Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Contexto:
Grandes navegações e Contrarreforma
No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta,
açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de
Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos
mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços
exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de
mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos.
Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito
desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para
poderem também lucrar com este interessante comércio.
Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, foi a necessidade
dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter
matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa.
Após o surgimento do protestantismo, em 1517, houve a reação chamada de
Contrarreforma, um esforço teológico e político da Igreja Romana para se reorganizar e
também confrontar o protestantismo que se espalharia pela Europa toda. Foi a resposta
da igreja católica nos séculos 16 e 17, quando o catolicismo tomou medidas para sua
reorganização, para reavivar a fé e a disciplina religiosa. Assim, a conquista de novas
almas para o catolicismo era uma das motivações dos reis de Portugal e Espanha,
profundamente católicos, para procurar novas terras.
No ano de 1500, no dia 22 de abril, Pedro Álvares Cabral chegou com treze caravelas
na região que hoje é Porto Seguro. A chegada dos portugueses nesse território
desconhecido deu início à chamada América Portuguesa.
O rei Dom Manuel de Portugal batizou as terras descobertas de Vera Cruz e depois,
Santa Cruz. Só mais tarde as novas terras ficariam conhecidas como Brasil.
O Período Pré-Colonial foi marcado por um desinteresse da coroa portuguesa por
explorar efetivamente essas terras. Isso porque o crescente comércio de especiarias era
o objetivo central dos portugueses e onde concentraram seus investimentos. Em um
primeiro momento, os colonizadores também não encontraram metais preciosos aqui.
Sendo assim, nos primeiros anos desde o descobrimento, investir no comércio com as
Índias ainda era mais lucrativo que focar na exploração da América Portuguesa.
A primeira e principal atividade econômica desenvolvida no Brasil durante o Período
Pré-Colonial foi a extração do pau-brasil, madeira avermelhada que servia para a
fabricação de tintas e móveis.
O pau-brasil foi declarado monopólio da coroa (estanco) e sua exploração foi realizada,
no início, pelo sistema de arrendamento do trato (contrato entre o Estado e
particulares). O primeiro arrendatário foi um consórcio de comerciantes liderado por
Fernão de Loronha (ou Noronha).
Para facilitar o armazenamento do produto foram instaladas as feitorias: entrepostos
comerciais, geralmente fortificados e instalados em zonas costeiras, que os portugueses
construíram para centralizar e, assim, dominar o comércio dos produtos locais para o
reino (e daí para a Europa). Funcionavam ao mesmo tempo como mercado, armazém,
ponto de apoio à navegação e alfândega. Eram governadas por um "feitor" encarregado
de reger as trocas, negociar produtos e cobrar impostos.
Nessas feitorias, os portugueses contratavam os indígenas para que eles realizassem
todo o trabalho de extração e transporte das toras de madeira até a feitoria. O trabalho
dos índios era útil, principalmente, porque eles sabiam localizar as árvores mais
rapidamente. A relação dos indígenas com os portugueses era por meio do escambo,
isto é, da troca. Os indígenas extraíam a madeira e eram pagos com utensílios como
machados, facas, espelhos, canivetes etc.
Apesar de não ter havido uma efetiva colonização nesses primeiro anos, os portugueses
trataram de enviar dois tipos de expedições para as terras brasileiras: