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O GUERREIRO ZEN E A

PANDEMIA
O PODER DO SILÊNCIO
Índice

Por que devemos nos afastar...............................................................................................................1


Elos de uma cadeia.......................................................................................................................................2
O Gueirreiro Zen...............................................................................................................................................4
Por que 1

devemos A Covid-19 paralisou o mundo e impôs mudanças drásticas no cotidiano de


todos. No lugar das atividades antes rotineiras, a necessidade de respeitar o

nos isolamento social.

afastar? A medida, no entanto, ainda é vista com descrença por muitos, seja pela
preocupação com os impactos econômicos gerados pela quarentena ou
mesmo pela desconfiança sobre a letalidade do vírus.

No artigo "O Guerreiro Zen e a Pandemia — O Poder do Silêncio", o psicólogo


Robert L. Leahy constrói uma narrativa fictícia que ajuda a entendermos a
realidade coletiva diante da pandemia e por que, afinal de contas, devemos
nos afastar fisicamente uns dos outros.

Com a autorização do autor, o texto foi traduzido, adaptado e compilado


pelo Secad e pela Artmed Editora neste e-book.
Elos de uma 2

cadeia
Por todo o lugar, o pavor do invisível, a ameaça
do contágio, o fim da vida. Porém, para um vírus
fazer mal, é necessário que este siga um
caminho que é universal para a infecção.

Esse caminho é composto por diversos elos, que


vão formando uma cadeia. O início pode ser uma
superfície: o “Reservatório”, local onde o vírus
poderá sobreviver. O próximo elo é o “Portal”,
através do qual o vírus deixa a superfície e vai
para o ambiente. Isto pode ocorrer por meio de
alguém que toca na superfície infectada ou
quando uma pessoa tosse perto de outra.
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Outras diversas “Maneiras de Transmissão” são alguém tocando ou


espirrando perto de outra pessoa. Outro elo da cadeia, o “Hospedeiro” é a
pessoa suscetível à infecção. E, finalmente, temos o "Agente Infeccioso",
ou seja, os germes que entram no corpo e que iniciam o processo da infecção.
Temos como evitar a doença se pudermos quebrar qualquer um destes elos
da cadeia.

Estamos, no momento atual, seguindo os protocolos do Centers for Disease


Control and Prevention (CDC). Estamos focando em manter distância,
manter-nos isolados e em termos uma higiene pessoal intensiva. Os germes
até podem estar lá fora, mas se nós os neutralizarmos com substâncias
desinfetantes, podemos evitar que eles se alastrem, cortando um dos elos.
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Podemos neutralizar os perigos da porta de entrada da doença ao evitarmos


tocar em superfícies ou em tapar o rosto ao espirrar ou tossir. Manter a
distância e ficar em isolamento são ações essenciais agora, pois poderão
bloquear a transmissão.

Todos nós somos hospedeiros potenciais para o vírus. A maneira de


neutralizá-lo é assegurar-se de manter distância da infecção, evitando lugares
com muita gente e viagens desnecessárias. Você não quer ser o hospedeiro
para o agente infeccioso.
O Guerreiro 2
4

Zen
Normalmente, pensamos em um guerreiro
como sendo alguém que enfrenta e derrota
diretamente o inimigo. O combate mais
primitivo é empunhando espadas, trucidando o
inimigo. Ou atacando-o com armas de fogo. Ou
em um combate corpo a corpo. Este é o
Guerreiro Engajado, aquele sobre o qual nós
lemos nas crônicas de Homero e Virgílio. Esteja
onde estiver o inimigo, o Guerreiro Engajado o
desafia para o combate. Nessa realidade, o
guerreiro e o inimigo ocupam o mesmo lugar ao
mesmo tempo. Eles lutam juntos, um contra o
outro.
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O Guerreiro Zen é diferente. Ele sabe que, para derrotar o inimigo, o certo
é afastar-se dele, ficar à distância, separado. O Guerreiro Zen é como o
Homem Invisível: não pode ser visto ou percebido. Ele tem na vida o
desafio de “não ser encontrado em lugar algum”.

Eu vejo uma cidade com muitas portas, todas fechadas. O Agente


Infeccioso vai de uma a outra. Bate em cada uma delas, desafia os
moradores a saírem, gritando alto:

— “Seus covardes! Saiam e lutem!”.

Mas as portas permanecem fechadas. E as cortinas estão cobrindo as


janelas. As luzes estão apagadas. E o silêncio impera por toda parte. 
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O Agente Infeccioso está faminto. Precisa do confronto corpo a corpo. Ele


se alimenta do combate direto, do contato direto. Mas o Guerreiro Zen
sabe que se ele não aparece, se ele não sai para a rua, se a porta continua
fechada, o Agente Infeccioso vai murchar, morrer de fome, derrotado e
rechaçado.  O Guerreiro Zen sabe que é preciso de dois para dançar um
tango —  e ele não vai sair para dançar.

O Guerreiro Zen sabe que ficar em casa, distante, permanecendo calmo,


vai fazer o Agente desaparecer. Com todas as portas fechadas, não tem
como o Agente entrar. Não há hospedeiro para alimentá-lo.
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O Agente fica batendo na porta, não tem apenas silêncio. O Guerreiro


Zen observa, se afasta, e vence para viver mais um dia. Com o passar do
tempo, o Agente Infeccioso suplica por um Hospedeiro. 

— Eu preciso de você. Saia e lute. Aqui comigo é onde


você precisa estar. Mostre sua coragem.

Mas o Guerreiro Zen é também o Mestre do Silêncio. Ele não dá resposta


para o Agente.
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