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ARTE E LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E

ANOS INICIAIS
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Sumário

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ........................................................................................ 3

Artes nas escolas .................................................................................. 4

Importância das artes na educação infantil, anos iniciais. .............. 19

Legislação referente a educação das artes ....................................... 25

O brincar na sala de aula .................................................................... 28

O lúdico nos anos iniciais da educação infantil ............................... 32

A importância do brincar e da criatividade na educação infantil. ... 39

A formação do professor para trabalhar a ludicidade ...................... 45

A ludicidade com a utilização da arte: música e dança ................... 50

CONCLUSÃO ........................................................................................ 53

REFERÊNCIA ....................................................................................... 55

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO
Aos poucos as disciplinas de artes, que em algum tempo foi Educação
Artística, vêm conquistando espaço nos centros de estudos e nas políticas
educacionais.

Acabam de serem incluídas como obrigatórias nas escolas, segundo a


Base Nacional do Comum Curricular homologada pelo Ministro da Educação,
Mendonça Filho (Dezembro- 2017) as linguagens de Artes visuais, dança, teatro
e música.

Na verdade, de certo modo já havia sido desde a lei 13278 de 2016


alterando a 9394 de 96 (LDB) onde a Música fazia parte do ensino de Artes, mas
não era obrigatório e incluindo as demais modalidades.

Ainda precisará de tempo para serem bem trabalhadas, vai precisar de


preparação dos professores e adaptação das avaliações nacionais, mas já é
considerado pelos profissionais de Arte e Educação, um avanço para o
aprendizado.

O aspecto lúdico torna-se importante instrumento na mediação do


processo de aprendizagem, principalmente das crianças, pois elas vivem num
universo de encantamento, fantasia e sonhos onde o faz de conta e realidade se
misturam, favorecendo o uso do pensamento, a concentração, o
desenvolvimento social, pessoal e cultural, facilitando o processo de construção
do pensamento.

A criança constrói e reconstrói sua compreensão de mundo por meio do


brincar; amadurecem algumas capacidades de socialização, por meio da
interação, da utilização e experimentação de regras e papéis sociais presentes
nas brincadeiras.

O brincar reflete a maneira que a criança, ordena, organiza, desorganiza,


destrói e reconstrói o mundo ao seu modo. Podendo ela expressar suas
fantasias, desejos, medos, sentimentos e conhecimentos novos que vão

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incorporando a sua vida, utilizando uma das qualidades mais importantes do


lúdico, que é a confiança que a criança tem quanto à própria capacidade de
encontrar solução.

Pelo lúdico a criança ”faz ciência”, pois trabalha com imaginação e produz
uma forma complexa de compreensão e reformulação de sua experiência
cotidiana. Ao combinar informações e percepções da realidade, problematiza,
tornando-se criadora e construtora de novos conhecimentos.

Artes nas escolas

O ensino de arte no Brasil passou por diversas mudanças em toda sua


história até os dias atuais, e continuará mudando com o tempo. Essas mudanças
ocorreram devido às situações e necessidades vividas em cada época, em todos
os anos de história do nosso país, a educação foi se renovando, e com isso o

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ensino de arte também. Segundo Ferraz e Fusari (2009) “[...] assim como outras
áreas do conhecimento, surgem de mobilizações políticas, sociais, pedagógicas,
filosóficas, e, no caso da arte, também de teorias e proposições artísticas e
estéticas”.

Estas mudanças fazem parte de um processo político, cultural e social que


aos poucos foram tomando forma. Um processo um tanto lento, principalmente
ao ensino de arte nas escolas, levando em consideração os períodos da história
do país e a história da educação.

A educação no Brasil tem origem


com os Jesuítas, e segundo Ferraz e
Fusari (2009) “surgiu com a fundação da
“escola de ler e escrever”, designada ao
ensino religioso, a escola era destinada
principalmente aos filhos da elite”.

Contudo, a educação jesuítica tinha


por forma o conhecido RatioStudiorum,
denominado como um guia educativo, que
é referente ao curso secundário. Segundo Barbosa (2009) o
“RatioStudiorum estabelecia-se mediante um conjunto de normas e saberes –
de cunho literário – a serem ensinados e condutas a serem inculcadas em
práticas educativas prosélitas e catequéticas em relação ao catolicismo”. Para
frequentar o curso o aluno já deveria ser letrado, e ter uma posição social de
classe elevada e tradição familiar. Os que não possuíam tal tradição somente
eram aceitos se fosse para exercer o trabalho sacerdotal.

Dentre essas normas, o estudo que mais se propagou no Brasil foi o curso
de letras humanas, tal curso é ramificado em três classes, nomeado
como Trivium, e segundo Barbosa (2002) era composto pela gramática, retórica
e dialética, consideradas como artes liberais voltadas na maioria das vezes para

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os filhos da classe dominante, a elite. Havia ainda o Quadrivium, que consiste


no currículo das artes literárias, gramática, retórica e dialética.

Quanto à educação aos “nativos”, ela foi nomeada como missões, o ensino
era relacionado totalmente à catequização dos mesmos, havia um sistema de
reduções, e segundo Ferraz e Fusari (2009, p.41) “as reduções assim como as
residências e os colégios, tornam-se verdadeiras “escolas - oficinas” que
formavam artesãos e pessoas para trabalhar em todas as áreas fabris”. Assim a
educação dos “nativos” era a educação “profissionalizante” destinada ao
trabalho e produção de mão de obra.

Em relação ao ensino da arte, os jesuítas designavam maior importância


às “artes literárias”, e a utilização da música, canto coral, teatro e o ensino do
latim, dando mais importância a elas do que às artes e ofícios devido à ligação
com a catequização.

As atividades manuais eram excluídas na educação dos homens livres,


eram voltadas principalmente na educação nas missões indígenas ou ao
treinamento dos escravos, com função designada para o consumo e para a
religião. A educação jesuítica tinha a intenção de formar o aluno conforme sua
condição social, e principalmente para as necessidades e interesses da igreja,
não existindo uma organização de ensino como nos dias atuais.

As Artes e Ofícios, também foram uma filosofia de ensino dos jesuítas,


segundo Barbosa (2009) “classificava, em geral, os saberes em artes liberais,
filosofia e teologia. As artes liberais consistiam no ensino da pintura, escultura,
arquitetura e engenharia”. E eram especificadamente destinadas aos homens
livres, sendo assim diferenciando dos exercícios praticados pelos artesãos.

Com o banimento dos Jesuítas, em 1759 pelo Marquês de Pombal, a


situação escolar no Brasil foi modificada, criaram-se as então nomeadas aulas
régias, por Alvará de 28 de junho de 1759. Segundo Cardoso (2003, p. 200):

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O Alvará de 28 de Junho de 1759, extinguiu o sistema de ensino baseado


nos princípios sustentados pela Companhia de Jesus, que vigoravam havia dois
séculos, tornando obrigação do Estado garantir a educação gratuita à população,
estabelecer suas diretrizes e pagar os professores, subordinados todos a uma
política fortemente centralizadora. A partir de então a educação tornava-se leiga,
conduzida por organismos burocráticos governamentais e não mais na diretriz
dos jesuítas, sem, contudo, abolir o ensino da religião católica nas escolas, que
permaneceu obrigatório.

A educação não mais pertencia à Igreja, agora era de total


responsabilidade do estado, considerado o primeiro sistema público de
educação no país. Essa mudança no ensino tinha como intenção focar a
educação nos conteúdos que os Jesuítas omitiam em seus métodos de ensino,
conteúdos esses compostos pelas Ciências, Artes Manuais e a Técnica.

Poucas escolas tinham um local apropriado para ministrar as aulas, no


geral eram dadas na casa do professor. Na prática, a aula régia não diferenciou
tanto da educação jesuítica relacionada ao educando, apesar do sistema da aula
régia ser considerado público, não abrangeu toda a sociedade, ficando mais
reservada à elite. O espaço que deveria ser público, destinado à população,
acabou possuindo uma visão privada, pois o espaço da casa do professor não
abrangia toda a sociedade, acabando por ser destinado a poucos,
principalmente os mais abastados. Fugiu totalmente do que o Alvará de 28 de

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Junho de 1759 visava como, por exemplo, “a obrigação de o Estado garantir a


educação gratuita à população”, mas na prática o decreto não teve tanto
sucesso.

No entanto, mesmo que lentamente, essas mudanças colaboraram para os


primeiros passos do ensino de arte na educação, pois nesse começo o ensino
de arte foi focado apenas no ensino do desenho, incluindo o desenho no
currículo e criando uma aula régia de desenho e figura.

Neste período existiu o ensino informal de arte, voltado para necessidade


de mão de obra de assistentes para auxiliar os artistas que vieram para o Brasil
principalmente no período da colonização. Com isso foram surgindo escolas
conhecidas como “corporação de artistas ou oficinas de artífices e artesãos”,
com o ensino desenvolvido especialmente para a produção artística, já que neste
período era escassa a existência de artistas ou conhecedores das técnicas
importadas dos mesmos.

O segundo momento da reforma educacional no Brasil foi destinado à


implantação da Universidade, e segundo Cardoso (2003, p. 200):

O segundo momento da reforma dos estudos, termo utilizado oficialmente,


ocorreu através da lei de 06 de novembro de 1772, destinada à reforma da
universidade e também com o intuito de sanar vários problemas ocorridos na
implementação da etapa anterior.

O ensino de arte em academias tem início com a Missão Artística Francesa


em 1816, vinda com o importado modelo Neoclássico, conduzindo um
importante salto em relação ao ensino de arte no Brasil, pois anos depois foi
fundada a Academia Imperial de Belas Artes.

Foi criada por decreto de D. João VI em 1816 a Escola Real das Ciências,
Artes e Ofícios, e com isso a vinda da missão francesa para o Brasil, na visão de
D. João VI o ensino de arte seria necessário e importante para o progresso do
reino, e em suas ideias “poderia vir a formar o mais rico e opulento dos reinos

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conhecidos”. Eram poucos países que possuíam uma academia até então, e isso
faria com que o Brasil crescesse culturalmente, inserindo o país no mundo então
desenvolvido. Havia também interesses políticos, já que neste contexto o Brasil
ficaria a frente de Portugal, pois o país ainda não tinha o padrão de ensino que
ele pretendia implantar no Brasil.

Passados dez anos e com outro nome, a então esperada Academia


Imperial de Belas Artes se materializou, um tanto tarde. Nesse tempo de espera
os artistas trabalharam por conta própria aceitando encomendas e alguns
montaram um local para ministrar aulas de arte, sendo que muitas coisas
ocorreram nesse meio tempo como o falecimento de Lebreton. Apesar de todos
os problemas ocorridos, a missão francesa de fato marcou o ensino da arte no
Brasil e seu desenvolvimento, inseriu o estilo Neoclássico na academia e em
obras dos artistas produzidas aqui, mas com o tempo o estilo artístico no Brasil
foi tomando novos rumos e se renovando.

Apesar de o Desenho ter sido matéria obrigatória na academia por um bom


tempo, a Academia Imperial de Belas Artes foi a primeira instituição de ensino
em que a história da arte foi ministrada como conteúdo. Apesar de ser uma

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academia e o ensino ser designado apenas para formação de artistas, foi nela
que primeiramente houve a preocupação do ensino de história da arte,
acontecendo a partir de 1890.

Segundo Mosaner e Stori (2007, p.147) “É interessante salientar que só


depois de bem estabelecido o curso superior de artes, através da Academia, é
que há a preocupação de implantá-lo no ensino primário e
secundário”. Primeiramente, deu-se maior importância para a implantação do
ensino superior de artes, só após a academia houve uma preocupação em inserir
o Desenho no ensino primário e secundário, sendo assim a academia influenciou
com sua metodologia o ensino de desenho na educação básica, porém o ensino
da história da arte não é mencionado como conteúdo.

Com o tempo as tendências neoclássicas no ensino foram se tornando


menos rigorosas, segundo Proença (2000, p. 218) em seu livro História da Arte,
“No final do século, os pintores nacionais começaram a seguir novas direções,
principalmente os artistas que vão à Europa e entram em contato com os
movimentos Impressionistas e Pontilista”.

Com isso os artistas foram se apropriando de novas ideias e conceitos em


relação à arte. Pois neste período, na Europa surgem novas tendências artísticas
e os artistas viajantes, brasileiros, acabavam adquirindo esses novos conceitos,
trazendo - os ao Brasil.

Com a abolição da escravidão em 1888 e a queda da Monarquia em 1889,


há uma aproximação dos ideais do liberalismo americano e do positivismo
francês na política, com isso surgem novas leis da educação e a reforma do
ensino republicano em 1890. O ensino do desenho é incluído no currículo e
torna-se obrigatório no ensino primário e secundário, “visando preparar o aluno
para o trabalho e contribuir para seu aperfeiçoamento intelectual” (MOSANER E
STORE, 2007, p. 147). Neste momento o ensino da arte não tinha uma
preocupação com a arte em si e muito menos com o conteúdo da história da
arte, a obrigatoriedade do desenho é vista como uma preparação para o

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trabalho, essa visão ainda não havia sido superada e por um bom tempo
continuará na história do ensino de arte como veremos a seguir.

O liberalismo não só influenciou a política, mas também a educação, seu


maior idealizador no Brasil foi Rui Barbosa. Suas ideias são compostas pela
concepção pedagógica, em que o ensino do desenho era fundamental com
ênfase maior no currículo na fase secundária e mais ainda na primária. Suas
ideias permearam até os primeiros anos do século XX. Segundo Barbosa (2002
p. 44):

Sua teoria política liberal se dirigia para a função prática de enriquecer


economicamente o país. Esse enriquecimento só seria possível através do
desenvolvimento industrial, e a educação técnica e artesanal do povo era por ele
considerada uma das condições básicas para este desenvolvimento.

Para Rui Barbosa “a educação artística


seria uma das bases sólidas para a educação
popular”, pretendia inserir na educação do Brasil
o modelo americano de ensino de arte, com isso
o desenho seria obrigatório no ensino secundário,
sendo influenciado também pelo teórico Walter
Smith, o qual Rui Barbosa toma como referência
para produzir o Parecer sobre o Ensino
Secundário em 13 de abril de 1882. Este parecer
foi usado na escola até a metade do século XX aproximadamente, e as ideias de
Walter Smith ficaram marcadas na educação por quase 30 anos.

Rui Barbosa via o Desenho como um instrumento para alcançar o esperado


desenvolvimento industrial, pois havia como exemplo o ensino do desenho
geométrico da América do Norte, o qual obteve sucesso relacionado aos
produtos industriais, assim há um interesse em educar o povo para a indústria.

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No início do século XX houve uma grande preocupação com a


obrigatoriedade do ensino de artes no ensino primário e secundário. Neste
mesmo século o desenho ainda era a forma de inserção do ensino de artes nas
escolas e vinha de uma tradição voltada para o aprendizado do desenho para o
trabalho industrial. Mas com o tempo essa visão foi tomando outro sentido,
segundo Barbosa (2002, pag. 34) “[...] orientaram no sentido de considerá-lo
mais uma forma de escrita que uma arte plástica”. Barbosa (2002, p. 36) ainda
afirma:

Esta identificação do Desenho com a escrita ultrapassou as barreiras do


modernismo, foi argumento não só para tentar vencer o preconceito contra a Arte
como também argumento para demonstrar que a capacidade para desenhar era
natural aos homens ou, pelo menos, acessível a todos e não um dom ou vocação
excepcional.

Mesmo que o ensino de arte ainda esteja focado no Desenho, começam a


surgir novas abordagens referentes ao ensino de arte na escola, voltadas às
novas instâncias e objetivos com o intuito de construir uma mudança de olhar
sobre o ensino da arte na educação brasileira.

Durante o século XX acontecem várias mudanças na sociedade


decorrentes de relações econômicas, sociais, culturais e pedagógicas que
interferem na educação. A economia do país estava passando por um período
de declínio por conta da crise do café em 1929, trazendo com ela vários
problemas no governo. Em relação à cultura a Semana de 22 teve seu grande
marco, e renovou não só a produção de arte no país como também influenciou
no ensino da arte. Na educação surgiu um interesse de mudança no qual alguns
educadores propuseram, segundo Mosaner e Store (2007, p. 147):

Uma escola pública, laica e gratuita como meio de combater ou minimizar


as desigualdades sociais, divulgam o Manifesto da Escola Nova, em 1932. Entre
os assinantes desse documento encontramos educadores importantes como

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Anísio Teixeira (1900-1971), Fernando de Azevedo (1894-1974) e Cecília


Meirelles (1901-1964).

No movimento da Escola Nova o ensino de arte foi voltado para as ideias


de alguns teóricos da educação, principalmente Victor Lowenfeld. Com isso há
uma quebra dos modelos tradicionais do ensino, a livre expressão é inserida nos
novos métodos e o ensino de arte acaba saindo da forma rígida tradicional na
qual era mantido até então.

Com isso surgem novas abordagens no ensino de arte, como a Pedagogia


Nova conhecida também como movimento escolanovismo resultante do
manifesto da Escola Nova de 1932 que defendia uma escola pública obrigatória
a toda a população independente de sua classe social. Na Escola Nova o ensino
de arte era voltado para a expressão, segundo Ferraz e Fusari (2009, p. 47) “a
preocupação com o método, com o aluno, seus interesses, sua espontaneidade
e o processo do trabalho caracterizam uma pedagogia essencialmente
experimental e psicológica”. Assim a metodologia da Escola Nova era voltada às
ideias da psicologia e ao desenvolvimento expressivo do aluno, e teve como
grande influência os teóricos John Dewey, Viktor Lowenfeld, Herbert Read, além
de ser totalmente contrária aos ideais da pedagogia tradicional. O movimento
modernista também teve grande influência na Escola Nova, pois defendiam a
livre expressão como um elemento para formação artística e estética.

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Houve ainda mudanças no currículo em relação ao ensino de arte com a


Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira n. 4024 de 20 de Dezembro de
1961, segundo Ferraz e Fusari (2009, p. 50) “a arte deixa de ser compreendida
como um campo preferencial de saberes sistematizado e, como as demais,
tornam-se uma prática para aprimorar a personalidade e hábitos adolescentes”.
Dez anos depois veio à lei, LDB nº 5692/71 com ela o ensino das outras
linguagens da arte, como as disciplinas de música, artes plásticas, artes cênicas
e desenho, são excluídas e o ensino de arte passa a ser nomeado como
Educação Artística, sendo obrigatória no currículo escolar do 1º e 2º grau.

Apesar da tentativa de reforma e melhoria, ocorre uma demora em relação


à mudança de visão relacionada ao próprio ensino de arte, a disciplina ainda não
é vista como uma disciplina importante no contexto escolar, aliás, a visão do
ensino de arte ainda estava vinculada como atividade, havendo uma
desvalorização da mesma. Neste momento segundo Ferraz e Fusari (2009, p.
52) “pouco se preocupavam com o conhecimento de linguagens artísticas, que
se transforma em meras atividades”. A história da arte até o momento nem é
citada, esse é um momento em que o próprio ensino de arte está se encontrando
e passando por diversos problemas, principalmente em relação à formação do
professor.

Com estas mudanças no contexto educacional, ocorrem outras


problemáticas, os professores precisavam ser preparados para exercer este
ensino com qualidade, mas não havia estrutura e nem muitos cursos específicos
nas universidades, assim começam a surgir algumas dificuldades, pois os
professores não possuíam preparo e experiência para exercer com domínio
todas as linguagens artísticas exigidas no ensino de arte.

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Neste período surge a


Pedagogia Tecnicista, a
partir dos anos 70 a
abordagem toma forma e
cresce no país. Essa
abordagem adota como
referência novamente as
orientações da educação
tradicional e escolanovista. Segundo Ferraz e Fusari (2009, p. 52):

Na Pedagogia Tecnicista o professor tende a ser responsável por seu


planejamento, que deve se mostrar competente e incluir os elementos
curriculares essenciais: objetivos, conteúdos, estratégias, avaliação. A dinâmica
do ensino e da aprendizagem não é questionada, pois o elemento principal é o
sistema técnico de organização da aula e do curso. Os processos de ensino
eram voltados ao mecanicismo e a base técnica era muito utilizada. Segundo
Pessi (1994, p. 27) a Pedagogia Tecnicista tinha como propostas metodológicas
“a copia, desenho geométrico, educação através da arte e livre expressão”.

Contudo, houve uma escassez de bases teóricas, os professores


abraçavam os materiais didáticos como única ferramenta de orientação para o
ensino, com isso houve uma fragilidade metodológica consistindo num ensino
equivocado de arte.

Novas abordagens surgem no contexto educacional, com o intuito de


renovar a educação em arte em relação às práticas sociais, dentre elas a
Pedagogia Libertadora,Pedagogia Libertária e Pedagogia Histórica Crítica.

A primeira toma forma na educação da arte com a proposta de Paulo Freire.


Para ele o homem simples também possuía cultura, mas à sua maneira, assim
o professor deveria estar ciente de todo o diferencial cultural da sociedade em
que está inserido. Segundo Ferraz e Fusari (2009, p.54), “Somente considerando
o local onde se dá a vida para essas pessoas é que se torna possível um trabalho

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de educação conscientizadora”. O que se entende é que a educação passa a


ser voltada para a conscientização do povo em relação à cultura e costumes
locais do meio em que vivem de acordo com sua diversidade social. Com isso
sua educação tinha como base a relação e diálogo entre professor e o aluno,
com igualdade.

Já a Pedagogia Libertária era voltada para a independência teórica e


metodológica, livres da influência social. E por fim, a Pedagogia Histórico –
Crítica, que surgiu nos anos 80, tinha a intenção de preparar o aluno para a vida
social, para a participação ativa na sociedade. Neste contexto a educação
deveria adotar o ensino do conhecimento adquirido do aluno e para a produção
voltada para a humanidade, levar o aluno a exercer sua cidadania, sendo
consciente, crítico e participativo.

Nos anos 80 começam a surgir associações de professores e


pesquisadores do ensino de arte, ajudando a formar novos conceitos em relação
ao ensino e aprendizagem de arte na educação. Nessa perspectiva de ação em
Congressos Nacionais e Internacionais, há a busca de um ensino valorizado e
obrigatório, com isso conseguiram incluir a arte nos currículos das escolas e na
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996.

A partir de1990 surgem leis que fomentam uma melhoria para o ensino de
arte, nas quais começaram exigir novos seguimentos para o ensino. Uma delas
é a Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9.394 (Brasil, 1996) e novas
abordagens pedagógicas, como a Proposta Triangular, surgem voltados para
uma educação em arte mais renovada, e dentro dela a história da arte possui
um espaço importante.

A Proposta Triangular inserida no Brasil por Ana Mae Barbosa é a teoria


pedagógica que mais parece dar importância ao ensino da história da arte.
Sendo assim, serão abordadas algumas reflexões no que diz respeito ao ensino
deste conteúdo dentro da Proposta Triangular e alguns fundamentos teóricos do
ensino da história da arte, Começou a ser difundida no Brasil no período dos

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anos 90, partindo de estudos feitos por Ana Mae no Museu de Arte
Contemporânea da Universidade de São Paulo. A partir disto foi amplamente
aceita e desenvolvida até hoje em estudos científicos e nos currículos.

A metodologia utilizada no Museu para o ensino da arte era associada à


história da arte, o fazer artístico, e a leitura da obra de arte. O princípio desses
temas é definido da seguinte maneira, segundo Barbosa:

[...] leitura envolve análise crítica da materialidade da obra e princípios


estéticos ou semiológicos, ou gestálticos ou iconográficos. A metodologia de
análise é de escolha do professor, o importante é que obras de arte sejam
analisadas para que se aprenda a ler imagem e avalia-la; esta leitura é
enriquecida pela informação histórica e ambas partem ou desembocam no fazer
artístico. (2001, p. 37)

No que se refere à história da arte, Ana Mae aponta que o conteúdo auxilia
o aluno a compreender “algo do lugar e tempo nos quais as obras de arte são
situadas” e ainda aponta, “nenhuma forma de arte existe do vácuo, parte do
significado de qualquer obra depende do entendimento do seu contexto”. Sendo
assim o estudo da história da arte, aproxima o aluno da compreensão do
contexto na qual cada obra ou período estudado se situa, para tanto, a estética
ajuda esclarecer e compreender melhor o que é visto dentro dos conteúdos da
história da arte.

A história da arte na metodologia Triangular não é abordada de uma forma


totalmente linear, e sim é pensada para contextualizar o artista e sua arte no
meio sociocultural. Ana Mae aponta a importância de conhecer os princípios de
cada estilo e movimento artístico, e as relações sejam no meio social, político e
cultural. Mas afirma, “cada geração tem direito de olhar e interpretar a história de
uma maneira própria, dando um significado à história que não tem significação
em si mesma” (2001, p.38). Ou seja, cada pessoa possui a liberdade de
interpretar as relações da história da arte a sua maneira, partindo também de
seu meio social e cultural. Mas é importante compreender que:

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Na história da arte o objeto do passado está aqui hoje. Podemos ter


experiência direta com a fonte de informação, o objeto. Portanto, é de
fundamental importância entender o objeto. A cognição em arte emerge do
envolvimento existencial e total do aluno.

Para entender o objeto, necessita do estudo de seus conceitos, e logo a


sua apreciação. Ana Mae aponta que a história da arte não pode estar apartada
da “apreciação da obra”, ou seja, elas precisam ser trabalhadas em conjunto,
pois elas se complementam.

Em relação ao currículo, cita a importância de introduzir nele os princípios


da proposta Triangular, o fazer artístico, a história da arte e a análise da obra de
arte, pois para Barbosa:

Um currículo que interligasse o fazer artístico, a história da arte e a análise


de arte estariam se organizando de maneira que a criança, suas necessidades,
seus interesses e seu desenvolvimento estariam sendo respeitados e, ao mesmo
tempo, estaria sendo respeitada a matéria a ser aprendida, seus valores, sua
estrutura e sua contribuição especifica para a cultura. (2001, p.35)

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Importância das artes na educação infantil, anos


iniciais.

O papel das disciplinas de Artes na educação é muito importante. As


linguagens artísticas ajudam o ser humano a desenvolver diversos aspectos nas
diversas fases da vida.

Na pedagogia Waldorf por exemplo, incentiva a criatividade,


trabalhando as manifestações artísticas e artesanais das crianças, estimulando
o sentir e as linguagens corporais, o agir. Promovem atividades que estimulam
a criatividade e a imaginação.

Ana Mae Barbosa, pioneira na arte educação no Brasil, desenvolveu a


Proposta Triangular, onde se trabalha três abordagens: a contextualização
histórica, o fazer artístico e a apreciação artística.

Ela valoriza a melhor preparação do professor de Artes, mesmo na


educação básica, para que ele se qualifique para dar aulas que fiquem além do
estimular a criatividade, que ultrapasse o ensino do desenho geométrico, que
seja mais abrangente.

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A educadora ainda defende que o ensino de artes no futuro, envolverá


manifestações artísticas das comunidades em que vivem e seu meio ambiente.

O estudo da arte é importante porque auxilia no desenvolvimento de


diversas habilidades, dentre elas:

Foco e concentração;

Criatividade;

Disciplina;

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Percepção;

Senso crítico;

Improvisação;

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Comunicação;

Integração social;

Imaginação;

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A arte serve como meio de expressão subjetiva em que se utiliza a


criatividade para demonstrar algo, seja com uma música, pintura, literatura, etc.

A arte faz parte da vida das crianças como uma ferramenta de leitura do
mundo e de si mesma. Isso possibilita que elas adquiram atitudes fundamentais
para o seu desenvolvimento, como criatividade, sensibilidade e senso crítico. A
importância da arte na educação infantil não para por aí: ela promove o
desenvolvimento perceptivo e social do indivíduo, o que enriquece o universo
cultural das crianças.

Assim, propor atividades diferentes e que estimulem a criatividade dos


pequenos é muito enriquecedor, pois apresenta novos mundos e proporciona
novas experiências. Por isso, o ensino da arte é um meio importante para que
os estudantes possam compreender a sua própria realidade e a dos outros.

 Estimula a criatividade
A arte pode servir como um salto para desenvolver a criatividade.
Qualquer que seja a forma que a criança se sinta confortável em expressar as
suas iniciativas artísticas, ela tem papel essencial em seu desenvolvimento
intelectual.

Isso acontece porque a expressão artística está relacionada à imaginação


e à capacidade de pensar fora da caixa, de ver o mundo além do óbvio, além de
contribuir com a elaboração de alternativas para os problemas.

Cada rabisco que a criança faz é uma história e tem um contexto. Por isso,
é importante lembrar que o ambiente escolar não deve ser o único local onde a
arte é celebrada e incentivada.

 Permite que a criança expresse suas emoções


As emoções fazem parte de todos os seres humanos, no entanto, tudo é
novo na infância. À medida que as crianças compreendem o funcionamento do
mundo, elas buscam mecanismos para se expressarem em relação a ele.

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Assim, elas encontram dentro de si algumas maneiras para exprimir sobre


o que vivenciam, interpretando a realidade que as cerca. Por meio da arte, a
criança pode expressar seus sentimentos com rabiscos, desenhos, pinturas,
danças e invenções de personagens.

 Incentiva a percepção com os cinco sentidos


A arte na educação infantil pode facilitar a análise que a criança tem de si
com outras pessoas. As cores e os tamanhos nos desenhos, além dos formatos
e das escolhas nos moldes de massinha, são indícios de que as informações de
fora estão sendo interpretadas e absorvidas por todos os cinco sentidos.

Logo, enquanto um personagem com certas características está sendo


inventado, a criança aguça a sua capacidade de observação e sua sensibilidade.

 Auxilia a escrita
Fazer rabiscos no papel é um jeito de exercitar as capacidades que serão
necessárias mais adiante, como no caso da escrita. Cada letra do alfabeto é
considerada um desenho padronizado e, assim, desenhar com giz de cera, lápis
de cor ou pincel auxilia na formação das palavras na fase de alfabetização.

Além disso, é importante lembrar que, mesmo depois da alfabetização, a


criança deve continuar a ser incentivada a se expressar por meio da arte.

Como foi visto, compreender a importância da arte na educação infantil é


essencial para que a criança possa se expressar e construir sua percepção de
mundo. Por isso, não se esqueça de estimular a arte em casa durante as
atividades com a família, por meio de materiais com diferentes cores e texturas.

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2
5

Legislação referente a educação das artes

Década de 70 e 80 – influência do militarismo e herança tecnicista

Na década de 70 foi inserida a Educação Artística nas escolas. Ainda sob


influência militar e herdeira dos princípios tecnicistas dos anos 80, a educação
artísticas tinha um caráter mais recreativo.

Na educação infantil e no ensino fundamental ( na época jardim de


infância e 1º grau) alguns trabalhos manuais desenvolvidos em temas de datas
comemorativas ( dia das mães, páscoa, festa junina, Natal), usando
ilustrações mimeografadas, papel e tinta. Música e artes não eram muito
difundidos nem incentivados.

Nesse período nas faculdades, professores artistas lutavam por


desenvolver e valorizar o ensino de Artes nas escolas públicas. Professores
procuravam se preparar para despertar esse valor aos alunos e aos outros
professores.

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2
6

Lei de Diretrizes e Bases 1996

Em 1996 com a implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação


(LDB), tornou-se obrigatório a oferta de pelo menos quatro linguagens artísticas
na educação básica: teatro, música, artes visuais e dança. Educação artística já
era chamada de Artes.

Porém, as escolas não possuíam em sua maioria, condições de estrutura


para manter essa divisão e apesar dos esforços ainda não estava funcionando.

Parâmetros Curriculares Nacionais (1997)

Em 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais, surgem como tentativas


para se estabelecer essa obrigatoriedade levando a disciplina de Artes para um
cenário de importância nacional, que há pouco tempo não tinha.

Os PCNs incentivaram a utilização da Abordagem Triangular da


professora Ana Mae Barbosa, citado aqui anteriormente.

lei 13278 de 2016

Esta lei coloca como obrigatórias as atividades de artes: Música, dança,


teatro e artes visuais. Essa lei deu um prazo de cinco anos para que os
professores estejam preparados para dar as aulas na educação básica
(educação infantil, ensino fundamental de 9 anos e ensino médio).

Muitos professores já se mantiveram otimistas, pois, a muito lutam por


esse espaço importante nos currículos educacionais. Ainda muitos pontos serão
acertados, mas o cenário é de otimismo.

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2
7

BNCC

O documento que regulariza a Base Nacional Comum Curricular, foi


homologada dia 20 de Dezembro de 2017 pelo então ministro da Educação,
Mendonça Filho.

Traz como componentes obrigatórios, as linguagens de Artes Visuais,


Música, Dança e Teatro. Por meio dessas manifestações artísticas espera-se
desenvolver um ser humano consciente de si mesmo e de sua cultura.

Além disso, essas linguagens da arte proporcionam momentos de


aprendizagem em relação a outras culturas, as diferenças sociais e o
desenvolvimento de sua criticidade sendo o aluno protagonista e criador dessas
linguagens artísticas também.

A BNCC propõe que se trabalhe as Artes em dimensões:

 Criação – o fazer artístico, apreender o que está em jogo durante o


processo.

 Crítica – Impressões que o sujeito tem e o leva a novas compreensões.

 Estesia – Experiência sensível em um dos sujeitos em relação ao espaço.


Articula sensibilidade e percepção.

 Fruição – Promover sensibilização durante a prática artística.

 Reflexão – Processo de construir argumentos sobre as fruições.

Trabalha-se as linguagens em unidades temáticas, as artes integradas. A


proposta é desenvolver o indivíduo como ser critico, producente, capaz de
analisar, dialogar, concluir, discutir questões sociais, políticas e culturais.

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2
8

O brincar na sala de aula

Um ambiente de aprendizagem escolar é um ambiente em que um


indivíduo está sujeito a oportunidades de aprendizagem. Muitas vezes o termo
ambiente de aprendizagem é confundido com o espaço físico onde ocorrem
práticas educativas. Um exemplo de ambiente de aprendizagem é o ambiente
de aprendizagem escolar, que é um ambiente planejado, ou organizado, para
que ocorram práticas educativas. Nesse ambiente, o professor tem um papel
fundamental, que pode ser tanto na preparação, organização e sistematização
da aprendizagem, como no direcionamento ou orientação do processo de
aprendizagem.

Os ambientes de aprendizagem podem ser classificados a partir de vários


critérios, pois há vários fatores que interferem num processo de aprendizagem,

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9

entre eles a sistematização e a autonomia do aprendiz. A sistematização é o que


estrutura e valida o processo de aprendizagem, como avaliações, certificados e
contratos entre os sujeitos que participam do processo. Já o nível de autonomia
do aprendiz expressa o grau de controle que a organização do ambiente e os
demais atores envolvidos imprimem nas interações do aprendiz com os
diferentes objetos de aprendizagem. A caracterização de um ambiente de
aprendizagem pode ser realizada a partir de uma linha contínua em que quanto
maior a sistematização e menor a autonomia, maior o caráter formal da
aprendizagem.

Assim, podemos ter a dimensão do valor da ludicidade tendo o papel de


permitir que você e seu aluno experimentem novas aventuras, novos
aprendizados, porque está livre para descobrir uma nova janela para o saber. Os
estímulos do meio externo entram provocando e respondendo aos interesses da
educação permitindo avançar nos descobrimentos produzidos pelos diferentes
caminhos do conhecimento e da convivência.

A ludicidade permite a liberdade emocional necessária para explorar e


experimentar, para envolver-se emocionalmente numa criação e para permitir
descobrimentos incentivados pela curiosidade.

A sala de aula pode se transformar também em lugar de brincadeiras, se


o professor conseguir conciliar os objetivos pedagógicos com os desejos do
aluno, para tal, é necessário encontrar o equilíbrio entre o cumprimento de suas
funções pedagógicas – ensinar conteúdos e habilidades, ensinar a aprender – e
psicológicas, contribuindo para o desenvolvimento da subjetividade, para a
construção do ser humano autônomo e criativo – na moldura do desempenho
das funções sociais –, preparar para o exercício da cidadania e da vida coletiva,
incentivar a busca da justiça social e da igualdade com respeito à diferença.

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3
0

Reconstruir conceitos importantes sobre o ato de brincar e sua


importância no contexto escolar é fundamental para a prática pedagógica do
professor. Se ele busca a formação de indivíduos dinâmicos, criativos, reflexivos
e capazes de enfrentar desafios, devem proporcionar condições para que as
crianças brinquem de forma espontânea, dando a elas a oportunidade de ter
momentos de prazer e alegria no ambiente escolar, tornando-se autoras de suas
próprias criações. Mais uma vez remetendo a, quando não reprimidas, a
espontaneidade e a criatividade agem no sentido de fazer as coisas, de brincar;
consequentemente, as crianças alcançam a aprendizagem.

Mas o que seria, de fato, uma aula lúdica? Para Fortuna (2000, p. 9), “uma
aula lúdica é uma aula que se assemelha ao brincar”, ou seja, é uma aula livre,
criativa e imprevisível. É aquela que desafia o aluno e o professor, colocando-os
como sujeitos do processo pedagógico. A presença da brincadeira na escola
ultrapassa o ensino de conteúdos de forma lúdica, dando aos alunos a
oportunidade de aprender sem perceber que o estão.

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1

O brincar estimula a inteligência porque faz com que o indivíduo solte sua
imaginação e desenvolva a criatividade, possibilitando o exercício da
concentração, da atenção e do engajamento, proporcionando, assim, desafios e
motivação.

Por meio dos jogos e das brincadeiras o educando explora muito mais sua
criatividade, melhora sua conduta no processo ensino-aprendizagem e sua
autoestima, porém, o educador deve ter cuidado de como são colocados os
jogos em seus fins pedagógicos, para que não se transformem em atividade
dirigida e manipuladora. Se isso ocorrer o jogo deixará de ser jogo, pois não será
caracterizado com liberdade e espontaneidade.

Sendo assim, o jogo deve ser visto como possibilidade de ser mediador
de aprendizagens e propulsor de desenvolvimento no ensino formal, mas
quando, a atividade se torna utilitária e se subordina como meio a um fim, perde
o atrativo e o caráter de jogo. A partir do momento que a criança é obrigada a
realizar um jogo, sem nenhum interesse ou motivação, o jogo perde toda a sua
característica e acaba tornando-se mais uma atividade “séria” de sala de aula.

Há diferença entre o jogo e a brincadeira, dentro e fora da sala de aula. O


jogo carrega em si um significado muito abrangente. É construtivo porque
pressupõe uma ação do indivíduo sobre a realidade. É carregado de simbolismo,
reforça a motivação e possibilita a criação de novas ações e o sistema de regras,
que definem a perda ou o ganho. Nem todos os jogos e brincadeiras são
sinônimos de divertimento, pois a perda muitas vezes pode ocasionar sentimento
de frustração, insegurança, rebeldia e angústia. Dessa forma, são sentimentos
que devem ser trabalhados principalmente na escola, para que não se
perpetuem impossibilitando que a criança tenha novas iniciativas. A brincadeira
é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar alegria, liberdade e
contentamento. É a ação que a criança desempenha ao concretizar as regras do
jogo e ao mergulhar na ação lúdica.

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2

Os jogos e brinquedos são meios que ajudam a criança a penetrar em sua


própria vida tanto como na natureza e no universo.

O lúdico nos anos iniciais da educação infantil

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3

Lúdico, segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, refere-se


a jogos e brinquedos. Para a Psicologia o vocábulo está ligado ao termo jogo,
que é a tendência instintiva da criança para o brinquedo e atividades afins. Para
esse campo científico, a atividade lúdica constitui um dos elementos
fundamentais para a formação da personalidade, devendo servir como fonte de
orientação para os estabelecimentos de ensino e fomentar práticas educativas
mais dinâmicas.

Tanto o vocábulo, quanto a função que desempenha não pode ser


limitado em seu valor e aplicação na prática educativa. A primeira reflexão válida
situa-se entre o significado do termo e sua aplicação no contexto educacional,
mais especificamente sobre a ação positiva de atividades lúdicas na
aprendizagem infantil. Sempre que se fala na questão lúdica, logo é estabelecida
uma íntima relação entre brincadeiras e jogos.

Quando a escola admite a aprendizagem por meio do lúdico, objetiva


então, despertar atitudes de alegria, satisfazer as necessidades e interesses
infantis e auxiliá-la na construção de conhecimentos, então a ação educativa
passa a assumir um caráter lúdico e pedagógico. Ao brincar, cantar, dançar, rir,
correr, pular, gritar, rodar, imaginar, inventar, sonhar, fazer de conta e fantasiar,

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as crianças podem demonstrar sua liberdade e espontaneidade, aprendendo e


se envolvendo com a aprendizagem. Enquanto brinca, a criança gerencia sua
atitude, pode e toma decisões, sem a intervenção e a imposição do adulto. Vive
e aprende ludicamente.

O Brincar na escola diferencia ao de casa pelo fato de ser um brincar


instruído, ensina, por exemplo, como movimentar o corpo, na escola o aluno está
sendo instruído, monitorado o tempo todo.

O brincar, que acontece com frequência nas aulas, é de suma importância


para o aprendizado dos conteúdos escolares, sendo contrário à forma somente
falada da educação. ALLE (2010, p. 26) citando Vygotsky diz que:

Vygotsky explica que, ao brincar, a criança interpreta as ações dos


adultos, projetando-se no mundo deles, assumindo um comportamento e
desempenhando papéis que nem sempre são infantis. O autor também destaca
que, ao brincar, a criança altera a dinâmica da vida real, pois não reproduz o jogo
da mesma forma em que a situação foi vivenciada. Segundo o autor, o “jogo da
criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação
criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda
às exigências e inclinações da própria criança” (VYGOTSKY, 1998, p. 12 em: A
formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.).

O brincar é de vital importância para o desenvolvimento do ser humano,


é tão importante para o desenvolvimento do organismo quanto o alimento, os
exercícios, o repouso. O simples ato de brincar faz com que a criança não
apenas imite o cotidiano, mas também a transforma. Através das brincadeiras,
se imita, se imagina, vivencia, se cria, representa e se comunica.

– Conceituando o jogo, o brinquedo e brincadeira

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Os conceitos de jogo, brinquedo e brincadeira encontram-se intimamente


ligados. Esses conceitos mudaram muito com o passar do tempo e assumem
conotações diferentes de acordo com a cultura em que estão inseridos.

Ao se tentar definir o jogo, brinquedo e brincadeira, percebe-se que esses


termos apresentam significados que se relacionam a divertimento, prazer e
alegria, principalmente se forem atribuídos a eles, aspectos lúdicos.

O Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, publicado em 1983, apresenta


as seguintes definições:

Jogo: [do lat. Jocu, ‘gracejo’, que tardiamente tomou lugar de ludus]. Brinquedo,
folguedo; divertimento; partida esportiva; molejo, astúcia. Brincadeira:
divertimento, sobretudo de crianças; folgança; gracejo; zombaria, festa familiar,
diversão. Brinquedo: divertimento, folguedo, objeto com que se entretêm as
crianças.
( BUENO, 1983, p. 197 e 629)

Durante as pesquisas deste artigo foram encontradas várias


classificações para os termos aqui tratados, apesar de haver divergências
conceituais, o jogo, o brinquedo e a brincadeira, todas, atividades lúdicas,
exercem papel importante no desenvolvimento integral da criança, devendo ser
priorizados na escola como recursos facilitadores da aprendizagem e do
desenvolvimento das dimensões cognitivas, afetivas, físicas e sociais dos
indivíduos em processo de ensino aprendizagem.

Pereira (apud FRIEDMAN, 1996, p.12) afirma ser o “jogo uma brincadeira
com regras definidas, podendo-se definir vencedores, perdedores e uma
premiação adequada a competição”. Ao jogar a criança participa, podendo
demonstrar satisfação e/ou indignação e posicionar-se em relação aos seus
sentimentos e, ao mesmo tempo aprender a respeitar regras e a relacionar-se

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com outras crianças, percebendo a existência do direito alheio. O jogo, sob esse
enfoque pode ser importante para formar estruturas psicológicas e sociais,
levando, neste caso, a criança a abandonar, sem traumas, o egocentrismo,
inerente a infância, sem abrir mão de sua individualidade.

Entendendo o jogo, o brinquedo e a brincadeira sob uma perspectiva


construtivista, torna-se mais fácil compreender o brincar da criança, como uma
maneira prazerosa e dinâmica de aprender. Para Piaget (apud SERIQUE, 2003),
os jogos se caracterizam de acordo com os estágios de desenvolvimento da
criança[1] e presume as ações que o sujeito exerce sobre o meio, objetivando o
prazer. Ao analisar o papel dos jogos no desenvolvimento da inteligência, o
epistemologia apresenta 3 tipos de jogos, de acordo com o estágio de
pensamento infantil:

Jogos de Exercício – compreende o período sensório-motor que vai de 0 a 2


anos de idade, nesse período, as ações da criança estão voltadas para a
satisfação de suas necessidades. As atividades nesse período não pressupõem
aprendizagens, mas estão relacionadas aos esquemas de ação dos indivíduos
e embora sejam predominantes no período sensório-motor, estarão presentes
em outras fases do desenvolvimento.

Jogos Simbólicos – compreende o período sensório-motor e vai de 2 a 7 anos,


nesse período a criança atribui significados às suas ações, as atividades
desenvolvidas têm importância fundamental para a produção do conhecimento.
Através do jogo simbólico a criança experimenta papéis, representa, dramatiza.
Tais atividades serão fundamentais para a sua atuação na vida futura. Nesse
período, predominam as situações imaginárias, embora as regras também
estejam presentes implicitamente.

Jogos de Regras – a partir dos 7 anos de idade, contém características dos dois

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7

jogos anteriores, possui caráter coletivo e competitivo. No jogo de regras a


criança vai experimentar limites e restrições. Nesse período a imaginação está
mais ‘latente’. (SERIQUE, 2003, p.82)

Mais adiante descrevi a criança e seu processo de desenvolvimento, à luz de


teorias construtivistas, nesse momento entretanto, cabe destacar que as
crianças atravessam fases de desenvolvimento desde o momento de seu
nascimento, que se intensificam quando chegam a escola, pois as estruturas de
pensamento formam-se a partir da intensa relação das crianças com outras
pessoas e com o ambiente histórico-cultural e social em que vivem.
A escola ocupa papel importante no papel de formação e transformação da
mente e da inteligência infantil, e, na mesma medida, as brincadeiras, jogos e
atividades lúdicas. Dentro e fora da escola a criança aprende, não obstante, a
escola pode assumir um papel facilitador da aprendizagem e as atividades
lúdicas, papel promotor.

Como benefício didático, as brincadeiras transformam conteúdos


maçantes em atividades interessantes, revelando certas facilidades através da
aplicação do lúdico. Outra questão importante é a disciplinar, quando há
interesse pelo que está sendo apresentado e faz com que automaticamente a
disciplina aconteça. Concluindo, os benefícios didáticos do lúdico são
procedimentos didáticos altamente importantes; mais que um passatempo; é o
meio indispensável para promover a aprendizagem disciplinar, o trabalho do
aluno e incutir-lhe comportamentos básicos, necessários à formação de sua
personalidade.

Estudar as relações entre as atividades lúdicas e o desenvolvimento


humano é uma tarefa complexa, e para facilitar o estudo classificou-se o
desenvolvimento em três fases distintas: aspectos psicomotores, aspectos
cognitivos e aspectos afetivo-sociais.

Nos aspectos psicomotores encontram-se várias habilidades musculares


e motoras, de manipulação de objetos, escrita e aspectos sensoriais. Os

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8

aspectos cognitivos dependem como os demais, de aprendizagem e maturação


que podem variar desde simples lembranças de aprendido até mesmo formular
e combinar ideias, propor soluções e delimitar problemas. Considerado um
importante instrumento para o desenvolvimento da criança, o lúdico surge no
contexto escolar como uma nova metodologia no processo de ensino-
aprendizagem.

Capaz de divertir e educar simultaneamente. É importante a


conscientização de que o lúdico é parceiro da educação, auxiliando na
construção do conhecimento da criança, já que ainda hoje, algumas instituições
de ensino apresentam resistência em adaptar os seus conteúdos a forma lúdica
de ensino.

Desta maneira, uma boa qualificação e interação dos docentes nesta


inovadora metodologia de ensino, proporcionaria a todos (crianças e
professores), poder vivenciar a aprendizagem através da prática dos jogos e das
brincadeiras.

As atividades lúdicas podem ser abordadas de diversas formas no


processo educativo, dentre elas podemos utilizar as artes plásticas, os jogos, as
dramatizações, contar e ouvir histórias, ouvir músicas, praticar danças e entre
outras atividades que podem ser trabalhadas, garantindo uma aprendizagem de
forma descontraída e contagiante.

Para um melhor aproveitamento deste trabalho lúdico realizado nas


escolas, a mesma deve fazer uma parceria com as famílias, onde as atividades
propostas no âmbito escolar sejam estendidas aos grupos familiares,
possibilitando a criança uma liberdade de suas ações através do brincar e
estímulos necessários para um melhor desenvolvimento de suas habilidades.

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3
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A importância do brincar e da criatividade na


educação infantil.

O lúdico é extremamente importante para o desenvolvimento do ser


humano, e pode auxiliar na aquisição de novos conhecimentos, em sala de aula,
facilitando muito no processo ensino-aprendizagem. É através de atividades
lúdicas, que “o educando” explora muito mais sua criatividade, melhora sua
conduta no processo de ensino-aprendizagem e sua autoestima.

O professor precisa apropriar-se do brincar, inserindo-o no universo


escolar. O adulto é afetivamente importante para a criança, quando acolhe suas
vivências lúdicas e abre um espaço potencial de criação. Com isso, o professor

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instiga a criança à descoberta, à curiosidade, ao desejo de saber. A criança tem


no professor um parceiro nessa busca.

Kishimoto (1994, p. 18),

Explicita que o jogo educativo tem a vantagem de aliar contentamento e


aprendizagem. Ele afirma também que muitos autores, ao tratar dessa temática,
tentam conciliar a tarefa de educar com a necessidade irresistível de brincar.

“Nessa junção surge o jogo educativo, um meio de instrução, um recurso


de ensino para o professor e, ao mesmo tempo, um fim em si mesmo para a
criança que só quer brincar.

“O jogo transita livremente entre o mundo interno e o mundo real”


(FORTUNA, 2000, p. 2), o que garante à criança a fuga temporária da realidade.
Tudo se transforma em lúdico para o aluno, mas o professor precisa trazer do
lúdico a realidade, a verdade subentendida como conhecimento, especialmente
o escolar.

Como afirma Fortuna (2008, p. 4), “defender o brincar na escola, por outro
lado, não significa negligenciar a responsabilidade sobre o ensino, a
aprendizagem e o desenvolvimento”.

É preciso, nesse aspecto, que o professor busque o equilíbrio entre


ministrar aulas convencionais, em que recursos como lápis e caderno precisam
fazer parte do cotidiano como forma de preparo para o mundo adulto, e aulas
lúdicas. Por isso, o professor deve utilizar as atividades criativo-lúdicas como
suporte do desenvolvimento e da aprendizagem, por meio de seus
procedimentos, e, nesta circunstância, criar situações e propor problemas,
assumindo sua condição de parceiro na interação e sua responsabilidade no
desenvolvimento cognitivo, psicomotor e psicossocial do aluno.

Ao buscar uma rotina que propicie o desenvolvimento pleno do ser


humano, indo além de teorias e conceitos, nada melhor que explorar e
experimentar. Assim, o lúdico se faz uma ferramenta enriquecedora, pois

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1

brincando o aluno expressa suas ideias e pensamentos sobre o mundo que o


cerca. Dessa maneira, dá pistas ao professor de como complementar, no sentido
de promover, outros conhecimentos, ampliando seu repertório e seu
conhecimento de mundo.

AS IMPLICAÇÕES NO ATO DE BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA


CRIANÇA NO AMBIENTE ESCOLAR

A brincadeira favorece a criação da Zona de Desenvolvimento Proximal,


pois ao brincar a criança age além do comportamento da sua faixa etária e da
sua realidade diária, produzindo atividades e experiências novas, criando modos
de pensar e agir no mundo que desafiam o seu conhecimento já internalizado. A
brincadeira cria uma zona de desenvolvimento proximal, porque ela favorece a

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2

emergência de certos processos psicológicos e estimulam outros que começam


a se constituir.

Acreditamos que a criança usa a brincadeira como mediadora desse


processo de apropriação, expandindo suas relações com o mundo dos objetos
e símbolos humanos, dessa forma, assimila, compreende e aprende a viver
socialmente no espaço em que está inserida. Defendo a concepção de que a
escola precisa ressaltar a importância da brincadeira para o desenvolvimento
social e cognitivo da criança, para que o conteúdo seja apresentado à criança de
forma mais prazerosa dando assim um aprendizado mais consistente e
estimulante para o aluno, pois a sociedade difunde uma idéia que limita o ato de
brincar a um simples passatempo, sem funções mais importantes que entreter a
criança em atividades divertidas. É preciso reforçar a ideia de que os professores
tem na brincadeira uma ferramenta importante para proporcionar aos alunos
momentos lúdicos que possibilitem o desenvolvimento de um processo de
aprendizagem e socialização.

A criança precisa de um momento livre maior para ampliar as suas


atividades lúdicas, pois a brincadeira é muito importante para o desenvolvimento
de vários processos mentais.

Brincar, segundo o dicionário Aurélio (2003), é “divertir-se, recrear-se,


entreter-se, distrair-se, folgar”, também pode ser “entreter-se com jogos infantis”,
ou seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos deveria
ser. Segundo Oliveira (2000):

O brincar não significa apenas recrear, é muito mais, caracterizando-se


como uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se
consigo mesma e com o mundo, ou seja, o desenvolvimento acontece através
de trocas recíprocas que se estabelecem durante toda sua vida.

Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidades


importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda

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propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como


afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.

Vygotsky (1998), um dos representantes mais importantes da psicologia


histórico-cultural, partiu do princípio que: “O sujeito se constitui nas relações com
os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são
mediadas por ferramentas técnicas e semióticas”.

Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada


para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão
tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis.
Ainda, podemos afirmar que a brincadeira é como uma maneira de expressão e
apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A
capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos
faz surgir, nas crianças, através do brincar, pois a criança por intermédio da
brincadeira, das atividades lúdicas está vivenciando novos conhecimentos, e
atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser
humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes
trazendo para si uma enorme bagagem de conhecimento e vivências prazerosas
de sua vida escolar.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil


(BRASIL, 1998, p. 27, v.01):

O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que


assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças
agem frente à realidade de maneira não-literal, transferindo e substituindo suas
ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se
de objetos substitutos.

Quando brinca, a criança prepara-se para a vida, pois é através de sua


atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como
vai compreendendo como são e como funcionam as coisas. Assim, podemos

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4
4

destacar que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo
que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide
com as diversas situações.

Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para o


desenvolvimento infantil e na vivência escolar, na medida em que a criança pode
transformar e produzir novos significados. Nas situações em que a criança é
estimulada, é possível observar que rompe com a relação de subordinação ao
objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no
curso de seu próprio desenvolvimento. A introdução de jogos e atividades
lúdicas no cotidiano escolar é muito importante, devido à influência que os
mesmos exercem frente aos alunos, pois quando eles estão envolvidos
emocionalmente na ação, torna-se mais fácil e dinâmico o processo de ensino e
aprendizagem.

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A formação do professor para trabalhar a


ludicidade

A educação é um processo historicamente construído, e o educador


possui um papel nesse processo, que é mediar o educando a buscar sua
identidade e atuar de forma crítica e reflexiva na sociedade. Assim sendo, a
formação do educador depende da concepção que cada profissional possui
sobre criança, homem, sociedade, educação, escola, conteúdo e currículo.

A formação pedagógica dos educadores pode solucionar e ajudar na


prática de diferentes métodos pedagógicos que permitam estabelecer a
comunicação educativa e aperfeiçoar essa comunicação.

Portanto, a formação pedagógica do professor não se restringe ao estudo


limitado de alguns processos práticos. O professor, ao conhecer as razões da
utilização de diferentes metodologias refletidas junto à formação acadêmica,
busca o conhecimento do que faz, porque o faz com mais segurança e domínio
dos instrumentos pedagógicos para adaptá-los melhor às exigências das novas

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6

situações educativas. A aceitação do método utilizado pelo professor ocorre na


medida em que este esteja preparado para compreender e utilizar o instrumento
que lhe é apresentado por razões explícitas, em função dos objetos que se fixou
no ambiente de ensino aprendizagem.

Ao abordar o lúdico na formação do professor pode-se dizer que a


ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade, e não pode
ser vista apenas como diversão ou passatempo.

Ao desenvolver conteúdos que abordam o lúdico como uma proposta


metodológica junto a professores, sempre ocorre reflexões acerca das
possibilidades de intervenção e de ensino. Tais reflexões evocam sentimentos,
posicionamentos que partem de suas relações mais evolutivas no que diz
respeito à relação de professor e aluno, adulto e criança.

Através da prática pedagógica do jogo, o professor pode conhecer as


expressões da personalidade do aluno, porque nele a criança se liberta de
situações difíceis, as coisas e ações não são o que aparentam ser.

O professor que está interessado em promover mudanças poderá


encontrar na proposta do lúdico uma importante metodologia, que pode até
contribuir para diminuir os altos índices de fracasso escolar e evasão escolar
verificados nas escolas, no decorrer do ensino fundamental, pois a partir do

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momento que o aluno se envolve com o aprendizado, as chances de ele


fracassar ou desistir da escola diminuem consideravelmente.

No entanto, o sentido verdadeiro da educação lúdica, só estará garantido


se o professor estiver preparado para realizá-lo, tiver conhecimento sobre os
fundamentos da mesma e vontade de estar em contínuo aprendizado e
renovação, pois trazer atividades que interessem aos alunos demanda pesquisa,
estudo, observação das crianças com as quais se trabalha entre outros esforços
por parte do professor e da escola. Pois não é só dar qualquer jogo por ser
educativo ou propor uma brincadeira, o professor precisa mediar este processo
e mesmo que não participe efetivamente, de estar muito atento ao que acontece
para saber aonde intervir, e a escola tem um papel de muita importância com o
professor, pois serve de apoio, suporte e estimulo tanto para o professor quanto
para o aluno.

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O papel do pedagogo e do professor é de fundamental importância para


a colocação deste tipo de ensino no ambiente escolar, e aplicação de recursos
lúdicos, o professor ao se conscientizar das vantagens do lúdico, e adequá-la a
determinadas situações de ensino, utilizando-as de acordo com suas
necessidades. O pedagogo, como pesquisador, estará em busca de ações
educativas eficazes para que o mesmo prazer que a criança tem ao sair para o
recreio, ao ir às aulas de educação física ou na hora da saída, esteja presente
na sala de aula.

O professor deve também renunciar, modificar algumas posturas e


atitudes já incorporadas, o que se torna mais difícil, pois lidar com a mudança,
com o diferente é desafiador e nem todos estão abertos para isto.

É importante considerar que a formação lúdica não é importante somente


para a criança, mas também para o professor, pois possibilita a ele conhecer-se
como pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma
visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança,
do jovem e do adulto.

De acordo com Almeida (SANTOS, 1997; KISHIMOTO, 1999 apud


ALMEIDA, s/d) : “Mas, se ainda é complicado a inserção da ludicidade em sala
de aula para crianças, no caso dos adultos, na formação dos professores torna-
se uma realidade mais distante ainda”.

O trabalho em grupo cria um clima de cooperação dentro da sala de aula


e facilita as relações que se darão dentro daquele espaço, além de o grupo se
tornar mais responsável pelo seu processo e resolver seus problemas e conflitos
de forma mais clara e aberta entre os membros. Se as crianças começarem a
ter atividades lúdicas, mas ainda se sentirem isoladas e não incluídas entre elas
e não tiverem construído uma relação de amizade e afinidades entre os colegas,
bem como o envolvimento com as atividades, tornam-se mais egocêntricas e
distantes do outro, passando a ter um aprendizado desfocado dentro da
realidade a qual esta vivenciando neste referido momento de sua vida, e esta

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9

falta de estímulo e interesse pode causar dificuldades no seu aprendizado


ocasionando assim seu fracasso escolar. Por este motivo é tão importante a
troca com o outro podendo ser assim muito enriquecedora, além de fazer parte
de toda a nossa vida, pois a todo o momento estaremos convivendo e vivendo
com os outros.

É essencial que nós professores tenhamos uma formação continuada,


também com relação aos aspectos metodológicos do lúdico, e percebamos a
importância que tem o desenvolvimento de atividades lúdicas para as crianças,
jovens e adultos. E que assim, possamos trabalhar cada vez mais com a
criatividade para levar melhores atividades e dinâmicas para a sala de aula. Que
possa através da troca de experiências com outros profissionais estar sempre se
renovando e inovando a sua prática fazendo com que seus alunos possam ficar
cada vez mais interessados e envolvidos com o processo de ensino-
aprendizagem.

A maior parte das crianças em situação de fracasso são as de classe


popular e elas precisam ter prazer em estudar; do contrário, desistirão,
abandonarão a escola, se puderem. Quanto mais os alunos enfrentam
dificuldades de ordem física e econômica, mais a escola deve ser um local que
lhes traga outras coisas. Essa alegria, não pode ser uma alegria que os desvie
da luta, mas eles precisam ter o estímulo ao prazer. A alegria deve ser prioridade
para aqueles que sofrem mais fora da escola.

A dificuldade em aprendizagem muitas vezes vai além dos problemas da


criança. O fracasso escolar, na avaliação de muitos pesquisadores, pode ser
visto como o fracasso do próprio sistema de ensino. É importante também nesse
momento que todos tomem parte dos problemas relacionados ao fracasso
escolar, mas principalmente que sejam desenvolvidas por parte das autoridades,
com ações no sentido de conceder uma melhor distribuição dos recursos para a
educação e para as escolas, incentivando também, o aluno, o professor e a
família.

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5
0

A ludicidade com a utilização da arte: música e


dança

É necessário trazer a questão da ludicidade na Educação Infantil, como


aprender de forma lúdica num mundo em construção partindo desta ideia
ludicidade faz com que a criança aprenda com prazer, alegria e divertimento.
Segundo Sneyders (1996, p.36) que “Educar é ir em direção à alegria.”

[…] A Educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece sempre


como uma forma transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine
na elaboração constante do pensamento individual em permutações constantes
com o pensamento coletivo. […] (ALMEIDA,1995,p.11).

Como fala o autor é de grande importância o trabalho lúdico pois traz o


desenvolvimento global, meio as descobertas, criatividade onde a criança pode
se expressar e transformar sua realidade. E preciso refletir sobre a importância
da Educação lúdica, como ocorre este processo de ensinar e aprender na dança.
Para a criança, brincar é se descobrir e viver, a brincadeira traz a emoção o
reconhecimento de algo novo que ela gosta de conhecer.

A dança aliada a brincadeira tornar-se a Educação lúdica onde a criança


desenvolve as suas próprias expressões, que não seja repetições de
movimentos mais que esteja associado com a sua realidade cotidiana, dança
com expressões de animais, contextualizando com a história de alguns
personagens vivenciando um mundo de imaginário de descobertas.

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Segundo Vygotsky (1984) atribui relevante papel ao ato de brincar na


constituição do pensamento infantil. É brincando, dançando que a criança
expressa seu estado cognitivo, visual, tátil, motor, seu modo de aprender entra
em relação com o mundo e com as pessoas do seu convívio.

A criança brinca e desenvolve sua capacidade para determinado tipo de


conhecimento, é no brincar que está um dos maiores espaços para formação de
vários conceitos, é onde tudo se inicia o começo da autonomia e respeito entre
os colegas.

Temos alguns documentos que norteiam a prática pedagógica um deles


é o Referencial curricular da Educação Infantil (1998, p.23), onde afirma que
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e
aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o
desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar
com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança.

Permitir o acesso, as crianças, aos conhecimentos mais amplos da


realidade social e cultural. A dança e a brincadeira são experiências de vivencias

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prazerosas, a escola e o professor ao valorizar atividades lúdicas, ajudam a


criança a formar um bom conceito do mundo em que a sociabilidade estimula as
crianças.

Com o surgimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –


LDB (1996) passa-se a se concretizar objetivo principal da Educação Infantil que
é desenvolver integralmente a criança até seis anos de idade, a fim de
complementar a ação da família e da comunidade. A respeito do
desenvolvimento integral infantil, o Plano Nacional para Educação (2000) afirma
que o potencial humano deve ser explorado por profissionais capacitados a fim
de promover o seu desenvolvimento sem desperdiçar suas habilidades.

Portanto é por meio das atividades lúdicas, e suporte de profissionais


habilitados que a criança reproduz situações vividas em seu dia a dia, pela
imaginação e pelo faz- de –conta são reelaboradas, experiências que se tornam
de fundamental importância para o desenvolvimento da criança de forma lúdica
na dança.

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3

CONCLUSÃO

Os avanços da educação, em relação a área artística, parecem ter


começado. Porém, ainda há muito que caminhar. Esforços somados, deverão
fazer parte do cotidiano educacional, pois toda a comunidade estará inserida no
processo.

O papel da arte na educação, finalmente começa ser notado pela


população em geral, assim poderão cobrar o cumprimento das obrigações em
relação à educação, no caso, de artes.

Todos tendo consciência da importância das Artes em nossas vidas,


poderemos trabalhar juntos para que essas regras sejam efetivamente
cumpridas, assim como a preparação dos professores e a adequação dos
colégios para receber a nova visão de trabalho das linguagens artísticas.

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O lúdico é uma ferramenta importante no processo de aprendizagem, pois


a criança pode ser trabalhada na individualidade ou em grupos e ela mesma
poderá buscar respostas para suas dúvidas e corrigir o que é de real dificuldade.
Assim, ela passará a se conhecer melhor, criará estratégias para um melhor
aprendizado, que será prazeroso e significativo.

O brincar é importante em todas as fases da vida humana, pois possibilita,


assim a interação da criança com o mundo externo e interno, formando
conceitos, ideias, relações lógicas, socializando, absorvendo o indivíduo de
acordo como seu ritmo e potencial.

A brincadeira deve fazer-se presente e acrescentar elementos


indispensáveis ao relacionamento com outras pessoas. Tendo em vista que a
ludicidade é uma necessidade do ser humano, mas principalmente na infância,
na qual ela deve ser vivenciada, não apenas como diversão, mas com objetivo
de desenvolver as potencialidades da criança, visto que o conhecimento é
construído pelas relações interpessoais, sociais, culturais e emocionais, e deve
acontecer com trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a formação
integral da criança.

Portanto, a introdução de jogos e atividades lúdicas no cotidiano escolar


é muito importante, devido à influência que os mesmos exercem frente aos
alunos, pois quando eles estão envolvidos emocionalmente na ação, na emoção
ele tende a torna-se mais disposto e dinâmico o processo de ensino e
aprendizagem, tornando assim este processo mais prazeroso e menos maçante,
tanto no ponto de vista do aluno quanto no ponto de vista do professor.

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