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Tarefa 3 – Respostas

- Texto sobre estabilidade de taludes:

Para Massad (2010), os métodos de equilíbrio limite consideram uma massa de solo, tomada
como corpo rígido-plástico, na iminência de entrar em um processo de escorregamento, e
admitem como válidas as equações de equilíbrio da estática. As 3 hipóteses básicas são:
 O solo comporta-se como material rígido-plástico, isto é, rompe-se bruscamente, sem
se deformar;
 As equações de equilíbrio da estática são válidas até a iminência da ruptura, quando, na
realidade, o processo é dinâmico;
 O coeficiente de segurança (FS) é constante ao longo da linha de ruptura, isto é,
ignoram-se eventuais fenômenos de ruptura progressiva.

De acordo com Gerscovich (2016), do ponto de vista determinístico, o equilíbrio limite para
análise de estabilidade de massas de solo é uma das duas abordagens para se achar o FS.
O método de equilíbrio limite consiste na determinação do equilíbrio de uma massa ativa de
solo, a qual pode ser delimitada por uma superfície de ruptura circular, poligonal ou de qualquer
outra geometria. O método assume que a ruptura se dá ao longo de uma superfície e que todos
os elementos ao longo dessa superfície atingem simultaneamente a mesma condição de FS=1.

As hipóteses mais importantes assumidas são:

- Postula-se um mecanismo de ruptura (arbitra-se uma determinada superfície potencial de


ruptura – circular, plana, etc. – o solo acima da superfície é considerado um corpo livre e é
subdividido em fatias, conforme figura abaixo.

- O equilíbrio é calculado pelas equações da estática (ver figura abaixo). O equilíbrio de forças é
feito por meio da análise do equilíbrio de cada fatia. O equilíbrio de momentos é feito
comparando o somatório dos momentos estabilizantes e instabilizantes, e a tensão cisalhante
mobilizado (ꞇmob) é uma das incógnitas do problema.
Ao se examinar as equações disponíveis e as incógnitas, observa-se que o problema é
estaticamente indeterminado (ver quadro abaixo).

As equações de equilíbrio e de resistência ao cisalhamento são aplicadas a todas as


fatias, num total de 4n equações, sendo n o número de fatias. As incógnitas envolvem não só o
FS, como também os esforços atuantes na base e no contato entre as fatias, além do ponto de
aplicação dessas resultantes. Com isso, o número de incógnitas (6n-2) é superior ao de equações
(4n). Para resolver esse problema, vários métodos de cálculo foram propostos, com diferentes
hipóteses simplificadoras para reduzir o número de incógnitas. Uma hipótese comum a todos
os métodos é assumir que o esforço normal na base da fatia atua no ponto central, reduzindo
as incógnitas a (5n-2). Assim, os métodos adotam alternativas de cálculo de forma a eliminar as
(n-2) incógnitas e tornar o problema estaticamente determinado.

- Nas análises, a tensão cisalhante mobilizada (ꞇmob) ao longo da superfície de ruptura é


determinada de forma que a massa esteja em estado de equilíbrio limite. Essa abordagem
estabelece que o FS seja o valor ao qual os parâmetros de resistência devam ser reduzidos, de
forma a tornar o talude no limite da instabilidade, isto é,

No caso de solo saturado, tem-se:

E, para a condição não saturada:

- O FS é admitido constante em toda a superfície, isto é, todos os pontos ao longo da superfície


de ruptura atingem simultaneamente a resistência ao cisalhamento (FS=1).

- A superfície potencial de ruptura, associada ao FS mínimo, é determinada por um processo de


procura, como exemplifica a figura abaixo. A procura da superfície crítica mostra os contornos
de mesmo FS. Em geral, os contornos tendem a apresentar uma forma elíptica, com o eixo maior
aproximando-se da superfície do talude. Essa superfície potencial de ruptura é única, e não é
possível encontrar FS mínimos associados a mais de uma superfície. A convergência do processo
pode ser verificada a partir do traçado de curas de mesmo FS, o que auxilia significativamente
no estabelecimento da região a ser pesquisada.
A vantagem do método de Equilíbrio Limite está na sua simplicidade e precisão de resultados;
entretanto, as premissas adotadas assumem um comportamento da massa de solo não
compatível com a realidade, com os seguintes pontos principais:
- A hipótese de que todos os elementos ao longo da superfície de ruptura atingem,
simultaneamente, a condição de FS=1, implica a adoção de um modelo constitutivo rígido
plástico, incompatível com o modelo elastoplástico do solo (ver figura abaixo). Adicionalmente,
é inviável ter qualquer informação sobre as deformações, isto é, não há como verificar se estão
na faixa admissível para o projeto.

- As hipóteses simplificadoras adotadas pelos métodos de cálculo acarretam diferentes


distribuições de tensão normal ao longo da superfície de ruptura e, consequentemente resultam
em FS diferentes. A figura abaixo compara a distribuição de tensão normal ao longo da superfície
de ruptura obtida por um dos métodos de equilíbrio limite (método de Bishop), com a
correspondente determinada por outro método que incorpora um modelo constitutivo
elástico/não linear (método dos elementos finitos). As diferenças nas distribuições de tensão
efetiva ao longo da superfície de ruptura resultam em diferenças na resistência mobilizada e,
consequentemente, na previsão do FS.
- A definição do FS a partir do confronto entre a resistência ao cisalhamento e a tensão cisalhante
mobilizada equivale a assumir uma trajetória de tensão vertical (Tavenas; Trak; Leroueil, 1979).
Na prática, dependendo das condições de variação no estado de tensões e da velocidade de
dissipação de poropressão, as trajetórias de tensão são muito distintas. A figura abaixo mostra
um exemplo em que, caso o momento crítico seja final de construção (condição não drenada),
a resistência ao cisalhamento (qnd) será inferior à adotada pelo método de equilíbrio limite (qf);
e o resultado inverso será obtido em condição de longo prazo, drenada (qd); a dissipação dos
excessos de poropressão resulta em tensões efetivas mais elevadas e, consequentemente,
resistência ao cisalhamento superior à obtida com a trajetória vertical.

- Resolução do problema dado:

O ábaco de Taylor (tensões totais) nos fornece a solução para a condição de ruptura, FS=1.
Para FS =1,5, devemos calcular o valor da resistência não drenada a ser adotado, isto é:
(Su)FS = 1,5 = 30/1,5 = 20kPa

1/N = Su/ ɣ*H = 20/16*9 = 0,14

Sendo DH = 3m, chegamos a D=0,33 e para n ≈ 0, temos a inclinação necessária de ꞵ = 18,8º


ou 1:2,95 (V:H).

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