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01/12/2020 Jacques Rancière – Wikipédia, a enciclopédia livre

Jacques Rancière
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Jacques Rancière (Argel, Argélia francesa, 10 de Junho de


1940) é um filósofo francês, professor da European Graduate Jacques Rancière
School de Saas-Fee e professor emérito da Universidade Paris
VIII (Vincennes-Saint-Denis). Seu trabalho se concentra
sobretudo nas áreas de estética e política.

Índice
Biografia
Obras publicadas em português
Referências
Ligações externas Nascimento 10 de Junho de 1940
Argel, Argélia
Nacionalidade francês
Biografia Escola/tradição Marxismo,
Estruturalismo
Aluno de Louis Althusser, participou, em 1965, da elaboração de Ideias notáveis teorias da
Lire le Capital (Ler O Capital), juntamente com Étienne democracia,
igualdade radical
Balibar, Roger Establet, Pierre Macherey, além do próprio
Althusser,[1] antes que se rompesse a ligação entre Rancière e
seu antigo professor na École normale supérieure. Em 1974, Rancière escreve La Leçon d'Althusser, uma
crítica à abordagem althusseriana do marxismo e, ao mesmo tempo, um testemunho sobre as condições
do Partido Comunista e da Universidade, na França pós 1968.[2] No final dos anos 1970, Rancière
organiza, com outros jovens intelectuais, como Arlette Farge e Geneviève Fraisse, o coletivo Révoltes
Logiques que, sob a inspiração do poeta Rimbaud, questiona as representações tradicionais do social e
publica a revista, Les Révoltes logiques[3].

Paralelamente, ele volta sua atenção para a emancipação operária e os utopistas do século XIX
(notadamente Étienne Cabet), com uma reflexão filosófica sobre educação e política. Desse trabalho
nascerá sua tese de doutorado, publicada em 1981, sob o título La Nuit des prolétaires. Archives du rêve
ouvrier (A noite dos proletários. Arquivos do sonho operário), sobre os operários saint-
simonianos.[4][5]

Um pouco mais tarde, em Le Philosophe plébéien (O filósofo plebeu), ele reúne escritos inéditos de Louis
Gabriel Gauny (1806 - 1889), um operário filosófo. [6] Em meados dos anos 1980, Rancière se interessa
por um outro personagem pouco convencional : Joseph Jacotot, que, no começo do século XIX
questionou radicalmente os fundamentos da pedagogia tradicional. Esse estudo resultará em uma
biografia filosófica, Le Maître ignorant (O mestre ignorante), na qual coloca o postulado da igualdade
das inteligências e relaciona emancipação operária e emancipação intelectual. Em seguida, Rancière se
interessará pela ambiguidade do estatuto do discurso histórico, em Les Mots de l'histoire (As palavras
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da história). No fim desse período, Rancière, que é também cinéfilo e próximo aos Cahiers du cinéma,
iria explorar as ligações entre estética e política. Courts voyages au pays du peuple (Viagens curtas ao
país do povo), sob a forma de três novelas filosóficas, é a sua primeira obra sobre as relações entre as
imagens e os saberes, a utopia e o real, a literatura e a política.

Obras publicadas em português


No Brasil:

Políticas da Escrita. Trad. Raquel Ramalhete, Laís E. Vilanova, Ligia Vassalo e Eloisa A. Ribeiro.
Ed. 34, 1995.
O Desentendimento - Política e Filosofia. Trad. Ângela Leite Lopes. São Paulo: Ed. 34, 1996.
A Noite dos Proletários: arquivos do sonho operário. Trad. Marilda Pereira. São Paulo: Cia. das
Letras, 1988.
O Mestre Ignorante: Cinco Lições Sobre a Emancipação Intelectual. Trad. Lílian do Valle. Autêntica,
2004.
A Partilha do Sensível: estética e política. Trad. Mônica Costa Netto. São Paulo: EXO experimental
org.; ed. 34, 2005.
O Inconsciente Estético. Trad. Mônica Costa Netto. Ed. 34, 2009.
As distâncias do cinema. Trad. Estela dos Santos Abreu. Contraponto, 2012. 166p.
O destino das imagens. Trad. Mônica Costa Netto. Rio de Janeiro, RJ: Contraponto, 2012. 149 p.
O espectador emancipado. Trad. Ivone C. Benedetti. WMF Martins Fontes, 2012. 128 p.
A fábula cinematográfica. Trad. Christian Pierre Kasper. Papirus, 2013. 192 p.
Os Nomes da História: Ensaio de Poética do Saber. Trad. Mariana Echalar. Unesp, 2014.
O Ódio à Democracia. Trad. Mariana Echalar, São Paulo: Ed. Boitempo, 2014 (2014).
Figuras da História. Trad. Fernando Santos, São Paulo, Ed. Unesp, 2018 (2012).
O Espaço das Palavras - de Mallarmé a Broodthaers. Trad. de Eduardo Jorge de Oliveira e Marcela
Vieira. Relicário Edições, 2020. 68p.

Em Portugal:

Sobre a teoria da ideologia: a politica de Althusser. Porto: Portucalense, 1971. 42 p.


O Espectador Emancipado, trad. J. M. Justo, Lisboa, Orfeu Negro, 2010 (2008).
Nas Margens do Político, trad. V. Brito, J. P. Cachopo, Porto, Dafne, 2010 (1998).
Estética e Política. A Partilha do Sensível, com entrevista e glossário por G. Rockhill, trad. V. Brito.
Porto: Dafne, 2010 (2000).
O Destino das Imagens, trad. L. Lima, Lisboa, Orfeu Negro, 2011. Contraponto, 2012 (2003).
Os Intervalos do Cinema, trad. L. Lima, Lisboa, Orfeu Negro, 2012 (2011).
Béla Tarr. O Tempo do Depois, trad. L. Lima, Lisboa, Orfeu Negro, 2013 (2011).
A Fábula Cinematográfica, trad. L. Lima, Lisboa, Orfeu Negro, 2014. Papirus, 2013 (2001).
As palavras da história - ensaio de poética do saber, trad. Maria-Benedita Basto, Lisboa, Edições
Unipop, 2014 (1992).

Referências
1. A contribuição de Rancière ("Le concept de critique et la critique de l’économie politique. Des
Manuscrits de 1844 au Capital"), assim como as de Establet e Macherey, havia sido suprimida por

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Althusser em 1968 . Uma edição corrigida e aumentada de Lire le Capital foi publicada em 1973,
recuperando as contribuições dos três autores. Ver Mode d’emploi pour une réédition de Lire le
Capital (http://horlieu-editions.com/introuvables/politique/ranciere-mode-d'emploi-pour-une-reedition-
de-lire-le-capital.pdf), por Jacques Rancière.
2. (em francês) Jacques Rancière, La leçon d'Althusser (https://lectures.revues.org/9000#ftn1)
(resenha). Por Igor Martinache. Lectures , 22 de agosto de 2012.
3. As contribuições de Jacques Rancière para essa revista foram reunidas no livro Les Scènes du
peuple (Horlieu, 2003).
4. (em francês) Jacques Rancière, La nuit des prolétaires : archives du rêve ouvrier, Paris, Fayard,
1981 (http://www.persee.fr/doc/hedu_0221-6280_1981_num_13_1_3114) (resenha). Por Michelle
Perrot. Histoire de l'éducation. 1981, volume 13 nº 1 pp. 80-83.
5. A noite dos proletários. Arquivos do sonho operário (http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/vie
w/64295/66982) (resenha). Por Fernando César Teixeira França. Revista de História, São Paulo, nº
122, p. 165-193, jan-jul. 1990.
6. Le Philosophe plébéien. Louis-Gabriel Gauny (http://www.puv-editions.fr/collections/hors-collection/p
hilosophe-plebeien-louis-gabriel-gauny-le--0-22-116.html). Presses Universitaires de Vincennes.

Ligações externas
(em inglês) Jacques Rancière (https://web.archive.org/web/20100417061517/http://www.egs.edu/fac
ulty/jacques-ranciere/biography/), no site da European Graduate School (biografia, bibliografia, fotos
e videoconferências).
(em português) "Política da arte" (https://web.archive.org/web/20111115155310/http://www.sescsp.or
g.br/sesc/conferencias/subindex.cfm?Referencia=3562&ID=206&ParamEnd=6&autor=3806). Texto
da conferência realizada no SESC, São Paulo, abril de 2005.
Rancière e Laclau: democracia além do consenso e da ordem (http://www.scielo.br/scielo.php?script
=sci_arttext&pid=S0103-33522014000100005). Por Daniel de Mendonça e Roberto Vieira Junior.
Revista Brasileira de Ciência Política nº13. Brasília, abril de 2014. ISSN 2178-4884
"O que significa estética (http://cargocollective.com/ymago/Ranciere-Txt-2)", trad. R. P. Cabral.
Ymago, outubro, 2011.
Jacques Rancière (http://cargocollective.com/ymago/Ranciere-Tutti) (dados biográficos). Ymago.
E-books de Jacquer Rancière (http://cargocollective.com/ymago/Ranciere-Txt). Ymago

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