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A estrutura urbanística das reduções

Luiz Antônio Bolcato Custódio

1 – Contexto americano: conquista, colonização e urbanização

Quando os europeus chegaram ao Novo Mundo, a partir do século XV, foram descobrindo
pouco a pouco a sua enorme extensão e a grande diversidade ambiental. Descobriram
também que este era um continente amplamente habitado, por diversos grupos humanos
em diferentes estágios de organização e desenvolvimento tecnológico.

As terras “descobertas” foram denominadas Índias Ocidentais e eram ocupadas em sua


maior parte por caçadores e coletores que viviam em harmonia com a exuberante
natureza. Geralmente organizados em grupos familiares, muitos pertenciam a um mesmo
tronco lingüístico como os Tupi-Guarani que habitavam desde a Amazônia até o sul da
América.

Mas também encontraram grandes civilizações. Na América Central, os Astecas que


sucederam aos Maias. Na América do Sul, os Incas, ao longo do Pacífico e dos Andes,
povos com tecnologia avançada que desenvolveram as ciências e as artes. Eles construíam
grandes centros cerimoniais e enormes áreas urbanizadas, algumas das quais maiores do
que as principais cidades européias da época.

Com a perspectiva das navegações, os principais impérios envolvidos, espanhol e


português, estabeleceram uma partilha para suas descobertas. Em Tordesilhas assinaram
um Tratado, aprovado pelo papa, que definiu uma linha imaginária que praticamente
dividia o globo em duas partes: as terras localizadas a leste (oriental) seriam dos
portugueses; a oeste (ocidentais), dos espanhóis.

No âmbito legal, a primeira providência adotada pelos Reis Católicos foi a de tratar os
nativos americanos como seus súditos, com direitos e deveres semelhantes aos dos
espanhóis. Mas na prática, a necessidade de mão de obra para construir um império
colonial fez com que adotassem com os nativos o regime da encomienda, uma espécie de
escravidão.

Pouco a pouco foram tendo de adaptar sua legislação para incluir os nativos. E, além de
novas leis também criaram estruturas específicas de governo como o Conselho das Índias,
que era encarregado de coordenar legal e judicialmente a administração das possessões.
As leis que abordavam todos os aspectos do Direito Indiano ficaram conhecidas como
Leis das Índias. Elas definiram duas repúblicas, com regras específicas para cada uma: a
República dos Espanhóis e a República dos índios.

Um dos itens deste vasto conjunto de normas tratava das cidades, vilas e povoados que
necessitavam ser planejados e ter autorização real para sua criação. E definiam as
características geográficas e ambientais que deveria ter o sítio ou lugar de um novo
assentamento, assim como uma estrutura com geometria regular.

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As diretrizes para urbanização eram baseadas no Tratado de Arquitetura de Vitrúvio,
antigo documento do arquiteto romano, que foi a base para as cidades ideais do
Renascimento. Os espanhóis adotaram estas diretrizes criando cidades reticulares em
todos os seus domínios americanos., inclusive nos povoados de índios, com versões
simplificadas, em menor escala.

Neste processo de colonização, religiosos de diferentes ordens católicas tiveram grande


protagonismo, participando da Conquista Espiritual. Eles atuaram tanto nas cidades dos
espanhóis como em regiões onde sua presença ainda não alcançava, sendo encarregados
de converter nativos por meio das missões.

2 – As missões da Paraquária: história, urbanismo e arquitetura

Os religiosos da Companhia de Jesus, uma ordem católica criada durante a


Contrarreforma, também participaram ativamente neste processo.

A Província Jesuítica do Paraguai, a Paraquaria, criada em 1609, tinha localização


estratégica entre as bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai que ligavam a região
mineira da Bolívia e o Rio por onde escoava sua Prata pelo Atlântico. A sede da
província jesuítica se localizava em Córdoba e a do governo real em Buenos Aires.

As experiências iniciais dos jesuítas portugueses, como o padre Manuel da Nóbrega,


demonstraram a dificuldade de converter nativos por meio de missões esporádicas. Ele
propôs a criação de aldeamentos - com os padres - onde os índios seriam reduzidos à fé
cristã. Esta prática foi adotada pelos espanhóis e deu origem à denominação reduções.

As primeiras reduções da Paraquaria foram criadas na região no Guairá (oeste do


Paraná) e no Itatin (sudoeste do Mato Grosso do Sul). Estes povoados foram
sistematicamente atacados pelos bandeirantes em busca de nativos para escravizar. Os
jesuítas abandonaram estas regiões e levaram os índios para o Tape (Rio Grande do Sul),
onde criaram 18 povoados que também foram atacados.

Em 1641, na batalha naval de Mbororé, os Guarani, com armas de fogo, venceram os


bandeirantes. Por precaução, eles se transferiram para terras na margem oeste do Rio
Uruguai, de onde retornaram em 1682 fundando sete povos.

As reduções se organizavam como um sistema cooperativo, com intercâmbio entre elas.


Sua economia era baseada no gado e na erva mate produzidos nas estâncias e ervais para
consumo próprio e para comércio, com Buenos Aires e Assunção.

Cada povoado era administrado por apenas dois religiosos. O padre era encarregado dos
aspectos espirituais e um irmão coadjutor, tratava dos aspectos temporais ou materiais.
Em uma redução viviam até 6000 índios de diferentes grupos familiares, com seus
caciques que participavam de um conselho, o cabildo indígena.

As Leis das Índias foram adaptadas pelos jesuítas e aplicadas como regra nas suas
reduções. Isto gerou numa tipologia que repetiu, em todos os povoados, uma mesma
estrutura, com pequenas variações. O chamado Plano Tipo que está no Arquivo Jesuítico
de Roma, descreve o padrão e afirma que todas eram iguais.

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As reduções eram estruturadas por dois conjuntos de edificações: o conjunto dos padres,
fechado e protegido por muros, como nos inúmeros quarteirões jesuíticos ainda
existentes nas cidades onde se estabeleceram; e o setor dos índios, aberto e permeável,
com fileiras de habitação coletiva, rodeadas por avarandados.

Duas ruas principais se cruzavam no centro da praça, como nos antigos acampamentos
romanos. Uma delas, onde se realizavam as procissões, ligava a entrada da cidade com a
igreja.

No centro da redução uma grande praça, que era palco de eventos e celebrações religiosas
e outras atividades. Em um dos seus lados estava a grande igreja, com a residência dos
padres, os depósitos, as oficinas e o cemitério para os índios. Nas proximidades estavam
o cotiguaçú onde viviam as viúvas e órfãs e o tambo, onde se hospedavam os visitantes.
E, nos fundos do conjunto ficava a quinta, com pomar, horta e jardim.

Nos outros três lados da praça, os pavilhões dos índios, que tinham um cômodo para cada
família. Um deles, junto à praça, era destinado ao cabildo. Ao redor do povoado, outros
equipamentos como capelas, padaria, hospital, olaria e as fontes, currais, pomares e
ervais.

A arquitetura das reduções passou por três estágios. No início as construções seguiam as
técnicas dos indígenas que conheciam e dominavam o ambiente. Eram estruturadas por
varas de madeira cravadas no solo, vergadas e amarradas na parte superior. Depois, eram
cobertas por sucessivas camadas de palha que chegavam até o chão.

No segundo momento, os jesuítas introduziram estruturas independentes: esteios e


tesouras de madeira que apoiavam os telhados que eram recobertos com telhas de barro
cozido. As paredes não tinham função estrutural. Eram simples vedações feitas com taipa
de mão, tijolos de adobe ou pedras.

As estruturas independentes de madeira, com paredes de vedação, foram o sistema


construtivo característico das reduções. Os ornamentos das igrejas eram basicamente
pinturas nas paredes com motivos ou símbolos religiosos.

A terceira etapa se inicia com a chegada de irmãos arquitetos. Eles introduziram sistemas
construtivos europeus, com espessas paredes de pedra portantes. As estruturas de
telhados eram feitas em madeira e os forros, em abóbadas, de ladrilhos ou tábuas. As
igrejas eram geralmente ornamentadas com motivos barrocos em madeira ou pedra, se
revelava a proveniência e a formação dos autores.

Foram poucos os templos construídos com este sistema nas missões: o de São Miguel
Arcanjo, hoje no Brasil, e Trinidad e Jesus, que não foi concluído, no Paraguai.

3. A Igreja de São Miguel Arcanjo

Geralmente se atribui o projeto da igreja de São Miguel Arcanjo apenas ao irmão arquiteto
Giovanni Battista Primoli. Vários autores que estudaram esta obra concordam que sua
construção envolveu a três personagens: o padre Francisco de Rivera, espanhol, de Toledo

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e os irmãos Primoli, arquiteto italiano, de Milão; e José Grimau, arquiteto e pintor
espanhol, de Barcelona.

A igreja de São Miguel é um templo com planta em cruz latina, com três naves, sendo
a nave central, mais alta, com transepto, presbitério e sacristias nas laterais. As naves,
separadas por grandes arcadas, são cobertas por abóbadas, sendo a central de berço e as
laterais de aresta. Sobre o transepto, um zimbório em tambor, com abóboda em meia-
laranja. E, sobre a frontaria, um pórtico.

Na tradição européia, a lógica das construções dos templos católicos era iniciar pela
“cabeceira” (capela-mór) e concluir pelos “pés” (a frontaria). De acordo o estudo dos
remanescentes e de registros históricos, a obra de São Miguel foi construída em quatro
etapas, durante o período jesuítico. Posteriormente, os novos administradores inseriram
modificações.

A primeira etapa provavelmente foi iniciada em 1731, por Francisco Rivera que era o
padre em São Miguel. Rivera se empenhou para construir uma igreja com características
tradicionais dos templos missioneiros: um grande galpão com pórtico coberto. Ele tinha
justificativas funcionais para tanto.

A obra começou pelas sacristias, com muros de cantaria feitos por blocos regulares de
arenito aparelhado, assentados sobre argamassa de barro. Os detalhes dos primeiros
ornamentos e a portada leste, provavelmente inspirada nos tratados renascentistas,
demonstram o cuidado nos acabamentos, desde o início.

Rivera não tinha condições de assumir, sozinho, os aspectos espirituais e os temporais da


população, que crescia. Em 1732, o irmão Primoli foi chamado para auxiliá-lo na obra da
nova igreja. Quando ele chegou, ela já estava com paredes laterais executadas até quase
metade da nave.

Com quase 60 anos e larga experiência construtiva, Primoli idealizou um templo com
características técnicas e estilísticas inovadoras em relação ao padrão tradicional
missioneiro. Ele propôs uma edificação de três naves, com paredes, pilares e arcos
portantes, com forros em abóbadas de pedra ou ladrilhos e, no transepto, uma cúpula.
E, uma fachada sem pórtico.

Rivera argumentava que não havia cal nas missões para construir as pesadas estruturas em
pedra propostas por Primoli. E com isto se iniciou uma longa disputa, entre ambos...

As obras da segunda etapa, que provavelmente correspondem ao arquiteto Primoli, dão


continuidade aos alinhamentos iniciados por Rivera. Mas têm diferenças tanto na dimensão
das pedras, como na qualidade das fiadas e acabamentos. As paredes são executadas com
pedras de cantaria, duplas, aparelhadas nas faces externas e o interior é preenchido com
pedras irregulares e barro.

No interior das naves as paredes das laterais eram reforçadas por maciços salientes, que
funcionavam como contrafortes, alinhados aos suportes das arcadas. Foram preparadas
para receber o peso das abóbadas. Todas as paredes foram executadas com arenito ou grês
e, como acabamento, “branqueadas” com uma argila clara chamada tabatinga.

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A frontaria apresenta uma composição onde o exterior evidencia o interior: uma estrutura
em dois corpos conectados por volutas, e coroados por um frontão triangular. É marcada
verticalmente por pilastras simples ou em par, algumas com contrapilastras, com capitéis
de ordem compósita sobrepostos por entablamentos com cornijas e frisos com
denticulados.

As paredes curvas, introduzidas por Primoli, com ondulações côncavas verticais,


trespassam os entablamentos e cornijas dos corpos e do frontão, com fiadas de pedras
sobrepostas que dão volume e movimento ao conjunto.

Sem dúvida, a monumental frontaria barroca é o ponto alto de trabalho de Primoli nesta
obra. Ela provavelmente foi concluída até 1735, antes de seu retorno a Buenos Aires.

Primoli voltou a São Miguel no início de 1737 para construir a torre. Uma inscrição
existente em um dos seus capitéis apresenta a data ‘1739 AÑOS’, que pode registrar a
conclusão de suas obras em São Miguel.

Rivera voltou em 1740, como arquiteto, aos 72 anos. Ele veio concluir as obras da igreja,
colocar as coberturas e construir seu desejado pórtico. Nesta etapa ele executou os forros
em abóbadas de madeira nas naves, sendo de berço, na central, e de aresta nas laterais,
cobertas por telhados cerâmicos. Sobre o transepto, ao invés da cúpula, um zimbório em
tambor, octogonal, coberto por telhas, e, no interior uma meia-laranja.

Em 1744 chegou o irmão Grimau a São Miguel, com 26 anos, onde, provavelmente,
adquiriu experiência em construções com o padre Rivera.

O pórtico era uma enorme estrutura em estilo maneirista, elevada em relação à praça,
com nove arcos, cinco dos quais frontais, com pilastras de fustes cilíndricos e ordem
compósita apoiadas em plintos. Seu frontão tinha uma balaustrada com a imagem do
arcanjo São Miguel, ao centro, com três apóstolos a cada lado.

O pórtico foi engastado na frontaria e encobriu nichos, pilastras, capitéis e parte da janela
central. Foi construído com blocos mais regulares que os da frontaria, com ornamentos
minuciosamente esculpidos. Provavelmente essa foi a participação de Grimau que ficou
responsável por sua conclusão após a morte de Rivera, em 1747. Primoli faleceu em
Candelária, neste mesmo ano.

Em 1756, quando as cortes imperiais ocuparam a redução, após a Guerra Guaranítica,


Joseph María Cabrer registrou a magnífica a obra, concluída.

Depois do período jesuítico a igreja passou por significativas intervenções, com diminuição
das naves em função de incêndio e do êxodo da população. Os povoados entraram em
decadência, como registrou Demersay, em São Miguel, no século XIX. Em sua iconografia
ainda se verificam vestígios do recobrimento branco, na torre e no pórtico.

A igreja de Primoli definitivamente não se constitui em exemplar típico de arquitetura


missioneira, mas pura tipologia jesuítica inspirada na igreja Il Gesù, em Roma.

Talvez o pórtico tenha sido o grande gesto de Rivera na tentativa de vincular a igreja de
São Miguel aos peculiares templos da Paraquária.

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Alguma relação, ainda que breve.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CUSTÓDIO, Luiz Antônio Bolcato. Ordenamientos Urbanos y Arquitectónicos en el


Sistema Reduccional Jesuítico Graraní de la Paracuaria: entre su Normativa y su
Realización. Tesis Doctoral, Universidad Pablo de Olavide, Sevilla, 2010.

GUTIERREZ, Ramón. As Missões Jesuíticas dos Guaranis. Fundação Pró-Memória,


Unesco. Rio de Janeiro, 1987.

LEAL, Fernando Machado. São Miguel das Missões – estudo de estabilização e


conservação das ruínas da igreja. Rio de Janeiro, Revista do IPHAN, n.19, 1984.

STELLO, Vladimir Fernando, Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo: avaliação


conceitual das intervenções 1925-1927 e 1938-1940. Dissertação de Mestrado Porto
Alegre, PPGEC, UFRGS, 2005.

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Questões

1 - A partir dos descobrimentos, para viabilizar a conquista e colonização da América,


os espanhóis tiveram que criar estruturas específicas de governo e adaptar sua legislação
para incluir os ____________. O conjunto legal que abordava diferentes aspectos do
____________ ficou conhecido como ____________ que definiu duas repúblicas, com
regras peculiares para cada uma: a república dos espanhóis e a república dos índios. Um
dos itens tratava das cidades, vilas e povoados que necessitavam ter autorização real
para sua criação, definia as características geográficas e ambientais que deveria ter o
sítio em novos ____________, assim como uma estrutura ___________ planejada.

Complete as lacunas usando as seguintes palavras: assentamentos, regular, Leis das


Índias, nativos, Direito Indiano

2 – As normas espanholas baseadas no _____________ de arquitetura de Vitrúvio foram


adaptadas para as missões gerando uma ____________ que se repetiu no conjunto de
povoados ou _____________ da Paraquaria. As edificações eram organizadas em dois
conjuntos ou setores ao redor da praça: o dos padres, protegido por muros, fechado e o
dos ___________, com pavilhões abertos rodeados por avarandados. E duas ruas
principais se cruzavam no centro da praça, como nos antigos ____________ romanos.

Complete as lacunas usando as seguintes palavras: índios, tratado, reduções,


acampamentos, tipologia

3 - A arquitetura das reduções passou por três sistemas construtivos. No início as


construções seguiam as ___________ indígenas que usavam varas de madeira vergadas
cravadas no solo, cobertas de palha; Os jesuítas introduziram estruturas ____________
de madeira: esteios que sustentavam as tesouras dos telhados cobertos com telhas de
barro onde as paredes eram simples vedações, sem função estrutural. Este foi o sistema
construtivo ____________ dos povoados missioneiros. Com a chegada de
____________, se iniciam obras com sistemas construtivos europeus, com paredes
____________ de pedra e estruturas mais complexas de forros em abóbadas de tijolos
ou madeira.

Complete as lacunas usando as seguintes palavras: típico, portantes, tradições,


arquitetos, independentes

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Respostas

1 - A partir dos descobrimentos, para viabilizar a conquista e colonização da América,


os espanhóis tiveram que criar estruturas específicas de governo e adaptar sua legislação
para incluir os nativos. O conjunto legal que abordava diferentes aspectos do Direito
Indiano ficou conhecido como Leis das Índias que definiu duas repúblicas, com regras
peculiares para cada uma: a república dos espanhóis e a república dos índios. Um dos
itens tratava das cidades, vilas e povoados que necessitavam ter autorização real para
sua criação, definia as características geográficas e ambientais que deveria ter o sítio em
novos assentamentos, assim como estrutura regular planejada.

2 – As normas espanholas baseadas no tratado de arquitetura de Vitrúvio foram


adaptadas para as missões gerando uma tipologia que se repetiu no conjunto de povoados
ou reduções da Paraquaria. As edificações eram organizadas em dois conjuntos ou setores
ao redor da praça: o dos padres, protegido por muros, fechado e o dos índios, com
pavilhões abertos rodeados por avarandados. E duas ruas principais se cruzavam no
centro da praça, como nos antigos acampamentos romanos.

3 - A arquitetura das reduções passou por três sistemas construtivos. No início as


construções seguiam as tradições indígenas que usavam varas de madeira vergadas
cravadas no solo, cobertas de palha; Os jesuítas introduziram estruturas independentes
de madeira: esteios que sustentavam as tesouras dos telhados cobertos com telhas de
barro onde as paredes eram simples vedações, sem função estrutural. Este foi o sistema
construtivo típico dos povoados missioneiros. Com a chegada de arquitetos, se iniciam
obras com sistemas construtivos europeus, com paredes portantes de pedra e estruturas
mais complexas de forros em abóbadas de tijolos ou madeira.

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