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Alteridade
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Página principal Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do


Conteúdo destacado pressuposto básico de que todo o homem social interage
Eventos atuais e interdepende do outro. Assim, como muitos
Esplanada antropólogos e cientistas sociais afirmam, a existência Antropologia
do "eu-individual" só é permitida mediante um contato Escolas [Expandir]
Página aleatória
com o outro (que em uma visão expandida se torna o
Portais Expoentes [Expandir]
Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).
Informar um erro Áreas de estudo [Expandir]
Relação de sociabilidade e diferença entre o indivíduo
Colaboração em conjunto e unidade, onde os dois sentidos inter Conceitos [Expandir]
dependem na lógica de que para individualizar é
Boas-vindas Listas [Expandir]
necessário um coletivo. Dessa forma eu apenas existo a
Ajuda partir do outro, da visão do outro, o que me permite Portal
Página de testes também compreender o mundo a partir de um olhar
diferenciado, partindo tanto do diferente quanto de mim v • e
Portal comunitário
Mudanças recentes mesmo, sensibilizado que estou pela experiência do
contato.
Manutenção
Criar página Segundo a enciclopédia Larousse (1998), alteridade é um “Estado, qualidade daquilo que é outro,
distinto (antônimo de Identidade). Conceito da filosofia e psicologia: relação de oposição entre o
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sujeito pensante (o eu) e o objeto pensado (o não eu).” 1
Contato
A “noção de outro ressalta que a diferença constitui a vida social, à medida que esta efetiva-se
Donativos
através das dinâmicas das relações sociais. Assim sendo, a diferença é, simultaneamente, a base
Imprimir/exportar da vida social e fonte permanente de tensão e conflito” (G. Velho, 1996:10[vago] )
“A experiência da alteridade (e a elaboração dessa experiência) leva-nos a ver aquilo que nem
Ferramentas
teríamos conseguido imaginar, dada a nossa dificuldade em fixar nossa atenção no que nos é
Noutras línguas habitual, familiar, cotidiano, e que consideramos ‘evidente’. Aos poucos, notamos que o menor
Català dos nossos comportamentos (gestos, mímicas, posturas, reações afetivas) não tem realmente
English nada de ‘natural’. Começamos, então, a nos surpreender com aquilo que diz respeito a nós
Español mesmos, a nos espiar. O conhecimento (antropológico) da nossa cultura passa inevitavelmente
Français pelo conhecimento das outras culturas; e devemos especialmente reconhecer que somos uma
Magyar cultura possível entre tantas outras, mas não a única.” (F. Laplantine, 2000:21[vago] )
Italiano Tal tema foi estudado ainda por Tzvetan Todorov em seu livro A conquista da América - a questão
Latina do outro, onde é estudado no contexto do descobrimento e a conquista da América no primeiro
Nederlands centenário após a primeira viagem de Colombo, basicamente no século XVI. Há ainda, contudo,
menções a essas relações de alteridade em obras anteriores a Todorov, como por exemplo, em
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Michel de Montaigne, um dos autores dos textos a serem cruzados:
"Mas, para retornar a meu assunto, acho que não há nessa nação nada de bárbaro e de
selvagem, pelo que me contaram, a não ser porque cada qual chama de barbárie aquilo que não
é de costume; como verdadeiramente parece que não temos outro ponto de vista sobre a
verdade e a razão a não ser o exemplo e o modelo das opiniões e os usos do país em que
estamos". 2
Apontamentos podem ser feitos não só durante o processo de conquista e colonização da América,
mas em toda a história do contato entre diferentes povos e culturas. Por exemplo, pode-se partir
desde Cortés, que procurou conhecer o outro, buscando intérpretes e estabelecendo táticas de
guerra. Surge aqui uma personagem curiosa: Malinche. Ela foi dada por Montezuma aos espanhóis
e acaba sendo fundamental para o processo de conquista promovido por Cortés, pois sabia a língua
dos maias e astecas e posteriormente também o espanhol. Para os indígenas é o símbolo da
traição, para outros é o símbolo da mestiçagem, porque Malinche não é somente bilíngüe, mas
também "bicultural", e adotou inclusive a ideologia do "outro". Deste modo, a humanidade do outro
só foi concebida quando integrada à cultura do "eu", ocorrendo uma assimilação, uma integração da
cultura do "outro" à europeia, no caso.
Avançando cronologicamente na História, é possível ainda encontrar relatos de relações de
alteridade no texto "Descobrindo os brancos", de autoria de um índio ianomâmi chamado Davi
Kopenawa Yanomaqui, já no século XX. Nele, as relações de alteridade mais uma vez são
descritas, desta vez devido à invasão de suas terras, no estado brasileiro do Amazonas, por
milhares de garimpeiros entre os anos de 1987 e 1990.
Assim, a análise crítica dessas obras pode levar à indagação de que, por vezes, os estudos
históricos possam ser em parte o reflexo do modo de agir e pensar dos europeus na época da
conquista, que tomaram a sua sociedade, os seus valores como o "correto" e o "modelo" a ser
seguido pelos "outros".
Há outras ideias que podem ser relacionadas ao conceito de alteridade. Quando ligado à literatura,
por exemplo. O "eu" que fala na obra não é mais o eu que escreve.

Ver também [editar]

Outro

Referências
1. ↑ Grande Enciclopédia Larousse Cultural (1998). São Paulo: Nova Cultural.
2. ↑ MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. São Paulo: Martins Fontes, 2000. Volume I. Capítulo XXXI; Dos
canibais. p. 307
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Categoria: Conceitos antropológicos

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