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Breve análise sobre as eleições brasileiras e maranhense

1) Em seus escritos sobre a “História da Liga Comunista”, Engels, lembra que ele e Marx, aderiram
a Liga Comunista quando as tendências moralistas podiam ser derrotadas, critérios moralistas como
ser ou não tabagista, ser ou não ser vegetariano, ser ou não favoráveis a comunidades de mulheres
etcétera foram substituídos pelo debate político do concreto e do real.
Não eram as concordâncias com questões subjetivas, mas o acordo sobre o programa e a política
real e a ação concreta, data desse esforço a construção do famoso Manifesto Comunista e a
constituição de um plano de ação político na Primavera dos Povos.
2) chamamos atenção para o crescimento de um determinado discurso moralista e identitário (não
raro liberal), que domina o cenário dos debates progressistas e de esquerda, onde um dos momentos
mais dramático deu-se nos comentários Djamila Ribeiro sobre Letícia Parks, no programa Roda
Viva (xx-xx-xx), onde só faltou apontar para a criação de um exame de “pureza racial” para definir
quem podia ou não falar em nomes dos negros e das mulheres negras, como também, ver o esforço
de Sísifo de projetos de mandatos coletivos identitários, discutirem como explicar a importância de
“ pronomes sem gênero” nas periferias das grandes cidades. A questão identitária em seu viés
moralista e liberal, longe de ampliar a ações das esquerdas a encolhe a guetos e renega a segundo
plano questões premente como o retorno da fome, a miserabilização da sociedade brasileira, o
fechamento e falência de mais 35% das empresas brasileiras e o consequente desemprego que entre
aberto e desalento que ultrapassa o número de 76 milhões de brasileiros (num universo de trabalho
de 105 milhões), a perda de poder aquisitivo e o aparecimento de trabalho super explorados com
condições que lembram a escravidão, além do ante-deluviano trabalho uberizado, o sucateamento e
venda de empresas brasileiras, a privatização como única pauta nacional, que se desdobra nos
municípios no sistema de creches, transportes, saneamento...apontando até para a privatização de
cidades inteiras. Tudo isso ao lado de um discurso proto-fascista e obscurantista que ataca a cultura,
ciência e a educação e que deixa as classes sociais populares sem acesso às respostas em áreas
como saúde e previdência social, tudo isso dentro de um momento de pandemia !
3) a ausência de uma pauta política nacional e local denota três possíveis vieses que são necessários
ser pensados a) a falta de uma resposta orquestrada, centrada em políticas desenvolvimentistas e
neo desenvolvimentistas, capazes de responder as pautas ultraliberais ficou patente inclusive com
setores de esquerda e progressistas utilizando o mesmo cabedal teórico dos liberais e neoliberais b)
a ausência de organização, dialogo e representação dos estratos populares e classes trabalhadoras,
fazendo com que o discurso seja voltado apenas a setores de classes médias e aos setores do
proletariado remediado (como funcionários públicos). c) falta de modelos organizativos
modernizados capazes de abarcar as novas mobilizações que vem se dando desde 2013, com jovens
trabalhadores de aplicativos, de call center, de terceirizados , sem teto, catadores de material
reciclados, torcidas uniformizadas, caminhoneiros, motoboys, ferroviários, mineiros, feministas,
gays, negros, indígenas e outros setores. Tudo isso empurra as esquerdas e os setores progressistas
num discurso envelhecido sem universalidade necessária para enfrentar a conjuntura em especial, a
ameaça proto fascista.
4) dessa forma as representações de esquerdas e progressistas vem conhecendo uma perda espaços
que tem sido preenchido pela extrema direita, direita e outros setores conservadores. Os números de
representações no executivo e na vereança nas cidades apontam para isso:
Representação Esquerda e Centro – Esquerda nas Eleições Municipais 2012-2020:
PT
2012: 5185 vereadores / 630 prefeitos
2016: 2808 vereadores / 256 prefeitos
2020: 2584 vereadores / 174 prefeitos
PCdoB
2012: 976 vereadores / 51 prefeitos
2016: 1003 vereadores / 80 prefeitos
2020: 678 vereadores / 45 prefeitos
PSOL
2012: 49 vereadores / 1 prefeitos
2016: 53 vereadores / 2 prefeitos
2020: 75 vereadores / 4 prefeitos
PDT
2012: 3663 vereadores/ 304 prefeitos
2016: 3765 vereadores / 334 prefeitos
2020: 3345 vereadores/ 304 prefeitos
PSB
2012: 3555 vereadores/ 434 prefeitos
2016: 3637 vereadores / 412 prefeitos
2020: 2948 vereadores / 245 prefeitos
REDE
2012: 0 vereadores / 0 prefeitos
2016: 180 vereadores/ 5 prefeitos
2020: 140 vereadores / 5 prefeitos
5) A ausência de uma análise conjuntural abordando as ações imperialistas de um lado, e do
desenvolvimento das forças produtivas de outro lado, reduz a análises a um relativismo, a
pensamentos rápidos e com baixa densidade teórica e sem análise do concreto (como políticas
públicas) e portanto, gerador de práticas e de discursos moralistas sectários onde não raro o
principal alvo são os possíveis aliados.
Diversas eleições passaram por situação assim, o exemplo mais dramático foi sem sombra de
dúvidas o Rio de Janeiro, onde a ausência de entendimento entre as candidaturas do PT, PDT,
REDE e PSOL (Totalizando mais de 28% dos votos) deixaram no segundo turno como opção de
escolha da população entre o atual prefeito bolsonarista de extrema direita (21.90%) e a candidatura
de um liberal da direita popular (com 37.1%) . A mesma situação negativa se apresentou noutras
capitais como Palmas e Campo Grande ou em várias cidades importantes como Campinas.
6) há uma pequena mudança de conjuntura em curso: discursos de volta da Ditadura, do AI5, contra
a educação, a ciência etc. Perderam a força que tinham entre 2014 a 2019. Isso não significa que o
governo Bolsonaro e suas práticas proto-fascistas como a proteção de fazendeiros que usam
trabalho escravo, como as queimadas na amazônia e pantanal e a impunidade dos envolvidos, como
seus cortes de verbas nas áreas públicas, privatização e perda de direitos sociais e
trabalhistas…,estejam sendo derrotados. Longe disso, significa que articula-se uma mudança de
conjuntura onde o discurso antipolítica que elegeu Zenna, Witzel e principalmente Bolsonaro
perdeu parte do apelo. Como démarche, milhares de pastores e pastoras e seu discurso moralista e
seiscentista e também, militares e seu discurso justiceiro não tiveram sucesso em sua sanha.
7) Abriu-se a partir de julho de 2019 uma oposição liberal que foi a maior responsável por barrar
diversos dos retrocessos em pauta no congresso e no Supremo, destacando-se a nomeação do chefe
da PF, a verbas para o FUNDEB, violência contra mulheres, investigação do Fake News,
rachadinha etc. Com isso a opinião pública teve um pequeno deslocamento ao centro, mas a vitória
eleitoral e o crescimento do bolsonarismo pode ser visto nos números das eleições de 2020 .
ELEITORES DO BOLSONARISMO
REPU, de 3.882.124 (2016) a 5.105.457 (2020): 31,51%.
PSL, de 487.592 a 2.792.016: 472,61%.
PSC, de 1.761.906 a 2.134.869: 21,17%.
PATRI, de 286.493 a 2.052.761: 616,51%.
PRTB, de 162.418 a 834.606: 413,86%.
base de apoio de Bolsonaro cresceu de 6.580.533 a 12.919.704: 96,33%.

PREFEITURAS DO BOLSONARISMO
REPU, de 105 (2016) a 208 (2020): 98,10%.
PSL, de 30 a 90: 200%.
PSC, de 87 a 115: 32,18%.
PATRI, de 13 a 48: 269,23%.
PRTB, de 9 a 6: -33,33%.
crescimento de 244 a 467: 91,39%.
VEREADORES DO BOLSONARISMO
REPU, de 1.621 (2016) a 2.593 (2020): 59,96%.
PSL, de 878 a 1206: 37,36%.
PSC, de 1.528 a 1.510: -1,18%.
PATRI, de 524 a 724: 38,17%.
PRTB, de 391 a 221: -43,48%.
Crescimento de 4.942 a 6.254: 26,55%.
7) o Voto de centro (direita liberal-fisiológica ) teve uma expansão, levando-se em conta que desde
o acordo Roberto Jeferson e Bolsonaro, temos uma aliança do governo proto fascista com o
centrão :
ELEITORES DO CENTRÃO
PSD, de 8.085.600 (2016) para 10.615.207 (2020): 31,29%.
PP, de 5.747.833 para 7.573.697: 31,77%.
PL, de 4.553.814 para 4.672.865: 2,61%
Outros (PTB, SD, PROS e AVANTE), de 5.989.338 para 7.666.189: 28,00%
Crescimento de 24.376.585 para 30.527.958: 25,23%.

PREFEITURAS DO CENTRÃO
PSD, de 539 (2016) para 650 (2020): 20,59%.
PP de 495 para 681: 37,58%.
PL, de 297 para 341: 14,81%.
Outros (PTB, SD, PROS, AVANTE), de 379 para 423: 11,61%.
Crescimento de 1.710 para 2.095: 22,51%.

VEREADORES DO CENTRÃO
PSD, de 4.650 (2016) para 5.675 (2020): 22,04%.
PP, de 4.742 para 6.356: 34,04%.
PL, de 3.017 para 3.465: 14,85%.
Outros (PTB, SD, PROS, AVANTE), de 5.977 para 5.628: -5,84%.
Crescimento de 18.386 para 21.124: 14,89%.
8) Apesar da contundente ação opositora liberal, comandada pela propaganda ativa do principal
canal de TV e pelos importantes jornais como o Globo, Folha de São Paulo e O Estado de São
Paulo, tiveram um efeito foi pequeno em termos eleitorais:

ELEITORES DA DIREITA NEOLIBERAL


O PSDB teve 17.633.653 votos no 1 turno 2016 e 10.924.918 em 2020: - 39,31%.
MDB: de 15.026.090 para 10.924.918, -27,29%.
DEM: de 4.937.238 para 8.300.991, +68,13%.
decréscimo de Juntos: de 37.596.981 para 29.927.860, - 20,40%
PREFEITURAS DA DIREITA NEOLIBERAL
O PSDB 512 cidades no 1º turno de 202O, contra 799 em 2016: -35,92%.
O MDB, 774 contra 1044, queda de 25,86%.
O DEM subiu de 268 para 459, acréscimo de 71,27%.
caiu de 2.111 para 1.745 prefeituras, menos 17,34%.
VEREADORES DA DIREITA NEOLIBERAL
PSDB, de 5.364 (2016) para 4.375 (2020): -18,44%
MDB, de 7.564 para 7.335: -3,03%
DEM, de 2.904 para 4.342: 49,52%
cresceu de 15.832 para 16.052: 1,39%.

9) Ou seja, levando se em conta uma aproximação entre o bolsonarismo e o centão, é possível ver
que o governo Bolsonaro e o pensamento de extrema direita poderão ter mais capilaridade e que a
pauta moralista, anticultura , anticiência, obscurantista, poderá ter penetração e formulação
militante em cidades de diferentes portes e capitais, ou seja, poderão sair fortalecidos.
10) podemos estar diante de um paradoxo, que se confirmará ou não nas eleições nas grandes
capitais e cidades, a derrota de bolsonaro, mas a vitória de sua pauta retrógrada.

Analise do Segundo Turno


1) Após várias trapalhadas que marcaram fortemente o primeiro turno, parece que o ambiente
político entre as esquerdas e centro esquerda, ganhou um clima mais empático no segundo turno,
militou para isso a reaproximação entre Ciro Gomes e Lula, a postura fraterna do PT em várias
capitais e o esforço do PSOL e PC do B em ampliar o diálogo
2) o fato é que a uma ação militante comum em várias capitais e cidades importante está criando a
possibilidade de derrota do bolsonarismo como a construção de governos mais amplos
3) A eleição no segundo turno em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza,
Recife, Belém e Vitória tem a importância de potencializar a construção de uma frente verdadeira e
desse modo constituir um campo amplo da esquerda, centro esquerda e democrático numa aliança
em defesa da democracia, da soberania, dos direitos dos trabalhadores e do povo e contra o
obscurantismo.

Analise do 1 turno no MARANHÃO e São Luís.


1) As eleições no Maranhão e em sua capital tem como pano de fundo importante: a avaliação do
Governador Flávio Dino do PCdoB. Independente das diversas críticas passiveis de ser direcionadas
a Dino, este tem se notabilizado por ter representado uma aliança ampla que vai de setores de
esquerda com o seu PCdoB, passando pelo PT e por partidos de centro Esquerda como o PSB e
PDT até conseguir alcançar setores conservadores da sociedade maranhense como PSDB, DEM e
outras siglas que transitam na base do próprio bolsonarismo como Republicanos, PSL, Avante,
Solidariedade etc. Sua aprovação foi consagrada por 59.29% em 2018 e notabilizou-se por realizar
um governo que foi em oposição ao extremismo de direita do presidente Bolsonaro e por
desempenhar um papel racional no meio de uma tempestade de obscurantismo, se colocando ao
lado das manifestações populares contra o corte de verbas nas universidades e na grande batalha do
enfrentamento ao Covid 19, ganhou notoriedade nacional e internacional. O que lhe valeu a ira de
Bolsonaro e de sua grei. O “pior dos paraíbas” se credenciou assim à disputa da sucessão nacional e
foi com essa ofensiva interna que Flávio Dino se propôs a disputa.
2) Nas 10 principais cidades do Estado o desempenho não foi o esperado: Em Imperatriz, segunda
cidade do Estado, foi vencida no detalhe por Assis do DEM, em São José do Ribamar, Dr Julinho
do PL foi vencedor, Em Timon, Dinair Veloso do PSB, saiu vitoriosa, em Caxias, Fabio Gentil dos
Republicanos, venceu com facilidade o pleito, Em Codó, Dr José Francisco do PSD levou numa
disputa acirrada, em Paço do Lumiar, Paula do PCdoB foi vencedora, em Açailândia, deu
Republicanos com Aluisio, em Bacabal, Edvan Brandão do PDT levou e por fim em Balsas,
reelegeu Dr Erik do PDT. Ou seja das 9 maiores terá caminho aberto a aliados em 4 cidades e nas 5
demais terá possíveis opositores nesses dois anos finais de governo.
3) Chamamos a atenção para as eleições nas pequenas cidades também: São Pedro dos Crentes,
onde todos vereadores são do mesmo partido PSL, e outras cidades como Centro do Guilherme,
Gov Newton Belo, Iguape do Meio, Lagoa do Mato e outras, onde praticamente todos os vereadores
foram eleitos pela direita e por bases bolsonaristas. Nessas cidades é possível imaginar a edição de
políticas públicas de direita como: “escola sem partido”, desprezo ao combate a COVID19,
terceirizações e privatizações, pautas moralistas no geral como destacadas por alguns ministros
como abstinência sexual, ações contra a homoafetividade, contra os direitos das mulheres, negros e
indios em geral e reforço da família patriarcal, tudo isso ao lado de uma redução de gastos publicos
e consequentemente reforço do desemprego e da marginalização social e etc.
Chama atenção a vitória da direita com sensacional crescimento do partido Republicanos. Este
teve mais votos para prefeitos no Maranhão com 491.970 votos, elegeu o terceiro maior número de
prefeitos passando de 7 para 24 municípios e sua bancada de vereadores saltou de 111 para 204
vereadores. O crescimento dos partidos alinhados à direita, - mesmo com as ponderações sobre a
heterodoxia ideológica dos políticos brasileiros no interior do pais e do Maranhão – respondem a
ação política de Bolsonaro e pode significar também facilitação para apropriação irregular de
terras locais, destruição de florestas, aumento de ações violentas contra aldeias indígenas e
quilombos, ribeirinhos etc. Além de criar capilaridade para a disputa estadual e nacional em 2022,
com isso as chances de se eleger parlamentares ( e executivos) progressistas e de esquerda ficam
reduzidas.
4) Em São Luís, é um capítulo a parte, o candidato do PCdoB ficou em quarto lugar e o segundo
turno será entre um candidato da direita popular Eduardo Braide e um candidato de centro direita,
Duarte Junior, Flávio Dino se posicionou favorável ao seu ex secretário e candidato dos
Republicanos as pesquisas denotam o crescimento de Duarte sendo uma imensa dúvida se terá
velocidade para alcançar o seu concorrente.
Dois cenários são possíveis de se prever na principal cidade do estado: a vitória de Duarte, mantêm
as iniciativas de políticas públicas desenhadas pelo frágil governo Holanda, nesse aspecto será a
continuidade das políticas municipais de Flávio Dino com outra roupagem e também com diferente
intensidade e com um bloco de alianças que pode caminhar para ruptura conforme o cenário
político nacional. Noutro cenário, a vitória de Eduardo Braide é uma vitória das políticas de direita
e de uma pauta privatizante que onerará ainda mais os mais precarizados. E junta-se a isso, a derrota
de Flávio Dino, o colocando numa situação difícil em vistas da sucessão estadual e perdendo força
para se portar no debate da sucessão nacional.

5) Observando os blocos políticos e os números fica mais fácil de observar a potencialidade política
em movimento
ELEITORES DE ESQUERDA VOTO A PREFEITO 2020
PT 39.041
PSOL 7.462
PCdoB 428.786
Totalizando

PREFEITURAS DE ESQUERDA 1 TURNO 2016 e 2020


PT elegeu 7 prefeitos em 2016 – 1 em 2020
PCdoB 46, 2016 – 22 em 2020
PSOL zero e zero
A esquerda diminuiu 53 prefeitos para 23.

VEREADORES DE ESQUERDA ELEITOS EM 2016 e 2020 **levantamento sujeito a correções


PT elegeu 80 em 2016, 78 em 2016.
PCdoB elegeu 221 em 2016 - 240 em 2020
PSOL zero e zero .
A composição do bloco de esquerda nacional sofre várias resistências dentro do PSOL maranhense,
o grupo hegemônico em São Luís que pratica uma espécie de “kaustikismo de terceiro período”, ou
seja, apresentou uma pauta de ajustes sociais-liberais para a cidade (s) e ao mesmo tempo, tem um
discurso economicista de “classe contra classe”, evita qualquer aliança e acaba se isolando na
política e nos votos. O trágico disso é que aparentemente nunca debateram com afinco a experiência
eleitoral (kaustiquista) na Noruega na década de 1920 e nem a experiência chilena ou ainda mais
próximo, os cenários de quedas de governos progressistas na América nos últimos 15 anos. Se
quiser sair do limbo e do sectarismo terá que passar por uma profunda auto-crítica interna e criar
um plano de ação real para São Luís e o Estado.
O PT, que foi golpeado no governo de 2016, vem sofrendo uma desidratação imensa, perdeu boa
parte do espaço que tinha no cenário nacional e local também, aparenta uma perda de rumo de
como se reconstruir no Maranhão, muitos de seus ativistas lembram a necessidade de se religar a
base e rejuvenescer, cremos que além disso, é importante perceber que vários dos atores que
fizeram o PT o maior partido do país como sindicatos e movimentos populares vinculados a igreja
católica progressista, vem perdendo importância e representação, pensamos que seja necessário se
aproximar dos novos movimentos sociais que vem surgindo e das novas formas de manifestações
que tem surgido como: os trabalhadores de aplicativos, caminhoneiros etc .
O PCdoB, partido com um núcleo dirigente de mais de 60 anos, mostrou-se muito hábil colhendo
em sua legenda ativistas e parlamentares progressistas, mas cremos que tanto pela conjuntura
nacional desfavorável, como também pela falta de uma pauta clara não conseguiu desempenhar uma
mudança de rumo no processo econômico e social no estado. Faltou apresentar uma pauta de
industrialização do estado, de agricultura familiar, evitando que o estado se converta numa região
de agronegócio, que ao tempo que é concentrador de terras e de renda, acaba sendo o construtor de
um deserto humano no interior com a expansão do êxodo rural e com consequencias sociais graves
à cidades. Nesses dois anos restantes, é possível ainda acessar outros modelos de desenvolvimento.
O problema é que o agronegócio é ultra conservador tanto no aspecto político como na estética
cultural, a resposta no caso de uma sociedade com uma cultura e tradição oligárquica como a
maranhense depende muito da ação do estado, que praticamente está na defensiva desde a queda de
Dilma e das políticas desenvolvimentistas, como vem mostrando a quedas nos indicadores
econômicos e sociais.
O Bloco de Esquerda tem como tarefa nesse momento superar os limites e começar a pensar
seriamente na composição eleitoral de 2022, caso contrário, a possibilidade de derrota está
claramente colocada, basta observar o crescimento do voto conservador e de ultra direita.

ELEITORES DE CENTRO-ESQUERDA
PDT teve 458.488 votos em 2020,
PSB 146.580
REDE 15.764

PREFEITURAS DE CENTRO-ESQUERDA ELEITOS NO 1 TURNO 2016-2020


PDT elegeu 28 em 2016 – 41 em 2020
PSB 13 em 2016 e 6 em 2020
REDE zero e zero
A centro-esquerda caiu de 747 para 565 prefeituras em 1º turno, deslize de 24,36%.

VEREADORES DE CENTRO-ESQUERDA ELEITOS EM 2016 e 2020

PDT elegeu 220 vereadores em 2016, 329 em 2020


PSB, 105 em 2016 - 63 em 2020
REDE 10 em 2016 – 2 em 2020

A centro-esquerda vereadores,

ELEITORES DA DIREITA NEOLIBERAL PREFEITO 2020


PSDB 95.206 teve votos para prefeito em 2020
MDB: 140.080
DEM: 287.778
Total:
PREFEITURAS DA DIREITA NEOLIBERAL ELEITOS EM 2016 e 2020
PSDB 29 em 2016 – 4 em 2020
MDB, 22 em 2016 – 7 em 2020
DEM 2 em 2016 – 11 em 2020
O bloco caiu
VEREADORES DA DIREITA NEOLIBERAL ELEITOS EM 2016 e 2020 * sujeito a correções

PSDB – 158 em 2016 – 96 em 2020


MDB -126 em 2016 – 122 em 2020
DEM– 85 em 2016 – 146 em 2020.

O bloco
ELEITORES DO CENTRÃO PREFEITO 2020
PSD - 94.152
PP - 209.190
PL - 458.488
Outros (PTB, SD, PROS e AVANTE),307.518
Bloco

PREFEITURAS DO CENTRÃO ELEITOS EM 2016 e 2020


PSD, 6 em 2016 - 5 em 2020
PP, 15 em 2016 - 17 em 2020
PL.zero em 2016 - 39 em 2020
Outros (PTB, SD, PROS, AVANTE), de 379 para 423: 11,61%.
11 em 2016 – 24 em 2020
O bloco

VEREADORES DO CENTRÃO ELEITOS EM 2016 e 2020

PSD, 102 em 2016 - 73 em 2020


PP, 93 em 2016 -149 em 2020
PL, zero em 2016 - 249 em 2020
Outros (PTB, SD, PROS, AVANTE), 201 em 2016 - 217 em 2020
O bloco,

ELEITORES DO BOLSONARISMO PREFEITO 2020

REPU - 481.970
PSL - 32.489
PSC,155.209
PATRI, .41.560
PRTB, 26.781
O bloco, de 6.580.533 a 12.919.704: 96,33%.

PREFEITURAS DO BOLSONARISMO ELEITOS EM 2016 e 2020


REPU, 7 de (2016) a 24 (2020)
PSL, 1 em 2016 - 2 em 2020
PSC, zero em 2016 - 6 em 2020 .
PATRI, zero em 2016 - 4 em 2020
PRTB, zero de a zero
O bloco, de 244 a 467: 91,39%.

VEREADORES DO BOLSONARISMO ELEITOS EM 2016 e 2020


REPU – 111 em 2016 - 204 em 2020
PSL -46 em 2016 - 37em 2020
PSC – 44 em 2016 95 em 2020
PATRI - zero em 2016 -66 em 2020
PRTB 43 em 2016– 28 em 2020
O bloco,

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