudo, como tempero.
F
O sal, grosso ou de mesa, é composto por cloreto de sódio
(cloro e sódio) que se encontra, no seu estado natural, sob a Atenção!
forma de sal marinho ou de sal-gema (sal das minas). Apesar Existe evidência cien-
G
de não ser o único componente do sal, é o sódio que está na tífica da relação direta
da ingestão de sal com H
origem dos problemas causados pelo seu consumo excessivo. a hipertensão. Quanto
às pessoas que já sofrem
desta doença, o consumo I
Como consumir excessivo de sal pode
provocar uma subida
da pressão arterial. J
Para o uso corrente, não existe qualquer diferença entre O sal é uma substância
agressiva, que pode atacar
o sal marinho e o sal-gema. Ambos têm um teor idêntico L
a mucosa do estômago
de sódio e são utilizados para intensificar o sabor dos ali- e, em casos extremos,
mentos. No entanto, para as pessoas que devem fazer um contribuir para o apareci- M
regime pobre em sódio, existe o sal de substituição, em que mento de gastrite atrófica.
Trata-se de uma inflama-
o sódio é, total ou parcialmente, substituído por potássio. ção da mucosa que pro- N
voca atrofia e redução das
Mesmo as pessoas saudáveis devem reduzir a ingestão de sal suas secreções. Este tipo
de gastrite, por seu turno, O
até cerca de três gramas diários, quantidade de que o organismo pode ter um papel impor-
necessita, ou até cinco gramas, o valor máximo recomendado tante no desenvolvimento
do cancro do estômago. P
pela Organização Mundial da Saúde. Sempre que possível,
O consumo excessivo de
substitua o sal, pelo menos em parte, por outros condimentos. sal pode ainda propiciar
Para tal, recorra a sumo de limão, a ervas aromáticas, ao alho, Q
crises de asma nas pes-
a pimenta, a noz-moscada, a vinho, entre muitos outros. soas que já têm tendência
para este tipo de pro- R
blemas. Quem sofre de
doenças que provocam
Valor nutricional retenção de água, como
os insuficientes renais cró-
S
nicos, também deve limitar
A vida das nossas células não seria possível sem o sódio o consumo de sal. T
e o cloro, os dois componentes maioritários do líquido em
que se encontram imersas. Sem sal, ficaríamos desidrata- U
dos, mas, se a concentração em sódio for demasiado ele-
vada, produz-se uma retenção de água. A quantidade reco- V
mendada é facilmente atingida pelos alimentos que inge-
rimos diariamente. É que, com exceção do açúcar, todos X
205 Z
Conhecer os alimentos A
B
os alimentos já contêm sódio na sua composição. Por isso,
não há necessidade de juntar sal à comida. C
G
Salmão
H
O melhor é o salmão-do-atlântico, que é possí-
vel capturar nas nossas águas, mas que é muito I
raro no estado selvagem. Foi muito abundante
nos rios do Norte de Portugal, mas tem vindo J
a escassear, por falta de condições ambientais.
L
O salmão de piscicultura, menos saboroso, representa
atualmente cerca de 80 por cento do salmão-do-atlântico M
comercializado. Aos cinco anos, os peixes desta espécie
alcançam entre três e cinco quilos. A sua alimentação inclui N
carotenoides, destinados a dar-lhes a tonalidade rosada que
os salmões “selvagens” conseguem naturalmente, alimen-
O
tando-se de crustáceos. Destinado até há pouco tempo à
indústria conserveira, o salmão vende-se também fumado.
P
Como consumir Q
206 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Salsa e coentros
C
É uma planta de caules cilíndricos, direitos
e ramosos, com folhas de cor verde-brilhan- D
te e lóbulos dentados ou fendidos. É uma
das ervas aromáticas mais utilizadas em
E
Portugal, onde cresce de forma espontânea
ou cultivada.
F
Como consumir G
Salsichas Q
207 Z
Conhecer os alimentos A
B
– tipo frankfurt, que podem ter carne de vaca ou de aves,
são previamente fumadas e cozidas, antes de serem emba- C
ladas, e eventualmente esterilizadas (produto em lata), Sabia que…
o que aumenta o seu período de conservação; D
Com alimentos como as
– light. Substituem parte das gorduras por água e contêm salsichas, os fabricantes
uma maior quantidade de aditivos. Normalmente, são podem valorizar pedaços
de carne de baixo valor E
mais caras que as restantes.
comercial, desde que
o produto final possua F
Um dos principais problemas nas salsichas frescas são um valor nutritivo con-
os sulfitos, que podem causar náuseas, dores de cabeça, veniente e seja relativa-
problemas digestivos e cutâneos e até crises de asma. A sua mente económico. No G
entanto, é impossível para
utilização é desnecessária e até enganosa. o consumidor controlar a
composição real destes H
produtos. Por isso, os
produtores poderão ser
Como consumir tentados a cometer abu- I
sos, como, por exemplo,
As salsichas frescas devem ser consumidas no próprio utilizar muitos pedaços J
de gordura.
dia da aquisição ou, no máximo, no dia seguinte. Neste O teste a salsichas fres-
caso, embale-as antes de as guardar no frigorífico, a uma cas publicado na pro- L
temperatura entre os zero e os 4ºC. Para que os even- teste, revelou que, regra
geral, contêm excesso de
tuais microrganismos patogénicos presentes nas sal- gordura, de água e de sal M
sichas sejam destruídos, estas devem ser submetidas a e apresentam proteínas
uma temperatura de, pelo menos, 70ºC, durante cerca de de qualidade inferior. Em
relação às salsichas tipo N
dez minutos. frankfurt, revelou que
continham um excesso de
O
Para confirmar se a salsicha está bem cozinhada, faça um sal e de água. As carnes
utilizadas eram ricas em
corte e verifique se já não existem partes cruas. Evite con- colagénio e em proteínas P
sumir toda a gordura das salsichas frescas: pique-as com de baixo valor nutritivo.
um palito, por exemplo, antes de as cozinhar, para que
uma parte da gordura escorra. Pode também grelhá-las, Q
sem gordura, num recipiente antiaderente.
R
Valor nutricional S
As salsichas frescas são, geralmente, mais gordas do que T
a carne. O seu valor calórico situa-se entre 135 e 300 calo-
rias (entre 565 e 1255 quilojoules), por cem gramas. U
208 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Sardinha
C
Muito apreciada em Portugal, a sardinha é um
peixe pequeno (11 a 20 centímetros), que vive no D
Atlântico e no Mediterrâneo. Quando pequena, toma
o nome de petinga ou sardinheta. A sardinha está a tornar-
E
-se cada vez mais rara, por isso, a pesca de exemplares de
tamanho inferior a 11 centímetros é interdita.
F
Como consumir G
Solha P
209 Z
Conhecer os alimentos A
B
Valor nutricional
C
É um peixe magro. O seu valor energético ronda as 90 calo-
rias (375 quilojoules), por cem gramas. D
Sumos G
210 Z
Os alimentos de A a Z A
B
– sumo de frutos desidratados (em pó). Trata-se do produto
obtido a partir de sumo de uma ou mais espécies por elimi- C
nação física de quase toda a água.
D
Como consumir E
A pasteurização sofrida pelos sumos de fruta indus-
F
triais garante, em princípio, a sua boa conservação, pelo
menos enquanto a embalagem não for aberta. Em emba-
lagens de cartão ou em garrafas, estes sumos conservam- G
-se durante seis meses, de preferência num local fresco.
Uma vez abertos, devem consumir-se rapidamente, pois o H
seu teor em vitaminas diminui com o tempo.
I
Valor nutricional J
211 Z
Conhecer os alimentos A
B
Tâmara
C
É o fruto da tamareira, uma palmeira originária
do Médio Oriente. Esta árvore é cultivada no D
sul de Portugal, sendo também conhecida por
palmeira-das-igrejas. Existem numerosas varie-
E
dades de tâmaras, embora a mais conhecida seja
o raio-de-sol, típica das palmeiras-de-oásis. Dado o seu
F
elevado teor em água, este fruto seca-se no forno, para
aumentar a proporção de açúcar em relação à água e asse-
gurar a sua conservação. G
H
Como consumir
I
O fruto fresco é carnudo, castanho, tenro e suculento.
Escolha-os em perfeito estado de conservação porque J
há inúmeros parasitas que podem alterá-los rapidamente.
As tâmaras consomem-se frescas, de novembro a janeiro, L
e secas durante todo o ano.
M
Valor nutricional N
R
Tamboril
S
O tamboril é um peixe de fundo, que pode ser
encontrado desde a zona de maré até aos 600
metros de profundidade. Anatomicamente
T
caracteriza-se por possuir uma cabeça bastante U
grande relativamente ao resto do corpo e boca
semicircular munida de dentes pontiagudos. V
212 Z
Os alimentos de A a Z A
B
podendo viver até aos 20 anos ou mais. Muitos dos stocks
desta espécie estão completamente explorados. A sua cap- C
tura é feita por pesca de arrasto, que tem um forte impacto
nos habitats do fundo do mar, e que colhe acidentalmente D
quantidades elevadas de exemplares juvenis, o que contri-
bui ainda mais para o decréscimo da espécie.
E
F
Como consumir
A sua frescura pode ser comprovada pelo aspeto e cor G
da carne, que deve ser branca e evidenciar as veias. A cal-
deirada de peixe, onde o tamboril deve marcar forte pre- H
sença, é um prato delicioso e bastante saudável.
I
Valor nutricional J
Tomate O
Como consumir T
O tomate come-se cru, em saladas. Escolha tomates com U
a pele bem esticada e brilhante, semiverdes para a salada
e mais maduros para os cozinhados. Podem ser cozidos V
ou fritos e incorporados em molhos, sopas e massas. O seu
sumo também é bastante saboroso. X
213 Z
Conhecer os alimentos A
C
Cacho
Bom para saladas.
D
F
Cereja
Perfeito para G
canapés.
Chucha
I
Use para molho,
gaspacho ou conservas.
J
M
Coração-de-boi
Bom para saladas.
N
Daniela P
Serve para molhos e para
refogar.
Q
Raf
Bom para saladas. T
U
Rambo
Bom para saladas.
V
214 Z
Os alimentos de A a Z A
B
O tomate verde conserva-se bem à temperatura ambiente.
O maduro deve guardar-se no frigorífico durante, C
no máximo, uma semana. Pode ser congelado, para uso culi-
nário, mas deixa de poder ser consumido cru (desfaz-se). D
E
Valor nutricional
F
O tomate é um legume pouco energético, pois tem cerca
de 20 calorias (84 quilojoules), por cem gramas. Fruto ver-
melho, é muito rico em caroteno (provitamina A) e contém G
uma quantidade apreciável de vitamina C. É também fonte
de fibra. O tomate verde pode ser indigesto. H
L
Tomilho
M
Planta aromática que, juntamente com a salsa,
o louro, o alho-francês e o aipo, constitui o tradi- N
cional “ramo de cheiros” para aromatizar refogados,
pratos de caça, sopas, assados, entre outros. O tomilho
O
é também utilizado para temperar a carne e pratos de legu-
mes. Estimula o apetite, a digestão e a diurese (eliminação
P
de líquidos).
Q
R
Tostas
S
As tostas são fabricadas a partir de uma massa semelhante
à do pão. Esta massa é cozida e, em seguida, submetida
a um processo de desidratação que lhe confere a sua tex-
T
tura e aspeto característicos. Depois de cortadas em fatias, U
as tostas são novamente cozidas.
V
215 Z
Conhecer os alimentos A
B
Além das tostas comuns, fabricam-se outras suposta-
mente ricas em fibras ou, pelo contrário, pobres em sal ou C
em glúten.
D
Valor nutricional E
As tostas contêm, sensivelmente, os mesmos ingredientes
F
que o pão corrente, mas estão enriquecidas com gorduras.
Por isso, são mais energéticas. Para que saiba, dez tostas
(cerca de cem gramas) representam 370 calorias (1545 qui- G
lojoules) contra as 290 calorias (1212 quilojoules) do mesmo
peso de pão. H
L
Truta
M
Apesar de ser possível encontrá-
-las nas nossas águas, são muito N
raras. A maior parte das trutas
que se encontram à venda são de
O
aquicultura.
P
Como consumir
Q
Escolha as trutas bem frescas. Prepare-as grelhadas,
no micro-ondas ou no vapor, bem aromatizadas. R
S
Valor nutricional
A truta de piscicultura é meio-gorda, ao passo que a “sel-
T
vagem” é magra. O seu valor energético não excede as cem U
calorias (418 quilojoules), por cem gramas.
V
Veja também Peixe, na página 174.
X
216 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Uva de mesa
C
Em Portugal, as principais zonas produtoras de uva
de mesa encontram-se no Algarve, em Alenquer, D
no Ribatejo, em Palmela e no Alentejo. O Ribatejo
e o Oeste representam 57 por cento da produção de uva
E
de mesa a nível nacional. A vindima é feita entre junho
e outubro, consoante os anos e as regiões de produção.
F
As variedades de uva de mesa predominantes em Portugal
são a cardinal, a dona-maria, a itália, a palliére, a vitória, G
a red globe, a moscatel, a black magic, a crimson e a sugraone.
Mais recentemente apareceram no mercado uvas sem grai- H
nha das variedades black pearl, sugraone e crimson.
I
Como consumir J
Os cachos devem ser doces, firmes, cheios e com Tipos de uvas passas L
as uvas bem unidas ao pé. Rejeite os cachos com uvas As passas obtêm-se por seca-
moles ou manchadas e observe o engaço: se estiver gem dos cachos, por expo- M
mirrado, é sinal de que as uvas não estão frescas. sição ao sol ou ao calor arti-
ficial. Existem as seguintes
variedades: N
As uvas podem comer-se frescas ou secas (passas) – as passas-de-corinto, mais
ou ser utilizadas em doces, compotas, bolos, entre baratas e doces, sem semente,
utilizadas, sobretudo, na pas- O
outros. Ligeiramente aquecidas, acompanham bem telaria e em algumas saladas
os pratos de carne, de aves ou de caça. Para este fim, ou pratos crus;
P
não é indispensável pelá-las, mas ficam melhor se o – as passas-de-málaga, as mos-
catel e as sultanas, de maior
fizer. Conservam-se alguns dias, ou mesmo sema-
qualidade, grandes, saborosas Q
nas, entre -1 e 0ºC. Não suportam a congelação. e com grainhas.
R
Valor nutricional
S
A uva é dos frutos mais ricos em açúcar: entre 17 e 20 por
cento nas frescas; e entre 62 e 70 por cento nas passas. T
A uva possui excelentes propriedades diuréticas, mas o
seu valor energético é relativamente elevado. Por cem gra-
mas de uva fresca há cerca de 75 calorias (315 quilojoules);
U
na passa-de-uva há entre 267 e 302 calorias (entre 1116 V
e 1262 quilojoules). Veja também Fruta, na página 119.
X
217 Z
Conhecer os alimentos A
B
Vaca
C
A denominação dada à carne bovina
depende da idade do animal no D
momento do abate, se está castrado
ou não (no caso dos machos), entre
E
outros fatores. Das diversas possibi-
lidades, destacamos as seguintes:
F
– vitela (bovino macho ou fêmea com, no
máximo, seis meses);
– vitelão (bovino macho ou fêmea com mais de seis meses); G
– bovino adulto (bovino macho ou fêmea com mais de 300
quilos de peso vivo); H
– novilho (bovino macho, não castrado, com menos de
dois anos de idade); I
– touro (bovino macho, não castrado, com dois ou mais
anos); J
– vaca (fêmea que já tenha parido).
L
A carne de vitela é consistente e magra e apresenta,
geralmente, uma orla de gordura muito branca e ace- M
tinada. A gordura interior é branca ou rosada, mas rija
e firme. Apesar de os bifes de vitela serem mais tenros, N
a carne dos animais adultos é mais saborosa e igual-
mente nutritiva.
O
P
Como consumir
A carne de vaca deve ser de coloração vermelho-viva Q
e de cheiro igualmente acentuado. A consistência, cor
e cheiro são fatores importantes para se verificar o estado R
de frescura da carne de vaca.
S
A vitela e o novilho têm preços idênticos. As diferenças
existentes devem-se apenas às peças de carne escolhidas T
(veja a ilustração da página seguinte). Neste caso, o lombo
é a peça mais cara. U
218 Z
Os alimentos de A a Z A
C
14 29
13 7 28 27 D
17 24
25 20
10 21
18 2 E
4 16 19
11 22 26
23 1 F
12
3 9 15
8
G
6
5 6
5
H
Valor nutricional U
219 Z
Conhecer os alimentos A
B
(700 quilojoules), por cem gramas. A vitela é uma carne
meio-gorda, cujo valor calórico é, em média, de 180 calorias C
(752 quilojoules), por cem gramas.
D
Veja também Carne, na página 68.
E
F
Vinagre
G
O vinagre obtém-se por fermentação acética do
vinho, ou de outras substâncias alcoólicas, através H
de microrganismos específicos. O vinagre de
vinho (6 ou 7º de acidez) provém, exclusiva- I
mente, da fermentação do vinho. Se tiver sido
submetido a um envelhecimento (seis meses) J
em vasilhas de carvalho, tem um aroma mais acen-
tuado. Existem outros tipos de vinagre, com destaque para: L
– o balsâmico, feito a partir de uvas selecionadas da região
de Modena, Itália, através de um processo de fermentação M
que dura dez anos. É escuro e muito aromático;
– o de sidra, muito bom para molhos, saladas ou conservas. N
Obtém-se a partir da fermentação do sumo de uma varie-
dade de maçã;
O
– o de arroz, obtido a partir da fermentação do arroz.
É muito usado para fazer sushi.
P
Como consumir Q
220 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Valor nutricional
C
O vinagre contém ácido acético. Esta substância faci-
lita a digestão, mas, em grandes quantidades, pode irri- D
tar a mucosa estomacal e provocar transtornos graves.
Por isso, as pessoas que sofrem de problemas do estômago
E
ou de úlceras devem substituir o vinagre por sumo de
limão, menos agressivo.
F
Vinho H
221 Z
Conhecer os alimentos A
Atenção! B
da Região de”, trata-se de um vinho que também está
O tratamento com sulfitos
associado a regiões específicas e a um processo de certifi- C
ou dióxido de enxofre
cação. Porém, os critérios de qualidade são menos exigen- (SO2) visa assegurar uma
tes. Por exemplo, as áreas de produção são quase sempre melhor conservação do
D
mais vastas, o número de castas permitido é maior, o teor vinho ajudando a manter
o seu frutado e frescura.
alcoólico exigido é, em geral, menor e quase nunca estão Quando ingerido em E
previstos estágios mínimos obrigatórios. As uvas que dão doses elevadas (mais
origem a estes vinhos provêm, em pelo menos 85 por cento, de 50 miligramas por
dia), este aditivo pode F
de castas autorizadas para a respetiva região delimitada. provocar náuseas, dores
Quando o rótulo indica apenas “Vinhos”, quer dizer que de cabeça, transtornos
o mesmo não está sujeito a um processo de certificação. digestivos e cutâneos G
e até mesmo crises de
A sua proveniência não obedece a critérios geográficos e asma.
pode ser produzido com uvas de qualquer região e/ou de H
países diferentes. Em regra, estes vinhos destinam-se a
produção em larga escala e preço baixo. I
J
Maduro ou verde?
L
Os vinhos verdes (brancos ou tintos) são produzidos na
região do Minho. Têm uma baixa graduação alcoólica e M
uma acidez fixa elevada. São ligeiramente gasosos, devido
à adição de dióxido de carbono. O ideal é beber o vinho N
da colheita mais recente. De facto, com o passar do tempo,
perde qualidades, pelo que não convém conservá-lo durante
O
muitos anos. Os de casta alvarinho aguentam maior tempo
de espera.
P
222 Z
Os alimentos de A a Z A
B
Como consumir
C
Os vinhos adquirem o seu aroma (bouquet) através de
um envelhecimento mais ou menos prolongado. Para que D
o vinho se conserve em boas condições, a garrafa deve
guardar-se deitada, ao abrigo da luz e num local fresco
E
(entre 12 e 14ºC), com temperatura constante. As even-
tuais oscilações de temperatura não devem ser superiores
F
a 4 ou 5ºC.
Valor nutricional M
V
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