Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CPP, art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial
deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação
das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III
do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que
Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer
outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e
social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e
durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu
temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem
alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos,
indicado pela pessoa presa.
5. Inquérito Policial
Procedimento escrito: todos os atos realizados no curso das investigações policiais serão
formalizados de forma escrita e rubricados pela autoridade.
Ofisioso: o inquérito policial deve ser instaurado ex officio (independente de provocação)
pela autoridade policial sempre que tiver conhecimento da prática de um delito (art. 5.º, I,
do CPP)
Oficial: trata-se de investigação que deve ser realizada por autoridades e agentes
integrantes dos quadros públicos
Discricionário: a autoridade policial possui liberdade para decidir acerca das
providências pertinentes ao êxito da investigação.
Inquisitorial: não é ofertado o contraditório e da ampla defesa ao indiciado.
Indisponibilidade: uma vez instaurado o inquérito, não pode a autoridade policial, por
sua própria iniciativa, promover o seu arquivamento (art. 17 do CPP).
Sigiloso: garantir o elemento surpresa para o êxito das investigações policiais. CPP, art.
20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da sociedade.
É substituível pelo TC: no caso das infrações de menor potencial ofensivo, o inquérito
policial é substituído pelo termo circunstanciado – BO/TC.
CPP, art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança
ou sem ela.
6. Ação penal
Ação penal pública: promovida privativamente pelo Ministério Público – MP
Ação penal pública condicionada a representação do ofendido: a lei exige representação do
ofendido para ser promovida a ação penal.
Ação penal pública condicional a requisição do Ministro da Justiça: a lei exige a requisição
do Ministro da Justiça para promover a ação penal.
Ação penal privada subsidiária da pública: pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o
Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal.
Ação penal privada exclusiva: no caso de morte do ofendido, o direito de oferecer queixa ou de
prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Ação penal privada personalíssima: somente o ofendido poderá promover a ação penal.
CPP, art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de
representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
7. Flagrante
É um sistema de autodefesa da sociedade, caracterizada pela privação da liberdade de
locomoção daquele que é surpreendido em situação de flagrância.
CF/88, art. 5º, LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei;
A regra geral é que qualquer pessoa pode ser autuada em flagrante. Exceções:
Menores de 18 anos de idade art. 106 e 107 do ECA
Diplomatas estrangeiros, em decorrência de tratados e convenções internacionais
Presidente da República (art. 86, § 3º da CF)
CTB, art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima,
não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral
socorro àquela.
Lei 9.099/95, art. 69, parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se
imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz
poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a vítima.
Autuação - consiste na elaboração do APF quando caracterizada uma das situações de flagrante
descritas no art. 302 do CPP, sendo esta atividade presidida pelo delegado de polícia;
Custódia - consiste na permanência do autuado sob custódia do estado, enquanto a autoridade
judiciária decide se concede liberdade provisória ou se converte a prisão em flagrante em prisão
preventiva.
8. Medidas Cautelares
CPP, art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar
e justificar atividades;
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o
risco de novas infrações;
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária
para a investigação ou instrução;
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou
acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou
financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do
Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo,
evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial;
IX - monitoração eletrônica.
9. Prova
CPP, art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
CPP, art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver
fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
CPP, art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou
prejuízo da diligência.