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QUILOMBOS1

Anna Carolina Bernardo da Silva2


Giovanna de Barros3
Heitor de Oliveira Mataruco4
Lívia Lais Risso da Silva5

Faculdade Engenheiro Salvador Arena, São Bernardo do Campo

RESUMO
O trabalho aborda a história e desafios enfrentados pelas comunidades quilombolas
no Brasil. Destaca-se a luta por reconhecimento e titulação de terras, evidenciando
problemas como grilagem, avanços urbanos e racismo ambiental. Organizações, como a
CONAQ e o Programa Brasil Quilombola, buscam representar e melhorar a qualidade
de vida dessas comunidades, promovendo o desenvolvimento sustentável e a garantia de
direitos. Destacam-se marcos importantes, como a Constituição de 1988 e a Convenção
169 da OIT, que asseguram direitos às comunidades quilombolas. No entanto, desafios
persistem, como a efetivação de políticas públicas e a distribuição de renda,
especialmente em meio à pandemia. O Observatório da Covid-19 nos Quilombos
destaca negligência das autoridades e a importância de iniciativas como o Fundo Casa
para enfrentar os impactos da pandemia. É notável que, apesar dos avanços, há muito a
ser feito para superar a distinção e as dificuldades enfrentadas por essas comunidades,
enfatizando a necessidade contínua de apoio e atenção às suas demandas.
PALAVRAS-CHAVE: Quilombos, Problema Brasil Quilombola, OIT, Desafio,
Cidadania.

Introdução

A comunidade quilombola tem sua história marcada por muitas lutas e


desigualdade. Atualmente com a busca por mais direitos e por representatividade,
existem especialistas, organizações não governamentais e até mesmo projetos criados
pelo governo que buscam dar um suporte maior e beneficiar o povo quilombola. Como
principal organização não governamental dos quilombos temos a CONAQ,

1
Trabalho apresentado para a disciplina Ética e Cidadania do curso de Engenharia de Alimentos na Faculdade
Engenheiro Salvador Arena

2
Bacharelando do Curso de Engenharia de Alimentos, e-mail: 051230006@faculdade.cefsa.edu.br

3
Bacharelando do Curso de Engenharia de Alimentos, e-mail: 051230048@faculdade.cefsa.edu.br

4
Bacharelando do Curso de Engenharia de Alimentos, e-mail: 051230037@faculdade.cefsa.edu.br

5
Bacharelando do Curso de Engenharia de Alimentos, e-mail: 051230008@faculdade.cefsa.edu.br
Coordenação Nacional de Articulação de Quilombom e o projeto do governo que
auxilia esses povos é o Programa Brasil Quilombola.

Objetivos da Pesquisa

O objetivo é dissertar sobre os desafios e avanços enfrentados pelas comunidades


quilombolas no Brasil, ressaltando sua luta histórica por reconhecimento, titulação de
terras e preservação cultural. Abordaremos marcos significativos, como a Constituição
de 1988, a Convenção 169 da OIT e o Programa Brasil Quilombola, avaliando sua
eficiência. Focando também nas lacunas existentes, como a efetivação de políticas
públicas e a distribuição de renda, com ênfase nos impactos durante a pandemia de
COVID-19. Além de amostrar iniciativas como o Fundo Casa e o Observatório da
Covid-19 nos Quilombos, destacando sua relevância no acareamento dos desafios
específicos enfrentados por essas comunidades. Por final, procuramos compreender o
cenário atual das comunidades quilombolas, reconhecendo os avanços conquistados,
mas ressaltando a necessidade contínua de medidas efetivas para superar as distinções e
garantir uma qualidade de vida digna para essas populações historicamente
marginalizadas.

Questões da Pesquisa

A comunidade quilombola passa por muitas dificuldades até os dias de hoje tendo
como principais lutas o seu reconhecimento e a busca pela reconquista dos territórios
que são deles. Atualmente existem muitos especialistas, organizações não
governamentais e até mesmo entidades governamentais que estão em busca de dar voz
para essas comunidades que não são tão representadas. Especialistas estudam e
exploram a questão do reconhecimento desses povos e no que diz respeito à titulação de
suas terras. Um assunto muito polêmico é a questão das terras dessas comunidades, que
perderam alguns hectares via procedimentos ilegais, como grilagem de terras, avanços
de obras urbanas sem respeito às áreas e a prática de racismo ambiental, o processo de
discriminação e injustiças sociais que populações compostas por minorias étnicas
sofrem, devido à degradação ambiental e em decorrência das mudanças climáticas
Como forma de representar as comunidades quilombolas existe a Coordenação
Nacional de Articulação de Quilombos – CONAQ, que é composta da união das
organizações quilombolas nos níveis Estaduais e regionais, reúnem 24 Estados, atua
com mais de 3500 comunidades quilombolas. A CONAQ tem como objetivo lutar pela
garantia do uso coletivo de território, implantação de projetos de desenvolvimento
sustentável, implementação de políticas públicas levando a visão das organizações das
comunidades de quilombolas, educação e moradia de qualidade, autonomia das
mulheres quilombolas e outros objetivos. O governo Federal criou um programa no ano
de 2004 chamado Programa Brasil Quilombola – PBQ, onde existem um conjunto de
ações com o nome de “Agenda Social Quilombola” que possui ações voltadas para
acesso a terra, infraestrutura e qualidade de vida, inclusão produtiva e desenvolvimento
local e direitos e cidadania. Tanto os especialistas quanto as organizações que buscam
representar essas comunidades acabam ajudando e gerando uma ligação entre os
membros dessas comunidades e o governo Estadual e Federal.

Resultados e discussões
Atualmente, os quilombos existem em praticamente todos os estados brasileiros.
Levantamento da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, mapeou 3.524
dessas comunidades. De acordo com outras fontes, o número total de comunidades
remanescentes de quilombos pode chegar à cinco mil. Eles precisaram passar muito
tempo fugindo e se escondendo justamente por não ter à cultura respeitada. Vale
ressaltar o mais emblemático dos quilombos formados no período colonial, onde o
Quilombo dos Palmares, que se localizava na serra da Barriga resistiu por mais de um
século, e o seu mito transformou-se em moderno símbolo brasileiro da resistência do
africano a escravatura.
No período de redemocratização do Brasil, o Movimento Negro e lideranças das
comunidades remanescentes de quilombos intensificaram a busca por direitos da
cidadania. Não podemos deixar de ressaltar que, ainda hoje essa luta continua sabendo
que vivemos em uma sociedade extremamente preconceituosa. Através disso, ocorreu o
processo de elaboração da Constituição Federal de 1988, assegurando o direito à
preservação de sua cultura e identidade, bem como o direito a titulação das terras
ocupadas por gerações e gerações de homens e mulheres, que se contrapuseram ao
regime escravocrata e constituíram um novo modelo de sociedade e de relação social.
As conquistas das comunidades remanescentes de quilombos expandiram-se também
para o cenário internacional. A Convenção 169 da Organização Internacional do
Trabalho, da qual o Brasil é signatário, assegura aos grupos e comunidades tradicionais
o direito de se autodefinirem. Em 20 de novembro de 2023, o decreto 4.887
regulamentou o procedimento de identificação, reconhecimento, delimitação,
demarcação e titulação das terras ocupadas pelos quilombolas.
Um outro momento que marcou a fase dos quilombolas foi em março de 2004 onde o
Governo Federal criou o programa Brasil Quilombola, como uma política de Estado
para essas comunidades, abrangendo um conjunto de ações integradas entre diversos
órgãos governamentais. Com isso, houve o direito à terra e ao desenvolvimento
econômico e social passando a ser reais e assumidos como prioridade governamental.
Todas as ações foram coordenadas por meio Subsecretaria de Políticas para
Comunidades Tradicionais.
Com essas novas mudanças constatadas desde estão, estão os efeitos positivos da
infraestrutura e instalação de equipamentos socais das comunidades, a oportunidade de
ter um desenvolvimento econômico e social, com vista à sustentabilidade ambiental,
social, cultural, econômica e política dos quilombolas, levando uma forma digna de
viver. Podendo ter a oportunidade de construir os seus bens, ter um bom emprego com
condições adequadas perante as leis e obtendo assim, uma nova vida. A garantia do
acesso à terra, relacionada à identidade étnica como condições essencial para a
preservação dessas comunidades, tornou-se uma forma de compensar a injustiça
histórica cometida contra a população negra no Brasil. Alterando as condições de vida
nas comunidades remanescentes de quilombos por meio da regularização da posse da
terra, do estímulo ao desenvolvimento sustentável e o apoio as duas associações
representativas.
A maior dificuldade do sistema brasileiro na tentativa de defender as garantias dadas
aos quilombolas está na efetivação de políticas públicas e de assistencialismo, tendo em
vista que, na maioria das vezes, não conseguem atingir todos os que se encontram
nessas situações de risco, além da difícil disseminação por meio escrito ou eletrônico,
devido à falta de conhecimento educacional apresentado por eles. É de grande
preocupação também a distribuição de renda para os quilombolas que, em sua maioria,
se encontram em situação de extrema pobreza. A falta de alimentos pode gerar
desnutrição crítica, ao ponto de dificultar o aprendizado e podendo resultar em morte
pela sua falta.
Com uma tentativa de auxiliar esses povos, foram criadas durante o período de
pandemia o Fundo Casa em 2021 a Chamada de Projetos para Apoio as Comunidades
Quilombolas no Enfrentamento dos Impactos Causados pela Covid-19, com foco no
Norte e no Nordeste localizadas as maiores comunidades quilombolas do Brasil. A
organização teve um valor total de 1 milhão e apoiou 33 projetos de até 30 mil cada. A
sustentabilidade econômica, a promoção da soberania e segurança alimentar, o
fortalecimento da resiliência comunitária e a defesa dos direitos nas comunidades foram
os principais princípios apoiados nessa causa. Algo muito positivo com essa campanha,
foi ela ter se mantido até os dias de hoje. Lenec Mota, uma das organizadoras diz que:
''às comunidades quilombolas continuam até hoje precisando de ajuda''. Sabendo que,
durante o tempo de pandemia algumas pessoas tiveram uma fase de extrema pobreza.
Dentre elas estão as comunidades quilombolas, que receberam ajuda, mantimento,
comida, roupa etc.
Com o período de pandemia, as comunidades Quilombolas foi completamente
esquecida pelas autoridades. Por meio, a Conaq em parceria com suas representações
estaduais e com o Instituto de Saúde Ambiental (ISA), criou o Observatório da Covid-
19 nos Quilombos. O observatório diz: ''Tanto as secretárias de saúde como o próprio
Ministério da Saúde tem negligenciado uma atenção específica em relação as
comunidades negras.'' Cerca de 46 comunidades espalhadas por 18 municípios, onde
190 quilombolas tinham morrido e 4,6 mil tinham sido contaminados pela doença.
Mas a aglomeração não é propriamente um problema da maioria dos quilombos
brasileiros, que ficam em áreas rurais, outras carências, como a dificuldade de acesso à
água e a produtos como álcool gel, por exemplo, sacrificam essa parcela da população
negra tanto ou mais do que aquela que vive nas periferias das cidades, impedindo os
cuidados de higienização necessários à proteção contra a Covid-19. Através dessas
dificuldades algumas organizações se prostraram para ajudar com alguns mantimentos
necessários, onde em nenhum momento surgiu das autoridades (do governo). Tiveram
que receber suporte de diversos lugares, com o objetivo de sobreviverem.

Considerações Finais
Com isso, podemos concluir que por mais que tenha ocorrido um avanço para a
comunidade quilombolas, ainda tem muito para evoluir e melhorar. Foi criada leis para
auxiliarem, mas, podemos perceber que ainda ocorre a distinção dessa população e até
mesmo da cultura deles. Sofrendo com isso, a falta de comida e uma grande necessidade
ao longo dos anos.

Referências
Quilombolas enfrentam dificuldades para garantir seu direito ao território. Brasil
de Fato, 2017.Disponível
em:<https://www.brasildefatomg.com.br/2017/11/21/quilombolas-enfrentam-
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quilombo em formato audiovisual. Baobá Fundo Para Equidade Racial,2022.
Disponível em: < https://baoba.org.br/associacao-quilombola-resgata-e-preserva-a-
memoria-historica-de-quilombo-em-formato-audiovisual-como-mecanismo-de-
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gclid=CjwKCAjw15eqBhBZEiwAbDomEm3ltGFaJ3PPbw_sCgQ3Rd4yEFQ0Czv0TP
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PORFÍRIO, Francisco. Quilombolas. Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/quilombolas.htm#Quem+s
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Anielle Franco anuncia meta de demarcar 300 territórios quilombolas. Rede Brasil
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https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/quilombos.htm#:~:text=O%20que
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Brasil tem 1,3 milhão de quilombolas em 1.696 municípios. Agência IBGE Notícias,
2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-
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Nossa história – CONAQ. Disponível em: http://conaq.org.br/nossa-historia/ Acesso
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https://conaq.org.br/ Acesso em: 18 de novembro de 2023
Integração de dados do Programa Brasil Quilombola (PBQ).Disponível em:
https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/2149/1/Integra%C3%A7%C3%A3o%20de
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