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No que compete à teoria elitista, cujo Moca é um dos principais teóricos, prega-se que
poucos atores têm a capacidade de determinar o rumo das políticas públicas em um Estado.
O povo seria apático e a elite molda, num sistema top-down.
Dentro deste contexto, existem quatro tipos de relacionamentos que regulam as relações
entre a sociedade e o Estado no Brasil (intermediação de interesses): Clientelismo /
Corporativismo / Insulamento Burocrático / Universalismo de procedimentos.
Esses tipos de relacionamentos pautarão os modelos das políticas públicas, que são
formatados dentro de um processo, também denominado ciclo de políticas públicas, cujas
etapas são: Agenda, Elaboração, Formulação, Implementação, Execução, Acompanhamento
e Avaliação.
Pautada essa introdução, passamos à Etapa da Formulação da política pública, que consiste
no momento em que os atores (políticos, analistas etc.) mostram suas preferências públicas e
tentam afirmar seus interesses pelo modelo da política a ser implantado.
Nessa esteira, discorremos a seguir sobre a tipologia mais conhecida das políticas públicas,
desenvolvida por Theodore Lowi. Esta tipologia baseia-se no impacto destas políticas na
sociedade quando da formulação e implementação das alternativas de políticas públicas.
> Políticas Redistributivas: Modelo mais conflituoso, pois são custeadas por um grupo
restrito de pessoas para o benefício de outro maior e menos afortunado, conhecidas como
política “Robin Wood”. Exemplo: Imposto sobre a Renda.
Nessa linha, Sabatier entende que existem dois modelos de implementação de políticas
públicas. O modelo top-down, no qual caberia à burocracia apenas alocar os recursos
necessários para que as políticas sejam executadas e o modelo Bottom-up, que enfatiza a
dificuldade de “traduzir” certos planos concebidos por pessoas distantes das dificuldades dos
problemas no plano concreto.
Há inúmeros problemas de implementação das políticas públicas das quais podemos citar: (i)
as interfaces entre as políticas setoriais (especialização prejudicial), Teoria do Equilíbrio
Pontuado (efeito não esperado), (iii) Redundância clássica e negativa (sobreposição de
ações), (iv) Opções trágicas e tragédias comuns etc.
Com efeito, um universo de problemas além dos supracitados interferem nas políticas
adotadas, acarretando desvantagens, conforme exemplificamos a seguir:
Políticas Regulatórias: Como têm benefícios a médio e longo prazo uma vez que ainda
precisam ser implementadas, exige-se que atores potencialmente beneficiados enfrentem
entraves adicionais para uma mobilização em sua defesa. As políticas regulatórias atingem de
maneira diferenciada pessoas pertencentes a um mesmo segmento social, o que dificulta a
formação de alianças duradouras e bem definidas para defenderem essas políticas. Não
obstante haja uma distribuição de benefícios difusos para a maioria da população-alvo, as
políticas regulatórias acabam por redundar em restrições à parcela da sociedade,
incentivando a reação pontual dos que se sentem prejudicados. Nessa esteira, caso os
afetados sejam grupos poderosos, a viabilidade da regulação fica sob risco.
Políticas Redistributivas: muito polêmicas, contam com uma disputa entre grupos desejosos
de sua implantação e outros que as rechaçam. Como exemplo temos as cotas raciais em
faculdades públicas ou a reforma agrária. Uma dificuldade na implantação são setores
pequenos mais poderosos mobilizarem-se contra implantação. Uma saída seria alocar
recursos orçamentários já aprovados para camadas menos favorecidas.
Bibliografia
implementação. 2014
GIAMBIAGI, Fabio; Ana Carolina. Finanças Públicas. 4 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São Paulo: