Você está na página 1de 33

INQUERITO POLICIAL

INQUERITO POLICIAL:

01)POLICIA JUDICIARIA:

PARA INVESTIGAR OS FATOS, O ESTADO POSSUI A POLICIA


JUDICIARIA. POLICIA É O órgão DO ESTADO INCUMBIDO DE
MANTER A TRANQUILIDADE PÚBLICA.

CLASSIFICAM-SE EM:

POLICIA ADMINISTRATIVA: REFERE-SE A LIMITAÇÕES


IMPOSTAS A BENS JURÍDICOS INDIVIDUAIS. É O EXERCICIO
DO PODER DE POLICIA LATO SENSU, OU SEJA, RESTRINGIR
OU LIMITAR ADMINISTRATIVAMENTE O DIREITO DO
CIDADÃO. MULTA POR EXCESSO DE VELOCIDADE, NÃO HÁ
ATIVIDADE DA POLICIA JUDICIARIA MAS MERAMENTE
ATITUDE ADMNINISTRATIVA.

POLICIA DE SEGURANÇA:

É A POLICIA ENCARREGADA DE MEDIDAS PREVENTIVAS


PROTEGENDO A ORDEM PÚBLICA E EVITANDO QUE BENS
PENALMENTE PROTEGIDOS SEJAM ATINGIDOS. POLICIA
MILITAR.
POLICIA JUDICIARIA:

VISA INVESTIGAR AS INFRAÇÕES PENAIS E SUAS


RESPECTIVAS AUTORIAS. A ATIVIDADE INVESTIGATORIA DA
POLICIA JUDICIÁRIA MATERIALIZA-SE NO INQUERITO
POLICIAL. A POLICIA JUDICIÁRIA A UNIÃO É EXERCIDA PELA
POLICIA FEDERAL E DOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL
PELAS POLICIAS CIVIS.

     02)     PERSECUÇÃO CRIMINAL - NOTITIA CRIMINIS:

É o fato criminoso chegado ao conhecimento da autoridade policial.


Todo acontecimento ilícito que chega a autoridade criminal. É
classificado em:

1) notitia criminis de COGNIÇÃO IMEDIATA ou noticia direta –


também chamada de notitia criminis espontânea ou inqualificada,
ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento direto do
fato infringente da norma por meio de seus atos rotineiros, de
jornais, de investigação feita pela policia preventiva ostensiva. É o
conhecimento que o delegado toma a respeito de um crime através
de seus próprios atos. Ex: o delegado ao participar de uma
diligência acaba tomando conhecimento de um fato - ele adentra
um bar para realizar uma batida e presencia um homicídio. É
necessário que o delegado esteja no exercício do cargo.

2) notitia criminis de COGNIÇÃO MEDIATA ou noticia indireta –


também chamada de notitia criminis provocada ou qualificada
ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento por meio
de algum ato jurídico de comunicação formal do delito, como por
exemplo a delatio criminis. é o conhecimento de fato delituoso
chegado ao delegado por meio de requerimento do ofendido ou por
seu representante legal. Pode-se dar também por meio do MP ou
de JUIZ. É uma notitia criminis postulatória em relação à vítima.

3) notitia criminis de COGNIÇÃO COERCITIVA - quando o


delegado toma conhecimento do fato e o infrator já está sofrendo
uma repressão. Ex: prisão em flagrante, quando o delegado toma
conhecimento o sujeito já está preso; é coercitiva em relação ao
autor do fato.

Sempre que a Autoridade Policial tiver notícia a respeito de uma


infração penal cuja ação penal seja pública, pouco importando se
crime ou contravenção, deverá ele determinar a instauração do
inquérito.

Se se tratar de crime de ação penal privada - e quando o é a


própria lei penal diz, esclarecendo que "somente se procede
mediante queixa" - ou se se tratar de crime de crime de ação
pública subordinada a representação, o inquérito somente poderá
ser instaurado se a pessoa, legitimada a ofertar queixa ou a fazer a
representação, der a devida autorização, seja requerendo, seja
representando.

Instaurado o inquérito, a Autoridade Policial deve determinar uma


série de diligências visando o esclarecimento do fato e à
descoberta da autoria, observada a regra programática prevista no
art. 6º do CPP.

03.PREVISÃO LEGAL: ARTIGO 4º A 23 DO CPP

PEÇAS INAUGURAIS DO INQUERITO POLICIAL:

A) PORTARIA: QUANDO INSTAURADO DE OFÍCIO, NA AÇÃO


PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
B) AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE: QUALQUER ESPÉCIE
DE INFRAÇÃO

C) REQUERIMENTO DO OFENDIDO OU DE SEU


REPRESENTANTE LEGAL: AÇÃO PENAL PRIVADA

D) REPRESENTAÇAÕ DO OFENDIDO: AÇÃO PENAL PÚBLICA


CONDICIONADA

E)REQUISIÇAÕ DO MINISTERIO PÚBLICO OU DA AUTORIDADE


JUDICIARIA – AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA E
CONDICIONADA DESDE QUE HAJA JUNTO A
REPRESENTAÇÃO

F) REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA. AÇÃO PENAL


PÚBLICA CONDICIONADA

CONCEITO:

POR INQUERITO POLICIAL COMPREENDE-SE O CONJUNTO


DE DILIGÊNCIAS REALIZADAS PELA AUTORIDADE POLICIAL
PARA A OBTENÇÃO DE ELEMENTOS QUE APONTEM A
AUTORIA E COMPROVEM A MATERIALIDADE DAS INFRAÇÕES
PENAIS INVESTIGADAS, PERMITINDO, ASSIM, AO MINISTÉRIO
PÚBLICO E AO OFENDIDO, O OFERECIMENTO DA DENUNCIA
E DA QUEIXA CRIME.

MIRABETE: É TODO PROCEDIMENTO POLICIAL DESTINADO A


REUNIR OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS A APURAÇÃO DA
PRATICA DE UMA INFRAÇÃO PENAL E DE SUA AUTORIA.
TRATA-SE DE UMA INSTRUÇÃO PROVISÓRIA, PREPARATÓRIA,
INFORMATIVA, EMQ EU SE COLHEM OS ELEMENTOS POR
VEZES DIFÍCEIS E OBTER NA INSTRUÇÃO PROCESSUAL,
COMO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, EXAMES PERICIAIS
ETC.

O inquérito policial é um instrumento de natureza administrativa


que tem por finalidade expor o crime em sua primeira fase, a fim de
que se descubra a autoria, a materialidade, circunstâncias do
crime, além de provas, suspeitas, etc.

Características

a) Sigiloso: conforme preceitua o artigo 20 do Código de


Processo Penal, “A autoridade assegurará no inquérito o sigilo
necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade.”

Nota-se, assim, que o direito genérico de obter informações


dos órgãos públicos, assegurado no art.5º, XXXIII, da Constituição
Federal, pode sofrer limitações por imperativos ditados pela
segurança da sociedade e do Estado, como salienta o próprio texto
normativo, em sua parte final.

Contudo, o sigilo não se estende ao representante do


Ministério Público (Lei nº8625/93, art.15, inciso III), nem à
autoridade judiciária. No caso do advogado, pode consultar os
autos de inquérito, mas, caso seja decretado judicialmente o sigilo
na investigação, não poderá acompanhar a realização de atos
procedimentais (Lei nº 8.906/94, art. 7º, inciso XIII a XV, e § 1º).

Não é demais afirmar, ainda, que, o sigilo no inquérito policial


deverá ser observado como forma de garantia da intimidade do
investigado, resguardando-se, assim, seu estado de inocência.
O inquérito policial é ainda sigiloso, qualidade
necessária a que possa a autoridade policial providenciar as
diligências necessárias para a completa elucidação do fato
sem que se lhe oponham, no caminho, empecilhos para
impedir ou dificultar a colheita de informações com ocultação
ou destruição de provas, influência sobre testemunhas etc.
Por isso dispõe a lei que "a autoridade assegurará no
inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido
pelo interesse da sociedade" (art. 20 do CPP).

Diante do art. 5°, LXIII, da Constituição Federal,


que assegura ao preso a assistência de advogado, não há
dúvida que poderá o advogado, ao menos nessa hipótese,
não só consultar os autos do inquérito policial mas também
tomar as medidas pertinentes em benefício do indiciado,
acompanhando a produção da prova e requerendo as
providências e diligências necessárias à sua defesa, sob o
crivo da autoridade policial, que poderá, fundamentadamente,
deferi-las ou não.

b) Escrito: pois, todas as peças do inquérito policial deverão


ser, num só processado e reduzidas a escrito (CPP, art. 9º).

c) Inquisitivo: o caráter inquisitivo do inquérito decorre do fato


de o procedimento desse ser constituído por atividades
persecutórias que se concentram nas mãos de uma única
autoridade, a qual, por isso, prescinde, para a sua atuação, da
provocação de quem quer que seja, podendo e devendo agir de
ofício, empreendendo, com discricionariedade, as atividades
necessárias ao esclarecimento do crime e da sua autoria.

            Trata-se, de característica oriunda dos princípios da


obrigatoriedade e da oficialidade da ação penal, sendo, ainda, o
inquérito secreto e escrito, ao qual não se aplicam os princípios do
contraditório e da ampla defesa, pois, se não há acusação, não há
falar-se em defesa.

Diante disso, denota-se, que no inquérito policial, não há


acusação nem defesa, somente levantamento de fatos para uma
possível denúncia / queixa-crime posterior. Tanto é assim que não
há sequer o contraditório nesta fase, conforme dispõe a
Jurisprudência.

"CONTRADITÓRIO NO INQUÉRITO POLICIAL.


INEXISTÊNCIA. (STF). A inaplicabilidade da
garantia do contraditório ao procedimento de
investigação policial tem sido reconhecida tanto
pela doutrina quanto pela jurisprudência nos
tribunais (RT 522/396), cujo magistério tem
acentuado que a garantia da ampla defesa traduz
elemento essencial e exclusivo da persecução
penal em juízo". (RT, 689/439)"

O inquérito, como o próprio nome diz, é


inquisitorial. O indiciado não tem direito ao contraditório, pois não
se incrimina ninguém com o inquérito. O inquérito é apenas uma
peça informativa que vai auxiliar o promotor de justiça quando da
denúncia. Mas, caso o indiciado se recuse a atender ao chamado
da autoridade policial, a fim de comparecer à Delegacia para ser
qualificado interrogado, identificado e pregressado, pode a
autoridade determinar-lhe a condução coercitiva, nos termos do art.
260, aplicável também à fase pré-processual. Diga-se o mesmo em
relação as testemunhas e até mesmo às vítimas (CPP, arts. 218 e
201, parágrafo único).

Segundo o dizer de Tourinho Filho, o inquérito tem por finalidade


fornecer ao titular da ação penal, seja o MP, nos crimes de ação
pública, seja o particular, nos delitos de alçada privada, elementos
idôneos que o autorizem a ingressar em juízo com a denúncia ou
queixa, iniciando-se desse modo o processo.

No inquérito utiliza-se o in dubio pro societa (em dúvida, pela


sociedade). Já em juízo segue-se o in dubio pro reu (em dúvida,
pelo réu).

d) Oficiosidade: de acordo com as lições de Fernando


Capez, “corolário do princípio da legalidade (ou obrigatoriedade) da
ação penal pública. Significa que a atividade das autoridades
policiais independe de qualquer espécie de provocação, sendo a
instauração do inquérito obrigatória diante da notícia de uma
infração penal.” [6]

Por isso, pode-se afirmar que a característica da oficiosidade


do inquérito policial é um de seus mais importantes atributos.

e) Oficialidade: por essa característica entende-se que


somente órgãos de direito público podem realizar o inquérito
policial. Ainda quando a titularidade da ação penal é atribuída ao
particular ofendido (ação penal privada), não cabe a este a
efetuação dos procedimentos investigatórios.

As atribuições concedidas à polícia no inquérito


policial são de caráter discricionário, ou seja, têm elas a
faculdade de operar ou deixar de operar, dentro, porém, de
um campo cujos limites são fixados estritamente pelo direito.
Lícito é, por isso, à autoridade policial deferir ou indeferir
qualquer pedido de prova feito pelo indiciado ou ofendido (art.
14), não estando sujeita a autoridade policial à suspeição (art.
107).

O ato de polícia é auto-executável pois independe


de prévia autorização do Poder Judiciário para a sua
concretização jurídico-material. Não se trata, porém, de
atividade arbitrária, estando submetida ao controle
jurisdicional posterior, que se exerce através do habeas
corpus, mandado de segurança e de outros remédios
específicos.

F) DISPENSABILIDADE: O INQUERITO POLICIAL


NÃO É FASE OBRIGATÓRIA DA PERSECUÇÃO PENAL,
PODENDO SER DISPENSADO CASO O MINISTÉRIO
PÚBLICO OU O OFENDIDO JÁ DISPONHA DE ELEMENTOS
SUFICIENTES PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO PENAL.

FINALIDADE DO INQUERITO POLICIAL:

A FINALIDADE DO INQUERITO POLICIAL É A


APURAÇÃO DE FATO QUE CONFIGURE INFRAÇÃO PENAL
E A RESPECTIVA AUTORIA PARA SERVIR DE BASE À
AÇÃO PENAL OU AINDA A PROVIDÊNCIAS CAUTELARES.

DESTINATÁRIO DO IP

Seu destinatário imediato é o Ministério Público (no


caso de crime que se apura mediante ação penal pública) ou
o ofendido (na hipótese de ação penal privada), que com ele
formam sua opinio delicti para a propositura da denúncia ou
queixa. O destinatário mediato é o Juiz, que nele também
pode encontrar fundamentos para julgar. Diz o artigo 12 do
CPP que "o inquérito policial acompanhará a denúncia ou
queixa, sempre que servir de base a uma ou outra".

O inquérito policial não é indispensável ao


oferecimento da denúncia ou da queixa. Deduz-se do artigo
citado que podem elas ser oferecidas mesmo sem fundarem-
se nos autos de investigação oficial. O artigo 27 do CPP, aliás,
dispõe que qualquer do povo pode provocar a iniciativa do MP
fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a
autoria e indicando o tempo, o lugar e os meios de convicção.
Os artigos 39, § 5°, e 46, § 1°, acentuam-se que o órgão do
MP pode dispensar o inquérito. Por isso, se tem decidido que,
tendo o titular da ação penal em mãos os elementos
necessários ao oferecimento da denúncia ou queixa, o
inquérito é perfeitamente dispensável. Mesmo quanto à ação
privada, portanto, pode ser ela instaurada independentemente
da realização do inquérito policial desde que o ofendido ou
seu representante legal tenha recolhido os elementos
necessários à propositura da ação (documentos, declarações,
perícias particulares etc.).

Não é o inquérito "processo", mas procedimento


administrativo informativo, destinado a fornecer ao órgão da
acusação o mínimo de elementos necessários à propositura
da ação penal. A investigação procedida pela autoridade
policial não se confunde com a instrução criminal, distinguindo
o Código de Processo Penal o "inquérito policial" (arts. 4° a
23) da "instrução criminal" (arts. 394 a 405). Por essa razão,
não se aplicam ao inquérito policial os princípios processuais
já mencionados, nem mesmo o do contraditório. Constitui-se
em um dos poucos poderes de autodefesa que é reservado
ao Estado na esfera da repressão ao crime, com caráter
nitidamente inquisitivo, em que o réu é simples objeto de um
procedimento administrativo, salvo em situações excepcionais
em que a lei o ampara (formalidades do auto de prisão em
flagrante, nomeação de curador a menor etc.).

 ۩. "Competência"

Salvo as exceções legais, a competência para


presidir o inquérito policial é deferida, em termos agora
constitucionais, aos delegados de polícia de carreira, de
acordo com as normas de organização policial dos Estados.
Ressalve-se que a palavra "competência” é empregada, na
hipótese, em sentido amplo, como a "atribuição" a um
funcionário público para as suas funções.

Essa atribuição é distribuída, de um modo geral, de


acordo com o lugar onde se consumou a infração (ratione
loci), em obediência à lei processual que se refere ao
"território" das diversas circunscrições. O artigo 22, do CPP,
porém, dispõe que "no Distrito Federal e nas comarcas em
que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade
com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que
esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrições de
outra, independentemente de precatória ou requisições, e
bem assim providenciará, até que compareça a autoridade
competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença,
noutra circunscrição".
O artigo 4°, aliás, não impede que a autoridade
policial de uma circunscrição (Estado ou Município) investigue
os fatos criminosos que, praticados em outro local, hajam
repercutido na de sua competência, pois os atos de
investigação, por serem inquisitoriais, não se acham
abrangidos pela regra do artigo 5°, LIII, da nova Constituição
Federal, segundo a qual ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente. Inquérito não
é "processo" e a divisão de atribuições entre as autoridades
policiais objetiva não mais que a conveniência do próprio
serviço, o que significa que as investigações encetadas por
determinada Delegacia podem ser por outras avocadas ou
realizadas.

Nada impede, também, que se proceda à


distribuição da competência em razão da matéria (ratione
materiae), ou seja, levando-se em conta a natureza da
infração penal. Em vários Estados se tem criado delegacias
especializadas para investigação sobre crimes determinados
(homicídios, roubos etc.).

A competência para o inquérito policial que envolva


titulares de prerrogativa de função cabe ao próprio foro do
titular (STF, STJ, TJ etc.).

۩. Valor probatório
O INQUERITO POLICIAL TEM CONTEUDO
INFORMATIVO, TENDO POR FINALIDADE FORNECER AO MP
OU AO OFENDIDO, CONFORME A NATUREZA DA INFRAÇÃO
OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS PARA A PROPOSITURA DA
AÇÃO PENAL. NO ENTANTO TEM VALOR PROBATÓRIO,
EMBORA RELATIVO, HAJA VISTA QUE OS ELEMENTOS DE
INFORMAÇÃO NÃO SÃO COLHIDOS SOB A EGIDE DO
CONTRADITORIO E DA AMPLA DEFESA, NEM TAMPOUCO
NA PRESENÇA DE UM JUIZ DE DIREITO.

Como instrução provisória, de caráter inquisitivo, o


inquérito policial tem valor informativo para a instauração da
competente ação penal. Entretanto, nele se realizam certas
provas periciais que, embora praticadas sem a participação
do indiciado, contêm em si maior dose de veracidade, visto
que nelas preponderam fatores de ordem técnica que, além
de mais difíceis de serem deturpados, oferecem campo para
uma apreciação objetiva e segura de suas conclusões.

Nessas circunstâncias têm elas valor idêntico ao


das provas colhidas em juízo. O conteúdo do inquérito, tendo
por finalidade fornecer ao Ministério Público os elementos
necessários para a propositura da ação penal, não poderá
deixar de influir no espírito do juiz na formação de seu livre
convencimento para o julgamento da causa, mesmo porque
integra os autos do processo, podendo o juiz apoiar-se em
elementos coligidos na fase extrajudicial.
Como bem assinala Silvio Di Filippo, de acordo com o
princípio do livre convencimento que informa o sistema processual
penal, as circunstâncias indicadas nas informações da polícia
podem constituir elementos válidos para a formação do
convencimento do magistrado. Certamente, o inquérito serve para
colheita de dados circunstanciais que podem ser comprovados ou
corroborados pela prova judicial e de elemento subsidiário para
reforçar o que for apurado em juízo. Não se pode, porém,
fundamentar uma decisão condenatória apoiada exclusivamente no
inquérito policial, o que contraria o princípio constitucional do
contraditório. Essa conclusão ficou reforçada com as garantias
processuais estabelecidas pela Constituição de 1988, embora já
presente na jurisprudência.
 Conforme Fernando Capez, “o inquérito policial tem conteúdo
informativo, tendo por finalidade fornecer ao Ministério Público ou
ao ofendido, conforme a natureza da infração, os elementos
necessários para a propositura da ação penal. No entanto, tem
valor probatório, embora relativo, haja vista que os elementos de
informação não são colhidos sob a égide do contraditório e da
ampla defesa, nem tampouco na presença do juiz de direito.” [7]

Diante do exposto, observa-se que o inquérito policial é um


procedimento administrativo informativo. Ou seja, a regra é que o
Inquérito Policial tenha um valor probatório reduzido ou relativo,
tendo em vista que os elementos de informações não são colhidos
sob a égide do contraditório e da ampla defesa, ou seja, não se
pode fundamentar uma decisão condenatória apoiada
exclusivamente no inquérito policial, senão restariam contrariados
os princípios do contraditório e da ampla defesa.

Tal entendimento já se encontra pacificado perante a


jurisprudência pátria:

"Não se justifica decisão condenatória apoiada


exclusivamente em inquérito policial, pois, se
assim ocorresse, restaria violado o princípio do
contraditório" (STF, RTJ, 59/786).

"O inquérito policial é mera peça informativa


destinada à formação da opinio delicti do Parquet,
simples investigação criminal, de natureza
inquisitiva, sem natureza de processo judicial, e,
mesmo que existisse irregularidade nos inquéritos
policiais, tais falhas não contaminariam a ação
penal. Tal entendimento é pacífico e tão evidente
que se torna até mesmo difícil discuti-lo"(STJ, 6ª
T., rel. Min. Pedro Acioli, DJU, 18 abr. 1994,
p.8525).

"O inquérito é peça meramente informativa,


destinada tão-somente a autorizar o exercício da
ação penal. Não pode, por si só, servir de lastro à
sentença condenatória, sob pena de se infringir o
princípio do contraditório, garantia constitucional”
(JTACrimSP, 70/319).

Nota-se que o entendimento jurisprudencial, assim como, o


doutrinário, é no sentido de que o inquérito é destinado a oferecer
os indícios necessários para que o titular da ação tenha subsídios
para oferecer a denúncia ou queixa crime.

Entretanto, apesar de haver menção de que o inquérito é uma


peça meramente informativa, não se pode concordar com a
adjetivação do termo empregado. O inquérito é uma peça
informativa, mas não meramente.

Isto acontece pois, é nos autos de Inquérito Policial que


muitas provas, que não podem ser repetidas em Juízo, são
realizadas. Assim, temos como exemplo, o auto de prisão em
flagrante, que por sua natureza cautelar e instrumentária, é
atualmente a melhor prova de autoria, uma vez que a maioria das
condenações advém de inquéritos iniciados por esta valiosa peça.

Verifica-se, dessa forma, que a expressão “meramente”


deveria ser retirada dos livros doutrinários, pois, todas as provas
produzidas dentro desse importante procedimento investigativo,
são, na maioria das vezes, apenas repetidas em Juízo.

            Segundo o douto Magalhães Noronha, “o inquérito reduz a


Justiça quase à função de repetidor de seus atos.” [8]

۩. Vícios

Sendo o inquérito policial mero procedimento


informativo e não ato de jurisdição, os vícios nele acaso
existentes não afetam a ação penal a que deu origem. A
desobediência a formalidades legais podem acarretar a
ineficácia do ato em si (prisão em flagrante, por exemplo),
mas não influi na ação já iniciada, com denúncia recebida.
Eventuais irregularidades podem e devem diminuir o valor dos
atos a que se refiram e, em certas circunstâncias, do próprio
procedimento inquisitorial globalmente considerado,
merecendo consideração no exame do mérito da causa.
Contudo, não se erigem em nulidades, máxime para invalidar
a própria ação penal subseqüente.
 

۩. Instauração de inquérito no caso de ação pública


incondicionada

É com a noticia criminis que se instaura o inquérito


policial, mas a lei processual disciplina a matéria prevendo
formas específicas de comunicação para o início do inquérito
policial de acordo com a espécie de iniciativa da ação penal
exigida para o fato criminoso.

O inquérito pode ser iniciado, assim, de ofício,


mediante requisição, requerimento ou delação e por auto de
prisão em flagrante delito.

Quanto à ação penal pública incondicionada, nos


termos do Código de Processo Penal, o inquérito policial pode
ser instaurado de ofício (art. 5°, I). Trata-se de uma regra
geral que só cede diante de disposição expressa da lei.
Tomando conhecimento da ocorrência do crime (cognição
imediata) a autoridade policial deve instaurar o procedimento
respectivo.

Também pode ser instaurado o inquérito por meio


de requisição (ordem) da autoridade judiciária ou do Ministério
Público (art. 5°, II, primeira parte). A nova Constituição
Federal, entre outras atribuições, concede ao Ministério
Público o direito de requisitar diligências investigatórias e a
instauração de inquérito policial.

Dispõe, também, o artigo 40 do CPP: "Quando, em


autos ou papéis que conhecerem, os juízes ou tribunais
verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão
ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários
ao oferecimento da denúncia". Sendo eles insuficientes para a
instauração da ação penal, o Ministério Público deve
requisitar a instauração do inquérito policial com fundamento
nesses elementos, como de outros que lhe forem fornecidos
(arts. 27, 39 e 40). Tal, porém, não importa obrigatoriamente
em intervir nos atos do inquérito e muito menos dirigi-lo,
quando tem a presidi-lo a autoridade policial competente.

Instala-se também o procedimento inquisitivo


mediante requerimento da vítima (art. 52, II, segunda parte).
Esse requerimento deve conter, sempre que possível: a) a
narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a
individualização do indiciado ou seus sinais característicos e
as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da
infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a
nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão
e residência (art. 5°, § 1°).

Tal requerimento poderá ser indeferido pela


autoridade policial, por entender, por exemplo, que o fato não
constitui crime. Já se tem decidido que constitui
constrangimento ilegal sanável pela via do habeas corpus a
instauração de inquérito por fato atípico, ou seja, que não
constitui crime em tese (2). Do indeferimento do pedido de
instauração de inquérito, cabe o recurso administrativo ao
Secretário de Segurança Pública ("chefe de Polícia" nos
termos do art. 5°, § 2° do CPP). É incabível recurso judicial.

A comunicação verbal é, entretanto, a forma mais


comum de notícia do crime prestada pela vítima ou terceiro,
cumprindo a autoridade policial, nessa hipótese, determinar
ad cautelam, sejam reduzidas a termo as declarações do
comunicante.

Pode o inquérito ser instaurado ainda pela prisão


em flagrante delito, quando o respectivo auto será a primeira
peça do procedimento. Como o flagrante pode provocar a
prisão do autor da infração por parte da autoridade policial,
como de qualquer outra pessoa ou autoridade, a notícia do
crime pode ser, em relação ao órgão persecutório, ou direta
ou indireta, conforme tenha sido ele próprio, ou outro, o autor
da prisão.

Os requerimentos, as requisições e o auto de


prisão em flagrante são peças iniciais do inquérito policial.
Nos demais casos a autoridade policial deve baixar a portaria
para a instauração do procedimento. A portaria é uma peça
singela, na qual a autoridade policial consigna haver tido
ciência da prática do crime de ação pública incondicionada,
declinando, se possível, o dia, lugar e hora em que foi
cometido, o prenome e nome do pretenso autor e o prenome
e nome da vítima, e conclui determinando a instauração do
inquérito. Não se impede, porém, a instauração de inquérito
policial referente a crime cuja autoria é ignorada, eis que é no
âmbito do procedimento que se devem proceder as
investigações para a sua identificação.

Tendo o conhecimento da existência de um crime


que se apura mediante ação penal pública por qualquer das
formas acima mencionadas, a autoridade policial tem o dever
de instaurá-lo. Diz o artigo 5° que, nessa hipótese o inquérito
policial "será instaurado" pela autoridade. O inquérito não
deve ser instaurado, entretanto, na hipótese já mencionada de
fato atípico, no caso de estar extinta a punibilidade, na
hipótese de ser a autoridade incompetente para a instauração
e quando não forem fornecidos os elementos indispensáveis
para se proceder às investigações.
Evidentemente não se pode determinar a
instauração de inquérito policial para a investigação de fatos
pelos quais a pessoa a ser indiciada já foi anteriormente
absolvida ou condenada pelo fato criminoso. Há, nessas
hipóteses, bis in idem ainda que a sentença não tenha
transitado em julgado.
 

Instauração de inquérito no caso de ação pública


condicionada

A ação pública pode estar condicionada à


representação da vítima ou à requisição do Ministro da
Justiça. Assim, a instauração do inquérito policial, nessas
hipóteses, também depende da prática desses atos jurídicos,
que são previstos expressamente pela lei processual.

Diz o artigo 5°, § 4°, do CPP: "O inquérito, nos


crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado". A representação é um
pedido-autorização em que o interessado manifesta o desejo
de que seja proposta a ação penal pública e, portanto, como
medida preliminar, o inquérito policial. Nos termos dos artigos
100, § 1°, do CP, e 24, do CPP, podem oferecer
representação o ofendido ou quem tiver qualidade para
representá-lo, ou seja, representante legal da vítima, e, por
força do artigo 39, caput, do segundo Estatuto, o procurador
com poderes especiais.
A representação, denominada na doutrina de
delatio criminis postulatória, pode ser dirigida à autoridade
policial, ao juiz ou ao órgão do Ministério Público (art. 39, do
CPP). O magistrado e o membro do Ministério Público, se não
tiverem elementos para o oferecimento da denúncia, deverão
encaminhá-la à autoridade policial, requisitando a instauração
do procedimento inquisitorial. Constitui-se a representação
numa declaração escrita ou oral, que não exige fórmula
sacramental, mas que deve conter as informações que
possam servir à apuração do fato e da autoria (arts. 5°, § 1°, e
39, § 1°). A representação oral ou sem assinatura autenticada
deve ser reduzida a termo (art. 39, § 1°).

O direito de representação está sujeito à


decadência, extinguindo-se a punibilidade do crime se não for
ela oferecida no prazo legal.

Há casos em que a instauração do inquérito policial


depende de requisição do Ministro da Justiça (item 4.4.3). São
as hipóteses de crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil (art. 7°, § 3°, b, do CP), de crimes
contra a honra do Presidente da República ou chefe de
governo estrangeiro (art. 145, parágrafo único, do CP) ou
contra esta e outras autoridades quando praticados através
da Imprensa (art. 23, I, c. c. o art. 40, I, a, da Lei de
Imprensa).

A requisição do Ministério da Justiça também não


exige formalidades especiais e não está sujeita a prazo de
decadência.
 

Instauração de inquérito no caso de ação privada

Quando a lei prevê expressamente que


determinado crime somente se apura mediante queixa,
determina para ele a ação penal privada (1). Nessas
hipóteses, o inquérito policial também só pode ser instaurado
mediante a iniciativa da vítima. Diz o artigo 5°, § 3°, do CPP:
"Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la".

Têm essa qualidade o ofendido ou seu


representante legal (art. 30), incluindo a lei como titular a
vítima menor de 21 e maior de 18 anos (art. 34). Na hipótese
de morte ou ausência judicialmente declarada do titular, o
direito de queixa passa a ser do cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão (art. 31). 0 artigo 35 do CPP, que
condicionava a propositura da ação privada e, portanto, do
inquérito policial, pela mulher casada ao assentimento do
marido foi revogado pelos artigos 5°, I, e 226, § 5°, da nova
Constituição Federal e, expressamente, pela Lei n° 9.520, de
27-11-97.

O requerimento não exige formalidades, mas é


necessário que sejam fornecidos os elementos indispensáveis
à instauração do inquérito policial (art. 5°, § 1°, do CPP).

Exige-se que o requerimento seja reduzido a termo


quando apresentado verbalmente ou mediante petição sem
autenticação da assinatura do subscritor.

Na hipótese de prisão em flagrante por crime que


se apura mediante queixa, o auto respectivo só pode ser
lavrado quando requerida, por escrito ou oralmente, a
instauração do inquérito pela vítima ou outra pessoa que
tenha a qualidade para a propositura da ação privada. Isto
porque o auto de prisão em flagrante é a peça inicial do
inquérito policial e este só pode ser intentado após tal
requerimento por força do artigo 5°, § 5°, do CPP.

Decorrido o prazo de decadência não pode ser


instaurado o inquérito policial; houve, no caso, a extinção da
punibilidade. A instauração do inquérito, aliás, não interrompe
o prazo decadencial, devendo a queixa ser proposta antes de
ter ele expirado.

Encerrado o inquérito policial, os autos poderão ser


entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado, ou, se
não o fizer, deverão ser remetidos ao juízo competente, onde
aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante
legal (art. 19).

DILIGÊNCIAS NO INQUERITO POLICIAL


DILIGENCIAS são atos administrativos realizados pela
autoridade policial visando a identificação da infração penal
e sua autoria. Estão previstas no artigo 6 do cpp. Nesse
sentido possui a autoridade policial certa
discricionariedade, pois pode decidir qual o ato será
realizado u não e qual a sequencia dos mesmos atos.

a) preservação do local do crime e apreensão de objetos e


instrumentos do crime.
A importância desta diligencia está descrita no artigo 91 II
do CP, prevendo a perda dos instrumentos ilícitos, e no
artigo 175 do cpp que se refere a necessidade de pericia dos
objetos e instrumentos do crime. Exemplo. Perícia na arma
de fogo no crime de porte ilegal de arma.

b) busca e apreensão:
abrangendo os instrumentos do crime e objetos que se
vinculem a prova. Pode ser feita no próprio local do crime
no domicilio, ou na própria pessoa. A busca domiciliar pode
ser feita no sábado e no domingo ( permissão do artigo 797
do cpp) no período diurno ou seja, das 06 as 18.

c) ouvida do ofendido:
na falta de comparecimento do ofendido sem justificativa
deve se aplicar o artgio 201 paragrafo primeiro do cpp.
d) ouvida do indiciado:
o qual no entanto possui direito ao silencio, mas no entanto
no entender de Tourinho, não se permite a omissão de
dados qualificativos corretos, ou seja fornecer dados não
verdadeiros..... haverá o crime de falsa identidade.
Deverá a autoridade policial decidir com base nos
elementos se o mesmo deverar figurar apenas como
averiguado, ou supeito se inexistirem motivos fortes contra
o mesmo. Nesse caso seria recepcionado como suspeito.
Se ao contrario existir um juizo de probabilidade da
conduta, então deverá providenciar o indiciamento. -
indiciado é a pessoa a quem se faz uma imputação
criminosa.

e)Reconhecimento de pessoas e acareações


acarear é postar a frente osacareandos para, então, a
autoridade ler e perguntar se ratificam ou retificam as
afirmações. A divirgência deve incidir sobre fatos
relevantes, exames periciais, corpo de delito e outros.

f) exame de corpo de delito é necessário quando a infração


deixar vestigios. Também existe a reprodução simulada,
feita para verificar o modo como a instrução foi praticada e
desde que não contrarie a moralidade, tampouco a ordem
pública. Se o infrator se recusar não comete o crime de
desobediencia.

g) identificação:

é o processo usado para estabelecer a identidade.


Identidade é o conjunto de dados e sinais que caracterizam
o indivíduo. NO brasil impera o sistema datiloscopico, emq
ue há identificação pelas cristas papilares que deixam a
impressão digital aposta em uma planilha.
Em cadaveres é possível a identificação através da
odontoscopia ( arcada dentaria)
a regra é a da não identificaçaõ do civilmente identificado,
mas há excecões: documento com rasura ou indicio de
falsificaçaõ; documentos insuficientes para identificar
cabalmente o indiciado; indiciado portar documentos
conflitantes entre si.; a identificaçaõ for essencial a
investigação.; o estado de conservação, a distancia
temporal ou a localidade de expedição do documento
impossibilite a completa qualificação.

PRAZOS

artigo 10 do cpp
- teoricamente no prazo de 30 dias, quando indiciado solto.
Se for preso, o prazo de conclusão é de 10 da data da
prisão. Sendo prazo processual penal a contagem é a partir
do dia seguinte artigo 798 parag 1 do cpp;
- na justiça federal o prazo é de 15 dias podendo ser
prorrogado por mais 15 dias, não havendo previsão quanto
ao réu solto aplica-se por analogia o prazo de 30 dias se o
réu estiver solto.
- na lei de drogas o prazo é de 30 dias para indiciado preso e
de 10 dias para indiciado solto, podendo o juiz após ouvido
o MP, mediante pedido justificado duplicar os prazos.
- crimes contra economia popular – conclusão do inquérito
em 10 dias, não importando se é réu solto ou preso
- inquérito policial militar: prazo de conclusão de 20 dias se
o réu estiver preso e de 40 dias, prorrogável por mais 20
dias se o réu estiver solto.

ENCERRAMENTO E ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO.

O encerramento do inquerito policial poderá ocorrer de duas


formas:normalmente ocorre com o relatório da autoridade
policial. O encerramento anormal ocorrerá quando for
concedida ordem de habeas corpus pelo poder judiciário
determinando o trancamento do IP, com fundamento no
artgio 648, I, nas seguintes hipoteses:
a) atipicidade do fato investigado
b)extinção de punibilidade
c)indiciado menor de 18 anos
arquivamento do inquerito policial: o principio da
obrigatoriedade obriga a propositura da ação penal havendo
provas da existencia do crime e indicios de autoria.
Prevalece nessa fase, o principio do in dubio pro societate.

Se o mp requerer o arquivamento torna-se cabivel o


controle estipulado pelo artgio 28 do cpp. No ambito do mp
estadual, discordando o Procurador Geral de Justiça
designará outro membro do MP porque daí preservará a
convicção do primeiro promotor.
Na Justiça Federal ocorre o mesmo, porém a atribuição não
será do Procurador Geral, mas de um órgão colegiado
chamado CAMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO,
composta por 03 membros,.

Esgotadas as invetigações, o delegado de policia deverá


encerrar o inquerito.
Após o CPP determina que a autoridade policial faça
minucioso relatório do que houver apurado, encaminhando,
a seguir os autos do procedimento a juízo, juntamente com
os instrumentos e objetos que interessarem a prova.
Observe-se que, no relatório, a autoridade policial
deverá limitar-se a declinar as providencias realizadas,
resumir os depoimentos prestados e as versões da vítima e
do investigado, mencionar o resultado das diligencias
durante as investigações, indicar testemunhas que não
tiverem sido inquiridas e a partir de tudo isso, expor se
entendimento acerca da tipicidade do delito investigado, de
sua autoria e materialidade.

Em nenhuma hipótese será licito ao delegado examinar


ou tecer considerações no relatório acerca de aspectos
relativos a ilicitude da conduta ou a culpabilidade do
indiciado.
O relatório é ainda, o momento adequado para que o
delegado de polícia proceda à classificação do crime,
apontando o dispositivo penal violado pelo indiciado.
Evidentemente que esse enquadramento não vincula o MP
ou o querelante nada impedindo que por exemplo o
indiciado pela pratica de furto seja denunciado pela pratica
de roubo.

Destino do inquérito policial chegando a juízo:

Aportando o inquérito policial em juízo, tratando-se de


investigação de crime de ação penal pública, deverá o
magistrado abrir vista imediata ao MP, para deliberação
quanto as providencias cabíveis:
A) oferecimento de denuncia
B) pedido de arquivamento ou
C) realização de diligencias
Sendo inquérito policial instaurado para apurar crime de
ação penal privada, uma vez finalizado, não poderá
permanecer na delegacia de policia, devendo igualmente
ser remetido ao fórum. Nesse caso, regularmente
distribuído o inquérito, ainda que não haja previsão legal
nesse sentido, deverá o procedimento investigatório ser
encaminhado ao MP para que este verifique se,
efetivamente , o crime investigado é de ação penal
privada e ainda, que o sejam se não há também
evidencias da pratica de ação penal publica que possa
dar ensejo a denuncia.
Se nada disso ocorrer o inquérito policial aguardara em
cartório a iniciativa do ofendido quanto ao ajuizamento da
queixa crime.

Recurso do arquivamento de inquérito policial:

Não cabe recurso salvo exceções:

a) arquivamento de inquérito policial que apurou crime


contra a economia popular ou a saúde pública, que
enseja reexame necessário, também chamado recurso
de ofício.

b) arquivamento de inquérito policial instaurado para apurar


contravenções relacionadas ao jogo do bicho , ensejam
recurso em sentido estrito.

Você também pode gostar