O documento descreve os eventos do Primeiro Ciclo, quando os espíritos andarilhos receberam visão, tempo e esperança. Isso levou à criação dos elfos, dragões, tiferinos e outros seres. A alma do Senhor do Escuro, Seon, criou os anões e outros povos antes de morrer, iniciando a Era da Luz.
O documento descreve os eventos do Primeiro Ciclo, quando os espíritos andarilhos receberam visão, tempo e esperança. Isso levou à criação dos elfos, dragões, tiferinos e outros seres. A alma do Senhor do Escuro, Seon, criou os anões e outros povos antes de morrer, iniciando a Era da Luz.
O documento descreve os eventos do Primeiro Ciclo, quando os espíritos andarilhos receberam visão, tempo e esperança. Isso levou à criação dos elfos, dragões, tiferinos e outros seres. A alma do Senhor do Escuro, Seon, criou os anões e outros povos antes de morrer, iniciando a Era da Luz.
No começo do Primeiro Ciclo o mundo era disforme, acinzentado, e nada se
enxergava em meio ao frio. As Grandes Árvores repousavam num sono absoluto, imóveis e duradouras, consolando os espíritos que andavam sobre o Mar de Prata. Infindáveis eram as suas jornadas na névoa, pois não existia destino antes da Vida. Descansando no seu trono de vidro, Seon, Senhor do Escuro, vociferou pelos salões gélidos, fazendo seu brado ser testemunhado por toda a Terra Negra. Assim, eles vieram. Cin, a Dama do Sol, foi a primeira a chegar, iluminando o mundo com seus cílios avermelhados. Com isso os espíritos andarilhos receberam a dádiva da visão e, então, com a Luz, veio a Ambição. A água no cálice prateado de Seon reluziu com graça à convidada, sendo este entregue a ela como presente e usado como o Primeiro Espelho. Desse modo veio Auron, o Príncipe da Lua, destinado a portar a Luz em tempos de descanso. Assim o fez. A ele agradou o Mar de Prata e, recitando sua infinita poesia, guiou as águas a novos lugares. Então os espíritos andarilhos entenderam o passar dos dias e, com isso, veio o Tempo. Após a primeira eternidade, os espíritos, avassalados por orgulho, enviaram ao Salão sua filha mais promissora, Crisante de Alandra, a Bruxa do Oriente, com suas Irmãs da Fortuna. Estavam adornadas com as mais lindas flores e pintadas com os mais caros temperos, para a vaidade dos súditos criadores. Seon sorriu com encanto e a elas foram entregues as Sete Coroas de Vidro, garantindo governo sobre a Terra Negra e os Humanos que as adoravam. Então os espíritos conheceram a Esperança. A partir da Ambição, os espíritos invejavam o Salão de Vidro, sedentos pelo poder da criação. Com o Tempo, a Terra lamuriava o distúrbio da noite e as Árvores se enraiveciam com a falta de descanso, queixando-se para Fjona, a Irmã da Canção Verde. Ela nada podia fazer, pois se encantava pelas artes dos espíritos menores. Decidiu então adotá-los, para serem seus filhos, e a eles chamou de Elfos, enaltecendo- os. A Esperança foi retorcida, como os galhos cada vez mais secos que sombreavam a Terra, e pouco a pouco foi se transformando em Desespero, para o agrado das Três Irmãs Vermelhas e os seus seguidores. As Irmãs em preocupação estenderam o Fio Vermelho do Destino e olharam para a sua trama. Enxergavam apenas o desequilíbrio, uma existência sem fim sobre escárnio e derrota, pois a ganância dos homens era grande e a eles não se fazia concorrência. Sahestrasza engravidou do primeiro Dragão, para que esse, com sua fome, devorasse os homens que vagassem distantes da sua origem. Crepanthyr escupiu do fogo de seu sobrinho o primeiro Draconato, nascido de uma humana violada, para que os homens se recordassem do que os espera no Abismo. Por fim, Krillya dobrou, humilhou e retorceu seus sorridentes súditos até que esses se assemelhassem aos bodes dos quais se alimentavam, dando origem aos Tiferinos, para que os homens desistissem da ganância por Medo. O Senhor do Escuro, em seu vasto discernimento, decidiu se esvair e descansar, para que a disparidade entre o Fim e o Começo desse origem à Morte e à Vida. Seu corpo já não lhe servia e deveria findar, para dar exemplo aos que ainda viviam. Dos seus pensamentos vieram os Pequeninos, sempre astutos e estratégicos, dando fim às suas certezas. Seu coração queimou e deu espaço aos Gnomos, ricos com seu entusiasmo e ardor. Seus braços fortes foram rasgados pelos dentes dos Orcs, sempre prontos à fortaleza e à contenda. Por fim, suas pernas e tronco foram devorados pelos Anões, estoicos e desbravadores, para que a energia do alimento se tornasse combustível dos seus empreendimentos. A Alma de Seon ordenou então que seus filhos se propagassem aos quatro cantos da Terra Negra e se prostrassem em súplica aos Dois Convidados, que os contemplavam com a Luz Eterna. A lamúria infindável abriu espaço para a Tristeza e, com a Piedade, a promessa de manutenção da Vida até o momento da Morte. Os filhos dos quatro suplicantes elegeram o primeiro humano cego, Tao, para guiar os espíritos dignos à nova moradia. Estes passaram a se encontrar num mesmo destino, o Salão do Vale, para se sentarem ao lado de Seon, Primeiro dos Mortos. Aos indignos, apenas o ostracismo das suas existências, guiados a Om, O Fim, por Önya. Assim foi o fechamento do Primeiro Ciclo. Deu-se início, então, à Era da Luz.