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ADMINISTRATIVO – MARINELA
04.07.2012
2 Acessibilidade no Brasil
Posso fazer novo concurso sendo que o anterior ainda é válido? No texto original da CF
não era possível, mas hoje é – a partir da EC 19/98. A condição para tanto é respeitar a
ordem de classificação do concurso anterior, sob pena de preterição o que é proibido
em nomeação de concurso.
Lembrar do que vem ocorrendo nos concursos do MPF – antes de acabar um já tem
outro em andamento porque o primeiro não preencherá o número de vagas.
Após vencido o prazo do concurso ele tá morto, não pode continuar nomeando os
classificados.
Esse direito subjetivo é absoluto? Não, o STF faz uma ressalva: se existir
mudança de contexto, situação nova, que por razões de interesse público
justifique a não nomeação, não haverá a nomeação.
Ex.: vai fazer concurso para carimbador com dez vagas previstas no edital. Se no
meio do procedimento cria-se uma máquina que carimba sozinha, não mais
será necessário dez carimbadores, bastando um para apertar o botão. Nesse
caso, só um carimbador será nomeado.
Ler súmulas do STF: 683, 684, 685, 686; STJ: 266 e 377.
Requisitos do Concurso:
É possível prever limite de idade? Pode, o STF já decidiu isso e está na súmula 683. Para
tanto, deverá cumprir as exigências acima descritas.
Veja que cabe prevê tanto limite de idade mínima como máxima.
Recentemente, essa questão foi julgada em sede de repercussão geral no STF. Dizia
respeito ao limite de idade para as Forças Armadas. Esse limite não estava previsto na
lei da carreira – as forças tem vários diplomas legais anterior a CF que foram
recepcionados pela CF e com mutação legal, isto é, nasceu como decreto lei e com a
recepção da CF criou lei ordinária – de acordo com a atual norma.
O que o STF decidiu é que cabe a restrição de idade, mas deve ser feita por lei (lei da
carreira). Não pode ser regulamento, decreto lei, só lei ordinária. Os próximos
concursos tem que ter lei.
Pode ter exame psicotécnico?
A súmula 686, STF diz que o exame psicotécnico é possível desde que previsto na lei da
carreira. A jurisprudência traz complementos quanto a esse exame. Vejamos:
Além da exigência de previsão por lei na carreira, tem que ter parâmetros objetivos – o
exame psicotécnico não pode ter parâmetros subjetivos.
Além disso, é preciso ainda o direito de recurso. Esse exame tem que garantir direito de
recurso ao candidato.
Imaginemos que o concurso tem prazo de validade de dois anos. Passado o prazo, o
examinador esquece de prorrogá-lo, só fazendo um dia depois da expiração. Com isso,
passa a nomear os remanescentes. Essa nomeação é válida? Ou deve o examinador
exonerar todo mundo?
Não pode prorrogar o concurso depois de ter expirado o prazo, o concurso já morreu. A
prorrogação é inválida, ilegal, deveria ter sido anulada. Como o administrador nomeou
candidatos, isso não poderia ter sido feito devendo anular todas as nomeações depois.
Porém, esses servidores devem ter direito à contraditório e ampla defesa – tem que ter
direito de participar dessa decisão.
Isso foi um caso verídico que aconteceu com doze defensores públicos.
Estabilidade:
Na CF/88, texto original, previa que o candidato para ter direito a estabilidade precisa
ser aprovado no concurso e ter dois anos de exercício. Não existia qualquer previsão de
cargo ou emprego.
Em 1998 a EC 19 altera o art. 41 que passou a prever que servidor público, para
adquirir estabilidade, precisa de cargo efetivo + três anos de exercício + avaliação.
Então, hoje empregados públicos não tem direito à estabilidade – só aquele que
titulariza cargo efetivo que tem direito à estabilidade.
Essa avaliação prova se o servidor é ou não eficiente. Mas que avaliação é essa? É
prova ou entrevista?
Até hoje a matéria não foi regulamentada, essa avaliação não existe e os servidores,
então, não estão sendo avaliados.
É preciso que a lei da carreira preveja como será feita a avaliação – cada carreira pode
prever de forma diferente. Como não há previsão ainda o servidor adquire estabilidade
mesmo sem ser avaliado.
Perda da estabilidade:
- servidores estáveis: único que tem direito à indenização. O servidor será exonerado e
não demitido porque demissão é pena, sanção por falta grave.
Estágio Probatório:
A redação original da CF exigia do servidor público para adquirir estabilidade dois anos
de exercício e aprovação em concurso público.
Nem o texto original nem o atual utilizam a expressão estágio probatório. Falam
apenas em dois anos de exercício.
Com a lei 8.112/90, no art. 20 usa a expressão estágio probatório, prevendo prazo de
24 meses. Em 1998, com a EC 19, foi exigido três anos de exercício do servidor para
adquirir estabilidade (continuou sem falar em estágio probatório).
A questão é: o art. 20 da lei 8112 está compatível com o atual texto da CF?
Mas, se entender que os institutos são dependentes, eles devem ter mesmo prazo.
Com isso, o art. 20 da lei 8112/90 não foi recepcionado pela nova regra constitucional
por não ser materialmente compatível. Logo, o prazo do estágio probatório deve ser de
três anos. Pensa assim: AGU (tem parecer vinculante para todo o executivo federal
nesse sentido); STJ (originariamente reconhecia 24 meses – primeira posição, mas
mudou de opinião em 2009); algumas decisões do STF; CNJ (pedido de providência
822) – posição majoritária.
Quando o servidor era pago por remuneração dava muita confusão para saber o que
era incorporado ou não na aposentadoria. Por isso, foi criado o subsidio – era para dar
segurança jurídica. Mas, o nome subsídio é horrível, quer dizer ajuda de sobrevivência.
Há duas verbas que podem ser pagas fora dessa parcela única – do subsídio:
- garantias do art. 39, § 3º, CF = garantias do trabalhador comum como 1/3 de férias,
13º salário, horário extraordinário, etc.;
Excepcionalmente, a remuneração não será fixada por lei. As hipóteses estão previstas
na CF. O congresso nacional, por meio de decreto legislativo (passa na Câmara e no
Senado, mas não precisa de deliberação executiva – sanção e veto) pode fixar a
remuneração de senadores, deputados federais, presidente da república e seu vice,
ministros de estado.
Os demais cargos, não previstos nessa exceção, seguem a regra geral qual seja,
compete a lei fixar a remuneração. Assim será para governadores, deputados
estaduais, prefeitos, etc.
Teto remuneratório:
Hoje o teto é o dos ministros do STF – ninguém pode receber mais que eles. Esse é o
teto geral. Essa remuneração deve ser fixada por lei de iniciativa do próprio STF. Mas,
nem sempre foi assim – antes era preciso lei conjunta dos quatro presidentes.
A EC 41/03 diz que além do teto geral há os subtetos em cada ordem política.
Atenção: essa regra aplica-se aos cargos e empregos públicos. Se o sujeito trabalha na
iniciativa privada problema dele.
→ 2 cargos de professor;
Professor da federal se aposenta e quer ser presidente da república. Pode? Sim, pode
ganhar as duas remunerações. Se o segundo cargo for de mandato eletivo ele
permanecerá ganhando as duas remunerações.
No caso de vereador, sendo o horário compatível, ele exercerá os dois e ganhará pelos
dois cargos. Sendo o horário incompatível, aplica-se a regra do prefeito – se afasta do
primeiro, exerce o segundo e escolhe a remuneração.
A briga vinha com relação a natureza jurídica do vínculo e de quem era a competência
para julgar.
O STF (CC na ADI 3395) decidiu a questão prevendo que se o servidor é legal, o vínculo
é legal e o regime é jurídico administrativo, estatutário, compete à justiça comum.
Mas e o temporário? De quem é a competência? Para saber isso, antes temos que
saber qual a natureza jurídica desse vínculo.
Hoje a matéria está resolvida: o STF diz que o contrato temporário segue regime
jurídico administrativo – é regime especial porque tem lei própria. Então a
competência para julgar é da justiça comum, independentemente do vínculo ser válido
ou não (RE 573202 – matéria julgada em sede de repercussão geral).