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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Planejamento Urbano e Gestão de Cidades
Docente: Sônia Regina Romancini
Discente: Giovanna Letícia da Silva Marcelino

ANÁLISE DO CAPÍTULO: A QUALIDADE DE VIDA URBANA E SUA


DIMENSÃO SUBJETIVA: UMA CONTRIBUIÇÃO AO DEBATE SOBRE
POLÍTICA PÚBLICAS E SOBRE A CIDADE

Cuiabá – MT
2020
O capítulo de Claudete de Castro Silva Vitte, tem por objetivo central
contribuir para a discussão sobre os aspectos mais subjetivos da qualidade de
vida por meio da percepção dos indivíduos, usando como objeto de analise a
longevidade, pois onde há longevidade há condições de qualidade se viver. A
autora começa o trabalho com reflexões pertinentes, a exemplo, ela pensa que
além não só as necessidades básicas elevaria a qualidade de vida, mas também
a sociabilidade dos indivíduos, sendo que a mesma vem se perdendo
principalmente dentro das grandes cidades, pois uma segregação e o medo
perante a violência, além de outro pensamento de como incorporar essas
práticas a gestão e ao planejamento das cidades. Utilizando de um vasto
referencial bibliográfico sobre a temática, Vitte traz autores e autoras como;
Allardt (1993), M.T. Bravo (1993), A. F. A. Carlos (2001), D. O. Farias (1992),
dentre muitos outros. Segundo a autora, ao se pensar em no conceito
polissêmico de qualidade de vida, pensa-se de um princípio individual de cada
ser, mas em se tratando de medida governamentais, isso atinge o coletivo
podendo ser implementado em politicas públicas. No quesito individual, Vitte traz
o autor Erik Allardt (1993) que explica a qualidade vida por meio dos verbos, ter,
amar e ser.

Em seu tópico” cidade e vida cotidiana: a dimensão do espaço vivido e


percebido”, autora traz outra autora como Ana Carlos (2001) que aborda a cidade
sendo o espaço de sociabilidade do indivíduo, onde o mesmo vai criar ligações
e suas percepções por meio do cotidiano, um espaço onde o coletivo acontece,
citando outra autora chamada Dídima Farias (1992) que aborda sobre a cidade
possuir símbolos e valores que advém tanto da experiência individual como
coletiva, também diz a autora que nas paisagens urbanas podem ser
representativas da qualidade de vida urbana. Dentro dessa perspectiva de
cidade, entra o fato da segregação espacial e social dos indivíduos perante a
perversidade do capitalismo, o que ocasiona restrição a cidadania, o direito à
cidade, pois os espaços acabam sendo limitados, não alcançando uma
qualidade de vida. A cidade também pode ser pensada a partir do que se trata
de necessidade e desejo perante individual perante a qualidade de vida, é nela
o que ocorre o processo civilizador, mas esse processo vem margeado por jogos
de interesses que podem acabar acentuando ainda mais os conflitos urbanos e
as desigualdades, sendo que o que realmente pode ajudar nesse âmbito é a
efetiva participação dos cidadãos nas tomadas de decisão sobre os rumos da
cidade.

Segundo Vitte, no que tange o debate mais político, a cidade é um


ambiente de diferentes formas de apropriação do espaço, sendo que essas
formas distintas podem ser ocasionadas por intervenções do próprio Estado, não
dizendo que toda intervenção governamental possam acentuar as
desigualdades, mas é visível em sua maioria por exemplo, as obras de
infraestrutura sendo feitas comtemplando a apenas as partes mais abastadas da
cidade, fazendo com que a outra a parte não privilegiada não vivencie a cidade.
É nesse contexto que a autora traz pensadores sobre a política dentro da
perspectiva da cidadania, no qual enfatiza que se o Estado instigasse os
indivíduos a uma forma de se autogovernarem não apenas para conseguir os
seus direitos mais na busca de novos, muitos problemas sociais que foram se
banalizando e tornando uma espécie de naturalidade seriam mais escassos.

Em suma, o capítulo de Claudete Vitte traz reflexões pertinentes a


acerca do que se busca em termos d qualidade de vida urbana, leva o leitor a
reflexões dentro do seu próprio cotidiano, pensando nas formas de
espacialidades dentro das cidades, se pensando a geografia em um viés da
fenomenologia, onde a percepção há a valorização do conhecimento subjetivo
do indivíduo.
Referência bibliográfica
VITTE, Claudete de Castro Silva. A Qualidade De Vida Urbana E Sua
Dimensão Subjetiva: Uma Contribuição Ao Debate Sobre Política Públicas
E Sobre A Cidade. In: VITTE, Claudete de Castro Silva, KEINERT, Tânia
Margarete Mezzomo. Qualidade de vida, planejamento e gestão urbana:
discussões teórico-metodológicas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

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