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PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
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SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS...............................................................................................................3
2. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.............................................................................................................4
2.1. Casos de não aplicação do princípio da legalidade:...................................................................6
2.2. Exceções ao princípio da legalidade..........................................................................................7
3. PRINCÍPIO DA ISONOMIA................................................................................................................8
4. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA..................................................................................12
4.1. Subprincípios da capacidade contributiva: proporcionalidade e progressividade....................13
5. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE................................................................................................14
6. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE.....................................................................................................16
7. VEDAÇÃO AO CONFISCO...............................................................................................................20
8. NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS...................................................................21
9. PRINCÍPIOS APLICÁVEIS SOMENTE À UNIÃO.................................................................................23
9.1. Princípio da Uniformidade Geográfica....................................................................................23
9.2. Isonomia na tributação da renda............................................................................................23
9.3. Vedação a concessão de isenções heterônomas.....................................................................23
10. PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO BASEADA EM PROCEDÊNCIA OU DESTINO.........................24
11. QUADRO RESUMO......................................................................................................................24
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO.....................................................................................25
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA.................................................................................................................25
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ATUALIZADO EM 06/02/2019
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Constituição Federal reservou um capítulo para discorrer sobre o Direito Tributário, capítulo
denominado de Sistema Tributário Nacional (do art. 145 ao art. 162). Tal capítulo tem informações
sobre:
O Poder de tributar: quando a CF fala em poder de tributar, está outorgando esse poder para
quem tem necessidade de instituir o tributo – é a competência – quem tem competência de
instituir tributos são os entes federados.
Regras de repartições de receitas tributárias: trata muito mais de regras de direito financeiro
que de direito tributário. A repartição de receitas é imprescindível para assegurar a autonomia
dos entes federados. Quando a CF institui a repartição de receitas, não está apenas distribuindo
a receita, mas também conferindo autonomia a esses entes.
Limitações ao poder de tributar: são os princípios e as imunidades tributárias, conforme se
extrai dos arts. 150-152. Tanto os princípios quanto as imunidades restringem o poder de
tributar, porém, de formas distintas.
Princípios: art. 150, CF – mas existem outros princípios fora do art. 150.
- De forma geral, os princípios determinam como, quando e quanto cobrar de carga tributária.
Imunidades: art. 150, CF – mas existem outras imunidades fora do art. 150.
- As imunidades protegem determinadas pessoas, bens ou situações da incidência tributária. Acabam
funcionando como uma proteção à incidência de tributos.
Algumas limitações podem configurar cláusulas pétreas (leading case: ADI 939-7 DF). Ex.:
imunidade tributária recíproca decorrente do pacto federativo, que é cláusula pétrea (art. 150, VI, a,
CF); imunidade de templos de qualquer culto – liberdade de culto (art. 150, VI, b); imunidade dos
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão- livre difusão do pensamento (todos
reconhecidos no aludido julgamento), denominado de imunidade cultural.
#APROFUNDAMENTO: a moderna doutrina tributária considera que boa parte dos denominados
princípios constitucionais tributários, por não poderem ser ponderados quando parecem conflitar com
outros princípios, seriam na realidade regras, visto que são disjuntivos, aplicando-se ou não a cada
caso concreto, sem qualquer ponderação.
2. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
No direito brasileiro, aparece no art. 150 da CF, I, mais ligado ao aspecto formal, no sentido de
que precisa de uma lei em sentido formal (tirando as exceções legais) para que haja instituição ou
aumento de tributos. Tal lei seria resultado da aprovação/consentimento do cidadão com a tributação.
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias (ROL EXEMPLIFICATIVO NA CF) asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou
aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
A lei deve tratar de todos os elementos necessários para que o tributo possa incidir e ser cobrado
(elementos ou aspectos essenciais da hipótese de incidência tributária).
A lei deve tratar dos aspectos material, temporal, espacial, pessoal e quantitativo como
consequências do dever de alguém de pagar um tributo.
o Material (Objetivo);
o Temporal (quando?);
o Espacial (onde?);
o Pessoal (subjetivo – quem?);
o Quantitativo (quanto?);
Sendo criável por meio de LO, podem também serem instituídos via MP, mas, no caso dos
impostos, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei
até o último dia daquele em que foi editada – exceto II, IE, IPI, IOF e IEG (art. 62, §2º, CF)
o Nas demais espécies tributárias, a regra da anterioridade deve ser observada tomando
como referência a data da publicação da MP e não de sua conversão em lei.
Devemos ter especial atenção aos casos de não aplicação do princípio da legalidade e às exceções
constitucionais ao referido princípio.
Não se trata do aspecto temporal, pois este se remete ao fato gerador e não ao prazo de
pagamento.
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Súmula Vinculante 50: norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária
não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Esse prazo não precisa estar previsto em lei, mas se estiver, somente a lei poderá modificar o
prazo (simetria das formas).
c) Obrigações Acessórias:
São deveres formais, instrumentais, no interesse da fiscalização e/ou arrecadação de tributos.
Art. 113 - A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 2 - A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
Não se confundem com os casos de não aplicação do princípio. Em casos de não-aplicação, não
teríamos nem a instituição ou aumento de tributo. Nas exceções, há relação com majoração ou
instituição de tributos, que deveriam ser feitos via lei, mas a CF autoriza que sejam feitos via ato
normativo infralegal.
São exceções parciais ao princípio da legalidade, pois a CF, observados os limites e condições
estabelecidos em lei, autoriza o Poder Executivo a alterar o aspecto quantitativo.
a) II, IE, IPI e IOF e reduzir e restabelecer a alíquota da CIDE combustível : é possível a alteração da
alíquota via decreto do executivo, observados os limites e condições estabelecidas em lei.
Todos esses tributos têm uma função regulatória (são tributos extrafiscais) não tendo como
única finalidade a mera arrecadação de recursos.
O CTN fala em alteração da base de cálculo, o que não foi recepcionado pela CF/88, só podendo
ser alterada a alíquota.
Poder Executivo não significa apenas Presidente da República. É possível a delegação, pelo PR,
a outro ente da União. Por exemplo, as alíquotas do IE são fixadas hoje via resolução da CAMEX
(câmera do comércio exterior).
o Nessa hipótese, é necessário que lei preveja a possibilidade e limites da delegação.
CIDE – Alterar x Reduzir/Restabelecer.
o Alterar significa também poder aumentar;
o Reduzir/Restabelecer: o governo pode pegar a alíquota específica e reduzir até zero, ou
restabelecer até o teto da alíquota específica. Não poderia “furar” o teto.
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b) ICMS Monofásico incidente sobre combustíveis: a EC 35/01 diz que a lei complementar irá prever
determinados combustíveis sobre os quais incidirá um ICMS uma única vez, chamado pela doutrina de
ICMS monofásico.
A alíquota, nesse caso, será dada através de deliberação dos Estados federados.
Veja-se: os Estados se reúnem no âmbito do CONFAZ para deliberarem o valor da alíquota que
será cobrada, para que assim exista uma única alíquota.
c) Resolução do Senado Federal para fixar alíquota do ICMS nas operações interestaduais.
Art. 155 - Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 2º - O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
operações e prestações, interestaduais e de exportação;
EM SÍNTESE:
Não Aplicação do P. da Legalidade (não Exceções ao P. da Legalidade (instituem ou
instituem ou aumentam tributo) aumentam tributo)
Atualização monetária da base de cálculo II, IE, IPI e IOF
Prazo para recolhimento do tributo Reduzir ou Restabelecer as alíquotas do CIDE
combustível
Obrigações Acessórias ICMS monofásico incidente sobre combustíveis
Resolução do Senado Federal para fixar
alíquota do ICMS nas operações interestaduais
Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA
“Concessão de isenção à operação de aquisição de automóveis por oficiais de justiça estaduais.
(...) A isonomia tributária (CF, art. 150, II) torna inválidas as distinções entre contribuintes ‘em
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida’, máxime nas hipóteses nas quais,
sem qualquer base axiológica no postulado da razoabilidade, engendra-se tratamento
discriminatório em benefício da categoria dos oficiais de justiça estaduais.” (ADI 4.276, rel. min.
Luiz Fux, julgamento em 20-8-2014, Plenário, DJE de 18-9-2014.)
"A lei complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público do pagamento de
custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas ou emolumentos fere o disposto no art.
150, II, da Constituição do Brasil. O texto constitucional consagra o princípio da igualdade de
tratamento aos contribuintes. Precedentes. Ação direta julgada procedente para declarar a
inconstitucionalidade do art. 271 da Lei Orgânica e Estatuto do Ministério Público do Estado do
Rio Grande do Norte – LC 141/1996." (ADI 3.260, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 29-3-
2007, Plenário, DJ de 29-6-2007.) No mesmo sentido: ADI 3.334, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 17-3-2011, Plenário, DJE de 5-4-2011.
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"Lei que restringe os contribuintes da Cosip aos consumidores de energia elétrica do município
não ofende o princípio da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos os
beneficiários do serviço de iluminação pública. A progressividade da alíquota, que resulta do
rateio do custo da iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não afronta o
princípio da capacidade contributiva. Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com
um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não
exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. Exação que, ademais, se
amolda aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade." (RE 573.675, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 25-3-2009, Plenário, DJE de 22-5- 2009, com repercussão geral.)
No mesmo sentido: RE 642.938-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 29-5-2012, Primeira
Turma, DJE de 21-6-2012; AC 3.087-MC-QO, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 27-3-2012,
Segunda Turma, DJE de 21-6-2012; RE 635.001, Rel. Min. Joaquim Barbosa, decisão
monocrática, julgamento em 23-3-2012, DJE de 3-4-2012.
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STF: Não ofende o art. 173, § 1º, II da Constituição Federal a
escolha legislativa de reputar não equivalente a situação das empresas privadas com relação às
sociedades de economia mista às empresas públicas e suas respectivas subsidiárias
exploradoras de atividade econômica para fins de submissão ao regime tributário das
contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público(PASEP à luz dos princípios da igualdade tributária e da
seletividade no financiamento da Seguridade Social. STF. Plenário. RE 577494/PR, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 13/12/2018 (repercussão geral) (Info 927).
B) Princípio da uniformidade da tributação da renda (inciso II do art. 151 da CF: “tributar a renda das
obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
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Tema cobrado de maneira aprofundada no MPRS (2017). A seguinte assertiva foi considerada incorreta: É vedado à União
tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a
remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, ainda que em níveis inferiores aos que fixar para suas
obrigações e para seus agentes.
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remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para
suas obrigações e para seus agentes”). Perceba-se que não se está a tributar o rendimento do ente
federado que emitiu o título da dívida pública (o que é vedado pelo art. 150, VI, a, da CF), mas sim a
renda gerada pela operação (juros), que é rendimento do particular adquirente do título.
C) Princípio da liberdade de tráfego (inciso V do art. 150 da CF: “estabelecer limitações ao tráfego de
pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de
pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”). O trânsito de pessoas e mercadorias
não pode ser restringido por meio da imposição de tributos. A regra possui exceções: a) ICMS
interestadual; b) pedágio.
De acordo com o entendimento do STF, o efeito confiscatório de um determinado tributo deve ser
aferido de acordo com toda a carga tributária imposta ao contribuinte. Veja:
(...) A proibição constitucional do confisco em matéria tributária nada mais representa senão a
interdição, pela Carta Política, de qualquer pretensão governamental que possa conduzir, no campo da
fiscalidade, à injusta apropriação estatal, no todo ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos dos
contribuintes, comprometendo-lhes, pela insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a
uma existência digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação
de suas necessidades vitais (educação, saúde e habitação, por exemplo). A identificação do efeito
confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, mediante verificação da
capacidade de que dispõe o contribuinte - considerado o montante de sua riqueza (renda e capital) -
para suportar e sofrer a incidência de todos os tributos que ele deverá pagar, dentro de determinado
período, à mesma pessoa política que os houver instituído (a União Federal, no caso), condicionando-
se, ainda, a aferição do grau de insuportabilidade econômico-financeira, à observância, pelo legislador,
de padrões de razoabilidade destinados a neutralizar excessos de ordem fiscal eventualmente
praticados pelo Poder Público. Resulta configurado o caráter confiscatório de determinado tributo,
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sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela
mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou os
rendimentos do contribuinte. O Poder Público, especialmente em sede de tributação (as
contribuições de seguridade social revestem-se de caráter tributário), não pode agir
imoderadamente, pois a atividade estatal acha-se essencialmente condicionada pelo princípio da
razoabilidade. (...) (ADC 8 MC, STF julgado em 13/10/1999)
O princípio da isonomia guarda relação com a capacidade contributiva. Na verdade, não pode ser
analisado fora da capacidade contributiva, pois cada um vai contribuir conforme sua condição de
pagar, isso para que se atenda à justiça distributiva. Não significa que todos serão tratados da mesma
forma. A capacidade contributiva deve ser analisada no seu aspecto objetivo e subjetivo.
Objetivo/absoluto: é a capacidade identificada pelo legislador, que elege o evento ou fato-
manifestação da riqueza. Quanto maior a capacidade econômica, mais a pessoa deve pagar.
Deve-se analisar o fato que comprove essa capacidade econômica como, por exemplo, ser
proprietário de um imóvel ou veículo. Deve-se usar um critério que comprove a capacidade de
contribuir.
Subjetiva/Relativa: é a capacidade identificada pelo legislador, que elege o sujeito
individualmente considerado, levando em consideração a progressividade, mínimo existencial,
dentre outros fatores.
Art. 145 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Sempre que possível: o melhor entendimento é que a capacidade contributiva será adequada à
natureza do imposto e à técnica de sua incidência, além de servir para compatibilizar esse
princípio com a extrafiscalidade.
o Nem sempre a capacidade contributiva será observada como ocorre, por exemplo, com
os tributos extrafiscais, como o IPI. Por exemplo, por mais que o industrial seja de
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grande porte, sua tributação do IPI pode ser baixa de acordo com a essencialidade do
produto.
o Além disso, objetivos extrafiscais podem ensejar a minoração/majoração do tributo sem
observar a capacidade econômica/contributiva do contribuinte.
o ITR seria imposto extrafiscal, cobrando-se menos das propriedades mais produtivas e
mais das propriedades menos produtivas. Exemplo claro de se cobrar menos de quem
tem mais capacidade.
a) Proporcionalidade: observar certa proporção para fixar uma tributação. As pessoas pagarão
mais ou menos conforme a capacidade econômica. Essa ideia não é absoluta e evoluiu para a
progressividade. Na prática, a proporcionalidade se dá com a dimensão da base de cálculo. Assim,
quanto maior a base de cálculo, maior será o tributo a se pagar, em virtude da aplicação da alíquota.
b) Progressividade: entende-se que cobrar o mesmo percentual de todos não é o mais justo.
Sendo certo que quanto mais se afasta da margem existencial para o indivíduo, mais se cobrará do
contribuinte, assim, aumenta-se o percentual do tributo. Na prática, a progressividade se dá tanto com
a modificação da alíquota quanto com a modificação da base de cálculo.
No Brasil, temos:
Tributação fixa: como as taxas, por exemplo, de expedição de passaporte.
Tributação proporcional: IPTU, ISS, ITBI, ITCMD.
Tributação progressiva: IR.
Alíquotas seletivas/diferenciadas: não há necessariamente proporcionalidade ou
progressividade, mas uma própria atuação extrafiscal do Ente tributante. Ex.: alíquotas
seletivas de acordo com a essencialidade do produto.
A regra é que impostos reais não seriam progressivos, salvo se autorizados pela CRFB. Com base nesse
raciocínio, seria vedado também no caso do ITCMD. Contudo, no caso do ITCMD, O STF mudou o
entendimento e passou a aceitar que a progressividade pudesse existir na capacidade contributiva.
De acordo com o entendimento atual do STF: (i) todos os impostos estariam sujeitos ao princípio da
capacidade contributiva; (ii) Não haveria necessidade de emenda constitucional para que o ITCMD
fosse progressivo.3
5. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado - irretroatividade;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) – anterioridade anual
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b – anterioridade nonagesimal
O marco temporal significativo é a entrada em vigor da lei que majora ou cria um tributo. A
nova lei não pode alcançar fatos ocorridos no passado, antes da sua entrada em vigor.
O princípio da irretroatividade se aplica:
Instituição ou majoração de tributos, não havendo exceção.
Decorrência da própria legalidade.
Art. 106 do CTN: hipóteses de retroatividade da legislação tributária. Ex.: aplicação retroativa
da lei que deixa de considerar ato não definitivamente julgado como infração.
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Na primeira fase da PGE AMAZONAS, organizada pela CESPE, considerou-se incorreta a seguinte assertiva: “É
inconstitucional a fixação de alíquota progressiva para o ITCMD”.
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I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não
tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
No direito tributário, existe uma separação entre fatos geradores passados (consumados), fatos
geradores futuros e também fatos geradores pendentes.
A lei não se aplica aos fatos passados.
A lei aplica-se aos fatos futuros.
Fatos geradores pendentes: são aqueles cujo início já ocorreu, mas ainda não foram
consumados em sua totalidade à data da entrada em vigor da nova lei. Quanto aos fatos
pendentes, existe dúvida sobre a retroatividade da lei, formando-se correntes.
o 1ª corrente: fato gerador pendente seria igual ao fato gerador futuro. Ex.: negócio
jurídico sujeito à condição suspensiva. Assim, o fato gerador pendente só vai se
concretizar quando algo acontecer no futuro, não tendo problema em se aplicar a nova
lei tributária.
o 2ª corrente: há problemas quando temos o fato gerador complexivo, representando os
tributos para os quais se deve considerar um certo período de tempo.
Leva em consideração uma série de acontecimentos em dado espaço de tempo.
Fato gerador Ex.: CSLL e IRPF. Ao contrário da circulação da mercadoria ou transferência de
complexivo ou bem imóvel, não é possível apurar com exatidão, auferir se há lucro ou não em
periódico determinado período de tempo. É necessário fazer um recorte no tempo e
espaço para realizar um cálculo.
Fato gerador É possível verificar no tempo e no espaço o momento da ocorrência do fato
instantâneo gerador. Incide sobre compras e vendas, doações, etc.
Como a propriedade não é uma ocorrência, mas um status, não há um
Fato gerador
momento crucial para sua identificação, tal como ocorre nos fatos instantâneos.
continuado
É algo que se protrai no tempo.
6. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
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É um princípio que se fundamenta no valor segurança jurídica.
Princípio da não surpresa: representa uma forma do contribuinte não ser surpreendido com
uma nova lei tributária que majore ou crie tributos em seu desfavor.
Existe anterioridade do exercício financeiro e anterioridade nonagesimal / noventena /
anterioridade mitigada.
De acordo com Ricardo Alexandre (2016), “é importante ressaltar que o princípio existe para
proteger o contribuinte, não impedindo, portanto, a imediata aplicação das mudanças que
diminuam a carga tributária a que o contribuinte está sujeito (casos de extinção ou redução de
tributos) ou que não tenham qualquer impacto sobre essa carga tributária.”
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Contribuições Sociais
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
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Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de
1998)
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa
dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, "b".
b) Prorrogação fora do prazo de cobrança anterior: segundo STF, aqui incidiria a anterioridade, pois
não se trata materialmente de uma prorrogação, e sim de uma reinstituição do tributo.
Desta forma, se a “prorrogação” se der após o decurso do prazo previsto na lei anterior, aí será
necessária a observância da anterioridade (de exercício e nonagesimal).
#DESTRINCHANDO:
Exceções à anterioridade
II. Art. 153, I.
IE. Art. 153, II.
IOF. Art. 153, V.
IEG. Art. 154, II.
EC. Art. 148, I.
Relaxa. Respira. Vem tabelinha para ajudar a memorizar isso tudo (#FOCONATABELA):
#CASCADEBANANA: Não
se refere à alíquota.
IE Redução e -
restabelecimento da CIDE
Combustível
#CUIDADO: A majoração
deve observar a
anterioridade de exercício
também.
IOF Redução e -
restabelecimento do
ICMS Combustível.
#CUIDADO: A majoração
deve observar a
anterioridade de exercício
também.
Imposto Extraordinário - -
de Guerra
7. VEDAÇÃO AO CONFISCO
#SELIGANASÚMULA: Súmula 69 STF: A Constituição Estadual não pode estabelecer limite para o
aumento de tributos municipais.
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É possível que a análise do caráter confiscatório seja feita com base em um único tributo (e não
à carga tributária como um todo), pois visto que constitui conceito jurídico indeterminado,
deve ser aferido no caso concreto.
Nos termos da jurisprudência do STF, não se deve analisar o tributo isoladamente, pois
pode ser que o seu peso individual não aparente gerar efeito confiscatório, mas, ao ser
acrescido a outros tributos incidentes sobre a mesma manifestação de riqueza e
cobrados pelo mesmo ente, a razoabilidade desapareça. Esse entendimento é utilizado em
favor do sujeito passivo que será excessivamente onerado. Ocorre que, por vezes, um único
tributo, sozinho, já pode aferir caráter de penalização.
Para fins de concurso, cuidado com o enunciado e com o que o examinador aduz.
Se o item afirmar que “A obediência ao princípio do não confisco é verificada em cada tributo,
isoladamente”: essa afirmativa é falsa, pois foge à regra e ao entendimento do STF de que deve
ser verificada a carga tributária como um todo. Esta é a regra.
Contudo, se vier exposto, genericamente, que “é impossível que se caracterize o caráter
confiscatório pela análise de único tributo”, essa afirmativa é falsa. Pois é possível.
A natureza do tributo (fiscal ou extrafiscal) pode levar a algumas diferenciações no que tange à
observância da vedação ao confisco. Os tributos extrafiscais visam estimular ou desestimular
uma determinada conduta. Neste contexto, há quem afirme que o princípio da vedação ao
confisco não poderia ser aplicado a tais tributos quando objetivassem desestimular uma
conduta. Não obstante, ainda que o objeto seja desestimular certa conduta, é possível a análise
da vedação ao confisco à luz da razoabilidade e proporcionalidade.
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Ricardo Alexandre, Direito Tributário (2017).
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Multa tributária: A multa é consequência da prática de uma conduta contrária ao direito. Embora
tributo e multa não se confundam, o STF entende que o princípio da vedação ao confisco aplica-se
também às multas tributárias. A sanção deve ser razoável, ou seja, proporcional à infração, sob pena
de ter um efeito confiscatório.
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STJ: O Estado não pode adotar sanções políticas para constranger o
contribuinte ao pagamento de tributos em atraso. STJ. 1ª Turma. RMS 53.989-SE, Rel. Min. Gurgel de Faria,
julgado em 17/04/2018 (Info 626).
*#OUSESABER: Emenda Constitucional pode alterar a norma magna que prevê tributação com efeito
de confisco?
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O STF já reconheceu expressamente o caráter de garantia individual a diversas limitações
constitucionais ao poder de tributar, a exemplo do Princípio da Anterioridade Tributária, previsto no
artigo 150, III, “b”, CF/88 (STF, Tribunal Pleno, ADI 939-2/DF, Rel. Min. Sidney Sanches, j. 15.12.1993,
DJ 18.03.1994, p. 5.165). Sobre referido princípio, aponta Eduardo Sabbag: (...) o princípio da
anterioridade da lei tributária representa um dos direitos fundamentais mais relevantes outorgados ao
universo dos contribuintes pelo texto constitucional, além de traduzir, na concreção de seu alcance,
uma expressiva limitação ao poder impositivo do Estado.
Vale ressaltar que o comando constitucional que enuncia as cláusulas pétreas (Art. 60, § 4º, CF) não
veda de modo absoluto a edição de emendas sobre tais matérias, proibindo apenas as modificações
tendentes a abolir (restringir, limitar) o que ali está disposto.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder
Público;
#PEDÁGIO #POLÊMICA
A polêmica do dispositivo se concentra na questão do pedágio. Há varias posições a respeito da
natureza jurídica do pedágio.
Corrente 1: Pedágio é tributo. Há uma vertente que acredita que teria natureza de taxa, outros
consideram uma espécie tributária autônoma.
Corrente 2: Pedágio é preço público.
Corrente 3: Pode ser taxa ou preço público. Parte desta corrente entende que se for cobrada
pelo Poder Público, será taxa, mas se a cobrança for feita por um particular, será preço público.
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Outra vertente deste mesmo entendimento considera que, se houver uma via alternativa para
ser usada pelo cidadão, será preço público, caso não haja, será taxa.
“O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo poder público, cuja cobrança
está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza
jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita
ao princípio da legalidade estrita.” (ADI 800, rel. min. Teori Zavascki, julgamento em 11-6-2014,
Plenário, DJE de 1º-7-2014.)
Segundo o Min. Teori Zavascki, é irrelevante, para a definição da natureza jurídica do pedágio, a
existência ou não de via alternativa gratuita para o usuário trafegar. Isso porque essa condição
não está estabelecida na CF/88. Dessa forma, esse traço distintivo trazido pela 3ª corrente não
encontra amparo na CF/88.
Além disso, mesmo que não exista uma estrada alternativa gratuita, na visão do STF, a
utilização da via com pedágio continua sendo facultativa. Isso porque a pessoa tem a
possibilidade de simplesmente não dirigir o seu veículo, ir a pé, de bicicleta, de ônibus, de avião
etc. Enfim, existem outras opções. No mesmo sentido: RIBEIRO, Ricardo Lodi. Tributos. Teoria
Geral e Espécies. Niterói: Impetus, 2013, p. 45
Atualmente, a maior parte dos pedágios é cobrada sob a modalidade de tarifa, com base em
contratos de concessão celebrados pelo poder público com concessionária.
No STF, há um RE (645.181), no qual foi reconhecida a repercussão geral da questão
constitucional alusiva à possibilidade ou não de cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público no caso em que não há estradas alternativas.
#PENDENTEDEJULGAMENTO
Exemplo: União não poderia estabelecer uma alíquota de IR de 10% para o servidor público federal e
de 25% para o servidor público estadual.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
De acordo com a própria disposição constitucional, trata-se de princípio direcionado aos
Estados, DF e Municípios.
o #PEGADINHA #DERRUBANDOOCANDIDATO: De acordo com expressa disposição
constitucional, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão
de sua procedência ou destino. ERRADO!
Como exemplo da aplicação do princípio, o STF determina que um veículo importado não pode
ter alíquota de IPVA mais alta da aquela incidente sobre os veículos nacionais.
É importante rememorar que algumas das limitações se aplicam apenas no âmbito da União,
outras nos Estados e Municípios, ao passo em que outras se aplicam a todos os entes.
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA