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Curso: Pós-Graduação em Contabilidade Pública

Disciplina: Finanças Públicas


Aluno: Augusto Teixeira Modesto
Tarefa: 02. Vantagens e desvantagens da aplicação de Políticas Públicas específicas

Faça a leitura do texto complementar “Políticas Públicas: discutindo modelos e alguns


problemas de implementação”, a fim de conhecer mais seus conceitos e o que é feito no
Brasil e depois elabore um artigo opinativo sobre vantagens e desvantagens da
aplicação destas políticas e também sobre o resultado da aplicação destas políticas. O
texto deve ter entre 500 e 1.000 palavras.

Primeiramente, é necessário refletirmos sobre conceitos basilares que circundam e


influenciam os modelos de políticas públicas (regulatório, distributivo e redistributivo), para
então tratarmos das vantagens e desvantagens da aplicação destes modelos, e o resultado
da aplicação destas políticas.

Há duas visões sobre o poder político e as políticas públicas (intermediação de interesses)


que interferem nos modelos das políticas públicas a serem aplicadas: pluralismo versus
elitismo. Na perspectiva pluralista, cujo principal teórico é Robert Dahl, todos conseguem
influenciar, de alguma maneira, as decisões e os caminhos tomados pela comunidade
política. Portanto, o pluralismo é, de certa forma, um sistema em que as minorias comandam,
logo os modelos de políticas públicas adotadas tendem a atender este público.

No que compete à teoria elitista, cujo Moca é um dos principais teóricos, prega-se que
poucos atores têm a capacidade de determinar o rumo das políticas públicas em um Estado.
O povo seria apático e a elite molda, num sistema top-down.

Dentro deste contexto, existem quatro tipos de relacionamentos que regulam as relações
entre a sociedade e o Estado no Brasil (intermediação de interesses): Clientelismo /
Corporativismo / Insulamento Burocrático / Universalismo de procedimentos.

Esses tipos de relacionamentos pautarão os modelos das políticas públicas, que são
formatados dentro de um processo, também denominado ciclo de políticas públicas, cujas
etapas são: Agenda, Elaboração, Formulação, Implementação, Execução, Acompanhamento
e Avaliação.

Pautada essa introdução, passamos à Etapa da Formulação da política pública, que consiste
no momento em que os atores (políticos, analistas etc.) mostram suas preferências públicas e
tentam afirmar seus interesses pelo modelo da política a ser implantado.
Nessa esteira, discorremos a seguir sobre a tipologia mais conhecida das políticas públicas,
desenvolvida por Theodore Lowi. Esta tipologia baseia-se no impacto destas políticas na
sociedade quando da formulação e implementação das alternativas de políticas públicas.

Políticas Constitutivas: Definem as jurisdições, regras e competências da disputa política e


da elaboração das políticas públicas. Como exemplos, temos as regras eleitorais, as leis que
definem os relacionamentos entre os poderes e entre os entes federativos etc. São também
conceituadas como meta-policies, pois estão acima dos outros tipos de políticas e
condicionam o equilíbrio de poder.

> Políticas Regulatórias: Servem para regular o comportamento e atuação de pessoas ou


organizações, trazendo como vantagem uma melhor harmonia e convivência na sociedade.
Quando o governo, por exemplo, edita normas proibindo a venda de bebida alcoólica em
rodovias está estabelecendo uma política regulatória para salvaguardar vidas, inerente ao
Poder de Polícia do Estado. A dinâmica que envolve estas políticas é pluralista: depende da
relação de forças entre os atores presentes na sociedade naquele determinado momento.

> Políticas Distributivas: os benefícios são concentrados em um número restrito de grupos


ou pessoas, enquanto os custos são difusos para a sociedade como um todo. Desta maneira,
estas políticas não costumam ter muitos conflitos, pois acabam “custando pouco” para cada
um de nós e não “percebemos” o seu custo individualmente. Como exemplos destas políticas,
poderíamos citar os subsídios para certas indústrias ou as taxas reduzidas para idosos.

> Políticas Redistributivas: Modelo mais conflituoso, pois são custeadas por um grupo
restrito de pessoas para o benefício de outro maior e menos afortunado, conhecidas como
política “Robin Wood”. Exemplo: Imposto sobre a Renda.

Passo seguinte chegamos na Etapa de Implementação, em que as decisões são postas em


prática. A implementação é constituída pelo planejamento e organização do aparelho
administrativo-financeiro e recursos humanos e tecnológicos necessários para executar uma
política.

Nessa linha, Sabatier entende que existem dois modelos de implementação de políticas
públicas. O modelo top-down, no qual caberia à burocracia apenas alocar os recursos
necessários para que as políticas sejam executadas e o modelo Bottom-up, que enfatiza a
dificuldade de “traduzir” certos planos concebidos por pessoas distantes das dificuldades dos
problemas no plano concreto.
Há inúmeros problemas de implementação das políticas públicas das quais podemos citar: (i)
as interfaces entre as políticas setoriais (especialização prejudicial), Teoria do Equilíbrio
Pontuado (efeito não esperado), (iii) Redundância clássica e negativa (sobreposição de
ações), (iv) Opções trágicas e tragédias comuns etc.

Com efeito, um universo de problemas além dos supracitados interferem nas políticas
adotadas, acarretando desvantagens, conforme exemplificamos a seguir:

Políticas Regulatórias: Como têm benefícios a médio e longo prazo uma vez que ainda
precisam ser implementadas, exige-se que atores potencialmente beneficiados enfrentem
entraves adicionais para uma mobilização em sua defesa. As políticas regulatórias atingem de
maneira diferenciada pessoas pertencentes a um mesmo segmento social, o que dificulta a
formação de alianças duradouras e bem definidas para defenderem essas políticas. Não
obstante haja uma distribuição de benefícios difusos para a maioria da população-alvo, as
políticas regulatórias acabam por redundar em restrições à parcela da sociedade,
incentivando a reação pontual dos que se sentem prejudicados. Nessa esteira, caso os
afetados sejam grupos poderosos, a viabilidade da regulação fica sob risco.

Políticas Distributivas: São adequadas para o atendimento de demandas individuais e mais


compreendidas como cooptação do que como conflito e compromisso. Em muitos casos tem
caráter clientelista, o famoso “toma-lá-dá-cá” e a depender do contexto tem caráter de curto
prazo e reincidente, gerando dependência.

Políticas Redistributivas: muito polêmicas, contam com uma disputa entre grupos desejosos
de sua implantação e outros que as rechaçam. Como exemplo temos as cotas raciais em
faculdades públicas ou a reforma agrária. Uma dificuldade na implantação são setores
pequenos mais poderosos mobilizarem-se contra implantação. Uma saída seria alocar
recursos orçamentários já aprovados para camadas menos favorecidas.

Bibliografia

AZEVEDO. Sergio. Políticas Públicas: discutindo modelos e alguns problemas de

implementação. 2014

GIAMBIAGI, Fabio; Ana Carolina. Finanças Públicas. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo:

Cengage Learning, 2010.

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