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Instalações Elétricas I

Capítulo 4 (proteção em instalações elétricas)

Referências bibliográficas
CREDER, Helio. Instalações Elétricas. 15ª. ed. Rio de Janeiro: LTC. 2007;
CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações elétricas prediais.
12ªed São Paulo. Erica,., 2005.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.1 Prescrições da NBR5410
A NBR 5410/2004 estabelece prescrições fundamentais para
garantir a segurança de pessoas, animais domésticos e bens,
permitindo o uso da instalação elétrica sem riscos.

As principais prescrições para proteção da instalação elétrica são:


1. Proteção contra Choques Elétricos;
2. Proteção contra Efeitos Térmicos;
3. Proteção contra Sobrecorrentes;
4. Proteção contra Sobretensões.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.2 Conceitos fundamentais
•Sobrecorrentes:
– São valores que excedem o valor da corrente nominal. Tem
como origem:
• Sobrecargas;
• Falta elétrica (curto-circuito).
•Correntes de sobrecarga:
– São extremamente prejudiciais ao sistema elétrico,
provocando a elevação de temperatura e danos ao circuito.
•Correntes de curto-circuito:
– São provenientes de falhas ou defeitos graves da instalação,
tais como:
• Falha ou rompimento da isolação entre fase e terra, fase
e neutro e entre fases distintas.
– Podem gerar correntes da ordem de 100 a 1000 pu.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Como principais dispositivos para proteção contra sobrecarga e
curto-circuito temos:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
São dispositivos que garantem simultaneamente:
– Manobra;
– Proteção contra correntes de sobrecarga e curto-circuito.

Possuem aplicações em instalações elétricas residenciais,


comerciais e industriais.

São cobertos por uma normatização NBR IEC 60947-2 (Para


tensões inferiores a 1000 Vca e 1500 Vcc).

Disjuntores com tensão inferior a 400 Vca e corrente inferior a


125A devem atender a NBR IEC 60898.

Vantagem:
– Permite o religamento sem substituição de componentes.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Partes componentes:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Partes componentes:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Instalação em quadros de distribuição (QD’s):
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Característica tempo-corrente:

• Disparador térmico:
– Lâmina bimetálica.

• Disparador magnético:
– Bobina (eletroímã).
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Características:
• Tensões Nominais:
– Tensão nominal de operação ou de serviço (Ue);
– Tensão nominal de isolamento (Ui);
– Geralmente Ui = Ue.
• Corrente Nominal:
– Corrente nominal (In).
– Valore Padronizados NBR IEC 60898 (Temperatura
ambiente de 30°C):
• In=6, 10, 13, 16, 20, 25, 32, 40, 50, 63, 80, 100 e 125 A.
• Correntes Convencionais:
– Corrente convencional de atuação (I2);
– Corrente convencional de não atuação (Int);
– São função da corrente nominal (In).
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Características:
• Disparo Instantâneo
– A Norma define as faixas para o
disparo instantâneo (magnético) em:
• B: 3In a 5In
• C: 5In a 10In
• D: 10In a 20In
• Aplicações:
Curva B: indicados para cargas resistivas
com pequena corrente de partida, como é o
caso de aquecedores elétricos, fornos
elétricos e lâmpadas incandescentes.
Curva C: indicados para cargas de média
corrente de partida, como pequenos motores,
lâmpadas fluorescentes e máquinas de lavar
roupas.
Curva D: indicados para cargas com grande
corrente de partida, como grandes motores e
transformadores.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Características:
• Fonte GE (Catálogo de mini-disjuntores)

Int : Corrente convencional de não atuação.


I2 : Corrente convencional de atuação.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Características:
• Capacidade de interrupção:
– IEC 60898 se refere a capacidade de interrupção nominal (Icn).
– Valores padronizados de Icn: 1,5, 3, 4,5, 6, 10, 15, 20 e 25kA.
– A IEC 60947-2 define capacidade de interrupção de serviço (Ics):
• para Icn ≤ 6 kA, Ics= Icn;
• para 6 < Icn ≤ 10 kA, Ics= 0,75Icn (mínimo 6 kA);
• para Icn > 10 kA, Ics= 0,5Icn ( mínimo de 7,5 kA).
– O valor de Ics deve ser utilizado, pois garante a operação do
disjuntor mesmo após um curto-circuito.
Icn > Icc presumida

• Quanto ao número de polos:


– Monopolar, Bipolar, Tripolar, Tetrapolar.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Características:

Simbologia IEC:

Esquemas de Ligação:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Características:

Simbologia IEC:

Curva de atuação: C
Capacidade de interrupção: 3 kA
Ue= Un=220V/380V

Bipolar com os dois


pólos protegidos
( proteção térmica e
magnética)
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra sobrecarga:
• Para que haja uma perfeita coordenação entre o dispositivo de
proteção e os condutores, as seguintes condições devem ser satisfeitas:

(a) IP ≤ In ≤ Iz (b) I2 ≤ 1,45 x Iz

• Ip- Corrente de projeto;


• In- Corrente nominal do dispositivo de proteção;
• Iz- Capacidade de condução de corrente dos condutores;
• I2- Corrente que assegura efetivamente a atuação do dispositivo de
proteção.

– A condição (b) é praticável quando for possível assumir que a


temperatura limite de sobrecarga dos condutores, não seja mantida
por um tempo superior a mais de 100h durante 12 meses
consecutivos ou por 500h ao longo da vida do condutor.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra sobrecarga:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra sobrecarga:
• Análise da condição (b): I2 ≤ 1,45 x Iz
Quanto vale I2?
– Nos disjuntores conforme a NBR IEC 60898: I2 = 1,45xIn
– Nos disjuntores conforme a NBR IEC 60947-2: I2 = 1,3xIn
– Nos disjuntores conforme a NBR 5361: I2 = 1,35xIn

Substituindo I2 , na condição b), pelos seus equivalentes das três


normas:
No caso da NBR IEC 60898: 1,45xIn ≤ 1,45xIz, ou seja, In ≤ Iz;
No caso da NBR IEC 60947-2: 1,3xIn ≤ 1,45xIz, ou seja, In ≤ 1,11xIz
No caso da NBR 5361: 1,35xIn ≤ 1,45xIz, ou seja, In ≤ 1,07xIz

Portanto, a condição b) se torna dispensável:


- Disjuntores conforme a NBR IEC 60898 é uma repetição da condição a);
- Disjuntores conforme a NBR IEC 60947-2 e NBR 5361 a condição a) se
mostra mais restritiva.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra curto-circuito:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra curto-circuito:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra curto-circuito:
• Segunda condição :
– Curva de atuação: Caso o
tempo de atuação do disjuntor
(Tdd) seja inferior ou igual ao
tempo (t) estabelecido pela
Integral de Joule, o condutor
suportará a falta.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra curto-circuito:
• Segunda condição :
– A NBR 5410/2004 define o parâmetro K:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Dimensionamento – Proteção contra curto-circuito:

Curva I2t de um Disjuntor Termomagnético Curva I2t de um Cabo de BT

• Caso a Integral Joule do disjuntor seja menor que a do cabo, o


disjuntor protegerá o condutor no caso de curto-circuito. IK ≤ Ib
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
Determinação da corrente de curto-circuito:
• O que é um curto-circuito (falta)?
É a passagem de corrente elétrica acima do normal em um circuito,
devido à redução abrupta de sua impedância
• Exemplo: Falta Fase-Neutro

• Existem diversos tipo de faltas:


– Faltas monofásicas (Fase-Neutro, Fase-Terra)
– Falta bifásica (Fase-Fase, Fase-Fase-Terra )
– Falta trifásica (Fase-Fase-Fase)
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
curto-circuito em instalações elétricas residenciais:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
curto-circuito em instalações elétricas residenciais:

• A corrente de falta (Ik) no ponto de entrega é fornecido pela


concessionária de energia elétrica.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Disjuntores termomagnéticos (DTM)
curto-circuito em instalações elétricas residenciais:
• Método simplificado para determinação da corrente de falta (Ik)
(Fonte: Guia NBR 5410) (ver tabela ampliada na última pg)
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Exemplo de dimensionamento
Dimensione o disjuntor para proteção do circuito terminal de um
chuveiro, com a seguintes características:
• S= 5400 VA, V=127V
• Dois condutores de cobre carregados, isolamento em PVC,
instalados em eletroduto embutido em alvenaria
• Temperatura ambiente: 40°C
• Corrente de curto-circuito presumida no ponto de instalação do
disjuntor: Ik=1 kA
• Quadro ventilado
• Considere que a corrente de sobrecarga do condutor ao longo de
sua vida útil seja controlada e não superará 100 horas durante 12
meses consecutivos ou 500 horas ao longo da vida útil do condutor
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Exemplo de dimensionamento
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Exemplo de dimensionamento
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
• O fusível é o dispositivo mais simples construtivamente.

• Atuam pela fusão do elemento fusível, que está localizado na


parte interna do mesmo, que deve fundir sempre que percorrido
por uma corrente especificada, por um tempo especificado.

• Características elétricas:
– Tensão nominal:
• Alta tensão ou baixa tensão;
– Corrente nominal;
– Corrente de curto-circuito;
– Resistência de contato;
– Característica de desligamento (efeito rápido ou retardado);
– Possuem elevada capacidade de interrupção de corrente, com
grande aplicação no meio industrial;
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Tipos de fusíveis:
• A normatização IEC 60269 e NBR (11840 a 11849) definem três
tipos de fusíveis, todos limitadores de corrente:
– gG
• Proteção contra corrente de sobrecarga e curto-circuito;
• Uso doméstico ( para In <100A) e industrial;
• Podem ser manipulados por pessoas não qualificadas,
a nível doméstico.
– gM e aM :
• Proteção somente contra curto-circuito, aplicado a
circuito de motores;
• É utilizado em conjunto com relé térmico e contator;
• Só deve ser manipulado por pessoas autorizadas.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Tipos de fusíveis:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Tipos de fusíveis:
• DIAZED
• Palavra Alemã, que significa em “formato de garrafa”
• DIA – Diâmetro
• Z – duas partes ( bipartido)
• ED – Rosca do tipo Edson
– Tipo D segundo a NBR 11844;
– Aplicados para proteção dos condutores de rede de energia
elétrica e circuitos de comando;
– Podem ser do tipo rápido ou retardado.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Tipos de fusíveis:
• Silized ou Sistor
– São fusíveis ultra rápidos na curva tempo-
corrente.
– Tem aplicação na proteção de equipamentos
com semicondutores (tiristores e diodos) em
retificadores e conversores.

• Neozed
– Fusíveis com menor dimensão e
com retardo de atuação.
– Aplicados em redes de
distribuição elétrica e circuitos de
comando.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Tipos de fusíveis:
•NH
• Baixa Tensão ( 500 Vca / 250 Vcc);
• Alta capacidade de ruptura ( 120 kA até 500 Vca ; 100 kA
até 500 Vcc);
– Reúnem as características de fusível retardado para correntes de
sobrecarga e fusível rápido para correntes de curto-circuito;
– São aplicados a circuitos de motores, para partida direta;
– Possuem contatos prateados, que proporcionam baixas perdas.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Curva característica tempo-corrente:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Curva característica tempo-corrente:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Curva característica tempo-corrente:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.3 Proteção contra sobrecorrentes
• Fusíveis
Dimensionamento:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais

• Segundo a NBR 5410/2004 os diferenciais residuais possuem


múltiplas funções, como:
– Proteção dos condutores contra sobrecorrentes;
– Proteção das pessoas contra choques elétricos;
– Proteção contra incêndios;
– Controlam o isolamento da instalação elétrica, impedindo o
desperdício de energia por fuga excessiva de corrente na
instalação elétrica.

• O que vem a ser um diferencial residual?


– São dispositivos de proteção que atuam quando existe uma
corrente residual (fuga de corrente) circulando na instalação;
– Tem a principal função de proteger as pessoas contra eventuais
acidentes com choque elétrico, contato direto e indireto;
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Princípio de funcionamento do DR:
• Fuga de Corrente:
– São causadas primordialmente por
falha no isolamento ou por falhas
internas dos equipamentos.

• I1 = I2 + Id
– Em condições normais: Id = 0

• A corrente de fuga pode ser devido


a falha de isolação ou a um choque
elétrico.
– Id = I1 - I2

– O DR atua medindo a todo


instante a soma vetorial das correntes
que percorrem os condutores de um
circuito, detectando a diferença.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Princípio de funcionamento do DR:

• DR Bipolar
– Formado por uma bobina principal,
enrolada sobre um núcleo
magnético.
– Em condições normais de
operação o fluxo resultante é nulo.
– A bobina secundária é ligada a um
relé.
– Caso a corrente diferencial-
residual seja superior ao limite de
atuação, a bobina secundária envia
um sinal para o relé abrir os
contatos principais.
– O botão de teste (T) permite testar
o DR. Este causa um desequilíbrio,
provocando a atuação do DR.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Princípio de funcionamento do DR:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Princípio de funcionamento do DR:

• Sensibilidade:
– É o valor de corrente que fará com que o DR atue, chamada
corrente diferencial-residual de atuação (I∆n);
– DR com I∆n < 30mA são classificados como DR de alta
sensibilidade.
• São utilizados na proteção tanto por contato indireto como
contato direto, ou seja, proteção de pessoas.
• São de uso obrigatório em instalações de baixa tensão (NBR
5410/2004).
– DR com I∆n > 30mA são classificados como DR de baixa
sensibilidade.
• São apropriados à proteção das instalações elétricas.

• Observação:
– Um DR deve operar entre 50% e 100% da corrente nominal
residual I∆n
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Curva de atuação:
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Especificação técnica:

• As principais características técnicas são:


– Corrente Nominal - In(A);
– Corrente diferencial-residual nominal de atuação – I∆N(mA);
• 30 mA, 100 mA, 300 mA, 500 mA.
– Tensão nominal – Vn(V);
– Capacidade de Interrupção – Icn(kA);
– Frequência- f (Hz);
– Número de polos – 2 ou 4 polos (bipolar ou tetrapolar).
• Bipolar: (F+N), (F+F ).
• Tetrapolar: (F+F+F+N), (F+F+F) e (F+F+N).
• Tipos de dispositivos DR:
Detecta correntes residuais alternadas
Detecta correntes residuais alternadas e
contínuas pulsantes
Detecta correntes residuais alternadas, contínuas
pulsantes e contínuas puras
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais

Dispositivo DR ou Interruptor DR

Dispositivo de seccionamento mecânico


destinado a provocar a abertura dos
próprios contatos quando ocorrer uma
corrente de fuga a terra.

O circuito protegido por este dispositivo


necessita ainda de uma proteção contra
sobrecarga e curto-circuito que pode ser
realizada por disjuntor ou fusível,
devidamente coordenado com o
Dispositivo DR.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais

Disjuntor DR

Dispositivo de seccionamento mecânico


destinado a provocar a abertura dos
próprios contatos quando ocorrer uma
sobrecarga, curto-circuito ou corrente
de fuga a terra.

Recomendado nos casos onde existe a


limitação de espaço.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais

Módulos DR

Dispositivo destinado a ser associado a um


disjuntor termomagnético adicionando a
este a proteção diferencial residual, ou
seja, esta associação permite a atuação do
disjuntor quando ocorrer uma sobrecarga,
curto-circuito ou corrente de fuga a terra.

Recomendado para instalações onde a


corrente de curto-circuito for elevada.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• O DR e a proteção contra choque elétrico

• O que é um choque elétrico?


– É a sensação fisiopatológica sentida por uma pessoa ao ficar
sujeita a uma diferença de potencial entre as mãos, entre mão(s) e
pé(s), entre os pés, ou entre a cabeça e membro(s).

• Os choques mais perigosos são aqueles que incluem em seu percurso


o coração e o cérebro.

• O choque mais comum envolve o caminho braço, coração e o pé.


Dependendo da intensidade da corrente pode ser fatal.

• Estudos na década de 20 levaram ao levantamento dos efeitos da


correntes no corpo humano.
– Normas IEC 479, 479-1 e 479-2.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• O DR e a proteção contra choque elétrico
• A figura abaixo ilustra as zonas tempo/corrente dos efeitos da corrente
alternada, bem como as reações fisiológicas sobre as pessoas
(percurso mão esquerda ao pé), conforme IEC 60479.

Zona 1 (< 0,5 mA) – Normalmente,


nenhum efeito perceptível.
Zona 2 – Sente-se a passagem da
corrente, mas não se manifesta
qualquer reação do corpo humano.
Zona 3 – Manifesta-se o efeito de
agarramento. Normalmente os
efeitos posem ser revertidos.
Zona 4 – Probabilidade, crescente
com a intensidade e duração da
corrente, de ocorrência de
fibrilação ventricular.
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• O DR e a proteção contra choque elétrico

• Quando uma pessoa toca uma parte ativa


da instalação, duas resistências são
importantes:
– A resistência interna da pessoa (RM);
– A resistência da ligação à terra (Rst).
• No caso de acidente, o pior caso ocorre
para quando Rst = 0.
• A resistência do corpo humano varia:
– Entre as mãos ou entre a mão e pé
possui valor médio de 1000 Ω;
• Para uma tensão de falha de 220V, a
corrente estimada que circula pelo corpo
humano é de 220 mA (127 mA para 127V).
• Esta corrente pode matar? É aí que atua
o DR....
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Prescrições da NBR 5410

• A NBR 5410:2004 estabelece as prescrições mínimas quanto a


aplicação dos dispositivos DR:
– Deve-se usar DR de alta sensibilidade (I∆n≤30mA), para proteção
contra contato direto e indireto;
– Obrigatoriedade do uso de dispositivos DR de alta sensibilidade:
• Circuitos que sirvam pontos de utilização em locais contendo
banheira ou chuveiro;
• Circuitos que alimentam tomadas de corrente situadas em
áreas externas à edificação;
• Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas
que possam vir a alimentar equipamentos no exterior;
• Circuitos que sirvam pontos de utilização situados em
cozinha, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço,
garagens e em áreas internas molhadas em uso normal ou
sujeitas a lavagens.
– O uso de DR não dispensa, em nenhuma hipótese o uso do
condutor de proteção, em toda sua extensão;
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Esquemas de ligações básicas
4 – Proteção em Instalações Elétricas
4.4 Diferenciais residuais
• Esquemas de aterramento padronizados ABNT NBR 5410
Proteção contra Sobrecorrentes 5
Guia EM da NBR5410

Exemplo de aplicação ao valor real de 100 m é 85 m. Descendo, na coluna desses


Tomemos o exemplo da figura 2. Para o ponto F1 temos, 85 m, até as linhas da parte (B) em que se encontram os va-
da tabela I, o valor da corrente de curto-circuito presumida na lores de Ik a montante que mais se aproximam de 18 kA
origem (transformador de 630 kVA, secundário de 380 V): (que são as linhas de 20 kA e de 15 kA), verificamos que o
valor da corrente de curto-circuito presumida no ponto F2
Ik1 = 18 kA da figura 2 (Ik2) será:

Da tabela II temos que, para cabo de cobre de 240 mm2, 8,5 kA < Ik2 < 10 kA
380 V (parte (A)), o comprimento imediatamente inferior

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