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Tocantins
ISBN: 978-85-63526-36- 11 a 13 de Novembro de 2013 – UFT/Araguaína –
6 TO
ABSTRACT: The present study approaches the use of multimedia resources, in the case of
cinema and their respective developments, as a counterpoint to the literary language
converted cinematically and how this be emphasized in teaching strategy disposed to
provide a stimulus to reading mainly in Portuguese classes focused to literary studies.
Through readings Carmen Bolognini (2011) and Marcos Napolitano (2003) grounded some
relevant considerations the insertion of cinema in school education and its articulation with
the teaching curriculum. Even under all the problematizations present in contemporary
educational setting and resistance present with from the media by some professionals today,
these pedagogical practices associated on the use of films can instigate both students
and as teachers to have new
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Acadêmico do curso de Letras – Língua Portuguesa e Literaturas da Universidade Federal do Tocantins.
Realização Apoio
perspectives before teaching literature and consequently stimulate the formation of new
readers through these current aspects given to the classroom.
KEYWORDS: Reading. Literature. Cinema.
Mas existe a questão que ainda conflita nesta adesão cinéfila no espaço escolar, isso
ocorre pelo fato de que a instituição escolar no passado não foi idealizada como um lugar
disseminador de ações pedagógicas através dos meios comunicativos, principalmente os
veículos da cultura de massa. A inadequação técnica e organizativa por parte da escola são
um dos fatores resultantes desta lacuna existente entre as instituições de ensino e o uso
efetivo de recursos multimídia na articulação curricular da escola.
Diante deste panorama, tende-se a problematizar algumas possibilidades viáveis
perante as limitações diagnosticadas em cada circunstância escolar. A inserção do cinema
no ciclo da educação escolar não está estritamente atrelada apenas à estruturação do espaço
físico e na disponibilidade de materiais pedagógicos para o exercimento de ações voltadas
para o uso de mídias com intuito educacional.
O educador interessado em agregar especialmente o uso de filmes em determinado
eixo temático em sala de aula deve posicionar-se diante das especificidades regidas na
perspectiva curricular adotada pela organização escolar. O planejamento docente é um meio
eficaz para que este professor decodifique as condições favoráveis para o aprimoramento
cinéfilo em determinado contexto escolar, desde a caracterização do espaço onde serão
geridas as exibições de filmes até a sua relação com os conteúdos programáticos
pressupostos no planejamento escolar.
Neste quesito, o planejamento deve vir embasado conforme a faixa etária e o grau
de aprendizagem detectado sob as condições pedagógicas de cada turma e seus respectivos
alunos. “Não se trata de delimitar a criatividade dos alunos-espectadores ou desestimular as
várias leituras válidas de uma obra cinematográfica, mas estabelecer alguns parâmetros de
análise com base nos objetivos da atividade.” (NAPOLITANO, 2003, p. 82). Isso remonta a
proporção do filme em instigar a condição psicológica de cada espectador e assim estimular
as mais variadas interpretações.
E é nessa amplitude da arte cinematográfica que o professor emerge sob a função
de mediador destas interpretações perpassadas pelos filmes, o intuito neste caso não é
delimitar uma única ótica diante de determinado trabalho fílmico, mas sim, problematizar as
argumentações geradas entre alunos e professores através da obra cinematográfica.
Pensando nisso, o professor deve manter um posicionamento democrático e aberto
diante das concepções despertadas em seus alunos em sala de aula, “que ele não está
reproduzindo o filme para si mesmo, para o seu próprio deleite intelectual ou emocional.”
(NAPOLITANO, 2003, p. 19). O cuidado preciso ao abordar a obra fílmica exige uma dada
reflexão por parte do educador diante dos resultados obtidos, de certa forma, tais resultados
podem variar com as expectativas geradas anteriormente pelo próprio professor.
Um dos pontos essenciais para que essa abordagem fílmica consiga proporcionar
um ensino adequado para os alunos é a intencionalidade em que são reproduzidos os filmes
em sala de aula. Os filmes vêm aderindo cada vez mais a uma proporção muito além da
figuração da realidade, ou seja, o cinema atual tende a uma perspectiva que ultrapassa os
valores meramente ilustrativos e simplificados dos filmes de antes.
Neste ponto, o professor precisa estar atento sobre essa expansão que a indústria
cinematográfica vem conduzindo seus filmes e até que ponto essa obras fílmicas podem ser
suplantadas na estruturação curricular da escola. Neste caso, “obviamente o professor não
precisa ser crítico profissional de cinema para trabalhar com filmes na sala de aula. Mas o
conhecimento de alguns elementos de linguagem cinematográfica vai acrescentar qualidade
ao trabalho.” (NAPOLITANO, 2003, p. 57).
A abrangência temática repassada pelos filmes desmitifica a concepção secundária
dada ao cinema no que condiz ao seu uso no espaço escolar anteriormente. Hoje, um
determinado filme é capaz de sustentar a articulação de um dado conteúdo programático em
sala de aula sem denegrir as propostas curriculares adotadas pela escola.
Neste caso, é importante ponderar sobre algumas interferências que as obras
fílmicas podem vir a transparecer no decorrer das aulas ministradas. O uso efetivo do
cinema em sala de aula não pode ser encarado como mecanismo exclusivo das ações
pedagógicas regidas pelo docente, o papel do professor é tentar agregar os valores
cinematográficos em sua didática e não simplesmente priorizar o uso fílmico como meio
absoluto na sala de aula.
Considerando que muitas vezes essa abordagem fílmica pode ser remetida de
forma desconexa aos conteúdos programáticos ou até mesmo como válvula de escape para
certos professores descompromissados em ministrar uma determinada aula. Logo
recapitulamos o discurso mencionado por alguns estudantes de que o filme age como forma
de passatempo no
ciclo escolar, isto é, mesmo com todas suas atribuições temáticas, a obra cinematográfica
acaba muitas vezes sendo limitada e tendo um propósito vazio dentro da grade curricular.
É pensando sob estas condições metodológicas e práticas que podemos nos situar
através de um trecho dado pelo autor Marcos Napolitano:
É sob esta ótica expansiva que o meio cinematográfico vem estruturando-se para
obter uma linguagem própria e conseqüentemente um público assíduo capaz de
compreender desde a transposição convergente até a produção fílmica propriamente dita.
Neste caso, o cinema dispõe destes valores estéticos e lingüísticos para essa construção da
imagem em movimento e sua respectiva abordagem narrativa, o que permite uma análise
ampla diante das percepções despertadas em cada espectador.
Esse aspecto sensorial despertado no típico cinéfilo perante o filme é algo bastante
próximo da reação alçada pelo leitor ao emergir-se sob a leitura, isto é, o cinema também
tende a um dispositivo de leitura que caracteriza a obra fílmica e suas especificidades. Neste
caso, a liturgia cinematográfica é articulada principalmente sob os elementos narrativos,
ilustrativos e sonoros para proporcionar ao público a vivacidade que o cinema tanto almeja.
Desta forma, a equipe cinematográfica é distribuída a partir do encargo que cada
qual possui na construção fílmica como um todo, pois “os recursos e dispositivos que o
diretor, o roteirista, os atores utilizam para se expressar e a articulação mais aprofundada
entre o filme e o contexto sócio-histórico.” (NAPOLITANO, 2003, p. 27). É imprescindível
a análise cinéfila diante desses pressupostos que qualifica o filme, a leitura do mundo
cinematográfico exige um grau aguçado por parte do espectador em minuciar os traços
fílmicos de cada obra.
O cinéfilo neste caso seria uma espécie de leitor que transita entre a disposição das
imagens e os efeitos sonoros sob o roteiro vinculado ao filme, ele é o tipo de espectador
capaz de abstrair as releituras vigentes entre o meio cinematográfico e as demais expressões
artísticas intertextualizadas na obra fílmica, pois “como toda obra de arte, o cinema pode
estimular o desenvolvimento da linguagem verbal e da compreensão textual.”
(NAPOLITANO, 2003, p. 41), por exemplo.
É sob esta circunstância que o autor Marcos Napolitano fortalece novamente a
menção da leitura cinematográfica como:
Mesmo sob a condição informacional contida em boa parte dos filmes, o cinema
vivenciou tempos de resistência principalmente referente ao espaço escolar diante de suas
linhas tradicionais. Além de ser uma arte por excelência, a estética cinematográfica
perpassou sob outros espaços e proporcionando condições viáveis em outros meios. Neste
caso, enfatizamos a inserção do cinema no campo educacional e até que ponto o uso de
filmes pode contribuir no processo de ensino-aprendizagem entre alunos e professores.
O pensar primordial até aqui é conceituar este tipo de cinema na circunstância
usada especificamente ao ensino em literatura nas aulas de Língua Portuguesa no ensino
básico das escolas públicas, tratando de algumas ponderações iniciais que objetivam
futuramente o uso efetivo do cinema como meio propulsor para formação de novos leitores.
Isso equivale ao repensar a forma como é gerido o uso de recursos multimídia na
prática docente, de como essas fontes interativas são articuladas com o conteúdo curricular
e até que ponto o entretenimento midiático pode viabilizar situações condizentes e
acessíveis aos nossos alunos. Desta forma, o cinema não pode ser disposto em sala de aula
sob a condição meramente ilustrativa distanciada das objetividades especuladas no processo
de ensino.
Talvez, por certos casos em que os filmes são denegridos ao mau uso na prática
escolar por parte de alguns educadores, que ainda o cinema não adentrou totalmente nas
propostas curriculares de ensino. Possivelmente, por conta desta estrutura escolar que
prevalece ainda seus traços tradicionais em si e a resistência por parte dos profissionais
mais ortodoxos no ensino contemporâneo é que meios interacional como o cinema, por
exemplo, não prevalecem seu valor devidamente no campo educacional de fato.
E tratando especialmente do ensino em literatura é que o cinema consegue atrelar
seus elos ao ensino, neste caso, a indústria cinematográfica vem cada vez mais explorando
este campo literário e assim criando uma cumplicidade ímpar entre ambas as artes para este
público devidamente eclético quando se trata desta globalização cultural contemporânea
vigente.
É sob este processo de interligação entre literatura e cinema que ponderamos a
criticidade repercutida diante do percurso dado desde a apropriação estética até a
convergência disposta em técnicas e proporções distintas. Neste caso é válido ressaltar que
o objetivo até aqui não é rivalizar e nem mesmo sobrepor um meio artístico sob o outro, o
nosso enfoque é proporcionar possibilidades de ensino-aprendizagem entre os alunos
através tanto da obra literária em si quanto no suporte alçado na respectiva adaptação
fílmica.
Acreditamos que a linguagem cinematográfica pode sintetizar inicialmente a
abordagem literária em sala de aula, logo, através dessas leituras é possível perceber que
ambas as artes despertam uma amplitude sob a leitura do mundo diante dos olhos do
espectador. E é através do cinema que ponderamos neste caso o incentivo na formação de
novos leitores principalmente no meio literário, onde ambas as artes sustentam um
contribuição uma com a outra para a criação de leitores e cinéfilos na contemporaneidade,
isto é, sujeitos culturais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS