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Curso | Rodadas | 1ª Fase | Concurso Delegado Federal (DPF) |

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PEÇA PROCESSUAL (12,00 pontos)

A Polícia Federal no Amazonas foi informada da existência de rota de tráfico internacional de cocaína
partindo do aeroporto de Manaus, com destino aos Estados Unidos. Segundo relato, parentes de
presos viajam para o exterior com volumes de droga amarrados ao corpo e, ao desembarcarem em
solo americano, são contatados por criminosos a quem entregam o entorpecente. O recrutamento dos
presos recém-chegados à Cadeia Pública de Manaus ocorre ao ar livre, durante os banhos de sol.
Levantamentos preliminares indicam que DARIO, ADRIANO, JOAQUIM e PICOLÉ, todos presos na
Cadeia Pública de Manaus, fazem parte do grupo estruturado e com divisão informal de tarefas que
remete drogas aos Estados Unidos. Os rendimentos auferidos pela prática delitiva são convertidos em
bens móveis e imóveis comprados em nome de laranjas ainda não identificados. Para apurar
cabalmente o(s) crime(s) citado(s), foi instaurado o inquérito policial 345/2018. Em face do caso
narrado, na qualidade de Delegado de Polícia Federal responsável pela investigação, elabore,
fundamentadamente, a(s) medida(s) pertinente(s) ao caso, para que todos os envolvidos sejam
devidamente identificados (e para que a atuação policial se dê no momento mais oportuno), tipifique
o(s) crime(s) praticado(s) e enderece o pleito ao juízo competente.

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1ª QUESTÃO DISSERTATIVA (4,00 pontos)

O art. 9.º da CF preceitua que: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir
sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1.º - A lei
definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade. § 2.º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei”.
Com base nesse dispositivo transcrito, bem como nas demais regras constitucionais e administrativas
que disciplinam o assunto, responda:
a) Os servidores públicos possuem direito à greve? Justifique fundamentadamente.
b) Quais são os requisitos para os servidores públicos realizarem a greve?
c) É possível que a Administração Pública desconte a remuneração dos servidores públicos que
fizerem greve?
d) É possível que os policiais exerçam o direito de greve

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2ª QUESTÃO DISSERTATIVA (4,00 pontos)

Defina o crime de perigo abstrato-concreto ou de perigo hipotético e o relacione com o crime de perigo
abstrato.

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3ª QUESTÃO DISSERTATIVA (4,00 pontos)

É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica pela prática de crimes contra a ordem
tributária? Esclareça, também, o que vem a ser a teoria da dupla imputação.

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SIMULADO 1 – RESPOSTA PADRÃO – RODADAS DE SIMULADOS AD VERUM –
CONCURSO DELEGADO FEDERAL (DPF) – ÚLTIMA CHAMADA

ANÁLISE DO CASO

Trata-se de inquérito policial instaurado para apurar os crimes de tráfico internacional de


entorpecentes, participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro, tipificados nos artigos
33 c/c 40, I, da Lei 11.343/06, artigo 2º da Lei 12.850/13 e artigo 1º, § 1º, I, da Lei 9.613/98. O candidato
deverá confeccionar representação objetivando a infiltração policial na organização criminosa e a
utilização da técnica de ação controlada, com fulcro na Lei 12.850/13 (pode ser utilizada também a Lei
11.343/06 para fundamentar os pleitos). A peça deve deixar claro: a tipificação dos crimes; que uma
organização criminosa é investigada no bojo do feito; que a prova não pode ser colhida por outro meio;
que a infiltração deve ser deferida pelo prazo de 6 meses; as tarefas do agente infiltrado; comunicação
da utilização da técnica de ação controlada. Como não há juízo prevento, a representação deve ser
dirigida ao juízo federal competente por distribuição da Subseção Judiciária de Manaus – ou Seção
Judiciária do Amazonas.

ESPELHO DE CORREÇÃO

Quesitos avaliados Faixa de valor


Apresentação e estrutura textual (legibilidade, respeito às margens e 0,00 a 2,00
indicação de parágrafos)
Endereçamento ao juízo federal competente por distribuição da Subseção 0,00 a 2,00
Judiciária de Manaus – ou Seção Judiciária do Amazonas.

Representação objetivando a infiltração policial e a ação controlada 0,00 a 2,50


Requisitos legais das medidas cautelares 0,00 a 2,50
Tipificação dos crimes praticados (tráfico internacional de entorpecentes, 0,00 a 3,00
participação em organização criminosa e lavagem de dinheiro)
TOTAL 12,00

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SUGESTÃO DE RESPOSTA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL COMPETENTE POR DISTRIBUIÇÃO DA SUBSEÇÃO


JUDICIÁRIA DE MANAUS

A Polícia Federal, por meio do delegado federal que esta subscreve, no exercício de suas
atribuições e com fulcro no artigo 144 da Constituição Federal, na Lei 12.830/13 e no Código de
Processo Penal, vem, perante Vossa Excelência, REPRESENTAR pela INFILTRAÇÃO POLICIAL e
COMUNICAR a utilização da técnica de AÇÃO CONTROLADA, com fulcro na Lei 12.850/13, medidas
estas indispensáveis ao andamento do inquérito policial 345/2018.

1. Resumo fático

A Polícia Federal recebeu notícia de crime acerca da existência de rota de tráfico


internacional de cocaína partindo do aeroporto de Manaus, com destino aos Estados Unidos.

Segundo relato, parentes de presos viajam para o exterior com volumes de droga amarrados
ao corpo e, ao desembarcarem em solo americano, são contatados por criminosos a quem entregam
o entorpecente.

O recrutamento dos presos recém-chegados à Cadeia Pública de Manaus ocorre ao ar livre,


durante os banhos de sol.

Levantamentos preliminares indicam que DARIO, ADRIANO, JOAQUIM e PICOLÉ, todos


presos na Cadeia Pública de Manaus, fazem parte do grupo estruturado e com divisão informal de
tarefas que remete drogas aos Estados Unidos.

Os rendimentos auferidos pela prática delitiva são convertidos em bens móveis e imóveis
comprados em nome de laranjas ainda não identificados.

Diante de tal cenário, observa-se que os investigados citados fazem parte de organização
criminosa (grupo estruturado, com divisão informal de tarefas, composto por 4 ou mais pessoas, com
o fito de obter vantagem de qualquer natureza, mediante prática de crimes com penas máximas
superiores a 4 anos) e que se pode imputar aos mesmos os crimes de tráfico internacional de drogas
(artigo 33 c/c artigo 40, I, da Lei 11.343/06), participação em organização criminosa (artigo 2º da Lei
12.850/13) e lavagem de dinheiro (artigo 1º, § 1º, I, da Lei 9.613/98).

2. A infiltração policial e a ação controlada

O deslinde da presente investigação clama pela utilização da técnica denominada infiltração


policial. Só será possível conhecer profundamente a organização criminosa investigada se o Estado inserir
no seio do consórcio criminoso um de seus agentes, com o fito de colecionar material probante apto a
desarticular a agremiação (vez que a prova não pode ser coligida de outra maneira).

A técnica será executada com a inserção de policial que se passará por detento e será inserido
na Cadeia Pública de Manaus, com o fito de conhecer todos os detalhes das práticas ilícitas e a completa
identificação dos investigados, tudo na forma dos artigos 10 e seguintes da Lei 12.850/13.
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Para garantir o sucesso da técnica, é necessário autorização judicial para que sejam
confeccionados novos documentos para o policial designado, que serão utilizados exclusivamente no
curso da infiltração.

Por fim, cumpre comunicar a Vossa Excelência a utilização da técnica denominada ação
controlada (artigos 8º e seguintes da Lei 12.850/13) no curso das investigações, para que o aparelho
policial, eventualmente, retarde sua ação, com o fito de que prova seja coligida de maneira mais eficiente
e para que o maior número de integrantes da organização criminosa seja identificado e futuramente
responsabilizado.

3. Conclusão e pedidos.

Do exposto, abroquelado nas razões de fato e de direito lançadas supra, REPRESENTA o


signatário desta peça, depois de ouvido o Ministério Público, seja autorizada a INFILTRAÇÃO POLICIAL
no seio da organização criminosa investigada, pelo prazo inicial de seis meses, com consequente
autorização para confecção de novos documentos, a serem usados no curso da infiltração (com ulterior
inutilização), na forma dos artigos 10 e seguintes da Lei 12.850/13.

Outrossim, COMUNICO a utilização da técnica de ação controlada, na forma do artigo 8º e


seguintes da Lei 12.850/13.

Local, data.

Delegado de Polícia Federal

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1º QUESTÃO

a) É perfeitamente possível que os servidores públicos exerçam o direito à greve, vez que a
própria Constituição Federal assegura referido direito. Não obstante referido dispositivo seja uma
norma constitucional de eficácia limitada, ou seja, necessita de uma norma infralegal para radiar todos
seus efeitos, o Supremo Tribunal Constitucional tem entendimento firmado no sentido que mesmo
sem ter sido ainda editada a lei infraconstitucional, os servidores públicos poderão fazer greve,
aplicando-se a eles as leis que regulamentam a greve para os trabalhadores da iniciativa privada.
b) Para que seja possível a deflagração da greve no serviço público é imprescindível o
preenchimento dos seguintes requisitos: (i) tentativa de negociação prévia, direta e pacífica; (ii)
frustração ou impossibilidade de negociação ou de se estabelecer uma agenda comum; (iii) deflagração
após decisão da assembleia; (iv) comunicação aos interessados (Administração Pública a que estiver
vinculado e à população), com antecedência mínima de 72 horas; (v) adesão ao movimento por meios
pacíficos; e, (vi) garantia de que os serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades básicas
continuarão sendo prestados.
c) Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, como regra, a Administração Pública
deve fazer o desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos
servidores públicos. Entretanto, se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do
Poder Público, não há que se falar em desconto da remuneração.
d) Conquanto os policiais sejam servidores públicos, no ano de 2017, em sede de repercussão
geral, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que o exercício do direito de greve, sob
qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem
diretamente na área de segurança pública. Durante o julgamento o STF entendeu que os integrantes
das carreiras policiais possuem o dever de fazer intervenções e prisões em flagrantes, sendo isso
inconciliável com o exercício da greve.

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2º QUESTÃO

O crime de perigo abstrato-concreto ou delito de perigo hipotético é considerado por parte da doutrina
como uma subclassificação do delito de perigo abstrato. Nesses casos, não basta a conduta do agente
para caracterizar o delito (perigo abstrato), mas também não se faz necessária a comprovação do
perigo (perigo concreto). O que importa é que a conduta seja capaz de gerar um perigo possível de
lesão ao bem jurídico.

Dito de outro modo, enquanto nos crimes de perigo abstrato basta a conduta do agente para o delito
estar configurado, uma vez que o perigo gerado ao bem jurídico é presumido de forma absoluta pelo
legislador, nos delitos de perigo abstrato-concreto o legislador não se contenta com a mera conduta
do agente. O crime exige um plus para a sua configuração, qual seja, a geração de uma situação de
perigo possível ao bem jurídico. Note-se que o que se precisa provar é a possibilidade de perigo,
diferentemente dos crimes de perigo concreto em que se faz necessária a prova do efetivo perigo
gerado ao bem jurídico, sob pena de atipicidade da conduta.

O crime de perigo abstrato-concreto seria um meio termo. Um plus em relação ao crime de perigo
abstrato e um minus comparando-o com o de perigo concreto.

O STJ já fez uso de tal expressão quando da análise do crime previsto no art. 56 da Lei 9.605/98 (Lei
dos crimes ambientais).

Vale ressaltar, que os Tribunais Superiores, embora não digam expressamente, estão reconhecendo o
delito do art. 12 da Lei 10.826/03 como de perigo abstrato-concreto.

Embora o art. 12 da Lei 10.826/03 seja crime de perigo abstrato, há julgados recentes dos Tribunais
Superiores reconhecendo a atipicidade material da conduta de possuir pouca munição
desacompanhada da arma de fogo. A incidência do princípio da insignificância nesses casos transforma
o delito até então reconhecido como de perigo abstrato em crime de perigo abstrato-concreto.

Referência

1. STJ, Resp: 1439150/RS, julgado em 05/10/2017

2. STF, HC 149.450/DF

3. STF, RHC 143.449/MS, j. 26/09/2017.

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3º QUESTÃO

A pessoa jurídica, de acordo com o posicionamento majoritário, pode ser responsabilizada penalmente
nos crimes contra a ordem econômica e financeira, contra a economia popular e contra o meio
ambiente, por expressa previsão constitucional e desde que regulamentado por lei ordinária.

Atualmente, apenas a lei dos crimes ambientais (Lei 9.605/98) prevê a responsabilização penal da
pessoa jurídica. Vale lembrar que o constituinte autorizou o legislador ordinário a estabelecer penas
compatíveis com sua natureza jurídica, independentemente da responsabilidade individual dos seus
dirigentes.

No tocante aos demais delitos, ou seja, aos crimes contra a economia popular e a ordem econômica e
financeira, ainda não sobreveio lei definidora dos crimes por parte da pessoa jurídica.

Atualmente, há uma uniformidade na jurisprudência dos Tribunais Superiores quanto à


desnecessidade de aplicação da teoria da dupla imputação para fins de responsabilização penal da
pessoa jurídica por crimes ambientais. Em outras palavras, a responsabilização penal da pessoa jurídica
independe da pessoa física. De acordo com o STF, a obrigatoriedade da dupla imputação caracterizaria
afronta ao art. 225, § 3º, da CF, pois condicionaria a punição da pessoa jurídica à condenação
simultânea da pessoa física.

Referência

1. Art. 173, § 5º e art. 225, § 3º, CF/88).

2. STJ, Sexta Turma, HC 15.051/SP

3. STJ, MS 39.173/BA, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJ 06/08/2015,
Informativo 566 STJ;

4. STJ, RE 548.181/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Rosa Weber, DJe 19/06/2013, Informativo
714.

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