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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE

Curso de História – 2º Semestre


Disciplina: Vivências de Extensão I
Alunas: Gabriela Riegel Cisz, Micaella Albuquerque

O que são Comunidades Quilombolas e qual a realidade das


comunidades em Joinville e Região
Contexto Histórico:
Entre os séculos XV e XIX ocorreu uma migração forçada de africanos em
direção às colônias americanas, principalmente o Brasil, devido ao sistema
escravocrata da época, fortalecido pelo capitalismo mercantil.
Nesse sentido, a situação dessa população negra nas colônias era de trabalho
escravo em lavouras de cana de acúcar, algodão e tabaco. Além disso também
trabalhavam como mão de obra nas vilas e cidades. O seu dia a dia era
marcado por castigos, acoites, longas jornadas de trabalho e outros abusos
dos patrões.
As consequências presentes dessa exploração foram o racismo e a destruição
da cultura e identidade dessas populações.
A resistência e os quilombos:
A situação de exploração dos escravizados africanos não era aceita de forma
passiva, de modo que essas populações diversas vezes se rebelaram e
lutaram por sua liberdade.
Uma dessas tentativas de combate contra a dominação no Brasil colonial foram
os quilombos: formação de grupos paralelos que criavam centros de Fortaleza
onde se protegiam e viviam com seus semelhantes. Esses grupos tinham sua
própria subsistência (por meio da agricultura e criação de animais) e suas
próprias representações culturais, de religião e música.
É importante destacar que, ainda que todos os quilombos fossem aproximados
pelo sentimento de fraternidade, essas comunidades eram formadas por
indivíduos de diferentes localidades do continente africanos, os quais possuíam
diferentes costumes, tradições e crenças.
Um dos mais famosos e maiores quilombos formados foi o dos Palmares,
localizado na Zona da Mata com datação do século XVII, tendo como seu líder
Zumbi dos Palmares.
As comunidades remanescentes quilombolas:
De acordo com o INCRA, as comunidades remanescentes quilombolas são
grupos de resistência descendentes de indivíduos que viveram sobre o regime
escravista e que se identificam com práticas culturais e tradições pela
ancestralidade relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.
Importância dessas comunidades remanescentes na sociedade
joinvilense:
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Curso de História – 2º Semestre
Disciplina: Vivências de Extensão I
Alunas: Gabriela Riegel Cisz, Micaella Albuquerque

A história oficial de Joinville valorizou uma ideia de uma cidade de alemães e


de trabalhadores europeus que a conduziram à prosperidade, sendo o escritor
e jornalista Apolinário Ternes, através de suas produções, um dos maiores
reforçadores dessa ideologia. Dessa forma, a presença de comunidades
quilombolas na cidade serve como resistência a essa ideia, pois serve como
afirmação da presença e da luta pela sobrevivência da identidade negra em
Joinville.
Sobre as comunidades das comunidades em Joinville
No ano de 2019, o governo do Estado criou por meio da Lei Complementar
n°741, a Gerência de Políticas para Igualdade Racial e Imigrantes, vinculada à
Diretoria de Direitos Humanos na Secretaria de Estado do Desenvolvimento
Social de Santa Catarina (SDS), diante disso, são registradas dentro da cidade
de Joinville, pelo portal SDS SC, duas comunidades certificadas pelo
município, sendo elas a comunidade quilombola beco caminho curto, localizada
na área de abrangência da UBSF Pirabeiraba e a comunidade Ribeirão do
Cubatão, no território da UBSF Jardim Paraíso III.
Apesar de haver muitas promessas para melhoria e adequação do convivo dos
integrantes dessas comunidades, ainda são pertinentes às denúncias feitas
pelas famílias que nelas residem.
O cenário como a falta de comida em casa, que não abastece o suficiente para
alimentar a demanda de crianças dessas comunidades, são queixas ainda hoje
persistentes.
Particularmente, na comunidade quilombola beco caminho curto, são cerca de
30 famílias que passam por necessidades básicas. Além da precariedade de
revestimento diante do saneamento básico do local. Vale ressaltar, o
preconceito estrutural empregada na própria região, que não dispõe e
oportuniza um espaço de trabalho para os membros dessas comunidades de
atuarem ativamente no mercado.
Essas afirmativas ganham uma maior proporção devido aos muitos projetos
universitários engajados em torno dessas regiões, além de atos estudantis e
ong’s que buscam dar voz a esses cenários e falas de denúncia. Vale também
ressaltar que a distração dos órgãos responsável diante dessas comunidades,
ficam perceptíveis se ponderarmos o fato de que a comunidade quilombola
beco caminho curto, menciono como exemplo, só foi certificado como
remanescente de quilombo em 2019 pela Fundação Cultural Palmares.
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Referências:
BANDEIRA, D.; CORRÊA, R. Joinville – Quilombo Beco do Caminho Curto.
Disponível em: <http://www.ipatrimonio.org/joinville-quilombo-beco-do-caminho-
curto/#!/map=38329&loc=-26.162766335290307,-48.87788414955139,17>.
DE SOUZA, S.; PRATEAT, J.; VICENZI, T. Quilombolas: Um olhar sobre as
populações afrodescendentes em Joinville (SC) e Região. Editora Univille.
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social de Santa Catarina (SDS) -
https://www.sds.sc.gov.br/index.php/direitos-humanos/gerencia-de-politicas-
para-igualdade-racial-e-imigrantes-geiri/dados-2

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