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MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista.

Pernambuco:
Centro Cultural Manoel Lisboa, 2013.

Publicado pela primeira vez em fevereiro de 1848, o Manifesto Comunista, escrito por
Karl Marx e Friedrich Engels, constitui-se de um tratado político que teve como objetivo
atacar o modelo de produção capitalista e sugerir uma nova forma de organização social,
baseada no fim da divisão de classes. Segundo os autores, tal modelo seria possível apenas
com a derrubada da burguesia e de todos os valores burgueses, através da revolução. Dentre
esses valores, alguns citados são o conceito burguês de família, o papel submisso da mulher, a
propriedade privada dos meios de produção, a religião, a educação doméstica das crianças, o
direito de herança, a mão de obra infantil nas fábricas e a divisão territorial e cultural entre as
nações. As transformações sofridas pelas relações de propriedade ao longo da história
serviram como embasamento à viabilidade de uma nova revolução.
Os autores, Karl Marx e Friedrich Engels, apontam, inicialmente, que o comunismo é
como um fantasma que ronda a Europa, e todas as potências europeias já o conhece e unem-se
a fim de enfrentá-lo. Ressaltam, ainda, que o comunismo é reconhecido como força em toda
Europa e que chegou o momento dos aderentes ao partido exporem para o mundo inteiro seu
modo de ver, seus fins e tendências.
Marx e Engels afirmam que a história de todas as sociedades é marcada por lutas entre
o opressor e o oprimido: “Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de
corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição,
tem vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou
sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição
das duas classes em luta”.
Surge, então, a burguesia moderna, alicerçada na queda do feudalismo, iniciam-se, a
partir desse ponto, as transformações sociais presentes até os dias de hoje, com novas formas
de opressão em que o trabalhador é submetido. “a sociedade divide-se cada vez mais em dois
campos opostos, em duas grandes classes diretamente opostas: a burguesia e o
proletariado”. Os que na Idade Média eram servos tornaram-se burgueses, que por sua vez,
com a descoberta da América e da abertura de novos mercados, alavancou o sistema burguês
moderno, dando início à atual luta de classes. A indústria moderna suplantou a manufatura, já
se preparando para o mercado mundial, acelerando o desenvolvimento do comércio, da
indústria, da comunicação e navegação.
Onde quer que a burguesia tenha chegado, conquistou o poder, explorou tudo e a todos
e esmagou as relações idílicas sociais; transformou pequenas empresas em grandes
aglomerados industriais. “A burguesia submeteu o campo à cidade; centralizou os meios de
produção e concentrou a propriedade em poucas mãos.”
A maquinaria pouco a pouco ocupa o lugar do trabalhador, deixando-o desempregado,
aumentando a miséria. Nascem então os sindicatos para proteger o trabalhador: “a princípio,
empenham-se na luta operários isolados, mais tarde operários de uma mesma fábrica,
finalmente operários do mesmo ramo de indústria, de uma mesma localidade, contra o
burguês que os explora diariamente.” Mesmo com essa luta, ambos se dependem: o burguês
precisa do operário e vice-versa.
O Socialismo Reacionário é dividido em três períodos. O primeiro deles, o Socialismo
Feudal, é identificado como sendo originário das aristocracias francesa e inglesa, que temiam
o crescimento da burguesia. O Socialismo Pequeno-Burguês originou-se numa classe social
que se via cada vez mais próxima do proletariado e distante da burguesia. Por fim, chegou-se
ao Socialismo Alemão, que tinha como objetivo privilegiar toda humanidade sem levar em
conta a classe social. Na verdade, tal modelo era considerado falacioso, por se colocar acima
da luta de classes.
Posteriormente, o Socialismo Conservador ou Burguês pregava que o estilo de vida da
burguesia era o ideal comum a ser alcançado, e que para tal não seria necessária uma
revolução do proletariado. Já o Socialismo Utópico compreende que os interesses das classes
sociais são conflitantes, porém visa apenas diminuir o sofrimento do grupo menos favorecido,
não acaba com a distinção de classes. Nesse modelo, à medida que a condição de vida do
proletariado melhora a burguesia também tende a prosperar mais.
Nesse contexto, têm-se os comunistas, aliados ao proletário, para estabelecê-los em
classe, derrubar a supremacia burguesa e conquistar com os proletários o poder político. Há
uma luta constante pelo reconhecimento do proletário, para amenizar sua exploração pelo
burguês: “os que no regime burguês trabalham não lucram e os que lucram não
trabalham.” Dessa forma, cresce o capital burguês dando-lhes ainda mais poder. Entretanto,
“os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins” com o objetivo
central de derrubar a burguesia. “que as classes dominantes tremam à ideia de uma
revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser as cadeias que os
prendem. Têm um mundo a ganhar.”
Finalizam seu manifesto com a célebre chamada universal: “PROLETÁRIOS DE
TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!”.
Os autores demonstram que através de apoio aos partidos democráticos em toda a
Europa, os comunistas colocavam em prática suas ideias a cerca de mundo, e propiciavam a
revolta do proletariado visando constituir um mundo mais igual, sem hostilidade e domínio de
uma classe sobre a outra. Um mundo onde todos trabalhassem em prol da comunidade e desse
modo, em prol de si mesmo, sem hostilidade entre classes, até porque não existiriam outras
classes, a não ser o proletariado.

Karl Heinrich Marx foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina


comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e
jornalista, muito influente em sua época, até os dias atuais. Também é muito conhecido por
seus estudos sobre as causas sociais
Friedrich Engels foi um teórico revolucionário alemão que junto com Karl Marx
fundou o chamado socialismo científico ou marxismo. Ele foi coautor de diversas obras com
Marx, sendo que a mais conhecida é o Manifesto Comunista.

Emerson C. Assis é aluno do curso de Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade


Anhanguera de Anápolis.

Anápolis, 02 de junho de 2015.

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