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Informações Gerais

Olá caros alunos.

Vamos iniciar a Disciplina Administração Rural do Curso de Agente de


Assistência Técnica e Extensão Rural.

A disciplina Administração Rural possui uma carga horária de 50 horas e será


ministrada entre os dias 20.09.2020 a 24.10.2020.

O conteúdo da disciplina será disponibilizado em cinco unidades. Nesta Unidade 2


veremos os seguintes temas Contabilidade Rural; Gestão de Custos e Planejamento
Financeiro, e trataremos sobre os seguintes temas:

 Contabilidade Rural: Introdução a Contabilidade, elementos


patrimoniais (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido), receitas, despesas,
Balanço Patrimonial e Demonstrativo de Resultado de Exercício;
 Gestão de Custos: Terminologia em Custos, elementos de custos,
classificação dos custos, modelo/esqueça básico da contabilidade de
custos;
 Planejamento Financeiro: Análise e planejamento financeiro, decisões
de investimento e decisões de financiamento, fluxo de caixa.

As avaliações serão realizadas através de Fóruns, Atividades Avaliativas e


participação dos discentes ao longo do curso, com média de aprovação de 6,0 pontos.

Lembrem-se, sempre estamos à disposição para ajudar, por isso, usem os canais
de comunicação do curso, fóruns, e-mail, meet, grupo de Whatsapp etc., para tirar
dúvidas, sugestões ou qualquer outra informação que você julga necessária para o bom
desenvolvimento do curso.

Será um prazer ajudar no seu desenvolvimento acadêmico e profissional.

Bons estudos a todos. Sorte e sucesso sempre.

César Cândido de Brito


brito.cesar@uol.com.br
Resumo Profissional

Profissional formado em Administração de Empresas, Pós-graduado em


Controladoria e Finanças pela PUC/GO, Pós-graduado em Tutoria em Educação a
Distância pela Universidade Cândido Mendes/RJ, MBA em Gestão Empresarial pela
FGV/RJ, Mestre em Administração Pública pela UnB/DF e atualmente cursando
graduação em Ciências Contábeis pela UNOPAR. Com 15 anos de experiência como
professor e tutor em EaD na área de Gestão em cursos técnicos, graduação e pós-
graduação em Instituições Pública e Privadas.
Unidade 2 - Contabilidade Rural; Gestão de Custos e Planejamento Financeiro

1. Contabilidade

A Contabilidade consiste em uma área do conhecimento que inclui diferentes


ferramentas úteis para proporcionar ao proprietário rural (ou ao administrador da empresa
rural) o conhecimento da sua situação patrimonial e o embasamento para a tomada de
decisões financeiras em seus negócios.

Observe que, na definição acima, aparecem outros dois conceitos: patrimônio e


entidade. Você sabe o que eles significam? O patrimônio engloba um conjunto de bens,
direitos e obrigações, enquanto entidade se refere a qualquer tipo de pessoa, física ou
jurídica, que a Contabilidade estuda.

Voltando ao conceito de Contabilidade, pode-se dizer ainda que ela envolve um


sistema de informações destinado a fornecer relatórios, demonstrações e análises de
naturezas econômica e financeira, auxiliando no processo de tomada de decisões nos
negócios.

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Unidade 2 - Contabilidade Rural; Gestão de Custos e Planejamento Financeiro

Para atingir esse objetivo, são feitos o registro e o controle de todas as operações
econômico-financeiras que ocorrem nos empreendimentos, tais como compras, vendas,
recebimentos e pagamentos. Esse registro gera relatórios e demonstrações, permitindo
avaliar as situações econômica e financeira da entidade. Para entender melhor, confira as
cinco funções básicas da Contabilidade:

Funções Descrição
Registro Registrar todos os fatos que ocorrem e que influenciam ou podem vir a influenciar
a situação patrimonial das entidades.
Organização Organizar um sistema de controles adequado à entidade, além de manter a ordem
dos documentos contábeis.
Demonstração Demonstrar as situações econômica, patrimonial e financeira da entidade, com
base nos registros realizados, elaborando periodicamente os demonstrativos e os
relatórios contábeis
Análise Efetuar a análise de todos os relatórios e demonstrativos contábeis com a
finalidade de apuração dos resultados e de melhoria da eficiência da entidade.
Acompanhamento Acompanhar o planejamento, a execução e os efeitos das decisões econômicas
das modificações tomadas pela entidade, auxiliando na administração financeira e alertando para
do patrimônio eventuais problemas econômicos que a entidade possa enfrentar.

1.1. Usuários da Contabilidade

Os usuários da Contabilidade são todos aqueles que têm interesse na avaliação da


situação financeira de determinada entidade e que utilizam as demonstrações contábeis
para satisfazer algumas das suas diversas necessidades de informação. Eles podem ser
classificados como internos ou externos.

Os usuários internos são aqueles que estão “dentro” da entidade, englobando,


basicamente, os proprietários, administradores e os funcionários. Já os usuários externos
são aqueles ligados à entidade, mas que estão “fora” dela. Os principais usuários externos
são os fornecedores, os bancos e as outras instituições financeiras, os investidores, o
público em geral e o governo.

Usuários da Contabilidade e suas Necessidades de Informações


Usuários Necessidades de Informações
Administradores São aqueles que tomam as decisões dentro das entidades e conduzem os negócios.
Têm interesse em informações que dão embasamento à sua tomada de decisão e
que permitam analisar a situação econômica do negócio e estabelecer diretrizes
financeiras.
Funcionários São os empregados e seus representantes interessados em informações sobre a
estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam por
informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover
sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de
emprego.
Fornecedores Estão interessados em informações que permitam avaliar se as importâncias que
lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos.

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Bancos e outras Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar a
instituições capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros
financeiras dentro do vencimento.
(credores)
Clientes São os que têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da
entidade, especialmente quando têm um relacionamento no longo prazo com ela, a
têm como fornecedor importante ou dela dependem.
Investidores São os provedores de capital de risco e seus analistas que se preocupam com o risco
inerente ao investimento e o retorno que ele produz. Eles necessitam de informações
para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os
acionistas também se interessam por informações que os habilitem a avaliar se a
entidade tem capacidade de pagar dividendos.
Público em geral As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo,
fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive
empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As demonstrações contábeis
podem ajudar o público, fornecendo informações sobre a evolução do desempenho
da entidade e os desenvolvimentos recentes.
Governo Tem interesse pela destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades.
Necessita, também, de informações a fim de regulamentar as atividades das
entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda
nacional e estatísticas semelhantes.

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1.2. Elementos Patrimoniais

Com o intuito de controlar o patrimônio das entidades e fornecer informações sobre


a sua composição e as suas variações, a Contabilidade registra todas as movimentações
possíveis de mensuração monetária e resume os dados registrados em forma de relatórios
contábeis.

Os elementos patrimoniais que compõem as demonstrações contábeis são ativo,


passivo e patrimônio líquido. Suas alterações envolvem receitas, custos e despesas. Tais
elementos estão presentes na contabilidade de todos os tipos de entidade, inclusive dos
empreendimentos rurais.

Os ativos na economia, são a representação de bens e diretos de uma instituição.


Podemos citar exemplos como: saldo bancário, saldo no caixa, estoque, imóveis,
automóveis, marcas e patentes, softwares e duplicatas a receber.

Os passivos na economia são a representação das obrigações de uma instituição.


Os exemplos que podemos citar são: Impostos a recolher, salários a pagar, fornecedores
a pagar, enfim, são as obrigações que uma empresa tem para com terceiros.

O Patrimônio Líquido na economia é a resultante entre : ativo – passivo =


patrimônio líquido. Representa a riqueza líquida de uma empresa, ou seja, subtraída das
obrigações, além disso, é esta conta que demonstra os recursos que os sócios ou acionistas
tem investido na instituição. Exemplos que podemos citar são: capital Social, reservas de
lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados.

Podemos ver a composição das contas patrimoniais ( ativo e passivo) através do


Balanço Patrimonial e para saber se a escrituração está correta você deve comprovar
que ambos os lados estejam em perfeito equilíbrio. OBSERVE bem a constituição do
Balanço Patrimonial, haja vista, ele vai ser muito útil quando estivermos trabalhando com
a disciplina Plano de Negócio em que iremos fazer projetos rurais.

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Os ativos dividem-se em circulantes e não circulantes:

Ativo circulante: O ativo circulante é composto por sub contas cujos saldos serão
realizáveis dentro do exercício social de uma determinada empresa. Tudo que tiver a
tendência a se tornar dinheiro com maior facilidade durante o exercício social ( caixa,
banco, duplicatas a receber), devem estar dispostas no ativo circulante.

Ativo não circulante: O ativo não circulante é composto por bens e direitos que
não serão realizáveis dentro do exercício social, os ativos circulantes possuem subgrupos
dividem-se em:

Ativo Realizável a Longo Prazo: Investimentos; Imobilizado e Intangível. Vamos


às definições:

Ativo realizável a longo prazo: São bens e diretos da empresa que serão realizáveis
a longo prazo (após o término do exercício social seguinte). Exemplo: Venda a prazo de
mercadorias para um cliente X cujo valor da venda foi R$15.000,00 parcelados em 15
vezes, parte dessas parcelas a receber serão classificadas no ativo realizável a longo prazo.

Investimentos: Devem ser classificadas as participações societárias, com a


intenção de mantê-las permanentes, ou seja, fonte permanente de renda. Podemos citar
alguns exemplos que seriam: Propriedades para Investimento (terrenos e/ou imóveis
mantidos para valorização do investimento e/ou aluguel), Investimentos em outras
empresas (participações societárias), obras de arte e outros investimentos.

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Imobilizados: São bens físicos necessários para que a empresa desenvolva suas
atividades, e que não serão comercializados a priori: Imóveis, automóveis, móveis e
utensílios, máquinas e equipamentos.

Intangíveis: São bens e direitos que não são tangíveis, ou seja, não é um bem físico,
não pode ser tocado. Bons exemplos de bens intangíveis são: marcas e patentes, software
e direitos autorais.

O passivo por outro lado não tem tantas divisões:

O passivo está ordenado de forma decrescente de acordo com a exigibilidade, ou


seja, as obrigações são classificadas através do seu vencimento, o que vence primeiro está
no topo das obrigações no balanço patrimonial. O passivo divide-se em passivo circulante
e não circulante, entretanto o passivo não circulante não tem subgrupos.

Passivo circulante: Este grupo classifica obrigações que serão cumpridas dentro
do exercício social, ou seja, fornecedores a pagar, salários a pagar, energia elétrica a pagar
e impostos a recolher.

Passivo não circulante: Este grupo classifica obrigações que serão cumpridas após
o exercício social, ou seja, financiamentos a longo prazo, fornecedores a longo prazo entre
outras.

Patrimônio líquido: O patrimônio líquido é definido como a diferença entre o


valor do ativo e o do passivo de uma entidade em determinado momento. Ele engloba os
recursos próprios da entidade, ou seja, os recursos aportados pelos sócios ou gerados pela
própria entidade.

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Há três configurações possíveis para a situação patrimonial:

Temos ainda Receitas e Despesas, que são contas que não entram no Balanço
Patrimonial, mas em outro documento contábil de grande relevância, o Demonstrativo de
Resultado do Exercício.

Receitas: As receitas representam rendas que a entidade obtém, por diferentes


motivos, sob a forma de entrada de recursos, aumento de ativos ou diminuição de
passivos, resultando em aumento do patrimônio.

As receitas mais comuns decorrem da venda de bens e da prestação de serviços.

Despesas e custos: As despesas representam a saída de recursos, a redução de


ativos ou o aumento de passivos. Elas resultam em decréscimo do patrimônio. Na maioria
das vezes, decorrem do consumo de bens e da utilização de serviços. Por exemplo, os
gastos com: água, luz, telefone e internet; aluguéis; contribuição da Previdência Social;
despesas bancárias; impostos; materiais de escritório; salários etc.

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Já os custos são gastos relativos à aquisição ou à produção de um bem, ou ainda os


gastos diretamente relacionados à prestação de serviços. Pode-se compreendê-los como
valores gastos com bens e serviços para a produção de outros bens e serviços. São
exemplos os custos com: matérias-primas (como sementes e adubos); mão de obra;
manutenção (como combustível para trator); serviços (como pagamento de um
mecânico); mercadorias vendidas (como embalagens) etc.

1.3. Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis são documentos que uma empresa elabora e divulga,


com o objetivo de representar seu fluxo contábil e financeiro em um certo período.

Apesar de obrigatórias para algumas empresas, é importante elaborar as


demonstrações contábeis para que se tornem uma espécie de "mapa" para os
administradores, auxiliando nas tomadas de decisões em comparação com os períodos
anteriores ao atual.

Além disso, com a divulgação destes demonstrativos é que sócios e acionistas


podem analisar o crescimento da organização e exibirem o interesse em investir.

Quais as demonstrações contábeis obrigatórias? A elaboração das


demonstrações contábeis (financeiras) acontecem ao fim do período do exercício pelo
setor administrativo e contabilístico da empresa.

A divulgação de demonstrações contábeis é obrigatório pela legislação brasileira


para empresas de capital aberto, onde em um documento com a seguinte estrutura:

Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício - DRE;


Demonstração dos Fluxos de Caixa - DFC; Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido - DMPL; Demonstração do Valor Adicionado - DVA; Notas Explicativas.

O que interessa para o nosso curso é o Balanço Patrimonial (BP) e o Demonstrativo


de Resultado do Exercício (DRE), que veremos de forma mais detalhada.

Balanço Patrimonial: O Balanço tem como função demonstrar a situação


financeira e patrimonial da empresa, detalhando o que a empresa possui entre bens,
direitos e obrigações. (Ativo e Passivo). Este documento oferece uma visão geral das
atividades da empresa, como por exemplo, o quanto tem a pagar a fornecedores e a
receber de clientes. Exemplo de uma Balanço Patrimonial

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Demonstração do Resultado do Exercício (DRE): A Demonstração do Resultado


do Exercício é elaborado para que se demonstre as operações realizadas dentro do período
que agregaram rendimentos ou gastos para a empresa. As contas que vão no DRE são as
receitas e as despesas.

A DRE serve também para o apuramento dos impostos, principalmente o Imposto


de Renda, além de saber se a empresa obteve lucro ou prejuízo no período. Exemplo de
uma Demonstrativo de Resultado de Exercício.

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2. Contabilidade de Custos

Diante de uma gama de temas distintos, a contabilidade ramifica-se em diversas


especificações (partes), formando um Sistema Contábil. Particularmente neste curso
iremos focar o subsistema da Contabilidade de Custos, item fundamental para o AATER,
haja vista, constitui conhecimento fundamental na hora de elaborar projetos de custeio ou
investimentos, objetivando novos empreendimentos, financiamentos bancários,
governamentais etc.

2.1. Terminologia Contábil Básico

Terminologias utilizadas em Contabilidade de Custos

Gasto - é a renúncia de um ativo feita pela empresa (dinheiro ou promessa de


entrega de bens e direitos), para obtenção de um bem ou serviço - seja para uso, troca,
transformação ou consumo. Podem ser classificados em:

 Investimentos;

 Custo;

 Despesa;

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 Perda

Investimentos – são gastos destinados à obtenção de bens, direitos ou serviços que


serão ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis à períodos futuros.

Custo – são gastos que a entidade realiza com o objetivo de por o seu produto
pronto para ser comercializado, fabricando-o ou apenas revendendo-o, ou o de cumprir
com o seu serviço contratado. É todo dispêndio efetuado (ou ainda devido) pela empresa,
que esteja diretamente relacionado ao processo de industrialização, comercialização ou
de prestação de serviços. Em uma indústria, o preço pago ou a pagar pela matéria prima,
pelos salários dos empregados da fábrica, pela energia elétrica da fábrica, pelo aluguel da
fábrica etc., representam custos porque estão “ligados” ao processo de produção de outros
bens e serviços.

Despesas – são gastos efetuados para obtenção de bens ou serviços aplicados nas
áreas administrativa, comercial ou financeira, visando a obtenção de receitas.

Desembolso – é o pagamento resultante da aquisição de bens ou serviços e pode


ocorrer antes, durante ou depois da entrega dos bens ou serviços comprados, portanto,
pode haver ou não defasagem em relação ao momento do gasto

Diferença entre Custo e Despesa

Despesa – vai para o Resultado, não é recuperada nas vendas, provoca redução do
Ativo (adquiridas a vista) ou aumento do Passivo (adquiridas a prazo).

Custo – Vai para o produto, é recuperado diretamente nas vendas, vai para o
estoque e aumenta o Ativo.

Perda – gasto não intencional, ocorrido no processo de fabricação, no transporte


ou manuseio de produtos.

 Decorrente de fatores externos/fortuitos: Considera-se despesa e vai para o


Resultado do Exercício.

 Decorrente da atividade produtiva da empresa: Integra o custo do produto.

Apropriar e Alocar – Identificar gastos, ou “distribuir recursos” a um determinado


produto ou fim específico. Pode também significar agregar, ou somar, quando estiver
relacionado à acumulação de gastos em um centro de custo.

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Objeto de custeio – é qualquer item, como produtos, clientes, departamentos,


processos, atividades, e assim por diante, para o qual os custos são medidos e atribuídos.

Custeio – é a técnica ou procedimento de se obter o custo de um objeto de custo


qualquer (um produto, um serviço, um cliente etc.).

2.2. Elementos de Custos

Materiais – materiais, matéria-prima, materiais auxiliares e secundários,


embalagens etc.

Mão de Obra - É o esforço do homem aplicado na fabricação dos produtos.


Compreende os gastos com salários, com benefícios a que os empregados têm direito
(cestas básicas, vale-transporte, vale-refeição e outros) e com encargos sociais
(Previdência Social, FGTS etc.).
Custos Indiretos de Fabricação (CIF)

 Materiais indiretos – são materiais auxiliares empregados no processo de


produção e que não integram fisicamente os produtos (Serras, lixas, estopas,
solventes etc.) e os materiais diretos, cujo consumo não pode ser quantificado
nos produtos (Colas, vernizes, pregos etc.) em função do princípio da
materialidade;
 Mão-de-obra indireta – corresponde à mão de obra que não trabalha
diretamente na transformação da matéria-prima em produto, ou cujo tempo
gasto na fabricação dos produtos não pode ser determinado;
 Outros custos indiretos – são os demais custos indiretos incorridos na
fábrica, cujo consumo não pode ser quantificado de forma direta, objetiva nos
produtos.

2.3. Classificação dos Custos

Em Relação ao Produto

 Custos Diretos – são os custos que estão relacionados a um determinado objeto


de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente viável
(custo efetivo). Como exemplo tem-se: matéria-prima, mão de obra dos operários, energia
elétrica (quando se tem condições objetivas de medir o consumo efetivo).

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 Custos Indiretos – estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não


podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Os
custos indiretos são alocados ao objeto de custo através de um método de alocação de
custo denominado rateio. A alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes
arbitrária. Exemplo: aluguel da fábrica, depreciação (método linear), manutenção, seguro.

Em Relação ao volume de Produção

Custos Fixos – São aqueles cujos valores são os mesmos qualquer que seja o volume
de produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este será cobrado
pelo mesmo valor qualquer que seja o nível da produção, inclusive no caso de a fábrica
nada produzir.

Os custos fixos se tornam progressivamente menores em termos unitários à medida


que o direcionador de custo aumenta. Exemplos: Imposto Predial, depreciação dos
equipamentos (pelo método linear), salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de
seguros.

Custos Variáveis – São aqueles cujos valores se alteram em função do volume de


produção da empresa. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta o volume de
produção. Outros exemplos: matéria-prima consumida, materiais indiretos consumidos,
depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função das horas/máquina
trabalhadas, gastos com horas horas-extras na produção.

Custos semivariáveis – São custos que variam com o nível de produção , entretanto,
têm uma parcela fixa mesmo que nada seja produzido. Exemplo: conta de energia elétrica
da fábrica, na qual a concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto
no período. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora no qual se cobra uma parcela
fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto com combustível para aquecimento de
uma caldeira, já que a caldeira não pode esfriar.

Custos semifixos – Também chamados Custos por Degraus, são custos que são
fixos em uma determinada faixa de produção, mas que variam se houver uma mudança
desta faixa. Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma
empresa.

2.4. Esquema Básico da Contabilidade de Custos

 1° PASSO: Separar os custos e despesas.


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 2º PASSO: Separar os custos diretos e indiretos.

 3° PASSO: Apropriar os custos diretos aos produtos (matéria-prima e mão-de-


obra).

 4º PASSO: Apropriar os custos indiretos aos produtos.

Na apropriação dos custos indiretos de produção é utilizado vários Métodos de


Custeio, os métodos mais conhecidos são: Custeio por Absorção e Custeio Variável.

Neste curso utilizaremos o Método de Custeio por Absorção que é um método


muito utilizado por empresas para melhor entender os custos da produção, além de ser o
método exigido pelo fisco brasileiro.

O Método de Custeio por Absorção utiliza uma base para rateio dos cursos indiretos
e é feita em função de um recurso utilizado na produção. Ex. Matéria Prima, Mão-de-
Obra, Energia etc. Logo, é utilizado um desses recursos ou o total da soma dos recursos
utilizados na produção como base de rateio.

Exemplo: Separar os custos e despesas da Empresa X, apropriando os


custos diretos e indiretos por produto. Calcular o custo unitário de cada produto (utilizar
para os custos indiretos o critério de rateio da matéria-prima utilizada), supondo-se 1.000
unidades de cada um. Gastos da Empresa X:

1. Comissões sobre vendas — R$ 10.000,00;


2. Matéria-prima — Produto A (R$ 50.000,00); Produto B (R$ 150.000,00);
Produto C (R$100.000,00) = R$ 300.000,00.
3. Mão-de-obra na fábrica: Produto A (1000 horas x R$ 5,00/hora)Produto B
(2500 horas x R$ 10,00/hora)Produto C (2000 horas x R$ 10,00 hora).
4. Salários da Administração — R$ 60.000,00.
5. Energia elétrica (fábrica) — R$ 15.000,00.
6. Material de escritório — R$ 5.000,00.
7. Despesas financeiras — R$ 4.000,00.
8. Embalagem — RS 1.000,00.
9. Manutenção na Fábrica — R$ 2.000,00.
10. Energia elétrica (administração) — R$ 10.000,00.

Resolução

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1º Passo: Separar custos e despesas:

Custos Despesas
Matéria-prima — Produto A (R$ 50.000,00); Produto Comissões sobre vendas — R$ 10.000,00.
B (R$ 150.000,00); Produto C (R$100.000,00) = R$
300.000,00.
Mão-de-obra na fábrica: Produto A (1000 horas x R$ Salários da Administração — R$ 60.000,00.
5,00/hora)Produto B (2500 horas x R$
10,00/hora)Produto C (2000 horas x R$ 10,00 hora).
Energia elétrica (fábrica) — R$ 15.000,00. Material de escritório — R$ 5.000,00.
Embalagem — RS 1.000,00. Despesas financeiras — R$ 4.000,00.
Manutenção na Fábrica — R$ 2.000,00. Energia elétrica (administração) — R$
10.000,00.

2º Passos: Separar os custos diretos e indiretos:

Custos Diretos Custos Indiretos


Matéria-prima — Produto A (R$ 50.000,00); Produto Energia elétrica (fábrica) — R$ 15.000,00.
B (R$ 150.000,00); Produto C (R$100.000,00) = R$
300.000,00
Mão-de-obra na fábrica: Produto A (1000 horas x R$ Embalagem — RS 1.000,00.
5,00/hora)Produto B (2500 horas x R$
10,00/hora)Produto C (2000 horas x R$ 10,00 hora)
Manutenção na Fábrica — R$ 2.000,00.

3º Passo: Apropriar os custos diretos aos produtos (matéria-prima e mão-de-


obra).

Matéria-prima:

Produto A (R$ 50.000,00);

Produto B (R$ 150.000,00);

Produto C (R$100.000,00)

= Total R$ 300.000,00

Mão de obra na fábrica:

Produto A (1000 horas x R$ 5,00/hora) = R$ 5.000,00

Produto B (2500 horas x R$ 10,00/hora) = R$ 25.000,00

Produto C (2000 horas x R$ 10,00 hora) = R$ 20.000,00

= Total R$ 50.000,00

Total de custos diretos por produtos

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Prod. A = R$ 50.000,00 R$ 5.000,00 = R$ 55.000,00

Prod. B = R$ 150.000,00 + R$ 25.000,00 R$ 175.000,00

Prod. C = R$ 100.000,00 + R$ 20.000,00 R$ 120.000,00

= Total dos Produtos R$ 350.000,00

4º Passo: Apropriar os custos indiretos aos produtos utilizando o Método de


Custeio por Absorção e tendo como base apropriação a % da Matéria-Prima
utilizada.

Custos indiretos — Energia elétrica (fábrica), Embalagem e Manutenção


na Fábrica — RS15.000,00 + R$ 1.000,00 + R$ 2.000,00 = R$ 18.000,00.

Rateio dos Custos Indiretos (Custeio por Absorção). Observe que foi escolhido
como critério de rateio a % (porcentagem de matéria-prima utilizada), ou seja os R$
18.000,00 dos cursos indiretos, porém apropriados aos produtos utilizando a porcentagem
de matéria-prima. Do total da matéria-prima utilizada, (R$ 300.000,00), 16,66% foi para
o produto A, 50% para o produto B e 33,33% para o produto C. Essas porcentagens foram
então utilizadas para apropriar os custos indiretos aos produtos, conforme abaixo.

Produto Matéria-Prima % Custos Indiretos Custos Diretos Total


A R$ 50.000,00 16,66 R$ 3.000,00 R$ 55.000,00 R$ 58.000,00
B R$ 150.000,00 50,00 R$ 9.000,00 R$ 175.000,00 R$ 184.000,00
C R$ 100.000,00 33,33 R$ 6.000,00 R$ 120.000,00 R$ 126.000,00
Total R$ 300.000,00 100% R$ 18.000,00 R$ 350.00,00 R$ 368.000,00

Custo dos Produtos (total) - RS 368.000,00

Custo unitário de cada produto (1000 unidades de cada).

Produto A – 1.000 Unidades, preço por unidade R$ 58,00.

Produto B – 1.000 unidades, preço por unidade R$ 184,00.

Produto C – 1.000,00 unidades, preço por R$ 126,00.

3. Planejamento Financeiro

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O objetivo básico do processo de planejamento financeiro é dotar a empresa de


mecanismos de planejamento e gestão que possibilitem o real dimensionamento e a
permanente maximização dos recursos financeiros aplicados no negócio. Como sabemos,
o patrimônio de uma empresa é dividido em aplicações voltadas para o capital de giro
(ativos correntes) e capital fixo (ativos fixos).
Os gestores financeiros têm a responsabilidade de gerenciar ativamente as finanças
de todos os tipos de empresas: públicas, privadas, com ou sem fins lucrativos, financeiras
e não financeiras.

Entre as principais funções, destacamos: Orçamentos e Previsões Financeiras;


Administração de Caixa; Administração de Crédito; Análise de Investimento Financeiros
e Captação de Recursos e Análise de Empréstimos para Investimentos.

Principal objetivo da administração financeira Objetivo: O principal objetivo é


maximizar a riqueza dos produtores/sócios/ acionistas/empreendedor da organização.
Para isto, ele deve dominar três atribuições básicas de um gestor financeiro:

1. Análise e Planejamento Financeiro: Esta função envolve a transformação dos


dados financeiros em uma forma que possa ser usada para orientar a posição
financeira da empresa, avaliar a necessidade de aumento da capacidade
produtiva e determinar que tipo de financiamento adicional deve ser feito.
2. Decisões de Investimento: Determina a melhor combinação e os tipos de ativos
que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. O Administrador deve
fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo de a Ativo Circulante.
3. Decisões de Financiamento: Relaciona-se com o lado direito do Balanço
Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos.

Fazendo uma análise com o Balanço Patrimonial, temos:

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Todas estas funções estão diretamente relacionado com as atividades do Agente de


Assistência Técnica e Extensão Rural. Quando um produtor que um projeto para fazer
um investimento, você como Agente de Assistência Técnica e Extensão Rural necessita
verificar:

a. A disponibilidade de capital do produtor (Análise e Planejamento Financeiro).


b. Qual o valor do investimento (Análise de Investimento).
c. Se é necessário fazer um empréstimo (Análise de Financiamento).
d. Qual o fluxo de caixa do investimento (Análise e Planejamento Financeiro).
e. O retorno do investimento (Análise de Investimento).
Nesse sentido, você necessita dominar este conteúdo para poder desenvolver
projetos de custeio ou de investimento para produtores, associações, cooperativas etc., de
forma eficiente e efetiva.

3.1. Análise e Planejamento Financeiro

Análise e planejamento financeiro dizem respeito à transformação dos dados


financeiros, de forma que possam ser utilizados para monitorar a situação financeira da
empresa, avaliação da necessidade de se aumentar(ou reduzir) a capacidade produtiva e
determinação de aumentos(ou reduções) dos financiamentos de aumentos(ou reduções)
dos financiamentos requeridos. Seu objetivo fundamental é avaliar o fluxo de caixa da
empresa e desenvolver planos que assegurem que os recursos adequados estarão
disponíveis para o alcance dos objetivos.

“O planejamento financeiro, uma parte crucial da administração financeira,


inclui a tomada diária de decisões para auxiliar a empresa nas suas

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necessidades de caixa. Planejamentos a longo prazo devem ser elaborados a


fim de fornecerem orientação adequada à área de pesquisa e desenvolvimento
e para propiciarem fundamentadas decisões de gastos de capital. Se isso for
por bem administrado, será percebido pelos investimentos como fator de
redução de risco e de aumento nos retornos esperados, concorrendo
provavelmente para que o valor da empresa aumente.” A. A. Groppelli &
Ehsan Nikbakht (1998, p. 05).

3.2. Decisões de Investimento

O investimento é a força motriz básica da atividade empresarial. É a fonte de


crescimento que sustenta as estratégias competitivas explícitas da administração e,
normalmente, está baseado em planos (orçamentos de capital) comprometidos com
fundos novos ou já existente, destinados a três áreas principais:
• Capital de giro (saldos de caixa, de duplicatas a receber e de estoques,
menos duplicatas a pagar e outras obrigações circulantes).
• Ativos físicos (terrenos, edifícios, maquinaria e equipamentos, móveis de
escritório, equipamentos de laboratório).
• Programas de gastos principais (pesquisa e desenvolvimento,
desenvolvimento de produto ou serviços, programas de promoção, aquisições, etc.).
Helfert (2000).
• Ainda de acordo com as ideias de Helder (2000), realizar opções
adequadas de investimento e implementá-la com sucesso é uma responsabilidade-
chave para a administração que leva à geração de riqueza. O novo investimento é o
direcionador chave para as estratégias de crescimento, mas somente se as
expectativas são atingidas ou excedidas. Ao mesmo tempo, as empresas prósperas
fazem avaliações críticas periódicas sobre como sua base de investimento (carteira
de títulos) existente é diversificada, de modo a verificar se o desempenho e a
perspectiva futura dos produtos, dos serviços e do segmento empresarial específico
garantem um compromisso continuado.

“As decisões de investimento do administrador financeiro determinam a


combinação e o tipo de ativos constantes do balanço patrimonial da empresa.
Deve também decidir quais são os melhores ativos permanentes a adquirir, e
saber quando os ativos existentes precisam ser modificados, substituídos ou
liquidados.” Gitman (2002, p. 14).

3.3. Decisões de Financiamento

As decisões de financiamentos vai lidar com as várias opções disponíveis para a


administração rastrear os investimento e as operações do negócio a longo prazo.
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Existem duas importantes áreas de decisão estratégica e de compensação, a primeira


área é distribuição de lucros: esta é crucial, pois tem que encontrar um consenso entre
montante de dividendos a ser pago e o montante a ser retido desses fundos para ser
investido no crescimento da empresa; o pagamento de juros aos financiadores é uma
questão de obrigação contratual; e os lucros retidos representam o lucro residual que
permanece na empresa uma parte significativa do potencial de recursos financeiros
adicionais para investir e crescer. A segunda área, o planejamento das proporções da
estrutura de capital, envolve selecionar e equilibrar proporções relativas aos fundos
obtidos ao longo do tempo mediante capital próprio e de terceiros a longo prazo. Helfert
(2000).

“A combinação mais apropriada entre financiamentos a curto e a longo prazo


deve ser estabelecida. Igualmente importante, é que fontes individuais de
financiamento, a curto ou a longo prazos, são as melhores, em um dado
instante. Novamente, é o efeito dessas decisões na realização dos objetivos da
empresa que realmente importa.” Gitman (2002, pag. 14).

4. Fluxo de Caixa

Para uma empresa Fluxo de Caixa é o movimento de entradas e saídas de dinheiro


do caixa da empresa, ou seja, o que você recebe e o que paga em seu negócio. Para um
bom controle de fluxo de caixa, é necessário garantir registros detalhados de ganhos e
gastos, com disciplina e sem erros. Em uma visão diária, semanal ou mensal, ele já oferece
instrumentos de verificação e análise para seus negócios.

A sua grande utilidade, é possibilitar a identificação das sobras e faltas no caixa,


permitindo à empresa planejar melhor suas ações futuras ou acompanhar o seu
desempenho.

Vantagens

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 Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado.


 Avaliar se as vendas presentes serão suficientes para cobrir os desembolsos futuros já
identificados.
 Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na
empresa.
 Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período avaliado.
 Verificar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar preços.
 Verificar se os recursos financeiros próprios são suficientes para tocar o negócio em
determinado período ou se há necessidade de recursos com terceiros.
 Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos
no período.
 Verificar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar preços
objetivando o ingresso de recursos na empresa.
 Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos.
 Antecipar as decisões sobre como lidar com sobras ou faltas de caixa.

Agora que já conhecemos o que é um fluxo de caixa, vamos ver seu funcionamento
na prática.

Passo 1: Verifique o saldo inicial da empresa: A primeira coisa a fazer quando se


decide criar uma gestão financeira mais rigorosa e sólida é verificar quanto de dinheiro
sua empresa possui em caixa.

Passo 2: Classifique suas receitas e despesas: Antes de começar a fazer os


lançamentos de receitas e despesas para o fluxo de caixa, é importante que você
classifique essas transações. Isso será muito útil no futuro, quando você quiser analisar as
origens mais relevantes de recursos ou quais os custos poderão ser reduzidos ou cortados.

Não existe regra para a criação de categorias, basta pensar nos tipos de análises que
você poderá vir a fazer, como, por exemplo, quanto gastou em mão de obra ou com
transporte.

Passo 3: Registre todas as entradas de caixa do período: Passe a registrar tudo o


que a empresa tem a receber em um período predeterminado. Para projetar o fluxo de
caixa, o recomendado é considerar um período de 12 meses. Registre os pagamentos
recebidos (à vista ou a prazo), as contas a receber e qualquer outra possível entrada de
dinheiro. Além disso, informe sempre a data exata em que a transação aconteceu ou vai
acontecer.

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Veja que foram lançados todas as entrada (recebimentos) e saídas (pagamentos) de


um período (mês), e o saldo final de um mês foi lançado como saldo inicial do mês
subsequente.

Aprender a fazer um fluxo de caixa é fundamental para um profissional Agente de


Assistência Técnica e Extensão Rural, apesar de já existir informatizado, seja no excel,
seja em qualquer outro software, é fundamental conhecer seu funcionamento.

Referências

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª edição. São


Paulo: Harbra, 1997.
HELFERT, Erich A. Técnicas de Análise Financeira: Um guia prático para
medir o desempenho dos negócios. 9ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2000.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de Estágio e de pesquisa em
administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de
caso. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 1999.
GROPPELLI, A.A. & NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. 3ª
edição. São Paulo: Saraiva, 1998.

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