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O Mesozóico Português: o caso da Bacia Lusitânica
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Uniformitarismo ou Catastrofismo em S. Pedro de Moel?
Posted by Jorge Miguel Guilherme on 24/05/2009 ∙ 5 comentários
Santos, C.; Bem, P.; Cordeiro, A.; Silva, S.; Virgílio, R.
À primeira vista, ninguém imagina a riqueza do registo fóssil contido nas formações sedimentares
que afloram um pouco por todo o país. As falésias e as arribas da nossa costa constituem importantes
monumentos geológicos, fonte inesgotável de saber que, pouco a pouco, vão satisfazendo a
curiosidade dos que as estudam e transmitindo informações preciosas para o conhecimento da
História da Terra. É o que sucede com a região de S. Pedro de Moel, um dos locais emblemáticos de
Portugal, onde se encontram afloramentos de grande interesse científico, pedagógico‑didáctico e
paisagístico.(fig.1) O seu valor geológico e paleontológico excede as fronteiras nacionais, na medida
em que apresenta exemplos únicos da história geológica daquele compartimento temporal.(fig.2)
A região em estudo situa‑se no litoral do distrito de Leiria, a norte da povoação de S. Pedro de Moel,
próximo da Praia Velha. As coordenadas geográficas são: 39º 45’ 21,11’’ N e 9º 0,1’ 56,65’’ O. Esta
região está situada na Orla Meso‑Cenozóica Ocidental Portuguesa (Bacia Lusitânia), apresentando
dois contextos geológicos e geomorfológicos bem distintos: o Jurássico de S. Pedro de Moel e a
Cobertura Dunar Recente. A mancha Jurássica de S. Pedro de Moel estende‑se por cerca de cinco
quilómetros e inclui sucessões de rochas carbonatadas, incluindo margas, margas gipsíferas e
betuminosas, calcários margosos e bioclásticos. Estas séries estão frequentemente afectadas por falhas
de orientação E‑W, assumindo uma estrutura que tende a mergulhar para Oriente. (fig. 3 e 4). Do
ponto de vista paleontológico, o Jurássico Inferior de S. Pedro de Moel é caracterizado por uma
associação de fósseis de invertebrados marinhos. Entre estes, encontram‑se os braquiópodes, os
moluscos e os equinodermes. Surgem ainda fosseis de peixes (actinopterígeos).(fig. 5,6, 7 e 8). Com
base na informação recolhida é possível concluir‑mos que a história geológica do local pode ser
contada com o apoio das duas correntes de pensamento – uniformitarismo e catastrofismo – diríamos
mesmo uma conjugação das duas – neocatastrofismo. A formação dos estratos é um processo
geológico que ocorreu de forma lenta e gradual (uniformitarismo) enquanto que o fenómeno que
levou à morte da elevada quantidade de organismos que se encontram fossilizados nessas mesmas
camadas é de natureza catastrófica (catastrofismo). Isto porque pudemos observar um denso registo
fossilífero, essencialmente conchas de bivalves, braquiópodes e algumas amonites e gastrópodes. No
nosso entender este facto pode dever‑se a uma alteração brusca das condições do meio.
https://mesozoico.wordpress.com/2009/05/24/uniformitarismooucatastrofismoemspedrodemoel/ 1/3
01/11/2016 Uniformitarismo ou Catastrofismo em S. Pedro de Moel? | Mesozoico
Figura 2 – Arriba em erosão Figura 3 – Estratos de rochas
com estratos basculados para carbonatadas com elevada
Figura 1‑Localização de densidade fossilífera.
ocidente.
S.Pedro Moel.
Figura 7 – Estromatólitos.
Bibliografia:
h p://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal
h p://agvieiraleiria.ccems.pt/depciencias/geologia0405/index.htm
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Comments
5 Responses to “Uniformitarismo ou Catastrofismo em S. Pedro de Moel?”
Joana Menezs diz:
11/09/2010 às 2:02 AM
https://mesozoico.wordpress.com/2009/05/24/uniformitarismooucatastrofismoemspedrodemoel/ 2/3
01/11/2016 Uniformitarismo ou Catastrofismo em S. Pedro de Moel? | Mesozoico
11/09/2010 às 2:02 AM
Obrigada pela elucidação! Moro na zona de São Pedro há mais de 30 anos e deparo‑me com estes
fosseis com frequência. No entanto, há uma área, a da Pedra do Ouro, que é completamente
diferente em termos da formação rochosa. Há muitos anos que me pergunto o que aconteceu
ali….Como leiga nesta ciência pergunto se não têm informação sobre esta zona.
Responder
Jorge Miguel Guilherme diz:
24/10/2010 às 10:35 PM
Peço desculpa pela demora na resposta. É verdade que são ambientes geológicos diferentes,
contudo do mesmo período (Jurássico Inferior, entre os 199 milhões de anos e os 175 milhões
de anos) e da mesma bacia de sedimentação (Bacia Lusitânica). Em S. Pedro os sedimentos
depositados pertencem a um antigo local exposta/coberta pela maré (denominada fácie
perimarial). No caso da Pedra do Ouro correspondem a um local de máxima profundidade da
bacia (fácie anóxica).
Por volta da Primavera será publicado um artigo sobre a Bacia Lusitânica que está neste
momento em construção.
Sempre ao dispor
O coordenador do blog
Jorge Miguel Guilherme
Responder
Igor diz:
03/10/2011 às 8:36 AM
Venho por este meio informar que a localização geográfica não está correcta, a praia em questão
encontra‑se em Évora. cumprimentos, Doutor Igor
Responder
Jorge Miguel Guilherme diz:
18/10/2011 às 11:41 AM
Deverá haver algum problema na sua localização e orientação.
Cumprimentos
Responder
Ana diz:
02/04/2012 às 12:17 PM
Concordo com a resposta do Jorge Miguel Guilherme. Fico até bastante indignada com o
comentário sem qualquer tipo de fudamento ou explicação.
Aguem que assina como “Doutor” até o caracter põe em causa
Ana Bareiris da Silva
Responder
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