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Universidade Federal do ABC

Amanda Calado de Oliveira


Bruna de Queiroz Alves
Bruno Borghese
Daniel Coutinho Martins
Gabriela Letícia de Almeida
Lucas Alexandre Dias Conceição

Análise do cenário político brasileiro no século XXI

São Bernardo do Campo - SP


Agosto/2016
Resumo

O século XXI vem se mostrando conturbado em seu cenário político e econômico,


isto porque houveram muitas manifestações populares e protestos para exigir
mudanças e melhorias dentro do governo. O povo ficou mais participativo na política
e o papel da mídia, internet e outros meios de comunicação se tornou essencial
para a obtenção e discussão da informação.
Muitos governantes e posições políticas lançaram ao povo o desejo (e talvez até a
necessidade) de se adotar uma postura política, um lado, esquerda ou direita. Na
televisão foram transmitidos momentos de protestos - como o pedido de
impeachment da presidente em exercício Dilma Rousseff -, Copa do Mundo de
Futebol recheada de vaias a presidente, momentos conturbados na câmara dos
deputados, investigações de governantes e suas famílias, vaias nas olimpíadas para
o presidente interino Michel Temer. Isto não passa despercebido diante dos olhos
do telespectador, que rapidamente assume um lado e defende o que acredita.
Porém, será que as pessoas detém o conhecimento necessário de como funcionam
estes partidos e quais as suas ideologias? As pessoas escolhem suas posições por
livre-arbítrio ou são impulsionadas - ora pela mídia, ora pela família, ora pela
escola-?
É muito importante conhecer para defender, entender para debater, e, este é um
trabalho que visa mostrar e explicar os inícios, meios e fins do que a política tem se
tornado no século XXI.

Problemática

Atualmente, vivemos em um país que passa a ser alvo dos olhos do mundo. Isso
não se deve apenas aos Jogos Olímpicos que estão ocorrendo na segunda maior
cidade nacional, o Rio de Janeiro, mas cerca de 3 meses antes do evento começar
o Brasil já estava na boca do povo estrangeiro. Esse fato deu-se pelo momento
conturbado que vive a política presidencialista brasileira, desde quando o governo
reconheceu a crise econômica instaurada no país até o recente afastamento da
presidente Dilma Rousseff. Ainda antes, levantavam-se discussões calorosas entre
os cidadãos brasileiros que possuíam ideologias políticas antitéticas, na qual os
esquerdistas defendiam a permanência da presidente supracitada enquanto a direita
conservadora nacional colocava-se às ruas em forma de protesto a favor do
impeachment. Vendo esse debate fervoroso, conclui-se que poucos estudos
nacionais demonstram o real posicionamento durante o duelo Esquerda x Direita,
nem o que são estes elementos de estudo das Ciências Políticas. Assim, a
problemática apresentada neste estudo aponta os efeitos desse eterno embate
diametralmente político em meio ao cenário brasileiro do século XXI.
Objetivos

● Objetivo principal:

Esse trabalho possui como temática principal a distinção dos conceitos abordados
pela Ciência Política para tratar do embate histórico entre a Esquerda e a Direita.
Assim, deve-se seguir como tratamento dos termos e definição de cada programa
político proposto, ambos em âmbito nacional.

● Objetivos secundários:

Para que haja completo entendimento da problemática social apresentada e de


como pode-se ser extinguida, deve-se compreender certos objetivos que não o
principal. Para tal, será exemplificado o âmbito social e político nacional durante o
século XXI, além de demonstrar a posição à luz de um dos teóricos clássicos sobre
esse embate. Por fim deverá ser apresentado a influência desse duelo de
posicionamento perante a sociedade e como ele influencia na formação dos jovens
brasileiros.
Justificativa

Escolheu-se este tema por sua atualidade e importância social, uma vez que a
nação passa por diversos conflitos ideológicos e se vê em manifestações, protestos
e panelaços a fim de demonstrar seu descontentamento com o cenário político e
exigir mudanças. É importante para o povo, neste momento delicado, perceber e
entender como se posicionam alguns partidos e principais políticos brasileiros, pois
assim poderão compreender melhor qual o rumo das decisões tomadas e quais os
embasamentos para ela. É muito importante tomar conhecimento político numa
época em que acontece muito apelo midiático e muitas promessas por parte dos
governantes.
Este é um trabalho não somente para o âmbito acadêmico, mas para orientar e
instruir qualquer cidadão dentro de nossa sociedade. Foi realizado com base em
pensadores contemporâneos e atuais, analisando a fundo quais são os partidos
nacionais e quais as suas principais ideologias.

Corpo do trabalho
Em pleno século XXI, vemos a clara discussão que toma conta de qualquer
conversa tratada sobre política: Você é de Esquerda ou de Direita? E aqui entra o
primeiro plano que trata a Ciência Política, como se ocorre a classificação de uma
ideologia individual perante a sociedade. Para analisar essa classificação precisa-se
voltar aos primórdios do uso destes termos, atualmente, banais. Na obra “Os
Pensadores da Nova Esquerda”, o filósofo inglês Roger Scruton assinala:

“O uso moderno do termo ‘esquerda’ deriva da Assembleia dos Estados Gerais de


1789, quando, na França, a nobreza sentou-se à direita do Rei, e o Terceiro Estado,

à sua esquerda.” (SCRUTON, 2014, pp.14)

Observa-se assim que desde o princípio a direita é caracterizada por aqueles que
possuem o poder aquisitivo sempre maior do que aqueles que representa a
esquerda revolucionária. Mas apenas essa definição se torna vazia quando se é
possível subir de um escalão social, ou seja, adquirir poder aquisitivo, mas mesmo
assim manter a ideologia inicial, ou ainda possuir uma ideologia contrária ao seu
poder aquisitivo. Assim se faz necessário levar o estudo às definições que
precederam o início do capitalismo. O que leva a diferença mais genérica entre a
Esquerda e a Direita, que se dá por um processo de análise filosófica da natureza
humana. Considerado o “pai dos esquerdistas”, Jean-Jacques Rousseau defende a
ideia de que “o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”. Todavia, para
Thomas Hobbes ocorre o oposto, de onde observa-se a famosa citação: “O homem
é o lobo do homem”. Aqui então temos a primeira e se não, talvez, a mais clara
distinção entre as ideologias: a direita possui uma visão conturbada e pessimista do
ser humano, enquanto os esquerdistas veem o ser humano de maneira otimista e
romantizada.
Essa visão esquerdista ganharia ainda mais impacto juntamente as ideias
positivistas de Auguste Comte. Ao desassociar a religião e a metafísica para
explanar a realidade, Comte remonta uma forma de conhecimento superior,
considerada a etapa final de evolução humana. Essa teoria fez com que esse
filósofo se tornasse referência e inspiração para o desenvolvimento das diversas
propostas da “engenharia social”. E depara-se então com uma segunda distinção
entre os termos: a esquerda tende a promover uma “reengenharia social” baseado
nas ações de seus líderes, enquanto a direita tende a se defender estes ideais, pois,
acredita na evolução humana natural.
Após isso, vemos uma terceira distinção clara entre estes termos antitéticos: a
esquerda coletivista contra a direita individualista. Esta distinção fica clara quando
os estudiosos alemães Friedrich Engels e Karl Marx começam a iniciar os seus
estudos políticos. Em “O Manifesto Comunista”, tem-se a seguinte citação:

“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias atuais tem sido a
história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e
servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos.”

(MARX, ENGELS ; 1848; pp.7)

Aqui, é possível observar a comparação com o que fora supracitado entre o que foi
dito por Scruton, a luta de classes entre os oprimidos e opressores, onde os
oprimidos sentaram-se à esquerda do Rei enquanto os opressores puseram-se à
direita. Além disso, vê-se que ambos os estudiosos complementam a ideia da
esquerda coletivista, todos em prol de um bem maior, um bem para a sociedade no
geral e não apenas individual:

“Finalmente, em toda parte os comunistas trabalham pela união e pelo entendimento


dos partidos democráticos de todo o país. [...] Proletários de todo o mundo, uni-vos!”

(MARX, ENGELS ; 1848; pp.58)

Marx e Engels defendem a união de todos os proletários do mundo, em prol de um


bem comum e da divisão da mais-valia, e caracterizam os ideais de uma esquerda
revolucionária, de modo violento, diante às classes dominantes:

“[..]Declaram abertamente que seus fins só poderão ser alcançados pela derrubada
violenta das condições sociais existentes. Que as classes dominantes tremam diante
da revolução comunista! Os proletários não tem nada a perder senão os seus

grilhões.” (MARX, ENGELS; 1848; pp.58)

Além do mais, tem-se a problemática de que não se pode dizer que esquerda e
direita são apenas termos para distinguir ideologia políticas. Mais do que isso, a
Esquerda e a Direita são programas políticos diametralmente opostos para a
resolução de problemas sociais e políticos. O filósofo político Norberto Bobbio,
falecido em 2004, foi um expoente no estudo moderno sobre a Esquerda e Direita.
Em seu livro “Direita e Esquerda: Razões e Significados de uma Distinção Política”
ele aponta:
“[...], ‘esquerda’ e ‘direita’ não indicam apenas ideologias. Reduzi-las a pura
expressão do pensamento ideológico seria uma indevida simplificação. “Esquerda” e
“direita” indicam programas contrapostos com relação a diversos problemas cuja
solução pertence habitualmente à ação política, contrastes não só de ideias, mas

também de interesses e de valorizações [..]” (BOBBIO, 1995, pp. 33)

Bobbio também cita como estas ideologias se contrapõem e como são excludentes.
Como em qualquer área do conhecimento, as ciências políticas se antagonizam em
grandes dicotomias, devido as famosas díades das informações: na sociologia,
sociedade-comunidade; em economia, mercado-plano; em direito, privado-público.

“Enquanto termos antitéticos, eles são, com respeito ao universo ao qual se referem,
reciprocamente excludentes e conjuntamente exaustivos. São excludentes no
sentido de que nenhuma doutrina ou nenhum movimento pode ser simultaneamente
de direita e de esquerda. E são exaustivos no sentido de que, ao menos na acepção
mais forte da dupla, uma doutrina ou um movimento podem ser apenas ou de direita

ou de esquerda.”(BOBBIO, 1995, pp.31)

Assim, após todas as informações citadas, pode-se definir então ambas as


ideologias políticas mais encontradas pelo país:
● Esquerda: Ideologia voltada para a distribuição de renda de forma equalitária,
focada no proletário e nas minorias, em prol de um bem maior social,
acreditando no ser humano bom por essência.
● Direita: Ideologia voltada para a concentração de renda individual, focada na
burguesia, em prol de um bem individual, devido a crença na evolução
humana de forma gradual e natural.
Proposta

Através dos problemas sentidos por grande parte da população brasileira, como
mostram as pesquisas de opinião. Grande parte da população não se sente
representada pela classe política e também não se contenta com o sistema político
vigente.
Desde as grandes manifestações no inicio de 2013, acabaram emergindo
movimentos de representação popular e apartidários que tinham como objetivo
apresentar mudanças nas leis e na estrutura eleitoral no Brasil. Esses movimentos
não se caracterizam somente por movimentos de direita, mas também movimentos
de esquerda e de centro. Após as eleições presidenciais de 2014, boa parte destes
movimentos populares ganharam expressão nacional e seguiram em busca de
reformas ou pela luta de algum ideal comum por seus membros.
Com o agravamento da crise econômica no final de 2014, os representantes de
direita como o Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre, se dedicaram na luta pelo
impeachment e também por uma reforma política no sistema eleitoral.
Atualmente, a legislação eleitoral brasileira e a Constituição, promulgada em
1988, permitem a existência de várias agremiações políticas no Brasil. Com o fim da
ditadura militar (1964-1985), vários partidos políticos foram criados e outros, que
estavam na clandestinidade voltaram a funcionar.
Atualmente (até 13/10/15) existem 35 partidos políticos registrados no TSE -
Tribunal Superior Eleitoral. (Ver Anexo 4). Tal condição torna o Presidencialismo de
coalizão, atual sistema político brasileiro, inviável, pois o representante do Executivo
Federal passa a exercer um grande esforço para garantir sua base aliada no
congresso nacional e assim poder governar.
Abaixo segue uma tabela com os partidos classíficados de acordo com as
suas ideologias. Percebe-se que alguns valores de criação não são seguidos na
prática política

Classificação dos Partidos políticos segundo suas ideologias


Direita Centro-Direita Centro Centro-Esquerda Esquerda

DEM PTB PMDB PT PSOL

PSC PTC PSDB PDT PC do B

PP PSDC PR PSB PSTU

PHS PSL PPS PCB

PR PMN PCO

OBS: Os partidos não citados acima são indefinidos ou tem pouca expressão
nacional.

Para apresentarmos uma proposta de mudança, primeiramente é importante


entender o modo de funcionamento do sistema político em vigência. Pelas regras
atuais, as eleições para presidente, governador, prefeito e senador seguem o
sistema majoritário. No caso de deputados federais, estaduais, distritais e
vereadores, o sistema utilizado hoje é o proporcional com lista aberta.

Sistema Majoritário: Geralmente, é eleito o candidato que receber a maioria


absoluta dos votos válidos (mais da metade dos votos apurados, excluídos os votos
em branco e os nulos). Se nenhum candidato atingir o número na primeira votação,
realiza-se um segundo turno entre os dois mais votados.

No caso de eleição de prefeitos de municípios com menos de 200 mil eleitores,


exige-se apenas a maioria relativa dos votos (o maior número dos votos apurados) e
não há segundo turno.

Sistema proporcional com lista aberta: No caso de deputados federais,


estaduais, distritais e vereadores, o sistema utilizado hoje é o proporcional com lista
aberta. É possível votar tanto no candidato como na legenda. Na apuração, deve-se
contabilizar o total de votos obtidos por cada partido, somando os votos de legenda
e os votos dos candidatos dessa legenda. As vagas são distribuídas de forma
proporcional aos votos totais obtidos por cada partido. A partir daí, os partidos
preenchem suas vagas conquistadas com seus candidatos com maior votação. É
por isso que um candidato com muitos votos, ajuda a eleger candidatos de sua
legenda ou coligação que tenha obtido menos votos. O grande problema das
eleições proporcionais é o calculo exato das proporções devidas a cada partido.
Como o número de votos quase nunca é um múltiplo exato da proporção entre
cadeiras e eleitores, um sistema de arredondamento e redistribuição das vagas não
preenchidas precisa ser utilizado. No Brasil utiliza-se um método conhecido como
quociente eleitoral para o calculo das proporções e outro conhecido como
distribuição das sobras para ocupar as cadeiras não preenchidas pelo quociente
eleitoral. Este sistema é a grosso modo equivalente ao método D'Hondt utilizado em
Portugal e diversos países europeus, mas se utiliza uma metodologia diferente para
efetuar os cálculos. O quociente eleitoral é definido como o total de votos válidos
dividido pelo número de vagas.

Considerando o tamanho de proporções continentais do Brasil, toda essa campanha


política demanda além de tempo, muito dinheiro (Haja visto que os maiores
esquemas de corrupção do país indicam que boa parte do dinheiro público desviado
foi para financiar campanhas políticas). Hoje, com esse sistema vigente, o
financiamento das campanhas são Mistas (privado: doações de pessoas físicas;
público: Fundo Partidário e propaganda política gratuita).

Com o intuito de reformar o sistema político, e principalmente para baratear as


campanhas, até o final de 2015 era permitido doação de empresas, porém a mesma
foi retirada. Também foram reduzidos o tempo de campanha em mais de 50% e o
horário público eleitoral. Tais mudanças serão testada nas eleições municipais de
2016.

Essa “reforma política” não agradou nem os movimentos sociais de Direita e nem os
movimentos de Esquerda. Porém algumas propostas de reforma ainda estão em
tramitação no Congresso.

· Voto majoritário (Proposta de Emenda Constitucional 54/2007): Abole o


cálculo proporcional para preenchimento das vagas no Legislativo. Os
candidatos mais votados seriam eleitos, independente do número de votos de
seu partido.
· Voto proporcional com lista fechada (Proposta de Emenda Constitucional
293/2011 e Projeto de Lei 4636/2009): No lugar de votar no candidato, o eleitor
votaria no partido e este teria uma lista de candidatos numa ordem preestabelecida.

· Voto proporcional com lista flexível (Proposta de Emenda Constitucional


43/2011): O partido tem uma lista com candidatos, mas o eleitor também pode
escolher um nome. Votos da legenda vão para o candidato que encabeça a lista.

· Voto em dois turnos (Projeto de Lei 7869/2010): No primeiro turno, o


eleitor vota no partido e será definido quantos parlamentares cada legenda
terá. No segundo turno, o eleitor vota no candidato, para definir quais deles
ocuparão as vagas conquistadas por cada partido.

· Voto distrital (PL 1210/2007) :Cada estado e cidade seria dividido em


diversos distritos. Em cada distrito seria eleito um único deputado

· Voto distrital misto (Proposta de Emenda Constitucional 10/1995): Uma


parte dos deputados seriam eleitos no formato de voto distrital e outra parte
no formato proporcional. Na parte proporcional, a escolha poderia se dar em
lista aberta,ou fechada

· Candidatura avulsa (Proposta de Emenda Constitucional 229/2008):


Permite que um candidato possa se registrar sem estar filiado a um partido
político

Há também uma vertente mais radicalizada que defende a mudança do sistema


Presidencialista para o sistema Parlamentarista. Essa proposta foi o princípio
de fundação do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) em 1988.
Essa proposta consiste na formação de uma base partidária no Congresso
Federal que elegeria um primeiro ministro, este mesmo que seria o chefe de
governo e exerceria as funções de nomeação de outros ministro e esse
responderia pelo governo brasileiro. Para que tal proposta funcione, o
sistema de eleição do Legislativo teria que ser Distrital. Porém, nada impede
que também exista um Presidente eleito, que neste caso exerceria as
funções de Chefe de estado e representaria o Brasil nas missões Exteriores.
Tal sistema é muito usado na Europa e Ásia.

Como constatado, existe uma infinidade de propostas reformistas do sistema


politico brasileiro, porém há de mister que esse debate precisa ser feito com
a sociedade como um todo.
Considerações finais

É visto que, ao nascer, o ser humano é constantemente influenciado na sua


formação pelas pessoas, costumes e cultura a sua volta. Em um primeiro momento,
pela sua família quando ainda um bebê, ao ter o primeiro contato com o “meio
exterior” indo para a escola, até se encontrar em um ciclo de amigos onde se
identifica com pessoas que pensam como ele e defendem os mesmos pontos de
vista e ideais, se encontrando com a sua “tribo” na sociedade.
Já dizia Rousseau que “O ser humano é produto do meio”; assim, no nosso
cotidiano somos diretamente influenciados pelas pessoas e “cenário” a nossa volta.
E na politica não poderia ser diferente. Pessoas são constantemente levadas a crer
em um cenário político não verídico, por serem manipuladas pela mídia - que por
sua vez manipula a sociedade expondo apenas o que a serve melhor - o que vai dar
audiência, o que defende seus interesses, as falsas verdades…; influenciando
diretamente a população - , redes sociais e opinião de amigos em seu ciclo social.
Uma pesquisa realizada pela revista época mostrou, como a própria manchete diz,
“que a educação não dá voto” e um trabalho de pesquisa mostrou que 65% dos
municípios pobres onde as transferências de renda cresceram mais do que os
gastos em educação reelegeram o prefeito. Um dado favorável aos candidatos, já
que pode-se acreditar que, quanto maior o déficit em educação, maior a alienação,
levando a uma manipulação mais fácil das massas.
Diante disto realizamos uma pesquisa de opinião entre amigos e conhecidos para
constatar se essa influência interfere diretamente na hora do voto e que parcela de
pessoas é mais fácil influenciada. É importante saber de inicio que o questionário foi
respondido por 675 pessoas, e que dentre essas, 502 (74,4%) tinham faixa etária
entre 16 e 24 anos (ANEXO 1, GRÁFICO 3) e 96% não concordam com o atual
cenário politico (ANEXO1, GRÁFICO 2).
Restringindo a pesquisa e tendo como paralelo de análise pessoas que estudam na
Universidade Federal do ABC - UFABC (47,9%) (ANEXO1, GRÁFICO 1) ou não,
percebemos que, dentre os estudantes, aproximadamente 69% (ANEXO 3,
GRÁFICO 3) são contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dentre os
não estudantes da UFABC (52,1%) são contra o impeachment. Apesar de ser um
número menor comparada à “comunidade da UFABC”, vemos que ambas as partes
dividem opiniões parecidas como mostra o gráfico 6 do anexo 1, entre estudantes e
não estudantes da UFABC aproximadamente 89% acreditam que a solução para o
atual cenário de conturbações politica do nosso pais é uma reforma politica.
Anexo 1 - Gráfico Geral
Anexo 2 - Gráficos referentes a informações de pessoas externas à UFABC
Anexo 3 - Gráficos referentes a informações de pessoas internas à UFABC
Bibliografia
AQUINO, Amilton. Diferenças Fundamentais entre Esquerda e Direita. Disponível
em: <http://visaopanoramica.net/2013/09/13/diferencas-fundamentais-entre-
esquerda-e-direita/>. Acesso em: 04 ago. 2016.
BOBBIO, Norberto. Direita e Esquerda: Razões e Significados de uma Distinção
Política. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995. 130 p.
CLEMENTE, Isabel; SANCHES, Mariana. Por que a educação não dá voto?
Disponível em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI11038-
15223,00-POR+QUE+A+EDUCACAO+NAO+DA+VOTO.html>. Acesso em: 05 ago.
2016.
COMTE, Auguste. System of Positive Polity. Londres: Longmans Green, 1877.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL . Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm . Acesso
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DOS AUTORES, Pesquisa sobre o cenário político, Disponível em:
<https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdT6gFjxjRZ1dAbrWiHDg9LO11VT1K
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JÚNIOR, Aloisio Zimmer. O estado brasileiro e seus partidos políticos (do Brasil
Colônia à redemocratização). São Paulo. Livraria do Advogado.

HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Ícone Editora, 1998. 487 p.


MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. Londres: Rocket Edition,
1848. 68 p.
NEUMANN, Laurício . Partidos políticos e eleições no Brasil . Disponível em:
www.diocesedecaxias.org.br/documentos/partidospoliticoseleiçõesnobrasil.doc .
Acesso em 07/08/2016.
OLIVEIRA, N.; RODRIGUES, L. Como funciona o sistema eleitoral brasileiro?.
Disponível em: http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2013/07/como-funciona-o-
sistema-eleitoral-brasileiro. Acesso em 07/08/2016.

Reforma Política. Projeto de Lei da Reforma Política. Disponível em:


http://www.reformapoliticademocratica.org.br/conheca-o-projeto/. Acesso em: 05 de
Ago de 2016
ROUSSEAU, Jean-jacques. O Contrato Social. São Paulo: Ed. Martins Fontes,
1999.
SCRUTON, Roger. Os Pensadores da Nova Esquerda. São Paulo: É Realizações,
2014. 334 p.
TSE - Tribunal Superior Eleitoral. Histórico dos Partidos Políticos do Brasil.
Disponível em: http://www.tse.jus.br/arquivos/tse-historico-partidos-politicos. Acesso
em : 05 de Ago de 2016

Anexo 4 - Lista dos Atuais partidos do Brasil

PDT - Partido Democrático Trabalhista


Criado em 1981, o PDT resgatou as principais bandeiras defendidas pelo ex-presidente Getúlio
Vargas. De tendência nacionalista e social-democrata, esse partido tem como redutos políticos
os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Nestas regiões, tem o apóio de uma
significativa base eleitoral popular. A principal figura do PDT foi o ex-governador Leonel Brizola,
falecido em 2004. O PDT defende como ideia principal o crescimento do país através do
investimento na indústria nacional, portanto é contrário às privatizações.

PC do B - Partido Comunista do Brasil


Fundado em 25 de março de 1922, o Partido Comunista do Brasil foi colocado na ilegalidade na
época do regime militar (1964 a 1985). Mesmo assim, políticos e partidários do PC do B
entraram nas fileiras da luta armada contra os militares. O PC do B voltou a funcionar na
legalidade somente em 1985, durante o governo de José Sarney. Este partido defende a
implantação do socialismo no Brasil e tem como bandeiras principais a luta pela reforma agrária,
distribuição de renda e igualdade social. A principal figura do partido foi o ex-deputado João
Amazonas.

PR - Partido da República
Criado em 24 de outubro de 2006 com a fusão do PL (Partido Liberal) e PRONA (Partido da
Reedificação da Ordem Nacional). O Partido Liberal entrou em funcionamento no ano de 1985,
reunindo vários políticos da antiga ARENA e também dissidentes do PFL e do PDS. O partido
tem uma proposta de governo que defende o liberalismo econômico com pouca intervenção do
estado na economia. Outra importante bandeira dos integrantes do PR é a diminuição das taxas
e impostos cobrados pelo governo.

DEM - Democratas - Antigo PFL (Partido da Frente Liberal)


O PFL foi registrado em 1984 e contou com a filiação de vários políticos dissidentes do PDS.
Apoio e forneceu sustentação política durante os governos de José Sarney, Fernando Collor e
Fernando Henrique Cardoso. Suas bases partidárias estão na região Nordeste do Brasil, Em 28
de março de 2007, passou a chamar Democratas (DEM).
Os partidários defendem uma economia livre de barreiras e a redução de taxas e impostos.

PMDB - Partido do Movimento Democrático Brasileiro


Fundado em 1980, reuniu uma grande quantidade de políticos que integravam o MDB na época
do governo militar. Identificado pelos eleitores como o principal representante da
redemocratização do pais, no início da década de 1980, foi o vencedor em grande parte das
eleições ocorridas no período pós regime militar. Chegou ao poder nacional com José Sarney,
que tornou-se presidente da república após a morte de Tancredo Neves. Com o sucesso do
Plano Cruzado, em 1986, o PMDB conseguiu eleger a grande maioria dos governadores
naquelas eleições. Após o fracasso do Plano Cruzado e a morte de seu maior representante,
Ulysses Guimarães, o PMDB entrou em declínio. Muitos políticos deixaram a legenda para
integrar outras ou fundar novos partidos. A principal legenda fundada pelos dissidentes do
PMDB foi o PSDB.

PPS - Partido Popular Socialista


Com a queda do muro de Berlim e o fim do socialismo, muitos partidos deixaram a denominação
comunista ou socialista de lado. Foi o que aconteceu com o PCB que transformou-se em PPS,
em 1992. Além da mudança de nomenclatura, mexeu em suas bases ideológicas, aproximando-
se mais da social-democracia.

PP - Partido Progressista (ex-PPB)


Criado em 1995 da fusão do PPR (Partido Progressista Reformador) com o PP e PRP. Tem
como base políticos do antigo PDS, que surgiu a partir da antiga ARENA. O PPB defende ideias
amplamente baseadas no capitalismo e na economia de mercado. Seus principais
representantes são o ex-governador e ex-prefeito Paulo Maluf de São Paulo

PSDB - Partido da Social-Democracia Brasileira


O PSDB foi fundado no ano de 1988 por políticos que saíram do PMDB por discordarem dos
rumos que o partido estava tomando na elaboração da Constituição daquele ano. Políticos como
Mario Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Ciro Gomes defendiam o
parlamentarismo e o mandato de apenas quatro anos para Sarney. De base social-democrata,
defende o desenvolvimento do país com justiça social. O PSDB cresceu muito durante e após
os dois mandatos na presidência de Fernando Henrique Cardoso.

PSB - Partido Socialista Brasileiro


Foi criado no ano de 1947 e defende ideias do socialismo com transformações na sociedade
que representam a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos brasileiros. Principal
representante político : Miguel Arraes.

PT - Partido dos Trabalhadores


Surgiu junto com as greves e o movimento sindical no início da década de 1980, na região do
ABC Paulista. Apareceu no cenário político para ser uma grande força de oposição e
representante dos trabalhadores e das classes populares. De base socialista, o PT defende a
reforma agrária e a justiça social

PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado


Fundado em 1994 por dissidentes do PT. Os integrantes do PSTU defendem o fim do
capitalismo e a implantação do socialismo no Brasil. Tem como base os antigos regimes
socialistas do Leste Europeu. São favoráveis ao sistema onde os trabalhadores consigam mais
poder e participação social.

PV - Partido Verde
De base ideológica ecológica, foi fundado em 1986. Os integrantes do PV lutam por uma
sociedade capaz de crescer com respeito a natureza. São favoráveis ao respeito aos direitos
civis, a paz, qualidade de vida e formas alternativas de gestão pública. Lutam contra as
ameaças ao clima e aos ecossistemas do nosso planeta.

PTB - Partido Trabalhista Brasileiro


Fundado no ano de 1979, contou com a participação de Ivete Vargas, filha do ex-presidente
Getúlio Vargas. No seu início, pregava a volta dos ideais nacionalistas defendidos por Getúlio
Vargas. Atualmente é uma legenda com pouca força política e defende ideias identificadas com
o liberalismo.

PCB - Partido Comunista Brasileiro


Fundado na cidade de Niteroi em 25 de março de 1922. Defende o comunismo, baseado nas
ideias de Marx e Engels, e tem como símbolo a foice e o martelo cruzados. As cores do partido
são o vermelho e o amarelo. É um partido de esquerda, contrário ao sistema capitalista e ao
neoliberalismo, defendendo a luta de classes. É também conhecido como "Partidão".

PSOL - Partido Socialismo e Liberdade


Fundado em 6 de junho de 2004, defende o socialismo como forma de governo. Foi criado por
dissidentes do PT (Partido dos Trabalhadores). É um partido de esquerda, contrário ao sistema
capitalista e ao neoliberalismo. Tem como cor oficial o vermelho e como símbolo um Sol.

PRTB - Partido Renovador Trabalhista Brasileiro - obteve registro definitivo em 18 de


fevereiro de 1997.

PSD - Partido Social Democrático - fundado, por políticos dissidentes do Partido Progressista
e Democratas, em 21 de março de 2011.

PT do B - Partido Trabalhista do Brasil - obteve o registro definitivo em 11 de outubro de


1994.

PTN - Partido Trabalhista Nacional - refundado em 1995.

PTC - Partido Trabalhista Cristão - obteve registro definitivo em 22 de fevereito de 1990.

PSL - Partido Social Liberal - obteve registro definitivo em 2 de junho de 1998.

PSC - Partido Social Cristão - obteve o registro definitivo em 29 de março de 1990.

PSDC - Partido Social Democrata Cristão - obteve registro definitivo no TSE em 5 de agosto
de 1997.

PMN - Partido da Mobilização Nacional - fundado em 1984.

PCO - Partido da Causa Operária - teve sua criação aprovada pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) em 30 de setembro de 1997.

PRP - Partido Republicano Progressista - obtenção do registro definitivo em 22 de novembro


de 1991.
PHS - Partido Humanista da Solidariedade - fundado em 20 de março de 1997.

PRB - Partido Republicano Brasileiro - fundado em 25 de agosto de 2005.

PPL - Partido Pátria Livre - teve sua criação aprovada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
em 4 de outubro de 2011.

SD - Solidariedade - fundado em outubro de 2012, o Solidariedade teve sua criação aprovada


pelo TSE em setembro de 2013.

PROS - Partido Republicano da Ordem Social - fundado em janeiro de 2010, o PROS teve
sua criação aprovada pelo TSE em setembro de 2013.

PEN - Partido Ecológico Nacional - teve sua criação aprovada pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) em 19 de junho de 2012.

NOVO - Partido Novo - teve seu registro deferido pelo TSE em 15 de setembro de 2015.

REDE - Rede Sustentabilidade - o registro foi aprovado pelo TSE em 22 de setembro de 2015.

PMB - Partido da Mulher Brasileira - registro deferido pelo TSE em 29 de setembro de 2015.

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