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JUSTIFICATIVA

                       O tema FOLCLORE surgiu de seu alto valor cultural, com ênfase nas tradições
implícitas da cultura brasileira, a partir dos hábitos cotidianos. Esse conjunto de valores
transmitidos pelo grupo social é a identidade do país, no caso do Brasil que apresenta grande
diversidade no campo cultural seu folclore é riquíssimo assim um dos principais fatores de
identificação de seu povo, isso fica expresso no decreto 56747 de 17/08/1965, com a criação da
data de 22 de agosto como sendo, Dia do Folclore. Segundo a carta do Folclore Brasileiro,
aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, “constituem fato folclórico as maneiras
de pensar, sentir, e agir de um povo preservado pela tradição popular ou pela imitação”.  O
Folclore é o modo que um povo tem para compreender o mundo que vive. Conhecer o folclore de
um país, é possibilidade de compreender seu povo e assim conhecer ao mesmo tempo, parte de
sua história. O projeto ajuda a identificar e reconhecer essas tradições e suas manifestações,
valorizando a maneira de agir, pensar, sentir O Folclore Brasileiro, um dos mais ricos do mundo,
formou-se ao longo dos anos. Basicamente formado heranças culturais dos povos indígenas, a
dos colonizadores portugueses e a dos negros africanos trazidos para o País como escravos O
termo folklore – folclore foi usado pela primeira vez por Ambrose Merton, onde os vocábulos da
língua inglesa folk e lore (povo e saber) foram unidos, passando a ter um significado de saber
tradicional de um povo. É fundamental a escola resgatar essa cultura expressa no folclore
popular.
                           Diante do exposto, percebe-se que o folclore permeia a vivência cultural das
crianças e cria uma abertura para a experiência de modo ativo e solidificado dentro dos eixos de
aprendizagem, harmonizando atividades concretas e experimentais, a fim de sistematizar
conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, e estes foram utilizados como ponto de
partida para a organização de atividades interdisciplinares para o desenvolvimento cognitivo,
afetivo e cultural das crianças. O projeto FOLCLORE compreende o valor sócio- cultural nas
diversas representações do real, objetivando liberdade para assegurar a apropriação e a
construção do conhecimento por todos, oferecendo um ambiente que estimule à comunicação
verbal que leva em consideração a singularidade das ações infantis e o direito a brincadeira. O
respaldo teórico para a validação do trabalho desenvolvido justifica-se na necessidade do trabalho
com projetos e de uma prática pedagógica baseada na vida cotidiana, enfatizando a maior
integração e afetividade verificada entre os alunos, a curiosidade, a participação e a
aprendizagem geradas ao longo dos estudos, bem como a colaboração da maioria dos pais, da
equipe escolar.

 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

                          Partindo da premissa que a escola é espaço de circulação de culturas e, o


presente projeto visa ajudar os alunos a reconhecerem o que pertence ao nosso folclore e sua
importância na construção de nossa identidade, o projeto FOLCLORE atua com uma temática
articuladora dos eixos do trabalho no Ensino Fundamental.
                       Ao definir novos caminhos pedagógicos nos tempos e espaços da escola e da sala
de aula que favoreçam o encontro da cultura este projeto incorpora a ludicidade no aprender aos
planos de cognição e das interações sociais, possibilitando o acesso à fruição, a decisão, a
escolha, a descoberta. A abordagem do tema parte da necessidade de resgatar os valores
culturais, como também é uma forma de despertar nos alunos o interesse pela leitura e escrita. O
folclore é uma forma de expressão espontânea da cultura popular, uma herança deixada pelos
antepassados e transmitida aos alunos através de brincadeiras, adivinhas, danças, músicas,
lendas, comidas típicas, crenças, ou seja, seu dia- a -dia.
                      Porquanto o conhecimento é fruto de um intenso trabalho de significação e
resignificação onde os conhecimentos prévios ou coleta de dados/hipóteses se constituirá
fundamento das ações de trabalho. Nisso o trabalho com projetos na visão de Oliveira (2002,
p.242) confirma:

“O projeto didático pode possibilitar às crianças diferenciar suas próprias experiências das de
outras pessoas, pensar o presente e o passado, o sentido do tempo e do espaço como uma
construção histórica organizada socialmente para atender necessidades criadas nas comunidades
e trabalhar o tempo como um ato de liberação do presente, considerando as diferentes
temporalidades existentes no cotidiano. Suas representações sobre o tema são reelaboradas pelo
olhar da professora, que, durante todo o processo, tenta apreender as hipóteses e as
significações infantis”.

                       Diante deste aspecto as situações pedagógicas serão intencionais, orientadas pelo
professor a fim de que as crianças compartilhem suas descobertas e experiências, comuniquem e
atribuam sentidos as sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por vários meios. Uma
vez que os conteúdos conceituais objetivarão apenas colaborar na elaboração de hipóteses, os
procedimentais, ou seja, o saber fazer abrirá passagem à construção de ações, que
desembarcam nos atitudinais de uma prática coerente, permitindo maior visibilidade dos eixos de
trabalho. A organização das atividades do projeto visão desenvolvimento integral da criança e a
interdisciplinaridade, todas articuladas ao tema do projeto. Oliveira (2002, p. 236) enfatiza que:

“Ajudar a criança a articular sua história e a de seu grupo familiar e da vizinhança com a de outros
grupos possibilita-lhe iniciar um trabalho de compreensão das relações entre proximidade e
distancia, investigando diferenças e permanências que se percebem entre os grupos. Trata-se de
bom ponto de partida para ela aprender” [...].

                       Nesta perspectiva de educação contemporânea o currículo contempla as


diversidades culturais no processo ensino- aprendizagem e não se corre o risco de desconsiderar
a infância, visto que o professor propiciará um ambiente rico em experiências educativas e
sociais, mediando às expectativas das crianças ao mundo novo a ser explorado, estabelecendo
laços de caráter afetivo, ético, social e político.
                       As crianças são curiosas e críticas e as vivências a que serão expostas favorecerá
ou não seu desenvolvimento intelectual, emocional e social, ao mesmo tempo fará com que a
criança perceba que recebe a herança cultural, agi e a produz, diante disso o projeto proporciona
condições de conhecimento entrelaçados a natureza lúdica como atividades como danças, jogos
e adivinhações que aumentam e fazem evoluir as possibilidades com o corpo, pois de acordo
Vygotsky:

“O brincar é uma atividade humana criadora, na qual a imaginação, fantasia e realidade interagem
na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças,
assim como novas formas de construir relações com outros sujeitos, criança e adultos”.
                 (ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS, 2007, p.35).

                       Neste enfoque segundo Vygotsky a brincadeira é agente criador de uma zona de
desenvolvimento proximal, daí a importância dos preceitos contidos neste projeto. Que toma a
seriedade psicopedagógica do jogo e a torna base estrutural das ações no espaço-tempo,
construindo relações qualitativas e lógicas, instrumentalizando por esta via as dimensões
artísticas e da escrita na gradação da consciência do mundo social, pois permite conhecer e criar
durante as brincadeiras. Os momentos pedagógicos em sala serão marcados por uma gama de
experiências e aprendizagens, que ocorrem essencialmente através da ação mútua entre sujeitos-
objetos e sujeitos-sujeitos, por este motivo é fundamental a observação, o movimento, a
exploração do espaço e de seus objetos e das interações sociais enfatizando a investigação, a
formulação de perguntas e explicações.

OBJETIVO GERAL

                    Compreender e valorizar a linguagem do folclore e suas tradições nos usos e


costumes das regiões do Brasil, principalmente a do nordeste, tendo em vista ser esta cultura aos
quais se encontram inserida.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ampliar e oferecer conhecimentos que enriqueçam e ampliem as brincadeiras de papéis sociais,


possibilitando as expressividades nas brincadeiras, jogos e demais situações de interação
propiciadas pela cultura folclórica;

Participar de variadas situações de comunicação oral, proporcionados pela adivinhas, contos,


parlendas, provérbios, etc., desenvolvendo a curiosidade, imaginação e capacidade de
expressão;
Pesquisar, ler, recontar e ilustrar, lendas, par lendas, adivinhas e provérbios;
Pesquisar erva medicinais, usadas pela população deste município.

Apresentar cantigas de roda, brincadeiras, (ontem/hoje), superstições, etc.

Pesquisar comidas típicas.

Desenvolver o gosto pela leitura e pela escrita, apreciando-as como fonte de entretenimento.

Desenvolver habilidades para trabalhar em grupo

CONTEÚDOS

LÍNGUA PORTUGUESA:

·         Lendas folclóricas;
·         Ditado popular;
·         Parlendas;
·         Trava-língua;
·         Adivinhações.

MATEMÁTICA:

·         Quantidade, medida de tempo, tamanho;


·         Números cardinais, ordinais, decimais e fracionários;
·         Adição, subtração, multiplicação e divisão;
·         Situações – problema.
CÊNCIAS:

·         Ervas medicinal;
·         Comidas típicas.

ARTES:

·         Artesanato.

                                                        
HISTÓRIA E GEOGRAFIA:

·         Festas regionais;
·         Músicas e danças folclóricas.

RELIGIÃO:

·         Crendices e superstições.

 ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES DO PROJETO POR SÉRIE

1° ANO

Leitura Compartilhada de poema sobre brincadeira (Exemplo: Pé de cachimbo, ou a origem de


alguma brincadeira)
Roda de conversa sobre o folclore- levantamento dos conhecimentos prévios;
Produção de lista com as brincadeiras que conhecem e como se brinca se é de brincar sozinho ou
com alguém;
Ilustrações da brincadeira e brinquedo preferido;
Elaboração de perguntas para realização de entrevista com pessoa mais velha sobre as
brincadeiras e brinquedos de antigamente;
Realização de entrevista;
Construção de gráfico com as brincadeiras e brinquedos que mais apareceram na pesquisa;
Leitura de telas retratando brincadeiras;
Releitura das telas lidas;
Roda de brincadeiras e jogos folclóricos, trabalhando figuras, formas, etc.;
Construção de brinquedos com sucatas.

2° ANO

Leitura Compartilhada de adivinha em cartaz;


Roda de conversa sobre adivinhas-levantamento dos conhecimentos prévios;
Registro em grupo das adivinhas conhecidas;
Respondendo individualmente adivinhas com auxilio de um banco de palavras e ilustrações -
atividade mimeografada
Pesquisa de adivinhas com os parentes;
Montagem de mural com adivinhas ilustradas;
Competição de adivinhas selecionadas da pesquisa realizadas pelas crianças (trabalhar divisão
de grupos, marcação de pontos e outros conteúdos implícitos nas adivinhas como tamanho,
horário, etc.);
Confecção de um livro com adivinhas;
Jogo com cartas: Maior leva (são feitos cartas com os números e com suas respectivas
quantidades, são distribuídos em dois montes, duas crianças retiram uma cada e comparam com
a da outra, quem tira a maior levas as duas)

Leitura Compartilhada Parlendas;


Roda de conversa sobre parlendas- levantamento dos conhecimentos prévios;
Ordenação da parlenda lida em texto fatiado;
Pesquisa de parlendas;
Remontar a parlenda pesquisada por meio de recortes de jornais e revistas;
Complementação de parlendas com palavras faltosas e marca palavras que terminem ou iniciem-
se por determinada letras ou silaba;
Observação de rimas, brincando com o ritmo rápido ou devagar, bem como escrever rimas com
palavras selecionadas das parlendas;
Extrair palavras dentro de outras nas parlendas como: soldado _ sol + dado
Montagem de situações-problema envolvendo o contexto das parlendas (com medidas de tempo,
quantidade de animais presentes na parlendas, contagem, valores e adição).

3° ANO

Leitura compartilhada trava-língua;


Roda de conversa sobre trava-língua – levantamento dos conhecimentos prévios;
Ordenação de frases do trava-língua;
Ditado com palavras do trava-língua;
Pesquisa de trava-línguas;
Identificar no trava-língua as palavras que se repetem com a letra matricial, retirar substantivos,
palavras com determinado número de letras, letra inicial, final, etc.;
Cruzadinhas com os trava-línguas
Formação de palavras a partir da introdução do Re L;
Recital de trava- língua.
Jogo com dados (em cada número do dado coloca-se um grupo silábico dos trava-línguas
estudados, ao jogar o dado o aluno recita o trava-língua e efetua as adições ou subtrações)

Leitura compartilhada de receita de uma comida típica;


Roda de conversa sobre a receita e outras comidas e bebidas típicas;
Produção coletiva de lista de comidas e bebidas típicas da região nordeste;
Pesquisa de receita de uma comida ou bebida contida na lista produzida com os pais, avós e
vizinhos;
Construção de um quadro com os principais ingredientes das receitas e sua origem (indígena,
africana ou européia) Ex. Mandioca- indígena
Confecção de um livro com as receitas pesquisadas;
Caça-palavras com os títulos das receitas, ingredientes, etc.
Montagem de situações problema envolvendo os dados matemáticos apresentados nas receitas;
Verificação de medidas de massa ou capacidade: quantas colheres de chá cabe em um copo,
quantos copos para encher uma garrafa de litro, etc.
Construção de tabela com nome do produto, valor, e peso. Arroz- R$ 2,10- 1 kg

4° ANO

Leitura Compartilhada de Ditados Populares


Roda de conversa sobre os ditados populares (Em roda, as crianças tentarão atribuir significado a
cada um deles, exemplificando e discutindo com os colegas) - levantamento dos conhecimentos
prévios;
Escrita e ilustração em grupo de ditados que conhecem;
Criação de um pequeno texto explicativo para cada provérbio;
Leitura e complementação de ditados populares ilustrados;
Construção de um quadro com o provérbio e seu significado;
Analise das orações constitutivas dos ditados
Ex. a) Qual o sentido que atribuem ao ditado?
b) Há verbo na formação do ditado?
Leitura de objetos de artesanato (Mestre Vitalino);
Montagem de obras artesanais com argila;
Jogo de cartas: adivinhe a carta escondida (cartas com números e quantidades, corta-se em dois
montes, a primeira criança pega uma carta do monte A e colocar sobre a mesa, depois
secretamente olha a carta do monte B e diz a soma das duas, caso, o aluno acerte a soma, ganha
as cartas, caso erre, o outro aluno ganha, e se acontecer do aluno errar devido a uma adição
errada, o colega ganha automaticamente.   

Leitura Compartilhada de um remédio caseiro;


Roda de conversa sobre ervas e remédio caseiros;
Listagem das ervas e dos remédios caseiros que conhecem, e sua utilidade;
Pesquisa de remédio ou chás usados na comunidade e sua função de cura;
Socialização da pesquisa realizada e apresentação de seu remédio, chá medicinal;
Organização de cartazes com os nomes dos diversos tipos de chás ou remédio e sua receita;
Construção de um álbum de ervas medicinal com colagem de folhas para os chás com nome da
erva, receita, indicações de uso, etc.
Leitura de embalagens de remédio industriais e sua bula (observação coletiva comentada sobre:
tamanho, cor-tarja, espessura, forma e quantidade, recursos utilizados em sua montagem: tipos
de letras, tinta, impressão, palavras em negrito e nomes com letras maiores.
Criação de uma bula para um remédio caseiro.
Jogo a Bota de muitas Léguas (faça uma reta numérica e cartões com números, um aluno pega
um cartão, este será a quantidades de pulos que ele dará em seguida outra criança pega um
segundo cartão que indicará o comprimento dos pulos, a marcação dos pontos acontece seguindo
o critério: número de pelos e comprimentos dos pulos).
       
4ª  5° ANO
Leitura Compartilhada
Roda de conversa sobre as lendas e superstições;
Entrevista com os amigos sobre as lendas e mitos que conhecem;
Pesquisar sobre as lendas e mitos do folclore brasileiro;
Produção de textos sobre as diferentes lendas e mitos do folclore brasileiro;
Extração de substantivos, adjetivos, pronomes, advérbios, etc. nos textos lendas;
Emprego da pontuação necessária em lendas (ponto final, vírgula, travessão, etc.)
Cruzadinha com perguntas sobre lendas
Concurso de desenhos sobre lendas e mitos brasileiros;
Pesquisa de algumas superstições e simpatias;
Analise de cada uma das superstições quanto ao contexto e características;
 Criar desenhos ilustrando as superstições;
Construção de mural com as lendas e superstições, bem com suas ilustrações;
Confecção de mascaras ou fantoches com as lendas.

Leitura Compartilhada;
Roda de conversa sobre as Festas Regionais;
Exibição de vídeo sobre o folclore brasileiro;
Pesquisa em grupo na biblioteca de algumas das festas do folclore do Brasil, distribuídas por
regiões;
Confecção de cartazes sobre as festas contendo as características mais importantes da festa,
bem como imagens;
Apreciação de músicas regionais
Análise ortográfica da letra da música, (extração de substantivo, pronome, etc.);
 Cruzadinhas e caça-palavras com das danças, festas e músicas estudadas;
Apresentação de uma dança folclórica (coco, ciranda, frevo etc.)

CULMINÂNCIA

                       Mostra folclórica, onde cada sala apresentará as suas produções realizadas no
desenvolvimento do projeto como: recital de trava-línguas e par- lendas, roda de adivinhações,
reconto de lendas por meio de fantoches ou máscaras, festival de comidas e bebidas típicas,
apresentações de danças regionais, etc.

AVALIAÇÃO

                       A avaliação do ensino e aprendizagem será contínua, através de todas as


atividades realizadas, considerando a participação, interesse e o desenvolvimento crítico e
reflexivo dos alunos.

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