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Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional

Direcção Nacional do Ensino Técnico-Profissional


ESPECIALIDADE: TÉCNICOS ADUANEIROS – DISCIPLINA DE COMÉRCIO EXTERNO

TEXTO DE APOIO Nº 1

Introdução Argumento/Surgimento/ Necessidade do Comércio Internacional

Tipos de Comércio

Operadores do comércio

Funções Económicas do Comércio Principais funções do comércio

Divisão do comércio

• Comércio interno – aquele que se realiza entre pessoas singulares e/ou colectivas de um
país com as mercadorias e serviços existentes nesse mesmo país.
 Interpretação: Isto quer dizer que o comércio interno – é aquele que acontece dentro
de um país com relação as mercadorias nacionais.

• Comercio externo – o que se realiza entre pessoas singulares e/ou colectivas de um país e
as de outros países utilizando as suas respectivas mercadorias e/ou serviços.
 Interpretação: Isto quer dizer que o comércio externo – é aquele que se realiza entre
um país e o resto do mundo, ou entre vários países.

Comércio Internacional

Comércio Internacional – é a troca de bens e /ou serviços através de fronteiras internacionais ou


territoriais, isto é, consistem na troca de mercadorias entre dois ou mais países ou entre residentes
de diferentes Países/Nações – troca de mercadorias entre residentes e não residentes de um país.

 Interpretação: Isto quer dizer que o Comércio Internacional – é aquele que acontece
a nível mundial através das fronteiras de um pais ou fronteiras territoriais, e ocorre

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entre residentes e não residentes de um país no qual estarão a trocar bens e serviços
entre si.

Todos os países participam na economia mundial e estão interligados através do comércio e das
finanças, isto é, através da circulação de bens, serviço e capitais. As ligações comerciais de
importações e exportações de bens e serviços ocorrem quando por EUA importam automóveis do
Japão ou exportam computadores para o México. As ligações financeiras ocorrem quando os EUA
emprestam dinheiro ao Japão para financiar o seu défice orçamental ou quando os fundos de
pensões norte-americanos diversificam as suas carteiras ao investir em mercados emergentes na
Ásia ou na América Latina.

 Interpretação: Todos países estabelecem/mantêm relações entre si, traduzidas quer


seja na troca/circulação de mercadorias e/ou serviços, quer ainda nos movimentos de
capitais.
Os países acompanham de perto os seus fluxos de comércio externo. Um índice importante é as
exportações líquidas, que é a diferença entre o valor das exportações e o das importações. Quando
as exportações excedem as importações, a diferença é um excedente comercial, enquanto uma
balança negativa de exportações líquidas é um défice comercial.

 Interpretação: A diferença entre exportações e importações de bens e serviços é


designada por “exportações líquidas”.

O objectivo da expansão do comércio internacional tem-se tornado cada vez mais importante à
medida que amplia a eficiência promovendo o crescimento económico. A medida que as
economias se tornam cada vez mais interligadas, os decisores políticos prestam uma crescente
atenção à política económica internacional. Os países estão acertadamente preocupados com o
comércio internacional porque o comércio serve o objectivo último de melhorar os níveis de vida.

 Interpretação: O objectivo quando os países se envolvem no comercio internacional


é garantir o bem-estar do seu povo a nível internacional, o que nos leva a questão da
globalização e internacionalização das economias.

As principais áreas de preocupação dos decisores políticos são as políticas comerciais e a gestão
financeira internacional.

O primeiro conjunto de políticas são as comerciais, que consistem em imposições aduaneiras,


quotas, etc., para restringir ou incentivar as importações e as exportações. A maioria das políticas
comerciais tem um efeito reduzido sobre o desempenho económico. As restrições ao comércio
internacional são tão severas que causam perturbações económicas, inflações ou recessões.

Um segundo conjunto de políticas viradas para o sector externo é a gestão financeira internacional.
O comércio internacional de um país é influenciado pela sua taxa de câmbio, que representa o
preço da sua própria moeda em relação às moedas de outros países. Fazendo parte das suas políticas
monetárias, os países adoptam diferentes sistemas para regular os seus mercados de câmbios.

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Alguns sistemas permitem que as taxas de câmbio sejam determinadas exclusivamente pela oferta
e pela procura; outros definem uma taxa de câmbio fixa em relação a outras moedas.

Resumidamente, uma economia aberta envolve-se no comércio internacional de bens e/ou serviços
e investimentos. As exportações são bens e serviços vendidos para o exterior e as importações são
os comprados ao exterior. A diferença entre exportações e importações de bens e serviços é
designada por “exportações líquidas”.
Quando se considera o comércio internacional, a procura interna pode ser diferente do produto
nacional.

 Interpretação: Os países envolvem-se no Comercio Internacional porque diferem


entre si em termos de dotação de recursos, gostos e preferências.

A procura interna compreende o consuno, o investimento e a despesa pública ( C + I + G), onde C


– Consumo; I – Investimento; G – Governo. Para obter o PIB( Produto Interno Bruto), têm de ser
adicionadas as exportações (Ex) e subtraídas as importações (Im), pelo que PIB = C+I+G+X, em
que X = exportações líquidas = Ex – Im.

As importações são determinadas pelo rendimento e pelo produto internos, juntamente com os
preços dos bens internos relativamente aos dos produtos estrangeiros.

As exportações são simétricas das importações e são determinadas pelo rendimento e o produto
externos, juntamente com os preços relativos. O aumento do valor das importações por cada
unidade monetária de aumento do PIB é designado por “propensão marginal para a importação” (
PMm).

O comércio internacional envolve o uso de moedas nacionais diferentes, ou seja, a taxa de câmbio
de um país. O preço relativo de duas moedas é designado por taxa de câmbio. Quando a taxa de
câmbio de um país aumenta (ou se aprecia), as importações diminuem (o país importa menos), as
exportações aumentam no exterior e o país torna-se menos competitivo nos mercados mundiais.

 Interpretação: Taxa de Câmbio – é o valor ou preço da moeda de um país


relativamente a moeda de outro país. O país torna-se competitivo na produção de um
certo bem, se o fizer de forma eficiente. Os países podem ter maior quantidade de bens
e serviços se cada um se especializar na actividade em que têm vantagem comparativa.

Na grande maioria dos países, o comércio internacional representa uma grande parcela do PIB
(Produto Interno Bruto).

O avanço industrial dos transportes, a globalização, o surgimento das corporações multinacionais,


teve grande impacto no incremento deste tipo de comércio – cuja importância económica, política
e social se tornou crescente nos últimos anos.

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Importa ainda referir que :
• Mesmo que os países tenham recursos naturais e uma indústria nacional bastante
desenvolvida, dificilmente poderiam sobreviver se fechassem as suas fronteiras ao
comércio inter-países, isto porque os recursos são escassos, não obstante uns mais
abundantes que os outros, sempre são escassos.

 Interpretação: Hoje em dia não existem economias fechadas pois nenhum país
sobrevive apenas com o que produz internamente, ou seja, nenhum país é auto-
suficiente, isto porque os recursos são escassos, dai que mesmo possuindo recursos
naturais e uma indústria bastante desenvolvida, a sua economia deve estar sempre
aberta a novos mercados para que possa se apoiar em casos de escassez bem para na
aquisição de produtos que não se encontram no mercado nacional.

• Por outro lado, os países pouco desenvolvidos, do qual Moçambique faz parte, as relações
económicas internacionais são a base da sustentação dessas economias. Temos como
exemplo, o caso de Moçambique que depende muito das importações, subsídios, donativos
e empréstimos em divisas para abastecer as populações em bens duradouros e de consumo
corrente e para adquirir “in-puts” (matérias primas, matérias subsidiárias, peças e
sobressalentes, etc) para pôr em funcionamento a economia nacional.

 Interpretação: O nosso país é basicamente importador pois importa mais (saída de


divisas) do que exporta (entrada de divisas), ou seja, depende do exterior para
realizar/desenvolver as suas actividades, o que gera um défice na Balança Comercial.

• Outro aspecto não menos importante é que grande parte dos produtos que fabricamos ou
colhemos em bruto, destinam-se aos mercados estrangeiros para pagar as importações que
o país efectua e dividas contraídas.

Interpretação: Já que nosso país é dependente do exterior por importar mais do que
exportar, consequentemente acaba contraindo dividas com o exterior, tendo que pagá-las
por meio da produção interna/nacional.

• O outro aspecto ainda a realçar é o facto de o país estar numa posição geográfica
privilegiada, a proximidade do mar, a existência de recursos naturais e bons portos, fazem
com que o país tenha uma economia naturalmente aberta a prestação de serviços, de referir
o transporte, carga e descarga em benefício dos países da região. Temos como exemplo: o
Zimbabwe, Malawi, Suazilândia, Lesoto, Zâmbia e RSA.

 Interpretação: O nosso país apresenta uma boa localização geográfica justamente


por estar próximo ao mar, pois a existência de recursos naturais e bons portos fazem
fazem com que o nosso país seja aberto/virado para prestação de serviços dado que

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faz ligação entre os países do inter-land exactamente por causa da sua posição
geográfica privilegiada, neste sentido dá-nos vantagens com relação a área do
transporte (da locomoção) no sentido de escoamento de produtos para outros países.

Para além das várias razões objectivas de sobrevivência que conduzem os países a realizarem
trocas internacionais – existem argumentos que a teoria e a prática de relações económicas
internacionais resumem-se na necessidade de conveniência que existe em cada país de se
especializar na produção daqueles bens para os quais possuem maiores possibilidades e facilidades
de os obter a custos mais baixos, quer porque as condições e os recursos naturais relativos a esses
bens são abundantes e boas, quer porque possui mão-de-obra altamente especializada e barata – é
o que em economia se chama de Divisão e Especialização Internacional do Trabalho.

 Interpretação: Isto quer dizer que havendo a necessidade de cada país ter acesso aos
bens produzidos por outros países/países terceiros, os países estabelecem relações,
sendo necessário que cada país se especialize na produção que se sinta capaz de
produzir e que possa ser feita a baixos custos.
Vantagens comparativas – a base para as trocas:

Um outro conceito importante para perceber no comércio externo, é o da especialização produtiva.

É importante referir que a questão das vantagens comparativas é fundamental no processo de


trocas. Significa que ao invés de um indivíduo saber executar tantas tarefas, é fundamental que se
especialize em certas, recorrendo a trocas com outros agentes económicos, de forma a satisfazer
as suas necessidades.

 Interpretação: Um individuo pode ter vantagem comparativa de bens e serviços se


cada um se especializar na actividade em que tem vantagem comparativa.

O pressuposto do argumento da especialização reside no facto de os sistemas económicos baseados


na especialização e na troca de bens e serviços serem geralmente muito mais produtivos do que
aqueles onde a especialização é fraca.

Fundamento:

É importante perceber porque motivo as pessoas optam por trocar bens e serviços ao invés de serem
elas mesmas a providenciarem tudo quanto necessitam.

Portanto, a razão para a especialização ser tão produtiva é devido a existência daquilo a que os
economistas designam de Vantagem Comparativa.

No geral, diz-se que uma pessoa tem vantagem comparativa na produção de um certo bem ou
serviço, se tal pessoa for realmente mais eficiente em tal tarefa do que a produzir quaisquer outros
bens e/ou serviços.

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Referir que um individuo pode ter maior quantidade de todos os bens e/ou serviços, se cada um se
especializar na actividade em que tem vantagem comparativa.

Um outro conceito importante a referir é o da Curva das Possibilidades de Produção (CPP) – que
consiste num modelo gráfico que descreve as combinações de bens e serviços que uma economia
consegue produzir.

 Interpretação: Curva das Possibilidades Produtivas (CPP) demostra por meio de


gráficos, o alcance de produção de uma determinada economia.

O desenvolvimento deste instrumento permitirá verificar com mais precisão, de que forma é que a
especialização impulsiona a capacidade produtiva – até a da mais simples economia.

É fundamental considerar os conceitos de troca e custo oportunidade para perceber o princípio


da vantagem comparativa ligado ao princípio da escassez – o custo de despender mais tempo
numa actividade e ficar com menos tempo disponível para outras.

Designa-se de escassez – porque, pelo simples facto de existir falta, torna tal opção necessária.

Este princípio ajuda a perceber porque razão toda a gente melhora a sua prestação se concentrar se
naquilo em que consegue ser melhor do que os outros.

 Interpretação: A escassez de um determinado de recurso num país é claramente uma


oportunidade de comercio para o país com abundância desse recurso.

Para que um país se envolva no comercio internacional, o mesmo deverá ter uma
vantagem comparativa, na qual se exige que o país se especialize no bem que se ache
capaz de produzir e que o faça de forma eficiente de modo a ter obter benefícios.

Vantagem absoluta – uma pessoa tem vantagem absoluta em relação a outra, se comparada com
ela levar menos horas a realizar uma tarefa.

Vantagem comparativa – uma pessoa tem vantagem comparativa em relação a outra, se o seu
custo oportunidade por efectuar a tarefa for mais baixo do que o custo oportunidade da outra
pessoa.

Custo de oportunidade de uma actividade – é o custo ou valor da melhor alternativa que se tem de
sacrificar para desenvolver tal actividade.

Uma das mais importantes conclusões da economia moderna é de que quando duas pessoas (ou
duas nações), têm diferentes custos de oportunidade na realização de várias tarefas, podem sempre
aumentar o valor real dos bens e serviços produzidos através da troca mútua.

Fronteiras económicas:

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 Interpretação: Fronteiras Económicas – são espaços onde se desenrola o comércio
à nível mundial, e que implica a utilização de tecnologia de produção.

É fundamental abordar alguns aspectos ligados as fronteiras económicas, tendo em conta que elas:

• Define os espaços onde as tecnologias de produção são idênticas;


 Interpretação: Definem os espaços onde as tecnologias de produção são idênticas
porque se as tecnologias de produção forem iguais, não haverá troca, por isso tem de
haver o grau de diferenciação da força de especialização.

• Separa a preferência dos consumidores;

 Interpretação: Significa dividir a preferência do público consumidor. De que forma?


Exemplo: pode se separar a preferência dos consumidores através do aumento ou
redução do preço ou custo de aquisição de um determinado bem ou serviço.

• No que concerne a Política Comercial externa, a Fronteira delimita espaços onde os


governos conseguem impor a sua Política Comercial;
 Interpretação: Isto significa que a Politica Comercial interna nunca abrange as
Politicas Comerciais de outros países devido a delimitação fronteiriça que delimita as
zonas de atuação de cada país.
• Define divergências ou distorções nas condições de mercado (economia de mercado,
economia planificada, economia mista).

 Interpretação: Significa que cada governo é livre de implantar o sistema de mercado


que achar mais eficaz para garantir o bem-estar do seu povo a nível internacional, o
que origina as diferentes formas de mercado.

É importante para perceber que no comércio externo é o conceito de especialização é importante


porque todos os sistemas económicos estão baseados na especialização produtiva e na troca de
bens e/ou serviços e serem geralmente muito mais produtivos do que aqueles onde a especialização
e fraca.

 Interpretação: Os países envolvem-se no Comercio Internacional porque são


diferentes entre si no que concerne a dotação de recursos (o que faz com que os países
se especializem com vista ao aproveitamento desses recursos através da mão-de-obra
especializada – capital e tecnologia, porque "dotar" é possuir), em contrapartida, os
países que tiverem falta ou escassez de recursos vão envolver-se com outros para
obtenção dos bens e/ou serviços escassos no mercado nacional.
Nota: O relacionamento que se estabelece entre países difere de grau para grau devido
ao estágio de desenvolvimento diferenciados.

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Causas do Comércio Internacional

De entre as várias causas importa referir as seguintes:

• A obtenção de ganhos nas trocas que se efectuam;

 Interpretação: Nas trocas comerciais se não houver ganhos, essas trocas chegam até
a não se efectivar, dai que ambas as partes devem ter ganhos e benefícios para
desenvolverem o comercio internacional.

• A especialização produtiva como consequência da divisão internacional do trabalho; e

 Interpretação: Não podemos falar de comércio externo sem falar da especialização,


que acontece quando um país se encontra a produzir, a baixos custos e de forma
eficiente de modo a garantir vantagens/benefícios quando for envolver-se no comercio
internacional.

• Aumento do bem-estar internacional.


 Interpretação: Os países envolvem-se no comercio internacional com o objectivo de
garantir o bem-estar do seu povo a nível internacional, o que nos leva a questão da
globalização e internacionalização das economias.

Deste modo surgem as seguintes questões relevantes:

1. O que leva os países a estabelecerem trocas comerciais?

R: Os países envolvem-se no comercio internacional porque diferem entre si em


termos de dotação de recursos, gostos e preferências. Neste contexto, os países que
tiverem falta ou escassez de recursos vão envolver-se no comercio internacional para
obtenção dos bens e/ou serviços escassos no mercado nacional.

2. Como é que diferentes Teorias explicam as trocas comerciais?

R: As diferentes Teorias explicam as trocas comerciais na medida em que surgem


pensadores que começam a desenhar políticas económicas por meio várias teorias que
possam impulsionar a economia dos países no decorrer do comércio internacional.

3. De que forma o comércio livre contribui para o aumento do bem-estar económico dos
países?

R: O comércio livre contribui para o aumento do bem-estar económico dos países na


medida em que os governos possuem o livre arbítrio para de implantação do sistema

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de mercado que considerem mais eficaz e eficiente para garantir o bem-estar do seu
povo a nível internacional.

4. Pode um governo influenciar de forma activa as vantagens comparativas de um país?

R: Sim, porque um indivíduo pode ter maior quantidade de bens e serviços se cada
um se especializar na actividade em que tem vantagem comparativa. A vantagem
comparativa dá-nos maior alcance em termos de comércio internacional e possibilita
a expansão em termos de produção dado que se compara os custos internos e as
vantagens de troca do mesmo produto.

Importa referir que os países envolvem-se no Comércio Internacional porque são diferentes entre
si no que concerne a dotação de recursos e nos gostos e preferências.

Actores e Actividades de Comércio Externo

As actividades de comércio externo designam-se por/de Importação e Exportação.

Os actores designam-se de Importadores e Exportadores.

 Interpretação: Significa que no Comércio Externo actuam agentes Importadores e


Exportadores por meio da Importação e Exportação de bens e/ou serviços.

Importar – consiste na compra, entrada de mercadorias/serviços provenientes do exterior do


Território Aduaneiro.

Exportar – consiste na venda, saída de mercadorias do Território Aduaneiro.

Estes dois intervenientes (Importador e Exportador), são os responsáveis pelo comércio


internacional de mercadorias.

 Interpretação: - Importação – entrada de bens e/ou serviços no território aduaneiro.


- Exportação – saída de bens e/ou serviços no território aduaneiro.

Categorias e Regimes de Comercio Externo

É função do Importador e Exportador, pesquisar e satisfazer as necessidades dos consumidores,


colocando-lhes à sua disposição bens de que necessitam.

 Interpretação: Significa que compete ao Importador e Exportador atender ou


satisfazer as necessidades do público consumidor por meio do comercio externo.

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As actividades aduaneiras ocorrem dentro de um determinado tipo de regime, onde cada regime
obedece a uma especificidade técnica apropriada. Assim os regimes que orientam as actividades
aduaneiras designam-se por/de Regimes Aduaneiros.

 Interpretação: As Actividades Aduaneiras são regidas por diversos regimes


aduaneiros, e cada regime tem as suas implicações.

Em comércio externo há a considerar as categorias a seguir descriminadas como parte integrante


dos Regimes Aduaneiros e subdividem-se em:

1. Regime Geral;

2. Regime Especial; e

3. Regime Pautal.

1. Regime Geral – é aquele cuja prática não carece de uma autorização especial.

Dentro do Regime Geral podemos encontrar:

Importação Normal – (Importação definitiva ou importação propriamente dita) – é a entrada de


mercadorias provenientes de outros países que se destinam ao consumo do país importador.

Exportação Normal – (Exportação definitiva) – é a saída de mercadorias nacionais ou mesmo


nacionalizadas para o estrangeiro.

2. Regime Especial – Neste regime qualquer prática requer uma autorização especial prévia de
acordo com a indicação constante na Pauta Aduaneira para este tipo de mercadorias.

 Interpretação: As mercadorias que obedecem ao Regime Especial, requerem


tratamento especial conforme termos e procedimento contantes na Pauta Aduaneira.

No Regime Especial podemos encontrar:

Importação Temporária – consiste na entrada e permanência no território aduaneiro de


mercadorias do importador mediante anotação no verso do original do Despacho Aduaneiro (DUF)
e pagamento de caução do valor das imposições aduaneiras durante um determinado período, findo
qual é devolvido à origem e se não se fizer a reexportação, haverá lugar a pagamento de direitos
aduaneiros.

 Interpretação: Importação Temporária é a entrada no território aduaneiro nacional,


de mercadorias vindas do exterior, com permanência temporária no território
nacional, a fim de serem reexportadas e gozando de suspensão no pagamento de
direitos aduaneiros e demais imposições.

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Reexportação – consiste no retorno ao país de origem/procedência de mercadorias importadas
temporariamente, mediante confrontação, também pode representar o reenvio de uma mercadoria
recebida de um outro país. Ex: quando um determinado país, Moçambique, vende a um outro país,
Zimbabwe, mercadorias que importou de um terceiro país, RSA.

 Interpretação: Reexportação é a saída do território aduaneiro nacional, de


mercadorias que tenham sido objecto de importação temporária.

Exportação Temporária – consiste na saída de mercadorias de um país para outro, com anotações
no verso do original do despacho aduaneiro (DUF), por um período de tempo determinado, com o
fim de efectuar uma reparação, exposição em feiras internacionais, amostras, etc, devendo ser
reimportado findo esse prazo.

 Interpretação: Exportação Temporária é a saída de mercadorias do território


aduaneiro nacional, para outro país, com permanência temporária no estrangeiro,
devendo posteriormente serem reimportadas e gozando de suspensão no pagamento de
direitos aduaneiros e demais imposições.

Reimportação – é o retorno ao país de origem, da mercadoria temporariamente exportada,


mediante confrontações.

 Interpretação: Reimportação é a entrada no território aduaneiro nacional, de


mercadorias que tenham sido objecto de exportação temporária.

Importação em trânsito – é a entrada de mercadorias provenientes de outros países que se


destinam ao consumo de um terceiro país. É uma simples passagem de mercadorias por um país
que normalmente dispõe de condições especiais (armazéns, portos, equipamento de manuseamento
de carga, etc.).

 Interpretação: Importação em Transito é o regime aduaneiro mediante o qual as


mercadorias provenientes do exterior com destino a outro ponto do exterior, passam
pelo território aduaneiro de um país.

Baldeação – é o transbordo de toda ou parte de carga de um navio para o outro, dentro das águas
territoriais de um país.

Comércio especial – refere-se a toda a importação para o consumo ou em regime de draubaque


(devolução dos direitos de importação) ou ainda às mercadorias que estando em regime de
armazém.

Comércio Geral – é aquele que inclui o comércio especial mais o comércio de trânsito indirecto.
O trânsito indirecto abrange todas as mercadorias que entram no país apenas para serem exportadas
sem serem submetidas a operações de transformações físicas ou químicas.

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3.Regime Pautal – constituído pelas IPPs (Instruções Preliminares da Pauta e sistema
harmonizado de codificação das mercadorias). Contem todas as informações de como proceder
para realizar qualquer actividade de comércio internacional bem como a classificação pautal de
todas as mercadorias.

Zonas Francas – são espaços físicos pertencentes a outros países, dentro de um determinado
território fiscal (exemplo: as embaixadas, os consulados, etc.)

 Interpretação: Zonas Francas são áreas físicas de livre comércio de importação e


exportação, estabelecidas com o objectivos de suspensão no pagamento de direitos
aduaneiros e demais imposições.

Certificado de origem – é o documento a partir do qual as mercadorias podem gozar do direito a


nacionalização e podem circular no país do importador como se de mercadorias nacionais se
tratassem.

 Interpretação: Certificado de Origem é o documento que comprova a origem das


mercadorias para fins de obtenção de tratamento preferencial. Tratamento
Preferencial – é o beneficio que se dá a uma determinada mercadoria que quando
acompanhada do certificado de origem, goza de redução ou eliminação de direitos
aduaneiros na importação.

Locais onde se pode obter o certificado de origem (onde foi produzida a mercadoria)

O exportador obtém o certificado de origem nas Alfândegas do seu país e entrega-o ao importador
para que este o apresente juntamente com outros documentos (factura, documento de transporte,
etc), referentes a importação, às Alfândegas, para o desembaraço das mercadorias.

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