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Orgam da Maçonaria no Paraná


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Director : Dario Vellozo
X Redacção :
Or. Emiliano Pernètta—Dr. Sebastião Paraná—Dr. Niepce da Silva.
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Anno II Coritiba, Junho 1909 N.o 8
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Albino Silva
Oração fúnebre
pronunciada pelo Sap/. Ir/. Dario Vellozo, 33 I« •

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Deleg/. do Gr/. Mestr/. da Ord/.. •
Aug:. e Ben/. Loj/. Lwz Invizivel
24—Junho—1908
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Ha sido inconsutil dever desta Instituição an- '!<:*.

cestral,—atravez das epochas e atravez dos povos, • 7!

homenagear da Humanidade os mais dignos Obreiros;


Ha sido das Lojas de Hiram, erguidas, marco
(pilliario, á Justiça, á Razão e á Liberdade,—incorru-;#
iti vel principio recordar aos homens de bons senti y. A

mentos, — exemplo a seguir nas fluctuações da exis- . ¦;«*


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tencia^o perfil, sem jaca, de maçons sinceros que, ¦M

da vida á morte, palmilharam a Terra, sem tibiez,


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sem pavores, sem villanagens,—immaculas guafcdan- ;.*-,fe*fcV :. kín
do as luvas brancas recebidas no Templo, e virente o
ramo de Acácia,—symbolo da renascença e da espeV 'A'Ai7A

rança. "éfM^i^M-Ê^ik
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¦/ E mais fulgem taes i; fii tpÊSSêí,i*


perfis, e mais se ficam 6um
maior destaque, quando se vêem de berços floreçídos
para lá de meio século,—atravez de ingentes liictas,
de acerbas decepções, de pujantes combates, de bata-
,*#** lhas audazes, de reacções sublimes,—a romperem as
veias, a consumirem o corpo, a exhaurirem a alma,—
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446 Ramo de Acácia


*

Familia que instituíram, pela Pátria que defen-


pela
deram, pela Humanidade que honraram ;
de sacrifício, de meiguice, de bondade, de
perfis
cordura,—que se vieram fanando as esperanças pul-
chras, desfolhando illusões do próprio espirito, apa-
íntimos almejos, acrisolados com carinho, es-
gando
tancando amargas lagrimas a lhes betarem o rosto,
sempre bons, sempre suaves, sempre castos, sempre
generosos; •
sim ! perfis de sacrifício, a abafarem as próprias
dores, assim estancando prantos; a calarem as pro-
angustias, assim poupando gemidos; a suffoca-
prias
rem o próprio coração, assim não compungindo cora-
ções amigos ; nos
'ulti-
perfis de sacrifício,—sim! a reunirem
mos dias, nas ultimas horas, no momento supremo,
os derradeiros haustos das energias gastas,—afim de #
não conturbarem o apprehensivo coração da familia
|
e dos íntimos, guardando o sorriso nos lábios, serena
a fronte, calmo o semblante, intangivel até o túmulo o
estoicismo dos que souberam cumprir com to-
dos os deveres.—Foi assim' Albino Silva.

. Sinto, senhores, atentos faleçam-me para vitali-


zar este ambiente ; para deixar-vos o peito que se
confrange na saudade, impregnado de força e de es-
perança ! as urnas
Quizera, as creaturas sempre podessem
funerárias cingir de coroa de myrtos,—arbusto aVe-
Y

nus consagrado, symbolo de amor alem campa!


Quizera, todos os seres, quando batidos pelos
desalentos; quando zurzidos por desenganos; quando
perdidos nos vórtices das angustias ; quando exilados
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precipi-
tados no pelago das ingratidões; quando
dos edens do sonho; quando sós; quando tristes:—
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Ramo de Acácia ¦117

podessem levar ás mãos a flor ineffavel do Ganges,


o lotusimmortal da Natureza indiana, para a sublime
sagração das finalidades supremas !
Quizera que a alma das creanças e das virgens,
dos sensitivos e dos meigos, dos que se fenecem de
amor e se exhaurem de tristura, dos que dão a esmola
e seccam as lagrimas, dos que se doem das penas de
outrem, dos que alcandoram a Verdade e a Justiça,
dos que cultuam a solidariedade na dor e na alegria ;
—se perpetuasse indefinidamente, flor de larangeira
aberta á vida, pulvinario aberto á luz, caule de mag-
nolia aberto ao sol, emanação, effluvio que a tudo e
a todos impregnasse, para o Bem, para a Paz, para a
concórdia da familia humana !
.. Quando estas phrases meditava e
escrevia, vi passar, na manhan gélida, flebil contra as
lufadas, indefeza borboleta branca,—idyllio de pollen
no ephemero das formas fugitivas .... Deixei o ca-
lamo, a contemplar o niveo insecto que fluctuava a
meos olhos, pétala eburnea de bogari aromatico. um
adeos de pureza arrastado nos irremediáveis da mor- 'Rn
te .... E, por fim, perdeo-se na distancia, apagou-se ¦i
AA

na abobada de saphyra pallida, lavada pelas bategas


da noite ....
Perdeo-se e apagou-se Também se apagam '•'JI-
e perdem os sonhos da infância, as esperanças da ju- '•&
ventude, os haustos da mocidade ....
Perdeo-se e apagou-se.,.. Também se apagam
e perdem as crystalizações da vida, o minereo e a
planta, os cicios da aragem e os deliquios da onda, os AiA

planetas no espaço e as estrellas no infinito ....


Perdeo-se e apagou-se .... ,"'¦'*•'

Que somos nós, de resto Átomos de átomos


nos turbilhões do Kosmos, formas ephemeras no ephe-
mero das existências Almas que se dispersam ou iiiM
»&*;?¦
se imponderabilizam, na alkimia secreta das energias
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I
118 Ramo de Acácia

ignotas.... Matéria que se faz corpo, corpo que se faz


ideasque vibram, propagam-see voam,
pensamento, latentes do orga-
ao rhythmo wagneriano das forças
nismo.... . - ¦
Mas, como da nivea borboleta flebil a piedosa
recordação ficou-me a palpitar na alma; como dos
sonhos e das esperanças mortas fica a suavissima fra-
a inebriar-nos o espirito; como do minereo e
grancia
da planta guarda a Terra as espécies e os resíduos ;
i *e da ara os cicios e da onda os deliquios se pro-
gem
nas vibrações do ether, e dos planetas e dos
pagam
soes se alongam indefinidamente os raios luminosos:
—também daquelles que por palavras e actos impre-
ssionaram e retina e os ouvidos dos homens, o exem-
se se perpetuam as recordações, se per-
pio perpetua, a saudade. As
petuam as lembranças, e monodia
ideas que expargiram, germinam em promissoras me-
sses; as acções fixam normas irre- >
que praticaram,
e os perfis austeros, sobre pedestaes
prehensiveis; na memória
de bençans e de applausos, erguem-se
-jí» da Humanidade,—flammulas de luz indicando as ge-
rações as rotas amplas, reunindo os dignos em gene-
roso surto, á conquista do Bem,—pela Justiça e pela
Verdade !
Seres ephemeros, a se perpetuarem em obras
magnânimas; homens ephemeros, a se perpetuarem
em instituições magníficas! ,. , f.
Sim ! porque só as boas palavras ficam, p so ri-
cam as boas acções: a Vida tem horror ao crime, a
villanagem, á perfídia, á hypocrisia, ao egoísmo, a
mentira ; porque a mentira, o egoísmo, a hypocrisia,
a perfídia, a villanagem, o crime são dissolventeS, sao
despersivos, são factores de anniquilamento: rompem
os elos da cohesão humana, esmagam vitalidades pu-
ras, abrem soluções de continuidade no evolver das
e das ideas, extinguem soes, apagam estre-
*&
gentâs
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7ir.:
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Ramo os Acácia 149


lias, levam a toda a parte a desolação, a dor e a
morte !
• E' do alto desse belvedere helleno, onde fulge
o
amor, de onde sobe a fragrancia da fraternidade, que
o philosopho observa e contempla ditosamente a ca-
dea de união que liga os homens do passado aos ho-
mens do futuro, perpetuando a espécie, perpetuando a
Idea, tecendo azas ao Pensamento, quintessenciando
sonhos;—a cadea de união que, uma vez rompida
impiedosamente, é para logo com rapidez ajustada,
presa em novo elo, soldada em ratilos cadinhos; por-
que a Vida é impossível sem a solidariedade, e é co-
hesiva a Matéria, immortal a Energia, nos athanores
do Infinito, em a alkimia dos átomos, das moléculas,
das cellulas e dos corpos.
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E respeito maior, e veneração mais commovida,
e sympathia mais intensa veio-me, então, pelo sublime
Instituto-maçonico, impávido e grave, nobillimo, a
insculpir, num destaque de homenagens gratas, o
nome dos bons obreiros de todas as edades, de todas
as epochas.
Magna Instituição! Bellissimo e suggestivo
exemplo!
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Nas edades remotas, quando o livre-pensamento


era terror e herezia, as arcadas dos templos maçoni-
ças abrigavam as victimas do fanatismo, arautos do
progresso; no*periodo medievo, á sombra destas co-
lumnas symbolicas, os costumes se amenizaram, sur-
gio a cavallaria, na defensão dos opprimidos, abran-
dando a ferocidade para com os servos, cultuando na ¦
\.

intimo das famílias a delicadeza e a meiguice, o res- yAA

peito á propriedade, a graça e a gentileza para com


a infância, o carinho para corn as donzell.as, a consi-
deração para com as damas, a honorabilidade
para
com as esposas, o commovente cuidado para com as
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#í.

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\

120 Ramo de Acácia

velhinhas, a amizade, a fraternidade, a jovialidade


entre os homens.... rece-
As antesalas destes sereníssimos templos
a orphandade, acolhidas com amor,
bem a viuvez e soh-
levadas ao solio, sem compromissos para os que
seja a a edade, o sexo a
citam, qualquer que pátria, dor
—em o superno dever de solidariedade na
crença se nn-
e no infortúnio, que a Maçonaria a si mesmo
em toda a superfície do ria-
poz, misericordiosamente, nobres;
neta. Sob estasabobadas resoam convicções
a adoptam-se moralissimos princípios ; e
ensinam-se
a crença digna e sincera; ha o respeito
permittida consciência. Keaii-
mutuo e a absoluta liberdade de
a incomparavel aspiração de
zou o Instituto-maçonico livres
approximar, em trabalho collectivo, os homens
exparsos todos os pontos da
e de bons costumes, por
Terra; resolveo o insoluvel as religiões
problema, as
sectaristàs. de reunir, em mesmo surto affectivo,
mais distanciadas pelas raças, pelas cren-
creaturas
ças, pelas ideas, pelas convicções políticas, sem pelas posi-
offender melindres, calcar
ções sociaes,-sem
! convicções, sem violentar consciências,—persuasivo, a leal-
'
dignificante, apenas de seos iniciados exigindo
dade, a franqueza, as virtudes moraes e civicasina- a Hon-
lienaveis aos homens de bem, aos que cultuam
ra, o dever, a familia.
De suas Lojas, de suas Officinas, de seos lnan-
Capítulos, Areopagos e Orientes, hão sanido
gulos, templanos ou
abnegados obreiros, ou sejam rutilos
modestos artífices, piedosos therapeutas ou magmti-
*cos artistas, oradores e poetas, políticos e sociólogos,
sacerdotes e guerreiros, a com-
sábios e philosophos,
bater todas as tyrannias, todas as sordicias, o mame-
tar das consciências, o fanatismo, o erro, a supersti-
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a hypocrisia,—seja açoitada á sombra da thiara,
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ção,
seja envolta na purpura da realeza.
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Ramo de Acácia 421


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Tem fundado escolas populares que não mysti-


ficam a Sciencia nem deturpam e Verdade; tem er- «f

guido azylos á indigencia e á orphandade; pela im-


prensa e pelo livro, da tribuna e da cathedra exparge
o saber e orienta os povos; recolhe os feridos nos
campos de batalha e abriga sob mesma tenda os ad- K
versados exhaustos; procura extinguir a guerra,
lembrando a arbitragem entre os belligerantes e f un-
dando tribunaes da Paz; apagou as fogueiras da in-
quizição, pelos dominicanos ateadas; divulgou as
obras primas do passado helleno; applaudio a Re-
nascença; protegeo Luthero, quando perseguido;
rompeo cárceres e proclamou os direito do Homem,
na grande revolução franceza; fez a independência «7
*

norte-americana e concorreo poderosamente para o


estabelecimento das nações do sul da America; em
1822, proclamou a independência da pátria brazileira ;
em 1888, triumphou vendo abolida a escravatura, por
cuja extincção se batia desde o termino da guerra
com o Paraguai; alentou as tentativas republicanas,
dignificando Tiradentes, vencendo, a 15 de Novem-
bro de 1889, com a prcclamação da Republica, a se-
paraçcào entre a egreja e o Estado, o casamento civil e
o registro civil de baptisterio e óbitos, a secularizaçào
dos cemitérios, — conquistas liberáes, todas de seo
programma, e pelas quaes pugnou da tribuna e da
imprensa, no fórum e no parlamento, opusculos e li- y ¦ M

vros publicando
y.m
y , •#;.
Para dizer-vos o labor sem tregoas da Instituição • .*,

maçonica,—em prol da familia, agindo por fazer da '***. . 4lí

escola o fulcro da Humanidade,—fora mister seguir ¦77

1 4:7!

a rota das sociedades que se vêem evolvendo do ori- ¦ .-¦yy


;.4
y
ente aziatico ao occidente europeo, acompanhando-as
á America e á Austrália, no que aprezentam de mais 4:1;444:;I
nobre, de mais culto e mais grandioso. Está ligada a 4-%44**'-

;4>j*.
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422 Ramo de Acácia

todos os bellos tentamens, a todas as assignaladas


emprezas '
Mas, nâoé meo intuito, no momento, retraçar o
histórico da civilização hodierna, que tantp fora pre-
• i
cizo para assignalar a orbita da Maçonaria em os ul-
timos séculos; e, apenas, imperfeita, mas sinceramen-
j- te, render lidimo preito á memória de impávido obrei-
ro que guardou intactas até a morte as convicções de
livre-pensador, bem alcandorados e bem íntimos os
e as normas dos architectos de Hiram.
princípios
Hontem, estas mesmas abobadas resoavam o
nome de joven luctador que a Morte ceifara e reco-
lhera ao silencio do túmulo: —Roberto Faria,
Companheiro heróico, a reunir os últimos haustos de
vida nas formidáveis paginas dos Abutres; discípulo
me ouvio as licções de Historia, como alumno do
que
Gymnasio Paranaense, e um dia amplexei carinhoso
e commovido, em o recinto deste mesmo Templo, na
de sua iniciação maçonica. *,
solennidade edificante
Hoje, aqui nos congregamos para recordar o per-
fil de outro Irmão digníssimo, intemerato Mestre,
adorável chefe de familia, ardoroso e convicto repu-
blicano que so a morte venceo :—Albino Silva.
Singelo preito, siml mas, muito eloqüente, a-
ccentuando que a Ordem não esquece os bons archi-
tectos, enos estreita em fraternal amplexo, aquém
e alem campa,—a cadea de união, de elos imponde-
raveis, a luzir como um astro de saudade em a noite
de nossas reminiscencias.
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V Albino Silva 1
,
.4/'.
-; Sua vida, de apóstolo e de martyr, é toda uma
vibração pela familia, pelos desprotegidos, pela pa-
....

tria ; é todo um exemplo de estoicismo, tenacidade,


animo, em a lueta ingente que sustentou contra os
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destinos, contra a superstição, contra os preconceitos,


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Ramo oe àcacia 123


contra o fanatismo, contra as tyrannias, contra a pre-
potência dos déspotas, ou seja porque tenham cofres
tiltntes de ouro e pensem esmagar sob seo peso a /

consciência e o caracter dos puros; ou seja que tenham


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nas mãos o governo dos povos que suppõem servos, e
de cujos interesses e felicidade não cogitam! Insubmis-
so com os nababos e.os potentados, possuindo a alti-
vez característica de nossos patrícios, ameigava-se an-
te os pequeninos, os desherdados, os humildes e os
tristes, o coração n'um rythmo de perennè bondade.
i

Ahi estào gerações de discípulos cuja intelligen-


cia elucidou, cujo caracter insculpio ; ahi estào os pe-
riodicos que derramava por todo o Paraná, phrases da "

Idea, norteando o espirito. Polemista sagaz, tinha por


¦

vezesasatyra fina de Juvenal, por vezes a ironia in-


vulnerável e casquilha de Voltaire; professor affe-
ctuoso, comprehendia que a escola é, e so pode ser,
prolongamento do lar, sem soluções de continuidade,
sem o estiolante rigor dos estabelecimentos de regi-
men Jor te, em flagrante contraste com a missão do
ensino, persuasiva e educadora.
Atravez das vicissitudes da fortuna, ora no des-
empenho de funeções publicas, ora em conflicto com sr

a adversidade, fazia da escola e da imprensa os sus-


tentáculos de sua vida e de seos ideaes, ou fosse nas r* •
áH
cidades do littoral paranaense ou nas regiões do oes-
te, em sua passagem expargindo sempre as rosas de
'} • *4'.M!
ouro de seo saber e os sazonados fruetos de sua inte- :.
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lligencia. / 1
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Ser honesto, é ser puro ; ser honesto no infortu-


nio, é ser estoico:—assim o foi Albino Silva! ' ' a ftmmyv/,.
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«; ...!¦>):i'-y ¦ .>¦¦¦'¦

Propagandista republicano, vinha, desde muito,


entretecendo virentes louros á Liberdade; tomou ar- WÊff<\í
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mas, em 1893, acompanhado dos filhos que educara


com civismo, batendo-se, ao lado do Marechal de Fe-
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124 Ramo de Acácia

rro, pelos princípios, pelo Ideal que alcandorara com


amor e defendia com denodo.
Era da phalange dos martyres e dos heroes que
sabem traduzir as palavras em actos.
Quando a serpente negra sifflou atirando ao Pa-
raná os primeiros, formidandos botes, e o pugillo do
Cenaculo agitou-se impávido, em protesto vibrante,
—Albino Silva, num elance de moço e num repto
de libertário, cerrou fileiras com a mocidade, trazen-
do-nos a todos que fazemos do livre exame divisa e
norma, o apoio moral de sua pessoa, o prestigio de seo
nome, o seo saber, a sua experiência, a aureola de
suas cans, o seo exemplo.
De então, o Cenaculo conservou-lhe a edificante
lembrança num relicario de ouro ; hoje, o mais apa-
de seos fundadores, em nome do Cenaculo, eleva
gado
á sua memoria,em lavorada patena de gratidões com-
movidas,as magnolias immaculas de seo reconheci-
mento.

Esta homenagem de seos Irmãos, este acto do


Instituto Maçonico é sagração sublime, em sua sin-
geleza aristica.
O ramo de flores naturaes, de suavissimo aroma,
hoje, anniversario de seo passamento, depositado em
seo túmulo, symboliza a nossa saudade e symboliza
também o nosso carinho, o nosso inesquecivel respeito.
Amámol-o, porque era digno; veneramol-o, por-
que morreo puro.
:-¦'?:¦

k O exemplo ficou. \

Ditosos os filhos que se não pejam ao ouvir o no-


me de seo pae, - antes recebem em suas syllabas ensi-
namento e animo! ¦ i
.U__S^_frr..'.''v.-
»K_v^ ¦*'¦'' ...
rtlv"». :
'fh.:.'i '¦
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'•
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•.
' '
- '

Ditosa a esposa-mãe, ditosa a viuva que ve seos


filhos palmilharem serenamente, sem desfallécimen-
'€.,

*., * '
-.'' . * * <.'

M,

.'""¦¦' ¦¦-'¦
y
Ramo de Acácia 125
tos, sem pavores, o tramite que o progenitor lhes tra-'
cara atra vez da existência!
Ha nomes que elevam, mais que uma flammula
de combate,—um signo de victoria.
Assim o nome, assim o exemplo de Albino
Silva!
Guarde-o a juventude,—como penhor de liberda-
de e civismo!
Guarde-o a Maçonaria,—estigma aos traidores,—
obreiro que foi da Consciência livre !

O ensino r*el lCflOSO


Os avanços contínuos da Sciencia incompatibi-
lisaram-na a tal ponto com a Religião, que falar actu-
almente em sciencia e religião é o mesmo que tocar
em dois elementos que se contrariam e que se repellem. $
'

A religião prega o dogma e o dogma é a absolu-


ta negação da sciencia. "
A religião estabelece uma fronteira para o campo
das investigações e humilha o espirito do homem fa-
zendo-o crear a divindade para à explicação dos mys-
terios que nos envolvem ou obrigando-o a ficar indif-
ferente perante as cousas primarias e da finalidade. ••.•v
*; A sciencia engrandece e estimula o espirito não
levantando barreiras immoraes aos anceios justos para . f'

o conhecimento das leis que presidem á manifestação 1


'•¦¦¦•\

m
de todo este espectaculo admirável e sorprehendente
¦do Universo. fMkWm¦^fmMi.77híM;wé'&f0SÍ
i A religião erige princípios que não prova, formu- & mm

la hypotheses vagas e dá4hes immediatamente o ca- w ."¦

racter definitivo de axiomas indemonstraveis:- levan-


ta o credo sobre o absurdo. mm
mm
Credo quia absurdum—dizia um dos luminares •y <h '.¦¦¦

da Egreja Romana. , '-,.' '¦••.


.-¦¦'kiyyikk.ilif
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A razão indaga o motivo, exige a explicação. A .*¦¦¦. ;*'¦:>.¦(

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1 !"

m Ramo db Acácia
m-

fé ordena: crê, porque é preciso crer; crê, porque es-


tas cousas que dizem respeito á divindade são tão
palpáveis e tao visíveis por si mesmas, que nao care-
cem de demonstração.
A sciencia, desgarrada dos braços da theologia e da
metaphysica, braços que a seguraram por largo tem-
¦-*•»¦
\

po, não pode admittir princípios que se demonstrem


por si mesmos, estabelecer theses com aspecto dogma-
tico, ennunciar proposições que se deixem unicamen-
te provadas pelo curioso principio da razão suficiente.
A theologia diz, por exemplo, Christo, estando
em Bethsaida, com 5 pães e 2 peixes deo de comer a
uma multidão de quasi 5000 indivíduos.
O espirito crente, commandado exclusivamente
pela fé, acceita immediatamente essa proposição.como
uma verdade profunda.
O espirito scientifico, que não lê pela mesma car-
tilha, pergunta á theologia onde se encontra a demons-
tração daquelle milagre. A theologia responde pura
e simplesmente:—o milagre é verdadeiro porque está
consignado, como todos os outros phenomenos inhe-
rentes ao Divino Thaumaturgo, no livro dos livros.
Mas, a philosophia applicada á Biblia nada prova
em relação á legitimidade dos phenomenos consagra-
C< dos nessa obra cujos defeitos faz, de resto, resaltar
com muita intensidade. (1)
O milagre era um dos meios da prova que pudes-
l:A
se, na opinião dos contemporâneos do Divino Mestre,
estabelecer-lhe uma missão sobrenatural ou messiani-
ca; era como diz Renan, um signal indispensável do
divino e das vocações propheticas. ,
- ¦ Jesus tinha que se fazer thaumaturgo se é que
queria ser acreditado pelas turbas inconscientes e sug-
gestionaveis perante quem pretendia fazer valer a
sua autoridade.
(I) Ver as obras de E. Renan, autoridade insuspeita.

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Ramo de Acácia 127


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Aliás não era para admirar que naquelles tempos


a farça absurda do milagre fosse tomada como um
elemento necessário para o triumpho em um combate,
quando nos dias que correm, dias de luzes e de pro-
gresso, a verdade nâo pode ser dita em toda a sua
nudez e os homens que querem pregar principioS e
propagar idéias ainda não podem fazel-o sem o recur-
so de subterfúgios e de torcicollamentos que intima-
mente nâo são suffragados por uma consciência ex-
tremamente pura.
A' luz da philosophia positiva o milagre desfaz-se
inevitavelmente em pó, como um phenomeno mera-
mente imaginativo cuja necessidade impoz-se para que
criasse raizes a crença na divindade de Jesus, mas eu-
ja realisação effectiva nâo pode ser constatada por
nenhum facto de ordem natural, de experiência ou de
observação.
A Biblia não é uma fonte de demonstrações, e
sim um manancial de dogmas. Por conseguinte, quan-
do a theologia, para explicar o milagre da multiplica-
ção de alimentos, basea-se na própria biblia, nâo pode
refutar com vantagem as argumentações do espirito • •
livre que escudado nas doutrinas scientificas vê-se
forçado a impugnar um phenomeno de que só se ouve
falar, mas que ninguém vio, ninguém observou e que
nenhuma razão sadia e perfeita se aventura a conceber.
O dogmatismo é uma feição característica de to-
das ás religiões e é por isso que ellas repugnam aos
espíritos emancipados. A sciencia mesma, quando se ' u .
inclina ao estabelecimento de juizos a priori, cahe tam-
bem no regimem insensato do dogma e torna-se,então, '
f,
igualmente nociva e repugnante. V-''
•*.¦

A verdadeira sciencia não é aquella que af fir ma


um facto, sem provas bastantes ou que manifesta a
sua impotência diante da presupposta impenetrabili- i
¦ ... a

dade de um mysterio. ' ;>y'y&


¦r> AAi

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a
¦ ii.%.!

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ti i I» h

428 Ramo de Acácia


/

A verdadeira sciencia é aquella que á qualquer ;


affirmativa faz succeder a necessária demonstração
e quando se encontra na presença de um
positiva que inaccessi-
phenomeno complicado e apparentemente
vel em suas causas, em vez de recuar frouxamente e
dizer como a raposa—estào verdes—multiplica os ap-
de acçào de que dispõe, aperfeiçoa os seos
parelhos
instrumentos de trabalho, concentra todas as energias
vencer os obstáculos que se vão
que possue para poder
apresentando ao seo luminoso caminhar pela estrada
da lógica e do raciocínio perfeito.
As deducções falsas ou precipitadas.com caracter
não transitório, que se fundamentam simplesmente em
A

uma crença ou opinião prefirmada, conduzem não raro


- um scientista de valor a um máo caminho, reservan-
w do-lhe verdadeiras sorprezas desagradáveis.
Wallace (i) cita uma passagem succedida com o
i

autor da *«Philosophia Positiva» Augusto Comte, que


é característica do que avançamos. i
Comte, justamente impressionado com a. deffici-
encia dos instrumentos astronômicos no meio do se-
culo XIX para os estudos inherentes á astronomia si-
»

deral, foi levado a declarar que todo o exame futuro


das estrellas não representaria sinão urn desperdício
de tempo, incapaz de um resultado utii ou
' produzir
interessante. E nessa ordem de idéas assim concluía
SR-

I'
o sábio: «Cest donc en vain que Fon a cherché, pen-
dant un demi-siècle à distinguer deux astronòmies,
S iV/xA !}'¦'¦¦:,'¦

l'une solaire, l'autre sidèrale. Chez ceux pour qui Ia


ít ' science consiste en lois réelles et non en faits incohe-
rants, Ia seconde n'existe que de nom, Ia primière seu-
ífttÁ '' ,'j
IC1'' ! A*
!ÍX..'.'

le constitue une veritable astronomie et je ne crains


(¦p$áXA :':: de dire qu'il en será toujours ainsi.»
pas
A Entretanto, como diz Wallace, uma admirável
descoberta—a analyse spectral-sobrevinda ires an-
"(l)~-LãTplace
de i'homme dans l'univers.
¦

I \
»

Ramo de Acácia 429


nos depois da morte do eminente
pensador francez,
vinha desmintir as suas asserções de uma maneira
inconcussa. Applicado ás estrellas, o novo systema
de investigação revolucionou a astronomia e veio tra- .
zer á tona os conhecimentos que Comte dogmática-
mente declarara que ficariam indefinidamente fora
de nosso alcance.
«Par ce moyen, escreve o sábio inglez, nous avons
acquis des notions exactes sur la physique et la chi-
mie des etoiles et des nebuleuses, de telle façon
qu'ac-
tuellement nous connaissons mieux la nature, la cons-
titution et ia temperature des soleils enormément éloi-
gnés de nous et que nous désignons sous le nom
d'etoiles, que nous ne connaissons les
planètes de no- . ri,'.,.

tre propre système. Cette decouverte a egalement ré-


vélé 1'existence de nombreuses etoiles invisibles et _ *-.
nous a permis de determiner leurs orbites, leur durée
de revolution et même, approximativement,leur masse
relative.»
Isso quer significar que mesmo emanada dace-
rebração de um mestre, de uma autoridade scientifica
como incontestavelmente era o brilhante instituidor
das theorias geraes que deram á geometria o caracter
de generalidade que ella comporta, o espirito fecundo
que até hoje melhor soube comprehender o verdadeiro
papel de cada ramo de conhecimentos humanos, cias-
sificando-os de uma maneira magistral, mesmo assim _V,j
.ÜIÉ
toda asserção erguida sobre fundamentos incertos e L:fA:-AMM
*.,j'{

transitórios, está sujeita a uma derrota inevitável. ¦ ' VA .

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José Niepce. ••: MWi


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J-- 430 Ramo de Acácia


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Maconaria no Paraná
5
Congresso Maçonico—Da Gr/. Secr.\ Ger/. da
Ord.*. recebemos o seguinte:
Acerca do próximo Congresso Maçonico publicou
o « Jornal do Commercio,» em a sua edição de 19 do
corrente mez, o seguinte telegramma:
«Buenos Aires, 18.
A « Argentina _• publica hoje a entrevista que a
'
um dos seos redactores concedeo alta personagem
maçonica, a propósito do Congresso da Maconaria
Brazileira que se reunirá no Rio de Janeiro a 14 de
Sr
;* . Julho deste anno.
O « entrevistado » rende calorosos louvores ao
senador Lauro Sodré; e annuncia que no Congresso
. -

W
referido se estudarão altas questões de interesse po-
litico e social.»

Der Kompass
i*
Do Estado do Paraná transcrevemos o artigo
abaixo, respeito ao incidente entre os estudantes e os
franciscanos, fazendo nossas as palavras do brilhante
orgam vespertino: ¦ '
Estudar a do Der Kompass e digno
.¦i' :,t
| psychologia
assumpto patriótico.
Esse jornaleco, escripto em allemão, somente pa-
ra allemães e rara minoria de brazileiros, fez-se echo
de'descrédito da hospitaleira terra que o supporta. E
C'-.' -"•;.".¦.-' •'
o porta-voz da fradaria em marcha contra a Republica.
Inilludivel sua attitude catedralesca; insophisma-
vel sua conducta arrogante e malsan. t,v-,
Com que direito ? Nemhum 1
A petulância vem-lhe de um erro: suppõe-se
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¦¦..-¦ i;- ¦.:'¦ .

Ramo de Acácia I3I


¦ v

em terra conquistada, a ousadia vem-lhe de uma


hypothese cobarde : suppõe-se incomprehendido, no
menospreço em aque geralmente passa.
Certo, a importância que merece, é nulla ; a nu-
llidade, porem, não lhe outorga direitos. I
Extrangeiros,não podem insultar o Brazil; frades,
que reprezentam a superstição e o passado, não podem
atirar sobre a mocidade, que reprezenta a intelligencia
e o futuro, a salsugem odiosa do despeito em
que vivem.
# Offender a juventude, é offender a Pátria no
mais lidimo de suas esperanças; offender a Pátria, é
merecer a repulsa de uma vigorosa nação
que não te-
me!
•fr\
Para defender a honra nacional, e exercito
se constituem unidade. povo -.Aí'

A mocidade defende-se a si mesma. A sustentai-


a, está a familia, estão o coração e o cérebro de todos
os Brazileiros.
E' tempo ainda da fradaria, expulsa da Europa A

ou a serviço de senhores tyrannos, desilludir-se da


espectaíiva que a obseda: o Brazil nào se conquista,
nem pela força das armas, nem fanatismo das
pelo
massas, nem pelo ignorantismo de más escolas
», '

sâo anrithese da civilização e do civismo. que


Afora pequeno grupo de hypocritas trazem
sempre uma vela acesa a deos e outra ao diabo;que
afora resumido numero de degenerados
que a su-
ggestão fanática empolgou, e não constituem, e não HF
caracterizam um povo; a Nacionalidade, os vinte e
cinco milhões de brazileiros, repellem com indepen-
dencia tudo que os desdourc,'
que os atraze, que os
pee, a grandes passos que o Brazil se vae para um
porvir magnífico.
"A
reagir pelas armas, tem, mais que um
uma grande raça; povo, XA
y • . •aá.:iv-
.• .-_ ¦ ¦*-. * ¦•' - , ,y"\

/ . *< *;•¦

I
.132 Ramo dr Acácia
¦" *
-

....*¦¦

», .

o fanatismo, o bom sen-


7 A reagir contra possue
so e a lucidez nativos; ;
dispõe
A reagir contra a escola abscurantista,
intelligencia e viva consciência, já eman-
de formosa
cipadas no século XVIII. „ , se .
Desilluda-se em tempo a fradana; e, Preten-
mais algum tempo a proverbial bondade
de explorar viver em
do povo, e, se por mais algum tempo quer
esqueça de é HOSPEDE não intervin-
paz, não se que
nunca dos interesses
do jamais e não menoscabando
de um sorri do lndcx e não a-
e convicções paiz que
credita no inferno.encanto, * não
Asagrejas que levanta como por
esó a de um povo
significam fanatismo, generosidade
consegue
que desconhece a usura; as escolas que
das escolas publicas das es-
encher, na insufficiencia
das escolas leigas, não significam be-
colas populares, de nao
atice ou fé, mas o ardente almejo dos paes
auererem os filhos analphabetos.
As escolas teem sido de muitos abandonadas,
já as egre;
experientes da nullldade do tempo perdido;
também irão ficando vasias, mais freqüentadas ja
jas
por bisonhos colonos. desamparo, *
se não
Eo-rejas e escolas ficarão ao
desde o momento em que o povo
forem por terra,
entre a Pátria e a egreja, entre a Pátria
. perceba que existe o
X.
e a escola clerical existem antagonismos,
M,
a egreja mantém contra os estados mo-
conflicto que
**., v dernos e contra a Seiencia.
No Brazil livre, o Paraná e libernmo. ,, as
V A cada insulto, responderá uma represália ;
de ordem, serão reprimidas.
violências, qualquer nas escolas ou
A mocidade não se curva, esteja
nas officinas, no exercito ou na imprensa.
A fradaria engfana-se j, •
electrico do dedo de deos, a-
Sceptica do poder
" '>}: '''¦¦¦'
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¦
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Ramo de Acácia 133

pella para o braço secular : depois do insulto á Pátria,


o Der Kotnpas.i espalhafatosamente, corre á policia a í ,*

pedir garantias, fazendo-se de victima.


, A policia mandou-lhe duas praças, que ficaram,
cherubs á porta de um paraizo franciscano, de um V

paraizo perdido, a impedir a volta da dignidade huma-


na. j
• ,
Os tempos mudaram : o braço secular já não
anda ás ordens dos inquisidores ultramontanos.
A mocidade, o povo, todos que prezamos esta *j

terra, saberemos sempre cumprir nosso dever.


Hontem, a insoJencia ás candidaturas presidenci- V.

aes levou a juventude a protestar dignissimamente ;


Amanhan, o insulto soez levará o povo a deixai-
os alem das fronteiras.

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Orgam de propaganda maçonica


Publicação mensal /

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Recife—Pernambuco •yr-
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Redactor-chefe—Dr. NYLO CÂMARA. v*


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Redactor-secretario—CAETANO ANDRADE, W:

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m~ Assignatura annual •j 8 $ooo • / -t'•-¦:¦:':'•¦'

68—Rua Dr. Rosa e Silva—68


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43i f Ramo de Acácia


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RAMO DE ACÁCIA . A'
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Publicação mensal
Redacçâo e Escriptorio,; Praça Zacarias, 3

CORITIBA — PARANÁ' - BRAZIL

ASSIGNATURAS ADIANTADAMENTE :
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Anno. . » r . • . • • •. • • • • • 3$000 rs.

As Lojas que concorrerem com a quantia de 5$00O rs. Inensaes,


receberão 15exemplares; ou 30 exemplares por lO$000 mensaes.
Y

Saldo dos ns. 5 e 6. • • . 60$OOO


Da Aug.#. Amor e Caridade II, pa
ra os ns. 5 e 6. » * • • . • 10$000
70$000
Recebido de as.?ignaturas (1) . . ./., 3$000
Receita: 73S000
Despezas
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com on. 7 . . . . . 45S000
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Saldo para o n.° 8 . . . . A . 28$000
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Aos PI*od.\ Hrm. . Wen.\ das LLoj. .


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<$jie ainda nâo enviaram' a quota relativa
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aos 6 primeiros números, a Kedaeção pede
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encareeidainentè o obséquio de autorizar a


remessa.
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fi E* intuitiva a necessidade desta publi-
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'.%>,:'X'.í <\; ¦. . -fi
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cação que bem'-pode ser mantida — seinsa-


" '*.•'".: ..', ' •:.'.
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crificio — pelas LLoj.\ que funecionam no


ií AA -. ;-*i?'A;
fiífifist ¦<¦¦'/
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Estado. A
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A : ..'A A.'"*' Na proporção dos auxílios recebidos
melhorará o « Ramo de Acácia ».A },
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fifiifisfifi : ¦''' ¦¦ ¦,.. ''/',,¦> •", - ', ' / ' -
: .' fi'-:
Anno II Ramo de Acácia Junho, 1909

,».v.v.;.

Dr. Affonso Penna


Novembro, 1847-f 14, Junho, 1909
N* 30,

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