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Tecnologia das relações como dispositivo

TEMAS LIVRES FREE THEMES


do atendimento humanizado na atenção básica à saúde
na perspectiva do acesso, do acolhimento e do vínculo

Technology of relations as device of humanized attendance


in basic attention to health in the perspective of access,
sheltering and attachment

Márcia Oliveira Coelho 1


Maria Salete Bessa Jorge 2

Abstract To health workers and users the technolo- Resumo Para os trabalhadores da saúde e usuários,
gy of relations as a device of humanized attendance a tecnologia das relações como dispositivo do aten-
in basic attention, highlighting the categories ac- dimento humanizado na atenção básica, destacan-
cess, sheltering and attachment can present diverse do-se as categorias acesso, acolhimento e vínculo,
meanings and have a subjective nature to treat with podem apresentar significações diversas e ter uma
each one of different interests of subjects involved in natureza subjetiva no lidar com cada um dos dife-
construction of health. Thus, the objective of this rentes interesses dos sujeitos envolvidos na constru-
research is to discuss how users and workers notice ção da saúde. Assim, esta pesquisa tem por objetivo
the access, sheltering and attachment as soft tech- discutir como os usuários e trabalhadores percebem
nology in basic attention in city of Fortaleza, Ceará o acesso, acolhimento e vínculo como tecnologia leve
State. The research has a descriptive nature, focus- na atenção básica do município de Fortaleza (CE).
ing on qualitative analysis, having as theoretical A pesquisa é de natureza descritiva, com enfoque de
basis the soft technology in attention to health. The análise qualitativa, tendo como base teórica a tec-
data were collected in the context of twelve focal nologia leve na atenção à saúde. Os dados foram
groups with 70 workers of Basic Units of Family colhidos no contexto de doze grupos focais com se-
Health and clinical interview with 30 users. To an- tenta trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde
alyze the data, it was followed the technique of the- da Família e entrevista clínica com trinta usuários.
matic categorical content. The results suggested that Para análise dos dados, seguiu-se a técnica de análi-
technologies of relations in actions of health indi- se de conteúdo categorial temática. Os resultados
cate the need of respect, effective relations in work, sugerem que as tecnologias das relações nas ações de
resolutivity in attendance, access to information saúde indicam a necessidade de respeito, relações
among staff members and among these and users. efetivas no trabalho, resolutividade no atendimen-
1
Centro de Saúde da Key words Technology of relations, Actions of to, acesso às informações entre os membros da equi-
Família Roberto da Silva
Bruno, Prefeitura health, Basic attention pe e entre estes e os usuários.
Municipal de Fortaleza. Palavras-chave Tecnologia das relações, Ações de
Avenida Borges de Melo saúde, Atenção básica
910, Nossa Senhora de
Fátima. 99999-999
Fortaleza CE.
coelho.moc@oi.com.br
2
Departamento de Saúde
Pública, Universidade
Estadual do Ceará.
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Coelho MO, Jorge MSB

Introdução Tecnologia das relações


e atenção básica à saúde
Na atenção básica do município de Fortaleza (CE),
o Programa Saúde da Família surge como uma Nas nossas pesquisas referentes ao acesso, acolhi-
estratégia de reorientação do modelo de saúde até mento e vínculo, ressaltam autores que fazem re-
então vigente, caracterizado pela atenção individu- ferência às tecnologias das relações, classificadas
al, médico-centrado e hospitalocêntrico. Nessa es- como tecnologias leves. Com a finalidade de co-
tratégia, o foco da atenção é direcionado à família nhecer mais a respeito do assunto, buscamos a
de um determinado território social. O programa discussão sobre o conceito de tecnologia de Gon-
propõe, ainda, uma mudança na organização do çalves5 e de Merhy3.
trabalho, que deve ser construído baseado em equi- A tecnologia como elemento constituinte do
pe, visando práticas mais resolutivas e integrais, processo de trabalho em saúde foi discutida por
tomando como eixo condutor o modelo de vigi- Gonçalves5, ao tecer uma análise crítica ao pensa-
lância à saúde. Essa mudança, concebida para a mento contemporâneo e ao significado reduzido
recondução da lógica assistencial, deve superar as do termo tecnologia como sendo um conjunto de
intervenções voltadas para a cura individual, ori- instrumentos materiais do trabalho.
entando, para tanto, o uso da epidemiologia como Neste sentido, a tecnologia é analisada tanto
eixo estruturante das ações coletivas1, 2. como saber como por seus desdobramentos ma-
Nesse contexto, as ações de saúde devem ser teriais e não-materiais na produção dos serviços
também direcionadas pelos princípios da humani- de saúde. As práticas do trabalho na atenção bási-
zação do cuidado. Esta, entendida como um con- ca devem incluir diversas tecnologias de maneira
junto de conhecimentos, processos e métodos usa- adequada, conforme as necessidades de saúde, que
dos como ramo de atividade na área da saúde, tem são as ações e os serviços de saúde dos quais os
a oferta de tecnologias e dispositivos para configu- sujeitos precisam para ter melhores condições de
ração e fortalecimento entre os diversos setores da vida, sem prejuízo do atendimento que requer tec-
saúde e da comunidade. Como recursos tecnológi- nologias materiais.
cos, acesso, acolhimento e vínculo representam uma Para Merhy3, as tecnologias podem ser classifi-
relação estabelecida entre trabalhadores e usuários, cadas como leve, leve-dura e dura. Todas tratam a
para que as ações de saúde sejam mais acolhedo- tecnologia de forma abrangente, mediante análise
ras, ágeis e resolutivas. de todo o processo produtivo, até o produto final.
Os recursos tecnológicos são operados no es- As tecnologias leves são as das relações; as leve-
paço intercessor do encontro trabalhador e usuá- duras são as dos saberes estruturados, tais como
rios no interior dos serviços de saúde, nos quais há as teorias, e as duras são as dos recursos materiais.
abertura para a produção subjetiva dos sujeitos. A adoção das tecnologias leves no trabalho em
Desse modo, a subjetividade e a dignidade huma- saúde perpassa os processos de acolhimento, vín-
na, tanto dos usuários quanto dos trabalhadores culo e atenção integral como gerenciadores das
da saúde, devem ser enfatizadas como um direito ações de saúde.
inalienável. Neste contexto, todos os sujeitos po- De acordo com Merhy et al.6, a humanização
dem ampliar suas ações para além de um trabalho do atendimento como tecnologia leve é uma for-
técnico e hierarquizado, um trabalho com intera- ma de gerenciamento do trabalho nas relações,
ção social, com maior “horizontalidade e flexibili- enquanto a atenção integral é tida como gerencia-
dade” dos diferentes saberes, com maior possibili- dora dos processos de trabalho humanizado. Esta
dade de criatividade dos agentes e maior integra- tem como ações a promoção da saúde, a preven-
ção da equipe3, 4. ção das doenças, a recuperação da saúde e a hu-
Baseada nisto, esta pesquisa tem por objetivo manização do atendimento.
discutir como os usuários e os trabalhadores per- O vínculo como tecnologia leve das relações no
cebem o acesso, acolhimento e vínculo como tec- PSF parte do princípio de que os profissionais de-
nologias leves na atenção básica do município de verão estabelecer a responsabilização pela área ads-
Fortaleza (CE). trita; consequentemente, ocorre uma interação ge-
radora de vínculos, “laços”, entre os trabalhadores
da saúde e os usuários, necessária ao mecanismo
tecnológico para o desempenho do trabalho, de
acordo com as diretrizes que norteiam a prática
do PSF7.
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Como tecnologia leve, o acolhimento direciona O município de Fortaleza encontra-se dividido
para o estabelecimento de estratégias de atendimen- política e administrativamente em seis Secretarias
to, o qual envolve trabalhadores, gestores e usuári- Executivas Regionais (SER), todas responsáveis pela
os. Com isso, as necessidades sentidas pelos usuá- gestão dos serviços de saúde na sua respectiva área
rios poderão ser trabalhadas pelas equipes do PSF de abrangência11. Ressalta-se que há equipes de PSF
de forma a resolver suas reais exigências de saúde. implantadas em todas as SER. Contudo, foram
Quando trabalhamos com a humanização do selecionadas para este estudo somente as equipes
atendimento, a primeira ação a ser realizada por que estavam completas.
toda a equipe, ao receber a pessoa como paciente, Os sujeitos do estudo foram selecionados por
é prestar-lhe acolhimento. O acolhimento à pes- amostragem intencional. O número de participan-
soa que procura o cuidado de saúde se expressa na tes foi delimitado pelo processo de saturação teó-
relação que se estabelece entre o usuário e o profis- rica, no qual à medida que fomos coletando e ana-
sional que o atende8. lisando, as estruturas de relevância foram se
Neste contexto, o trabalho em equipe favorece a aprofundando, e respondendo aos objetivos tra-
contribuição dos diferentes saberes, o que não deve çados. Iniciamos a pesquisa com dez trabalhado-
eliminar o caráter particular de cada profissional ou res de saúde e dez usuários, os quais foram incluí-
de cada profissão, pois todos devem participar de dos de acordo com os critérios estabelecidos, per-
modo a articular um campo que assegure saúde à fazendo, ao final da pesquisa, trinta entrevistas clí-
população e realização pessoal aos trabalhadores9. nicas e doze grupos focais. Houve uma sessão para
Como trabalhadores da saúde, deveríamos cada grupo amostral, no período de fevereiro a
acolher os usuários de modo a conhecê-los pelo junho de 2006.
nome, procurando saber os motivos de sua vinda As técnicas de coleta de dados foram grupos
à unidade. O simples fato de darmos boas-vindas focais, entrevistas clínicas, observação sistemática
estará abrindo um leque para o usuário relatar da prática e fontes documentais. Como sujeitos
com confiança suas reais necessidades de saúde. do estudo, participaram cem pessoas, que atua-
Na opinião de Teixeira10, o acolhimento deveria ram no período de 1998 a 2006, distribuídas entre
ser do tipo dialogado, como uma técnica de conver- três grupos de representação: grupo I (médicos,
sa passível de ser operada por qualquer profissional, enfermeiros, cirurgiões-dentistas, auxiliares de en-
em qualquer momento de atendimento, isto é, em fermagem, atendentes de consultório dentário
qualquer dos encontros, que são, enfim, os “nós” des- (ACD), agentes comunitários de saúde (ACS) - 47);
sa imensa rede de conversações que são os serviços. grupo II (agentes administrativos, vigilantes, ser-
Corroboramos esta opinião, pois no acolhimento ventes - 23); grupo III (usuários do sistema - 30).
com diálogo, o profissional ouve e discute com o Os grupos focais com os dois primeiros gru-
usuário, na tentativa de identificar suas necessida- pos e as entrevistas com o terceiro grupo foram
des e de saber o modo melhor de resolvê-las. orientados pelos temas “acesso”, “acolhimento” e
Contudo, o acesso, o acolhimento e o vínculo “vínculo”. Já as observações foram orientadas por
visam uma mudança quanto às dificuldades en- um roteiro no qual constavam informações acerca
frentadas pelas pessoas para chegarem ao local de do participante do estudo e dos dispositivos de
atendimento, receberem uma informação adequa- análise, conforme os temas referidos.
da por parte do serviço de saúde, conseguirem uma Como exigido, o projeto de pesquisa foi sub-
consulta e, mediante agendamento, garantirem seu metido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Univer-
retorno. Com isso, evitaremos determinados abor- sidade Estadual do Ceará, que avaliou a pertinência
recimentos como o fato de dormirem nas filas ou deste, os objetivos da pesquisa e os riscos e/ou be-
deixarem de ser atendidos. nefícios a que estariam submetidos os participan-
tes da investigação, de acordo com a Resolução no
196, do Conselho Nacional de Saúde12. Após a apro-
Metodologia vação, enviamos uma cópia do projeto ao Serviço
de Protocolo da Secretaria de Saúde do município
Esta pesquisa é de natureza descritiva, com enfo- para ser avaliado pelo Secretário Municipal de Saú-
que de análise qualitativa, cujo recorte especial fo- de com vistas à sua realização nas Unidades Básicas
ram seis Unidades Básicas de Saúde da Família de Saúde da Família de Fortaleza (CE).
(UBASF) em que atuavam equipes do Programa Para a análise dos dados, optamos pela técnica
Saúde da Família da Secretaria Municipal de Saúde de análise de conteúdo categorial temática, segun-
de Fortaleza (CE). do Bardin13, que permite passar dos elementos
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descritivos à compreensão e interpretação dos su- poderá ser esse atendimento rápido, se muitas ve-
jeitos envolvidos no processo de construção da zes o profissional precisa ouvir o usuário e para
saúde, no contexto cultural em que produziram a isso despenderá tempo, gerando consequentemen-
informação, verificando-se a influência desse con- te demora no atendimento? Também poderá ser
texto no estilo, na forma e no conteúdo dos dis- no sentido de dar prioridade às pessoas, conforme
cursos. As falas, conforme o grupo focal e entre- classificação de risco nas UBASF feita no acolhi-
vistas, foram identificadas da seguinte forma: usu- mento ao usuário, como citado: É fazer o possível
ários (U), trabalhadores das UBASF (GT) e traba- para atendê-los bem, com rapidez de atendimento. É
lhadores do PSF (ESF). um bom atendimento. É o paciente não voltar sem
atendimento e ter isso como prioridade. (GT5)
A visão do atendimento como uma rotina de
Acesso: procedimentos ainda está inserida na concepção
dificuldades relacionais e organizacionais destes trabalhadores, cuja importância está em se-
guir padrões de forma “mecânica”, sem reflexão
Os trabalhadores fazem referência ao acolhimen- sobre a escuta do usuário para que ele seja atendi-
to apenas quanto à informação a ser dada aos usu- do em suas necessidades, que muitas vezes é ape-
ários, à falta de placas para sinalização dentro das nas de ser ouvido, a exemplo do relatado: É medir,
unidades. Também a comunicação dentro das pesar, ver P.A., temperatura. É melhoria no posto
UBASF funciona de modo isolado; as informa- com respeito aos horários de atendimento por parte
ções não são prestadas aos trabalhadores, devido dos funcionários. (GT6)
ao trabalho individualizado. Os usuários são os O descumprimento dos horários de trabalho
que mais sofrem pela falta de comunicação: pode gerar descrédito por parte da população e
Nós temos que ter contato com o usuário, dar dos próprios trabalhadores, pois como poderão
informações, o usuário e o profissional têm que sa- acreditar em um serviço que não cumpre seu ho-
ber o que está acontecendo na unidade. (GT3) rário de funcionamento? Segundo observamos, a
Ensinar a ele para onde ele vai, encaminhar o falta de compromisso com o ser humano dificulta
paciente para o local certo aonde ele vai, levando ao o bem-estar de todos, porque o descontentamen-
local. (GT4) to gera desarmonia no ambiente de trabalho.
Assim, a fala dos trabalhadores revela que a Fica expressa nos grupos 3 e 4 a distância entre
falta de comunicação dentro da própria unidade trabalhadores e usuários, devido ao despreparo
de saúde dificulta as relações entre os trabalhado- para lidar com o próximo, associado à posição de
res e entre estes e os usuários. Isso pode gerar erros superioridade por estar trabalhando em um servi-
de interpretação e conflitos pessoais. Sem comuni- ço de saúde e o outro necessitar desse serviço. Isto
cação, os sujeitos ficam excluídos da dinâmica do gera em algumas pessoas a sensação de superiori-
serviço. dade sobre o outro: Os profissionais são muito fe-
A este respeito, comenta Cecílio14, nos encon- chados, deveria ter mais aconchego com os pacien-
tros entre os diferentes sujeitos envolvidos na cons- tes, os próprios pacientes procuram ser maltratados
trução da saúde, podem surgir conflitos, porque, em tudo, não sabem se expressar. (GT3)
em virtude de interesses pessoais, às vezes, deixa- O vínculo deveria ter alguém que falasse com a
mos de ouvir as necessidades do outro. população para os pacientes aprenderem a tratar bem.
Os trabalhadores também fazem referência ao (GT4)
atendimento baseado no respeito tanto dos usuá- Do mesmo modo, no grupo 3, alguns partici-
rios quanto dos trabalhadores. Referem-se, ainda, pantes referem-se aos usuários como culpados pelas
à necessidade de união. Ao mesmo tempo, ressal- situações desumanizantes nas UBASF, enquanto
tamos que a população está à parte do processo de estes acham os trabalhadores fechados, e os traba-
construção da saúde, ou seja, eles devem fazer o lhadores referem-se dessa forma aos outros tra-
melhor para que a população não reclame, con- balhadores de formação universitária, tais como
forme citado: Respeito entre ambos, boa convivên- médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas. Neste
cia para que surja um trabalho bom, unido para que caso, o serviço de saúde deveria priorizar a igual-
a população não se queixe de nada, para que as coi- dade entre todos os sujeitos, com vistas a ir além
sas melhorem muito. (GT2) dos interesses das pessoas e da instituição para
Conforme retratado na fala, atender bem é con- promover o bem-estar de todos.
cebido como rapidez de atendimento. Mas como
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O vínculo e as relações de poder nas UBASF xual, racial, religioso e outros) na hora da recep-
ção e dos encaminhamentos15,16.
As relações entre usuários e trabalhadores são ti- A ideologia de que consultas médicas resolve-
das como relações entre semelhantes, além de va- rão os problemas de saúde dos usuários baseia-se
lorizarem a participação e união de todos na ten- no modelo queixa-conduta, centrado na figura do
tativa de oferecer o melhor que o serviço dispõe. médico como responsável absoluto pela saúde do
Nas UBASF, devido ao trabalho com a comunida- usuário: Deveria ter médico como clínico geral, pe-
de, os laços tornam-se mais estreitos e favorecem diatra e especialidades. (GT6)
as relações de familiaridade e participação. Para os Quando não consegue encaminhamento, o
trabalhadores dos grupos 1, 3 e 6, a visão do que usuário fica esperando. Nessa espera, muitas vezes
vem a ser vínculo traduz o aspecto humanizado a doença se agrava e os que dispõem de melhores
de: É ser uma família, amizade, compreensão, parti- condições ou da ajuda de familiares pagam por
cipação e união de todos. (GT1) atendimento especializado. Conforme observado,
É buscar seus direitos, valorizar os usuários com um dos impasses dessa situação é que os proble-
desempenho do trabalho, oferecer o que a repartição mas de saúde que poderiam ser resolvidos nas
tem. (GT3) UBASF são encaminhados para serviços de refe-
Vínculo é amizade, respeito, sinceridade. (GT6) rência, sobrecarregando-os.
O vínculo é uma conquista, não um aconteci- Para Sousa17, o consumo elevado de tecnologia
mento imediato. Quanto mais apropriado for o vín- dura, de modo geral, pouco ou nada acrescenta ao
culo, melhor será o resultado, maior a troca de sa- processo de produção da saúde das pessoas e co-
beres entre trabalhadores da saúde e comunidade. munidade. Os médicos tendem a subestimar o
Na visão dos trabalhadores do grupo 5, aten- contato e o diálogo com o usuário, solicitam uma
dimento integral é dar uma palavra amiga, sorrir, bateria de exames de laboratório e outros comple-
conversar. Embora muitas vezes uma palavra amiga mentares, bem como consultas especializadas, que
traga conforto para o usuário, é preciso uma visão poderiam ser resolvidos na própria unidade de
compreensiva com o sofrimento do outro, uma saúde. E o usuário, por sua vez, tende a valorizar a
escuta com trabalhadores qualificados para saber qualidade do seu atendimento pelos procedimen-
ouvir e dar prioridade de atendimento, conforme tos complexos utilizados em seu tratamento.
a necessidade. Até mesmo o modo como a pessoa Nesse caso, o ser humano deveria ser visto
sorri poderá motivar diversas interpretações para como um todo em sua subjetividade. Os trabalha-
o usuário: dores da saúde deveriam assumir a responsabili-
Eu acho que é você se colocar no lugar do outro. dade pelo acompanhamento do serviço de saúde
(GT5) para com o usuário e reconhecer os limites tecno-
Dar uma palavra amiga, um sorriso, conversar. lógicos do serviço. A esse respeito, Carvalho e Cu-
Dar prioridade de atendimento, suporte jurídico, nha18 fazem referência à clínica ampliada como uma
apoio às mães que estão com os filhos internados compreensão ampliada do processo saúde/doença e
com vale-transporte e oferecer programas de apoio que toma como objeto de ação sujeitos singulares que
ao usuário. (GT5) vivenciam determinado sofrimento agravo e (ou)
Os problemas das mães com filhos internados doença demanda um atendimento integral e, muitas
vão além da necessidade de vale-transporte, pas- vezes, a elaboração de projetos terapêuticos específi-
sam pelas questões familiares de não ter com quem cos que logrem qualificar as respostas às necessidades
deixar os outros filhos, não poder ausentar-se do dos usuários.
trabalho, que muitas vezes é informal. Todos estes Como trabalhadores da saúde, ao agirmos
problemas poderiam ser amenizados se na comu- como participantes da saúde dos usuários, estare-
nidade existissem as redes sociais de apoio, que mos trabalhando a subjetividade e a participação
são recursos da comunidade para atuarem com dos sujeitos como responsáveis por sua vida e ten-
estratégias para a resolução de tais problemas na do papel central na construção de sua saúde. Con-
própria comunidade. forme Santos19, a atenção básica, sob a orientação
O compromisso com o sujeito e seu coletivo, da integralidade e equidade rumo à universalidade,
estímulo a diferentes práticas terapêuticas e co-res- deve construir-se como grande referência do SUS
ponsabilidade de gestores, trabalhadores e usuári- para a população, [...], exercidos por equipes multi-
os no processo de produção de saúde exigem sen- profissionais em unidades de saúde, no domicílio, na
sibilizar as equipes de saúde em relação ao proble- comunidade e em qualidade, resolutividade [...].
ma da violência intrafamiliar (criança, mulher e A percepção do acolhimento para os grupos 1,
idoso) e quanto à questão dos preconceitos (se- 2, 3, 4 e 5 de trabalhadores do PSF com participa-
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ção de todos os trabalhadores e avaliação da ne- falta amor, carinho, compreensão, comida, empre-
cessidade de atendimento prioritário são princípi- go, chega aqui, parece que é do corpo, mas é da alma.
os humanizantes do atendimento: É ser bem rece- (ESF6)
bido desde a entrada até a saída. Para ser bem aten- O usuário que chega à UBASF quer ser tratado
dido, começa pelo porteiro, ver e ajudar no que a como uma pessoa que tem sua individualidade,
pessoa está necessitando e ser encaminhada. (ESF1) que necessita falar de seus problemas relacionados
Deveria ser o melhor atendimento possível. Se a fatores familiares, emocionais, sociais, econômi-
ele for bem atendido, ele já vai ter resposta para parte cos, entre outros. Muitas vezes, como forma de
dos seus problemas. Se o acolhimento for feito do desabafo, no qual o simples ouvir e chamar aquela
jeito humanizado em equipe, o serviço vai funcio- pessoa pelo nome, demonstrando interesse pelo
nar maravilhosamente bem. (ESF2) que é dito, já traz alívio.
É receber bem o paciente, ter direito ao atendi- A atenção integral para o grupo do PSF 2 re-
mento, receber informações, ser examinado e enca- presenta apenas a responsabilidade de acompa-
minhado quando necessário. (ESF3) nhamento, que poderíamos chamar de continui-
Começa na recepção, direcionar o paciente, re- dade do acompanhamento, e para o grupo do PSF3
cepcionando e orientando. (ESF4) representa acesso e acolhimento, enquanto para o
Receber bem, dar boas informações e direcionar grupo de PSF 4 representa dar mais atenção, con-
o usuário para onde deve ir. (ESF5) forme referido: É uma responsabilidade que o pro-
Os trabalhadores do PSF, conforme relatado, fissional vai ter de estar acompanhando o paciente.
valorizam o acesso do usuário à unidade, com di- (ESF2)
reito garantido de atendimento, bem como a am- É o paciente ser bem recebido. É o paciente ser
biência para que o usuário sinta-se bem no local examinado, consultado e ser encaminhado quando
de atendimento, onde deverá haver placas de iden- necessário. (ESF3)
tificação dos setores da unidade. Contudo, seria A equipe atender menor número de famílias,
mais adequado se os trabalhadores tivessem inte- para dar maior atenção aos usuários, ter prontuário
resse em orientar os usuários, interrogar sobre o específico para PSF de atendimento integrado. (ESF4)
local que desejam e acompanhá-los, se necessário: A utilização do prontuário específico poderá
O acolher não é só verificar sinais vitais, é um negó- ser limitada às ações de saúde apenas aos traba-
cio mais humano, ver quem precisa mais, dar prio- lhadores do PSF. Nesse caso, instigam-nos algu-
ridade, dar mais a quem precisa ter equidade. (ESF6) mas questões: como seria o atendimento dos tra-
Tem que ser um local em que ele não se sinta balhadores dos outros níveis de atenção? Ficariam
inibido, que ele saiba que vai ser bem atendido e sai- separados do prontuário do usuário? Como exis-
ba para onde se dirigir, ter placas de identificação. tiria comunicação entre os outros níveis de aten-
Mas às vezes ele não sabe ler, entender a mensagem, ção se, ao atenderem o usuário, os registros do
para não ficarem “aéreas”, perguntando aqui e ali. atendimento não fossem colocados no mesmo
(ESF6) prontuário?
A percepção do ser humano como um todo, É preciso, sim, um prontuário unificado com
tendo em vista a subjetividade, está representada as informações do usuário, para que ao ser referen-
na fala do grupo focal no que se refere às questões ciado para os outros níveis de atenção, o usuário
do saber ouvir como uma forma de tratamento, não tenha de passar por procedimentos já realiza-
assistir o ser humano em seus aspectos físicos, psi- dos, pois, por falta de registros, estes são feitos nova-
cológicos, entre outras necessidades, sendo assisti- mente, dificultando ou adiando o seu tratamento.
do como um todo, sem a visão de fragmentação. A garantia de acesso ao serviço de saúde para os
Não ver somente os aspectos da doença, mas todo usuários representa a responsabilidade do serviço
o contexto pessoal, social, econômico, cultural: É para com suas necessidades de saúde. Sem o aco-
um elo do profissional como ser humano, ver o pa- lhimento, o serviço não poderá garantir nem o aces-
ciente como um todo. Quando se vai atender o pacien- so nem as prioridades de atendimento. Quando o
te, às vezes ele não quer o remédio, mas uma simples usuário sente a necessidade de atendimento mais
palavra vale mais do que uma medicação. Ver todas rápido, muitas vezes esta não está expressa fisica-
as necessidades físicas, psicológicas, todas as necessi- mente. Neste caso, somente com a escuta desse usu-
dades como um todo na visão holística, uma visão ário é que se poderá saber de suas necessidades:
geral do todo, o olhar como ser humano. (ESF1) Ter atendimento sem desmarcar e ser bem aten-
Não ver só a doença, ver o doente em tudo o que dida. (U1)
está causando problema nele, às vezes o problema Deveria ter um modo de atender mais rápido as
não é nem físico, nem biológico. É doente da alma, pessoas. (U2)
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Quem marca a consulta deve ser atendida no dia saúde, desde os acontecimentos acadêmicos refe-
marcado e não dois meses depois. (U10) rentes a outras áreas do conhecimento, como a fi-
Deveria ser mais bem atendida, mais gente para losofia, o direito, certos ramos das ciências huma-
atender, mais computadores. (U23) nas, até as diversas sabedorias e práticas transmiti-
Para Franco et al.20, os princípios do acolhi- das secularmente nas diferentes tradições culturais.
mento devem ser o de atender todas as pessoas que Para um usuário, não deverá existir vínculo en-
procuram os serviços de saúde, garantindo a aces- tre trabalhadores e usuários, pois a proximidade
sibilidade universal. É preciso, portanto, reorgani- poderá gerar conflitos, ao referir que: Não acho ne-
zar o processo de trabalho a fim de que este deslo- cessário ter vínculo com os trabalhadores, quanto mais
que seu eixo central do médico para uma equipe se envolve mais errado fica, é como casamento. (U1)
multiprofissional, e qualificar a relação trabalha- Para muitas pessoas, a dificuldade de se relacio-
dor e usuário, a qual deve dar-se por parâmetros narem com o outro gera o medo da proximidade;
humanitários de solidariedade e cidadania. de certo modo, é mais cômodo para essa usuária
Muitas vezes, o usuário vai ao serviço de saúde ser atendida apenas com base na queixa-conduta.
para ser atendido e quando chega não tem nin- Já para outro usuário, é necessário “ter mais
guém para recebê-lo. Diante disto, fica esperando intimidade, olhar na cara, dar mais atenção” (U21),
que alguém preste alguma informação. Fato seme- no sentido de saber os fatores desencadeantes de
lhante ocorreu quando das nossas visitas às UBASF, seus problemas de saúde, receber atenção, de se es-
pois, ao chegarmos, nenhum dos trabalhadores tabelecer uma relação entre trabalhador e usuário.
perguntou em que poderia nos ajudar, passavam Percebemos, a partir da fala dos usuários, a
por nós, mas não nos olhavam. Ficamos imagi- necessidade do estabelecimento de contato entre
nando a situação do usuário necessitado de atendi- profissional e usuário, no sentido de conhecer o
mento, sem saber a quem recorrer. De acordo com paciente, manter vínculo e ter uma sequência no
os relatos: Deveria ter uma pessoa no portão para acompanhamento desse usuário.
indicar aonde se vai. Eu vim verificar a pressão, se Conforme Cyrino22, as relações humanizadas
tivesse alguém lá fora eu não ficaria tão perdido. (U13) entre profissionais de saúde e usuários dos servi-
É receber bem, com delicadeza, cumprimentar ços “exigem, de partida, alcançar uma sensibilida-
com boa tarde. (U3) de do profissional para com o sofrimento do ou-
Ser bem tratada, gente perguntando o que quer e tro, de seu paciente”. É um assunto complexo, se
para onde é que vai, deixar no local. (U27) considerarmos que somos formados para atuar
Deveria ser legal, quando a gente chegasse per- mais sobre o físico e a doença do que sobre a pes-
guntasse logo do que a gente está precisando. (U24) soa de forma única, individualizada.
Deve ser ao chegar procurar atendimento, ser Na atenção básica, tem-se um ambiente fértil
bem informada e encaminhada, ter boas explicações para um trabalho com vistas à interação social, a
até pelo telefone. (U30) qual possibilita a construção da saúde com a par-
O contato entre profissional e paciente deveria ticipação de diferentes saberes. Além disso, con-
propiciar o conhecimento do usuário e a continui- forme observado, a forma como o serviço está
dade de acompanhamento. Segundo observamos, organizado influenciará as ações dos trabalhado-
é comum os usuários chegarem para serem atendi- res e usuários dentro dos serviços.
dos, dirigirem-se à recepção, confirmarem a con-
sulta, irem para a verificação de dados antropomé-
tricos e ficarem esperando para serem atendidos Considerações finais
nos corredores, sentados em cadeiras ou bancos e,
ao serem atendidos, irem embora. Portanto, não A questão do respeito foi um ponto priorizado
observamos qualquer tipo de acolhimento com vín- por todos os sujeitos envolvidos no processo de
culo entre usuários e trabalhadores da saúde. construção da saúde. Contudo, a fragmentação e
Na nossa concepção, como o trabalhador da os processos de trabalho sem a participação dos
saúde está acostumado com o ambiente de traba- trabalhadores de saúde e usuários dificultam as
lho, não percebe que as pessoas que chegam não relações entre os diferentes trabalhadores desta área
estão acostumadas com o ambiente e rotina de e entre estes e os usuários, e interferem também no
funcionamento do serviço. Contudo, devemos ter trabalho em equipe, assim como no preparo para
consciência do outro em sua individualidade, como lidar com as questões sociais e subjetivas presentes
ser singular. nas práticas de atenção à saúde.
Segundo Ayres21, trata-se de resgatar a dignida- Muitas vezes, o que ocorre é um atendimento
de de outros tipos de sabedoria na construção da acompanhado de modos de atenção baseados ape-
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Coelho MO, Jorge MSB

nas na relação queixa-conduta, tornando automá- tar que não estamos nos referindo a um conjunto
tico o contato entre trabalhadores e usuários e for- de pessoas reunidas em algumas ocasiões para dis-
talecendo a valorização somente na doença. Desse cutir e tentar resolver um problema, mas à produ-
modo, não se estabelece o vínculo com acolhimen- ção de uma grupalidade, como o conjunto forma-
to, tão fundamental e que permite, efetivamente, a do por usuários, trabalhadores, gestores, familia-
responsabilidade pelas nossas ações de saúde. res, entre outros sujeitos que estabelecem conexão
No estabelecimento de um diálogo entre o tra- para as construções coletivas, que suponha mu-
balhador da saúde e o usuário, poderemos encon- dança pelos encontros entre seus componentes.
trar a solução conjunta para os problemas de saú- Assim, as diferentes concepções de acesso, aco-
de, já que muitas vezes o desabafo traz a resposta lhimento e vínculo no processo de construção da
para determinada dificuldade. Ao mesmo tempo, saúde para os trabalhadores e usuários nos propor-
poderemos trabalhar com o conhecimento popu- cionaram o estabelecimento de estratégias com vis-
lar, que faz parte da cultura do paciente e jamais tas a aprimorar as ações de saúde na atenção básica,
deverá ser rejeitado. Mas a troca de conhecimen- para fazer valer os princípios do SUS. Para tanto,
tos só poderá ocorrer se o trabalhador tiver a hu- faz-se necessário a implementação do espaço físico,
mildade de ouvir, aceitar e associar o conhecimen- do ponto de vista da ambiência, na perspectiva de
to empírico ao acadêmico. promover um ambiente acolhedor. Sugere-se ainda
Nesse sentido, as tecnologias das relações su- o treinamento dos trabalhadores no sentido de hu-
põem troca de saberes (incluindo os dos usuários manizar a atenção, promovendo a execução de ativi-
e familiares), diálogo entre os trabalhadores e dades de acolhimento, pautadas nas tecnologias das
modos de trabalhar em equipe. E aqui vale ressal- relações, tendo em vista a satisfação dos usuários.

Colaboradores Referências

MO Coelho trabalhou na revisão de literatura, co- 1. Santos AM, Assis MMA, Rodrigues AAAO, Nasci-
leta de dados e redação do artigo. MSB Jorge orien- mento MAA, Jorge MSB. Linhas de tensões no pro-
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