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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA

Professora Luana Davico

ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA

CONCURSO BANCA PEÇA

RELATÓRIO + PREVENTIVA +
PCDF 2015 FUNIVERSA (IADES)
C. PREMIADA + PROT. TESTEMUNHA

INFILTRAÇÃO DE AGENTES OU
PCMS 2017 FAPEMS
CAPTAÇÃO AMBIENTAL

PCAP 2017 FCC RELATÓRIO + MANIFESTAÇÕES

PF 2018 CESPE PRISÃO PREVENTIVA

PCBA 2018 VUNESP PRISÃO PREVENTIVA

PCBA 2018 VUNESP PRISÃO PREVENTIVA

PCES 2019 ACESSO PORTARIA

PRISÃO PREVENTIVA + SEQUESTRO


PCPA 2021 INSTITUTO AOCP
DE BENS + BUSCA E APREENSÃO

DESPACHO FINAL DO FLAGRANTE +


PCRN 2021 FGV
PREVENTIVA

PCPR 2021 NCUFPR PRISÃO PREVENTIVA

PRISÃO PREVENTIVA + BUSCA E


PCMS 2021 FAPEC
APREENSÃO

Vemos que, embora a Prisão Temporária seja a prisão por excelência, da investigação,
do Delegado de Polícia, não é ela a mais cobrada nos últimos seis anos. E aqui trazemos a
belíssima lição de Renato Brasileiro de Lima 1:

Com o advento da Lei nº 7.960/89, que versa sobre a prisão temporária, pensamos que,
pelo menos em relação aos delitos constantes do art. 1°, inciso III, da referida lei, bem
como no tocante aos crimes hediondos e equiparados (Lei nº 8.072/90, art. 2°, § 4°),
somente será possível a decretação da prisão temporária na fase preliminar de investi-
gações, à qual não poderá se somar a prisão preventiva, pelo menos durante esta fase.
Portanto, em relação a tais delitos, não se afigura possível a aplicação da temporária
seguida de preventiva, exclusivamente durante a fase investigatória.

1
Lima, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Imprenta: Salvador, JusPODIVM, 2020.

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Ora, se em relação a tais delitos foi criada uma modalidade de prisão cautelar com
o escopo específico de tutelar as investigações, não faz sentido que a prisão pre-
ventiva também seja decretada na fase investigatória. Logo, se a prisão temporária tiver
sido decretada pelo magistrado pelo prazo de 60 (sessenta) dias para auxiliar nas inves-
tigações de um crime hediondo, não faz sentido que, findo esse prazo, seja decretada a
prisão preventiva, concedendo-se à autoridade policial mais 25 (vinte e cinco) dias para
finalizar o inquérito. Portanto, se a autoridade policial não conseguir concluir as investi-
gações no prazo máximo previsto para a prisão temporária, o indivíduo deve ser posto
em liberdade, sem prejuízo da continuidade da apuração do fato delituoso. No entanto,
uma vez expirado o prazo da prisão temporária, e oferecida denúncia ou queixa, nada
impede que o magistrado, ao receber a peça acusatória, converta a prisão temporária
em preventiva, medida esta que deverá perdurar durante o processo enquanto subsistir
sua necessidade.
Isso não significa dizer que a Lei da prisão temporária (Lei nº 7.960/89) tenha afastado
a possibilidade de decretação da prisão preventiva na fase investigatória. Na verdade,
subsiste a possibilidade de prisão preventiva na fase pré-processual em relação
aos delitos que não autorizam a decretação da prisão temporária, desde que pre-
enchidos os pressupostos dos arts. 312 e 313 do CPP;

Gravem bem esse entendimento acerca das prisões, pois, mesmo sendo manifestada-
mente majoritário tal entendimento na doutrina, lei e jurisprudência (ex vi do art. 648, III, CPP,
em linha com o STJ: HC 47123 SC, inter alia e, também, ADI 3360 e 4109), esse posiciona-
mento não é respeitado, principalmente no que tange às chamadas “bancas de casa”.

PCPA – COMENTÁRIOS

Considere a situação hipotética a seguir: A Delegacia de Polícia Civil, em Belém/PA, rece-


beu requisição do Ministério Público Estadual, noticiando que o funcionário público municipal
José Gavião estaria solicitando, em razão do exercício de suas funções públicas, vantagem
indevida de particulares. O ofício ministerial indicou que os empresários Júlio Beija-Flor e
Geraldo Papagaio teriam pagado, cada um, em outubro de 2020, o montante de R$ 3.000,00
(três mil reais) a referido servidor público para que ele deixasse de praticar atos de ofício.
Objetivando a apuração dos fatos, foi instaurado o Inquérito Policial nº 113/2021. Após a
análise de banco de dados, verificou-se que José Gavião exerce o cargo de agente fiscal
municipal, estando lotado na Secretaria de Tributos, com endereço residencial à Rua do
Imposto, nº 317, Bairro do Tributo, Belém/PA. Em sequência, constatou-se, após oitiva dos
supracitados empresários, as indevidas solicitações por parte de José Gavião, bem como o
pagamento, por parte daqueles, no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) cada um, sempre em

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espécie, para que o fiscal municipal deixasse de lançar ou cobrar tributos municipais ou, até
mesmo, para cobrá-los somente parcialmente. De posse desses elementos de informação,
o Delegado presidente do feito representou medida cautelar de interceptação telefônica do
terminal móvel de José Gavião.
O pleito foi deferido pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Belém e restou eviden-
ciado, durante o período de interceptação, que o investigado, ao constatar a existência de
irregularidades tributárias em determinada empresa, solicita o valor de R$ 3.000,00 (três mil
reais) para fazer “vista grossa” de tais irregularidades. Outrossim, apurou-se, por intermédio
da interceptação telefônica, que: (i) José Gavião mantém, em cofre na sua casa, lista con-
tendo o nome de todos os empresários para quem ele já “deu uma força”; (ii) neste mesmo
cofre há expressivo numerário em espécie proveniente da prática investigada e; (iii) com os
valores percebidos da prática ilícita presenteou sua mãe com um veículo da marca Toyota,
placas JOG 0000 (sendo ela residente à Rua da Decepção, nº 171, Bairro da Tristeza, Belém/
PA). Posteriormente, a autoridade policial responsável pelo feito optou por descontinuar a
medida de interceptação telefônica, tendo em vista que o investigado decidiu nada mais falar
ao telefone.
Por fim, levantamentos de campo apuraram que o investigado, recentemente, colocou
sua casa à venda, bem como tem dito aos colegas de trabalho que “ganhou na loteria” e que
irá se mudar para o exterior onde os conhecidos “nunca mais o acharão”. Diante dos fatos
narrados, na condição de Delegado de Polícia do Estado do Pará presidente do feito, elabore
representação com o(s) pleito(s) cautelar(es) adequado(s) para o prosseguimento da inves-
tigação. Tipifique o(s) crime(s) praticado(s).

RECONHECENDO A PEÇA

O comando da questão deve ser o primeiro ponto de partida: elabore representação


com o(s) pleito(s) cautelar(es) adequado(s) para o prosseguimento da investigação.
Aqui a Banca sinalizou duas coisas: que é uma ou mais cautelares e que a investigação
iniciada, não se findou, o que faz afastar completamente, RELATÓRIO, PORTARIA ou qual-
quer peça administrativa, como APF, DESPACHO etc.

Seguindo os ensinamentos da aula, é necessário vermos se:


a) Temos autores soltos? SIM. Então temos prisão.
b) Temos bens? SIM. Então temos sequestro ou busca e apreensão.
c) Temos telefones? SIM, mas a interceptação já seguia.
d) Temos funcionário Público? SIM. Então podemos ter afastamento cautelar.
e) Temos computadores? Não.
f) Temos Contas Bancárias? Não.

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g) Temos OCRIM, Lavagem, Drogas, CTB ou ECA? Não. Esses crimes têm cautelares
específicas.
h) Tipifique: corrupção passiva tributária (artigo 3º, II, da Lei n. 8.137/1990)

QUAL PRISÃO?
Com base na tipificação, de pronto, afastamos a Temporária, embora essa questão deixe
claro que a investigação continuava, então se fosse qualquer crime da Lei n. 7.960/1989 ou
da 8.072/1990, indubitavelmente seria Temporária. Mas, no caso, só poderia ser Preventiva.

BUSCA E APREENSÃO X SEQUESTRO


Leve a regra de que a busca é ligada aos instrumentos do crime e o produto direto do
crime, enquanto o sequestro é seu proveito.
Portanto, valores: busca; carro presenteado à mãe: sequestro.

A FALTA DE PADRONIZAÇÃO E O CAOS DAS FUNDAMENTAÇÕES

Preâmbulo da PCPA:
A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ, representada pelo Delegado de Polícia Civil
que esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, vem, perante Vossa Excelência, com
fulcro no artigo 144 da Constituição Federal, REPRESENTAR pela expedição de mandado
de BUSCA E APREENSÃO, de SEQUESTRO e de PRISÂO PREVENTIVA, no endereço, em
relação ao veículo e em desfavor do investigado a seguir identificados, na forma dos artigos
240 e seguintes (busca e apreensão), 125 e seguintes (sequestro) e 311 e seguintes (prisão
preventiva) do Código de Processo Penal, medidas essas indispensáveis ao prosseguimento
das investigações levadas a efeito no bojo do INQUÉRITO POLICIAL Nº 113/2021.
Veja bem, como ela utiliza um padrão mais confortável, fundamentando o preâmbulo nos
artigos de forma mais genérica, não cobrou legislação estadual.

Agora, note a diferença, do padrão da PCMS:


A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Delegado de Polícia que
esta subscreve, em exercício na Delegacia de Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo, no uso e
gozo de suas atribuições constitucionais e legais previstas no art. 144, § 4º, da Constituição
Federal de 1988; no art. 43 da Constituição Estadual; no art. 4º, caput, do CPP; no art.
2ª, § 1º, da Lei Federal nº 12.830/13; e no art. 1º, caput, da Lei Complementar Estadual
nº 114/2005; diante do inquérito policial em epigrafe, com fundamento no 5º, inciso XI, da
Constituição Federal; no art. 240, § 1º, alíneas “a”, “d” e “h”, do CPP; e nos artigos 311
e seguintes do CPP; vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência REPRESENTAR pela

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expedição de mandado de busca e apreensão no endereço abaixo indicado, bem como pela
decretação da prisão preventiva de Stuart Mill (qualificação), pelas razões de fato e de direito
a seguir expostas.

Ou seja, se concorda no padrão A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO X, por seu Delegado de


Polícia..., mas não há padrão na fundamentação, e a PCMS PONTUOU ESSE DETALHE:

Quesito 1.3 Preâmbulo e Representação


0 – Não colocou nenhum dado no preâmbulo.
2 – Introduziu o parágrafo com “A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, repre-
sentada pelo Delegado de Polícia Civil que esta subscreve. Será aceita, também, a intro-
dução com “O Delegado de Polícia Civil...”. Porém, não mencionou os artigos básicos que
fundamentam a atuação do Delegado, no mínimo a Constituição Federal e dispositivos do
Código de Processo Penal, tampouco não indicou tratar-se de uma representação por busca
e apreensão e prisão preventiva, não mencionando, consequentemente, os artigos específi-
cos dessas medidas cautelares.
3 – Introduziu o tema conforme o item anterior, mencionou os artigos básicos que
fundamentam a atuação do Delegado, sendo aceito minimamente dispositivo da Cons-
tituição Federal e do Código de Processo Penal. Indicou tratar-se de representação e
mencionou busca e apreensão ou decretação de prisão preventiva. Porém, não citou
os artigos específicos para cada medida. Ou seja, quem fundamentou como na peça
da PCPA, perdeu UM PONTO.
4 – Introduziu o tema conforme os itens anteriores, mencionou os artigos básicos que
fundamentam a atuação do Delegado, sendo aceito minimamente dispositivo da Constitui-
ção Federal e do Código de Processo Penal. Indicou tratar-se de representação e mencionou
busca e apreensão e decretação de prisão preventiva. Porém, não citou os artigos específi-
cos para cada medida.
6 – Introduziu adequadamente a peça, citou os artigos básicos de atuação do Delegado,
indicou tratar-se de representação por busca e apreensão e decretação de prisão preventiva
e citou os artigos específicos para cada medida, sendo aceitos, no mínimo, o art. 240, § 1º,
alíneas “a” e “d” ou só a alínea “h” ou as três alíneas, e os artigos 311 e seguintes ou, ainda,
artigo 312 c/c art. 313, incisos I e III, do CPP.
Aliás, a prova toda da PCMS é extremamente fora da curva nos quesitos de avaliação, e,
confesso, alterou toda a minha didática de aula, pois ela conseguiu cobrar elementos com-
pletamente dispensáveis em qualquer outro concurso, como por exemplo:
Quesito 1.2 Menção ao procedimento investigativo e ao nome do investigado 0 – Não
mencionou a expressão “inquérito policial”, nem seu número e o nome do investigado em epí-
grafe. 1 – Mencionou “inquérito policial”, mas não colocou o número nem o nome do investi-

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gado. 2 – Citou inquérito policial nº 150/2011, mas sequer fez alusão ao investigado. 4 – Citou
inquérito policial nº 150/2021 e mencionou o investigado como “Stuart Mill”, bastando dizer
que ele está qualificado nos autos do IP.
Isso nunca foi cobrado como pontuação em prova de Delegado de Polícia. Em nenhuma das
mais recentes inclusive – PCPR, PCPA e PCRN, houve esse tipo de estrutura sendo avaliada.
Outro ponto em comum foi que nenhuma das bancas pontuaram os fatos, SALVO A
NECESSIDADE DE ESTAR NA ESTRUTURA.

Continuando na prova do Pará, o mais interessante não foi necessariamente a nota que
foi lhe dada, mas os descontos. Vocês viram lá em cima sobre a possibilidade de afasta-
mento do funcionário público? Pois bem!

ATENÇÃO
O afastamento cautelar é uma medida diversa da prisão, portanto, se você pede a prisão
de alguém, dizendo que não há medida diversa cabível e ao mesmo tempo representa por
uma, você se contradiz. Sempre digo nas aulas que, pelo medo, peçam tudo, mas saibam
que há um risco de ser atécnico na avaliação do corretor.

E isso aconteceu aqui. Só que é um risco a se colocar na balança: prefiro perder déci-
mos ou pontos? A perda por pedir a mais era de décimos, mas se viesse no gabarito, era
de pontos.
Então, na dúvida, não abra o ponto do descabimento de medidas cautelares diversas, e
peça de forma subsidiária esse afastamento, ok?
Vamos ao espelho?

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA


DE BELÉM/PA
A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ, representada pelo Delegado de Polícia Civil
que esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, vem, perante Vossa Excelência, com
fulcro no artigo 144 da Constituição Federal, REPRESENTAR pela expedição de mandado
de BUSCA E APREENSÃO, de SEQUESTRO e de PRISÂO PREVENTIVA, no endereço, em
relação ao veículo e em desfavor do investigado a seguir identificados, na forma dos artigos
240 e seguintes (busca e apreensão), 125 e seguintes (sequestro) e 311 e seguintes (prisão
preventiva) do Código de Processo Penal, medidas essas indispensáveis ao prosseguimento
das investigações levadas a efeito no bojo do INQUÉRITO POLICIAL Nº 113/2021.
(Observe que não houve abreviação de CPP, CF.)

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I – DOS FATOS
Trata-se de Inquérito Policial instaurado para apurar o crime de corrupção passiva tribu-
tária (artigo 3º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990), supostamente perpetrado pelo agente fiscal
municipal José Gavião, em face da solicitação, em razão do exercício das suas funções
públicas, de vantagem indevida de particulares (para deixar de lançar e/ou cobrar tributos
municipais, ou cobrá-los somente parcialmente).
O presente apuratório constatou que José Gavião solicita, de empresários, o valor de R$
3.000,00 (três mil reais), sempre em espécie, para fazer “vista grossa” de irregularidades tri-
butárias constatadas nas respectivas empresas.
Como é de conhecimento deste juízo, a interceptação telefônica outrora deferida foi apta
a detectar que José Gavião mantém, em cofre na sua residência, lista com o nome de todos
os empresários para quem ele já “deu uma força”, bem como que, no interior deste mesmo
cofre, há expressivo numerário em espécie oriundo da prática investigada.
Por fim, constatou-se que ele presentou sua genitora com um veículo da marca Toyota,
placas JOG 0000, com o dinheiro auferido da prática ilícita. Por fim, levantamentos de campo
detectaram que o investigado, recentemente, colocou sua casa à venda, bem como que tem
dito aos colegas de trabalho que “ganhou na loteria” e que irá se mudar para o exterior onde
os conhecidos “nunca mais o acharão”.
(Para algo que não foi pontuado, achei que ficou bem extenso.)

II – DA BUSCA E APREENSÃO
O deslinde da presente investigação clama pela expedição de mandado de busca e
apreensão dirigido à residência do investigado, com fundamento constitucional no art. 5º da
Constituição Federal e lastro legal nos artigos 240 e seguintes do Código de Processo Penal.
No local será possível apreender o cofre do investigado, espaço este em que ele arma-
zena grande quantia em dinheiro oriunda da prática ilícita, bem como lista com o nome de
todos os empresários para quem ele já solicitou vantagens indevidas. Ademais, será possível
obter outros meios de prova e efetuar a prisão do alvo.
Pelo exposto, imprescindível se faz cumprimento de mandado de busca e apreensão na
casa do investigado, a fim de que se traga ao feito as provas pretendidas. Conforme banco
de dados, José Gavião reside à Rua do Imposto, nº 317, Bairro do Tributo, Belém/PA.

III – DO SEQUESTRO
Do procedimento investigatório restou evidente que José Gavião, com os valores perce-
bidos das práticas investigadas, presenteou sua genitora com um veículo da marca Toyota,
placas JOG 0000 (sendo ela residente à Rua da Decepção, nº 171, Bairro da Tristeza,
Belém/PA).

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Sendo assim, diante dos claros indícios de que o bem móvel foi adquirido com o produto
de crime, cumpre representar pelo seu sequestro, na forma do artigo 132 do Código de Pro-
cesso Penal.

IV – DA PRISÃO PREVENTIVA
Merece ser decretada a prisão preventiva do investigado, porquanto presentes os pres-
supostos (indícios de autoria, prova da materialidade e perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado – oitiva dos empresários, ligações captadas durante a interceptação
telefônica e levantamentos de campo), o crime investigado é doloso e punido com pena
superior a quatro anos e está presente fundamento da preventiva (assegurar a aplicação da
lei penal), tendo em vista que o investigado propende a fugir do distrito da culpa – colocou
sua residência à venda e tem dito aos colegas de trabalho que irá se mudar para lugar onde
“nunca mais o acharão”.
Por fim, constata-se diante do apurado que os elementos do caso concreto corroboram a
contemporaneidade dos fatos e dos fundamentos, bem como a indispensabilidade da prisão
nesse caso, não sendo suficiente a decretação de outras medidas cautelares diversa da
prisão. À vista disso, a prisão preventiva do investigado no caso em tela é necessária, ade-
quada e proporcional à situação.
Note, que ele não cobrou as palavras em latim: fumus comissi delicti e periculum liberta-
tis, mas elas estavam ali.

V – CONCLUSÃO E PEDIDOS
Diante do exposto, com escora nas razões de fato e de direito lançadas supra, REPRE-
SENTA o signatário desta peça, depois de ouvido o Ministério Público 2, pela:
(i) expedição de mandado de busca e apreensão no endereço a seguir nominado, obje-
tivando a apreensão do cofre do investigado (numerário e lista de nomes dos empresários),
de outros elementos de convicção e a prisão do alvo, nos termos do artigo 243 do Código de
Processo Penal (Rua do Imposto, nº 317, Bairro do Tributo, Belém/PA);
(ii) expedição de ordem de sequestro, na forma do artigo 132 do Código de Processo
Penal, do veículo Toyota, placas JOG 0000, vez que adquirido com dinheiro percebido da
prática ilícita, e que se encontra em posse da genitora do investigado (residente à Rua da
Decepção, nº 171, Bairro da Tristeza, Belém/PA) e;
(iii) expedição de mandado de prisão preventiva em desfavor do investigado José Gavião,
nos termos dos artigos 311 e seguintes do Código de Processo Penal. Atenciosamente, Local,
data. Delegado.

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Veja que, mesmo a lei não prevendo de forma expressa na preventiva, pediu-se a oitiva do MP.

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PEÇA PCRN – COMENTÁRIOS

No dia 19/01/2021, Julia e Bruno chegavam à residência do casal, quando foram abor-
dados por Luiz e Paulo que, mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, exigiram
a entrega da bolsa de Julia, que estava em seus ombros, e do celular de Bruno, que estava
no bolso de sua calça. Depois da subtração, Luiz e Paulo empreenderam fuga no interior
de um automóvel. Contudo, cerca de dez minutos após, a dupla de autores decidiu retor-
nar à casa do casal e, ainda na garagem, abordaram Julia e exigiram que ela ingressasse
no carro em que estavam. Durante cerca de quatro horas, Julia foi mantida sob o poder de
Luiz e Paulo, que a levaram até um banco e exigiram que fornecesse sua senha para saque
de R$ 800,00 da sua conta. Em seguida, Julia foi liberada e compareceu, imediatamente, à
delegacia, onde encontrou Bruno, que já registrava os fatos. Informados sobre o ocorrido, os
policiais realizaram diligência e encontraram, cerca de duas horas depois, Luiz e Paulo no
carro utilizado na empreitada delitiva. Do interior do carro, a dupla efetuou disparos de arma
na direção do pneu da viatura policial para que, assim, conseguisse fugir. Houve revide por
parte dos policiais, sendo efetuada a abordagem de Luiz. Paulo, contudo, conseguiu deixar
o banco do carona do veículo e fugir, não sendo encontrado. Foram arrecadados os bens
de Julia e Bruno, além da quantia sacada. A arma utilizada não foi localizada. Encaminhado
para a delegacia, Luiz foi reconhecido em termo formal como autor dos fatos pelas duas
vítimas. Os lesados foram ouvidos e confirmaram o ocorrido. Luiz, assegurado o direito ao
silêncio, optou por só se manifestar em juízo. Constatou-se que o veículo conduzido por Luiz
era produto de crime de roubo ocorrido no dia 15/01/2021 e registrado sob o nº 01234/21. A
vítima do crime de roubo do dia 15/01/2021 compareceu rapidamente à delegacia, também
reconhecendo Luiz como autor do delito. Foi acostada sua Folha de Antecedentes Criminais,
onde constavam três condenações com trânsito em julgado por crimes de roubo anteriores.
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de autoridade policial responsá-
vel pelo flagrante, a peça jurídica cabível para conclusão do procedimento, expondo as teses
de direito material e processual necessárias para solucionar a situação exposta. As formali-
dades legais exigidas deverão ser observadas no momento de elaboração da peça

RECONHECENDO A PEÇA

Comando da questão: Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de


autoridade policial responsável pelo flagrante, a peça jurídica cabível para conclusão do
procedimento, expondo as teses de direito material e processual necessárias para solucio-
nar a situação exposta.

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Aqui começa o pesadelo da PCRN – e que eu sempre crítico, pois os prejudicados são
vocês: NÃO HÁ PADRONIZAÇÃO DE PEÇAS, E CONSEQUENTEMENTE VIRA UM JOGO
DE ADIVINHAÇÃO.
Claramente era uma situação de flagrante. Mas, afinal, QUAL PROCEDIMENTO SE TRA-
BALHA AQUI? O Flagrante, considerando-o somente na parte burocrática, ou o IP, já que o
Flagrante também funciona como peça inaugural, espécie de “portaria” do IP.

Vamos primeiro no roteiro que ensinei:


a) Temos autores soltos? SIM. Então temos prisão.
b) Temos bens? SIM. Uma arma não localizada e em local incerto o que afasta a busca.
c) Temos telefones? NÃO.
d) Temos funcionário Público? NÃO.
e) Temos computadores? Não.
f) Temos Contas Bancárias? Não.
g) Temos OCRIM, Lavagem, Drogas, CTB ou ECA? Não. Esses crimes têm cautelares
específicas.
h) Tipifique: Art. 157, § 2º, inciso II, do CP; art. 158, § 3º, CP; e § 1º do art. 329 do CP
i) QUAL FASE? Aqui foi todo o problema. Sabíamos que não se tratava de Portaria, pois o
APF é a notitia criminis coercitiva e consiste no papel de iniciar o procedimento investigatório.

Poderia ser Relatório?


Poderia ser Despacho?

Uma coisa não se tinha dúvida aqui: ERA PRISÃO. E era prisão PREVENTIVA, pois,
seguindo o roteiro para diferenciar as duas prisões, vocês viram comigo que, se for relatório,
final de investigação ou não houver nada para se investigar, a prisão é preventiva mesmo o
crime estando no rol da Temporária.
Sendo isso, começa uma aflição no aluno, pois ele tinha três cenários MUITO POS-
SÍVEIS AQUI?
a) Representar ao Juiz do NAC pela conversão do Flagrante em Preventiva
b) Fazer um relatório com Representação de Preventiva ao Juízo Competente
c) Fazer um despacho ordinatório (ou final, ou de conclusão do APF – não existe con-
senso nem no nome), e neste caso por ser DESTINADO AO ESCRIVÃO, somente mencionar
a juntada de uma preventiva.

A FGV não quis saber. Não foi nenhuma das opções técnicas acima: ela inovou, ela des-
pachou para o escrivão e representou pela prisão PRO ESCRIVÃO (note, no padrão de res-
posta, que não há nenhuma menção de endereçamento ao juiz, inclusive).

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A bem da verdade, ela simplesmente usou uma peça que inexiste no mundo jurídico –
e na maioria das Delegacias, mas que depois foi revelado que se tratava de uma prática
comum no Estado, estando no Manual de Delegados (aparentemente), documento este que
não constava no Edital.
Os alunos que representaram pela Preventiva ainda pontuaram; os que fizeram relató-
rios, também. Mas a pontuação foi drasticamente castigada em outros pontos em que não
havia ordem de comando no enunciado. São eles: tipificações exatas trazendo os debates
jurídicos sobre o tema e até mesmo justificativa do concurso material dos crimes. Segue:

Ou seja, a FGV demonstrou ser uma banca que gosta de cobrar esses conhecimentos
jurídicos, discussões doutrinárias e jurisprudenciais, bem típicas da OAB, por exemplo, que
é seu maior trunfo.
Embora houvesse recurso quanto ao gabarito, o Edital não previa alteração de PADRÃO
DE RESPOSTA, somente de pontuação. Ninguém zerou a peça por não fazer despacho e
essa prova é um grande divisor de águas quanto ao comportamento da FGV.

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PCMS – COMENTÁRIOS

No dia 6 de outubro de 2021, Mary Anne, de 30 anos, procurou a Delegacia de Polícia


Civil de Ribas do Rio Pardo/MS para registrar boletim de ocorrência sobre crimes envolvendo
violência doméstica e familiar. Segundo a vítima Mary Anne, ela vem sendo ameaçada pelo
seu ex-companheiro, Stuart Mill, de 35 anos, que não se conforma com o término do rela-
cionamento. Eles estão separados há 6 meses, porém o suspeito envia-lhe, semanalmente,
mensagens via aplicativo "WhatsApp" com os seguintes dizeres: "Estou de olho em você. Sei
com quem você anda saindo, sei o que você faz às sextas-feiras após o trabalho. Veja bem
o que você está fazendo. Se não voltar para mim, vou acabar com sua vida. Se não for para
ser comigo, não será com mais ninguém". A Investigadora do S.I.G. (Setor de Investigações
Gerais) da Polícia Civil registrou a ocorrência como "ameaça", perpetrada por pelo menos 8
vezes, sendo a última havida há 2 dias, e indagou à vítima se ela gostaria de requerer medidas
protetivas, sendo respondido positivamente. Colheu-se, também, representação expressa da
ofendida. Para documentar a materialidade delitiva, a policial civil recebeu da vítima cópia
de todas as conversas travadas com o investigado e confeccionou relatório de investigação,
bem como laudo de constatação, tudo devidamente juntado ao longo do inquérito policial.
Ainda, obteve nomes e qualificação de testemunhas que presenciaram ameaças do suspeito
em outras ocasiões, como, por exemplo, em frente ao local de trabalho da ofendida. Tais tes-
temunhas serão intimadas para oitivas no decorrer do procedimento investigativo (Inquérito
Policial nº 150/2021). Mary Anne teve o pedido de medida protetivas deferido, sendo intimada
por meio de oficial de justiça. O suspeito, Stuart Mill, também foi cientificado da vigência
das medidas protetivas consistentes na proibição de aproximação da vítima a uma distância
mínima de 200 metros, bem como na proibição de manter com ela e familiares qualquer tipo
de contato. Stuart, mesmo assim, na mesma data em que cientificado das medidas prote-
tivas, em 8 de outubro de 2021, continuou mandando mensagens à vítima, descumprindo
deliberadamente a ordem judicial. Ainda, continuou passando em frente ao trabalho e à resi-
dência da vítima. Mary, com medo de que as ameaças se concretizassem, voltou à Delegacia
de Ribas do Rio Pardo, em 9 de outubro de 2021, e noticiou os fatos à Autoridade Policial,
incluindo no boletim já lavrado o fato novo supracitado. Ainda, Mary acrescentou ao Dele-
gado que seu ex-companheiro sempre gostou de armas de fogo e, na época em que ainda
tinham relacionamento, o suspeito escondia no quarto de sua casa, dentro de um baú, pelo
menos 3 (três) armas sem autorização legal ou regulamentar para tanto, sendo uma pistola
de calibre .380, um revólver de calibre .38 e uma espingarda de calibre 12, além de várias
munições (todas de uso permitido). A versão da vítima foi confirmada por uma testemunha, o
senhor Benjamin Constant, vizinho do casal à época. Essa testemunha disse que está sendo
ameaçada pelo suspeito, que também ameaça outras testemunhas oculares, dizendo que,
caso depusessem na delegacia, teriam suas vidas ceifadas. A vítima informou que o suspeito

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reside na Avenida Aureliano Moura Brandão, nº 1.217, Bairro Centro, CEP 79180-000, Ribas
do Rio Pardo/MS. Com base nessas informações, sabendo que o inquérito policial ainda não
foi concluído, por necessidade de algumas diligências e oitiva de testemunhas presenciais,
você, como Delegado de Polícia titular de Ribas do Rio Pardo, elabore, fundamentadamente,
a peça procedimental cabível, adequada para resguardar a vida e/ou integridade física/psí-
quica da vítima, bem como para obter os elementos necessários às investigações, com ende-
reçamento ao Poder Judiciário. É dispensada a narrativa dos fatos. Você deverá assinar a
peça apenas como “Delegado de Polícia”, sob pena de identificação, bem como datá-la com
o dia em que a vítima retornou à delegacia para noticiar os novos fatos. Leve em conside-
ração que em Ribas do Rio Pardo há apenas Vara Única e não inclua informações ou
crimes não constantes expressamente no enunciado.

RECONHECENDO A PEÇA

O comando: Com base nessas informações, sabendo que o inquérito policial ainda não
foi concluído, por necessidade de algumas diligências e oitiva de testemunhas presenciais,
você, como Delegado de Polícia titular de Ribas do Rio Pardo, elabore, fundamentadamente,
a peça procedimental cabível, adequada para resguardar a vida e/ou integridade física/psí-
quica da vítima, bem como para obter os elementos necessários às investigações, com ende-
reçamento ao Poder Judiciário.
A peça já inova dispensando a narrativa dos fatos (seria uma ótima ideia para parar-
mos de perder tempo), e ele indica que não há outra vara na comarca, para definir seu
endereçamento.
Aqui a Banca sinalizou duas coisas: que embora ele traga a peça, ele pediu duas, e que
a investigação iniciada, não se findou, o que faz afastar completamente, RELATÓRIO, POR-
TARIA ou qualquer peça administrativa, como APF, DESPACHO etc.

Seguindo os ensinamentos da aula, é necessário vermos se:


a) Temos autores soltos? SIM. Então temos prisão.
b) Temos bens? SIM. Então temos sequestro ou busca e apreensão.
c) Temos telefones? NÃO.
d) Temos funcionário Público? NÃO.
e) Temos computadores? Não.
f) Temos Contas Bancárias? Não.
g) Temos OCRIM, Lavagem, Drogas, CTB ou ECA? Não. Esses crimes têm cautelares
específicas.

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h) Tipifique: art. 147, caput, do Código Penal, em concurso material, bem como o delito
de descumprimento de medidas protetivas de urgência, nos termos do art. 24-A, caput, da
Lei n. 11.340/2006.

QUAL PRISÃO?
Com base na tipificação, de pronto afastamos a Temporária, embora essa questão deia
claro que a investigação continuava, então se fosse qualquer crime da Lei n. 7.960/1989 ou
da 8.072/1990, indubitavelmente seria Temporária. Mas, no caso, só poderia ser preventiva.

O ESPELHO

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Ribas do Rio Pardo/MS.
Procedimento sigiloso
Investigado: Stuart Mill
Autos do inquérito policial nº 150/2021
A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Delegado de Polícia que
esta subscreve, em exercício na Delegacia de Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo, no uso
e gozo de suas atribuições constitucionais e legais previstas no art. 144, § 4º, da Constitui-
ção Federal de 1988; no art. 43 da Constituição Estadual; no art. 4º, caput, do CPP; no art.
2ª, § 1º, da Lei Federal nº 12.830/13; e no art. 1º, caput, da Lei Complementar Estadual nº
114/2005; diante do inquérito policial em epigrafe, com fundamento no 5º, inciso XI, da Cons-
tituição Federal; no art. 240, § 1º, alíneas “a”, “d” e “h”, do CPP; e nos artigos 311 e seguintes
do CPP; vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência REPRESENTAR pela expedição
de mandado de busca e apreensão no endereço abaixo indicado, bem como pela decre-
tação da prisão preventiva de Stuart Mill (qualificação), pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas.

1. DOS FATOS/DO RELATÓRIO Dispensado.

2. DO DIREITO

2.1 – DA BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR


Assim como outros direitos e garantias fundamentais, a inviolabilidade de domicílio, pre-
vista no art. 5, inciso XI, da Constituição Federal, não é absoluta, devendo ser flexibilizada
quando se constata a prática de infrações penais. A propósito, a parte final do dispositivo em
comento possibilita o ingresso em domicílio por determinação judicial.

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Na hipótese, há fundadas razões indicando a ocorrência de crime de posse irregular de


armas de fogo e munições de uso permitido na residência do suspeito. Ainda, há necessi-
dade de cumprimento de mandado de prisão preventiva em desfavor do suspeito, conforme
representação no tópico seguinte, além de outros elementos de informação eventualmente
localizados em sua residência.
A medida é autorizada pelo artigo 240, § 1º, alíneas “a”, “d” e “h”, do CPP, que preconiza
ser cabível a busca domiciliar para prender criminosos, apreender armas e munições e colher
qualquer outro elemento de convicção, respectivamente.
Ao longo das investigações, vítima e testemunhas asseveraram, categoricamente, que
o suspeito detém a posse de armas e munições no quarto de sua casa, havendo, pois, as
fundadas razões justificadoras da medida, isto é, existe o “fumus comissi delicti” e o “peri-
culum in mora”. O crime que fundamenta a medida é o previsto no art. 12, caput, da Lei nº
10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), isto é, posse irregular de arma de fogo de uso
permitido.
Assim, afigura-se necessária a busca e apreensão no seguinte endereço, local onde
reside o suspeito Stuart Mill, já qualificado nos autos de inquérito policial: Avenida Aureliano
Moura Brandão, nº 1.217. Bairro Centro. CEP: 79180-000. Ribas do Rio Pardo/MS. Finali-
dade: Prender o suspeito, apreender, pelo menos, 3 (três) armas de fogo, sendo uma pistola
de calibre .380, um revólver de calibre .38 e uma espingarda de calibre 12, além de várias
munições (todas de uso permitido), escondidas, supostamente, dentro de um baú, no quarto
do suspeito, e colher, eventualmente, outros elementos de convicção.

2.2 – DA PRISÃO PREVENTIVA


Trata-se de investigação instaurada para apurar pelo menos 8 (oito) crimes de ameaça
perpetrados mediante violência doméstica e familiar, previstos no art. 147, caput, do Código
Penal, em concurso material, bem como o delito de descumprimento de medidas protetivas
de urgência, nos termos do art. 24-A, caput, da Lei nº 11.340/06.
Na hipótese dos autos, a liberdade do indivíduo deve ser excepcionada, conforme per-
mitido pelo art. 5º, inciso LXI, da CF/1988, pois presentes os pressupostos (fumus comissi
delicti), os fundamentos (periculum libertatis) e os requisitos legais (hipóteses de cabimento
ou requisitos cautelares) para tanto, não sendo adequada nenhuma outra medida cautelar
menos gravosa.
Quanto aos pressupostos da prisão preventiva, está presente o “fumus comissi delicti”,
pois a prova da materialidade está demonstrada pela extração de cópia das mensagens via
“WhatsApp” fornecidas pela vítima, por relatório de investigação e por confecção de laudo de
constatação, tudo juntado nos autos de inquérito policial, ao passo que os indícios suficien-
tes de autoria se fazem presentes pelas declarações da vítima Mary Anne e depoimento da

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testemunha Benjamin Constant. Há, ainda, clareza de que o estado de liberdade do investi-
gado traz perigo não só à vítima, como também à sociedade, já que testemunhas se sentem
temerosas em depor perante as Autoridades.
Em relação aos fundamentos da prisão preventiva (art. 312 do Código de Processo
Penal), o “periculum libertatis” é cristalino, pois a segregação cautelar é necessária para
garantia da ordem pública (evitando-se a reiteração delitiva e resguardando-se, assim, a vida
e a integridade física/psíquica da vítima) e para fins de conveniência da instrução processual
penal, já que, além de crimes reiterados supostamente praticados, o suspeito vem amea-
çando testemunhas.
Por derradeiro, estão presentes, pelo menos, dois requisitos cautelares da prisão preven-
tiva, isto é, as penas máximas, somadas, ultrapassam 04 (quatro) anos de prisão, levando-se
em conta oito crimes de ameaça e, ainda, o delito de descumprimento de medidas protetivas,
nos termos do art. 313, inciso I, do CPP, além de a custódia cautelar ser necessária para
garantir a execução de medidas protetivas de urgência plenamente vigentes, nos moldes do
art. 313, inciso III, do CPP.
Logo, deve ser decretada a prisão preventiva do suspeito Stuart Mill, com arrimo no art.
312, c/c art. 313, incisos I e III, ambos do Código de Processo Penal.

3 – DO PEDIDO/DA CONCLUSÃO
Por todo o exposto, representa-se, após a oitiva do Membro do Ministério Público, pelas
seguintes medidas:
a) Expedição de mandado de busca e apreensão, com base no art. 250, § 1º, alíneas “a”,
“d” e “h”, do CPP, no seguinte endereço: Avenida Aureliano Moura Brandão, nº 1.217. Bairro
Centro. CEP: 79180-000. Ribas do Rio Pardo/MS, pertencente ao investigado Stuart Mill,
com qualificação nos autos do inquérito policial em epígrafe, com a finalidade de prender o
suspeito, apreender, pelo menos, 3 (três) armas de fogo, sendo uma pistola de calibre .380,
um revólver de calibre .38 e uma espingarda de calibre 12, além de várias munições (todas
de uso permitido), escondidas, supostamente, dentro de um baú, no quarto do suspeito, e
colher, eventualmente, outros elementos de convicção;
b) Decretação da prisão preventiva do investigado Stuart Mill, qualificado nos autos em
epígrafe, com fulcro no art. 312, c/c art. 313, incisos I e III, do Código de Processo Penal,
na forma da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), por ser necessária e adequada ao
caso concreto.
Nestes termos, pede deferimento.
Ribas do Rio Pardo, 9 de outubro de 2021.
Delegado de Polícia.

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A FALTA DE PADRONIZAÇÃO E O CAOS DAS FUNDAMENTAÇÕES

Primeiramente, a aberração de cobrar o Número do Inquérito e o nome do indiciado –


SIM, ISSO FOI PADRÃO DE NOTA:
Quesito 1.2 Menção ao procedimento investigativo e ao nome do investigado 0 – Não
mencionou a expressão “inquérito policial”, nem seu número e o nome do investigado em epí-
grafe. 1 – Mencionou “inquérito policial”, mas não colocou o número nem o nome do investi-
gado. 2 – Citou inquérito policial nº 150/2011, mas sequer fez alusão ao investigado. 4 – Citou
inquérito policial nº 150/2021 e mencionou o investigado como “Stuart Mill”, bastando dizer
que ele está qualificado nos autos do IP.

Segundo que, para uma prova tão criteriosa, não citar o art. 20 da Lei n. 11.340/2006,
nem a tipificação de ambos os crimes c/c com o art. 5 III da Lei n. 11.340/2006.
Ao contrário do que diz a própria lei, era padrão no pedido da preventiva, se indicou a
necessidade de manifestação prévia do membro do Ministério Público (tinha que pedir).
FOI PONTUADA AINDA A DATA EXATA DA PEÇA para o dia que a moça voltou à Dele-
gacia! Colocou Ribas do Rio Pardo como local e 9 de outubro de 2021 como data da peça,
sendo que, depois desse fato, testemunhas foram ouvidas, sem saber se o foram no mesmo
dia, e não há tal exigência, não é um prazo próprio (pontuação máxima).
ESSA PROVA É UM EXCELENTE DIVISOR DE ÁGUAS DE CRITÉRIOS DE CORRE-
ÇÃO e que, como disse, levou a minha mudança de análise em vários critérios, pois ela é
bem detalhada, não no básico, que vocês já conhecem, mas na necessidade de “enfiar’’
todos os artigos no preâmbulo e a todo momento na peça.

PCPR – COMENTÁRIOS

S.R.S., brasileiro, solteiro, auxiliar de serviços gerais, residente e domiciliado na Rua das
Araucárias, n.º 20, Bairro das Amoreiras, na cidade de Floresta, estado do Paraná, primário
e de bons antecedentes, encontra-se respondendo, atualmente, em liberdade, ao Inquérito
Policial n.º 21/2021, por suposta prática do crime de roubo (art. 157, caput, Código Penal)
contra a vítima C.P.R. No dia 13/03/2021, aproximadamente às 13h15min, nas proximidades
do restaurante “Bom de Garfo”, S.R.S., verificando que a mochila da vítima C.P.R. estava
entreaberta, aproxima-se dando-lhe voz de assalto “entrega o celular ou eu te furo”. A vítima
C.P.R. rapidamente entrega o celular (marca Samsung, modelo Galaxy A9, avaliado em R$
2.000,00 (dois mil reais), conforme Auto de Avaliação Indireta da fl. 21 do Inquérito Policial).
No decorrer do Inquérito Policial, chegou ao conhecimento da Autoridade Policial, após ouvir
os depoimentos da vítima C.P.R. e de duas testemunhas A.S. e B.C., que S.R.S estaria ron-
dando, em atitude claramente ameaçadora, o restaurante “Bom de Garfo”, local onde se

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deram os fatos e local de trabalho da vítima C.P.R. Na condição de delegado(a) de polícia


responsável pelo caso, represente à autoridade competente a decretação da prisão provisória
cabível na hipótese apresentada. Seu texto deve ter de 55 a 70 linhas. (Seu texto NÃO deve
conter qualquer marca de identificação, portanto, para dados/nomes fictícios, utilize XYZ.)
Era para ser uma peça tranquila, mas a PCPR foi a banca que, como disse no início,
jogou fora os ensinamentos majoritários sobre preventiva e temporária.

RECONHECENDO A PEÇA

O comando: represente à autoridade competente a decretação da prisão provisória cabí-


vel na hipótese apresentada. É UMA PRISÃO E PONTO.

Seguindo os ensinamentos da aula, é necessário vermos se:


a) Temos autores soltos? SIM. Então temos prisão.
b) Temos bens? NÃO.
c) Temos telefones? SIM, MAS FOI FRUTO DO CRIME.
d) Temos funcionário Público? NÃO.
e) Temos computadores? Não.
f) Temos Contas Bancárias? Não.
g) Temos OCRIM, Lavagem, Drogas, CTB ou ECA? Não. Esses crimes têm cautelares
específicas.
h) Tipifique: (art. 157, caput, Código Penal)

QUAL PRISÃO?
A questão admite dupla resposta: tanto prisão temporária, quanto prisão preventiva.
Prisão temporária é aplicável porque o crime de roubo está indicado no art. 1º, III, da Lei n.
7.960/1989. Prisão preventiva idem, em razão do art. 313, I, do CPP c/c art. art. 157 do CPB.
A prisão preventiva, ex vi do art. 312, CPP, é adequada quando positivo, o juízo de verossimi-
lhança sobre a suficiência dos indícios de autoria e de materialidade delitiva (“fumus comissi
delicti”) for relevante, além de demandar a demonstração do perigo da liberdade do imputado
para a sociedade e/ou para a instrução processual penal (“periculum libertatis”).
Na questão, não se afirma que já exista um juízo definitivo sobre autoria e materialidade,
tampouco que tenha havido encerramento do IP ou que tenha sido ofertada a denúncia. Des-
sarte, a prisão preventiva poderá ser aviada antes do transcurso do prazo para denúncia, o
que só ocorre quando a investigação é finda (ex vi do art. 648, III, CPP, em linha com o STJ:
HC 47123 SC, inter alia).

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Portanto, considerando que, além do cabimento abstrato da prisão preventiva, rema-


nesce a possibilidade de diligências investigativas ulteriores, a juízo da autoridade policial ou
a pedido do MP, seriam possíveis, ainda, outros expedientes de investigação (e.g.: interroga-
tório do suposto autor, busca papiloscópica na mochila, apreensão da “res furtiva”, reconhe-
cimento pessoal do suposto autor etc.).
Ora, se a Banca Examinadora admite prisão preventiva mesmo sem informações que
indiquem a conclusão peremptória quanto à autoria e à materialidade, com muito mais razão,
“a fortiori”, deve admitir a segregação corporal por prisão temporária, porque presentes os
requisitos legais e jurisprudenciais (ADI 3360 e 4109), os quais, inclusive, não vedam a pos-
terior conversão da prisão temporária em preventiva.
Eu sempre defendi a ideia de que, se a banca não diz que a investigação chegou ao fim,
parta do pressuposto que ela pode continuar, pois isso é muito volátil. Não mais.
Veja que as provas anteriores analisadas afirmavam, no comando da questão, que as
investigações continuavam. Essa não trouxe. Mais uma vez, vamos brincar de adivinhação,
e isso é muito cruel.
Então, vamos alterar esse entendimento. A banca tem que dizer que a investigação conti-
nua ou dar a entender que ela continua, pois se ela silencia, após trazer critérios mínimos de
autoria e materialidade (que sempre terão que existir seja lá qual for a prisão, pois é requisito
das duas), vá pela preventiva. Isso mesmo: a exceção virou regra na prisão do Delegado.
Isso tem uma razão óbvia: a preventiva tem muito mais elementos para serem pontuados
(arts. 312, 313 e etc.), enquanto a Temporária cobra um conhecimento “decoreba”: O ROL.
Não acho que não se possa cobrar a preventiva preferencialmente, mas acredito que
deveria ser muito mais claro e menos premunitivo.

ATENÇÃO
ATÉ A CONFECÇÃO DESTE MATERIAL, O PRAZO PARA RECURSO DO PADRÃO DE
RESPOSTA NÃO HAVIA SIDO DIVULGADO. PODE-SE ALTERAR PARA ACEITAREM AS
DUAS PRISÕES.

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O ESPELHO

Critério 1: Apresenta corretamente o endereçamento: Excelentíssimo Juiz de Direito da


Vara Criminal da Comarca de Floresta – Paraná. Pontuação máxima: 3.
Critério 2: Apresenta corretamente a qualificação das partes: A Polícia Civil do Estado do
Paraná, por meio do Delegado de Polícia que esta subscreve, lotado na Delegacia de Polí-
cia de Floresta – Paraná. E S. R. S., brasileiro, solteiro, auxiliar de serviços gerais, residente
e domiciliado na Rua das Araucárias, nº 20, Bairro das Amoreiras, na cidade de Floresta,
Estado do Paraná. Pontuação máxima 3.
Critério 3: Apresenta corretamente o nome da peça (Representação pela Decretação de
Prisão Preventiva) e a fundamentação adequada (art. 144, § 4º, da CF/1988; art. 13, IV, 282,
§ 2º; art. 311, todos do CPP; e art. 2º, § 1º, da Lei n. 12.830/2013). OBS: Receberá nota zero
neste critério o texto que NÃO apresentar corretaente o nome da peça, ainda que apresente
algum ou todos os artigos da fundamentação. Pontuação máxima 3.
Critério 4: Narra corretamente os fatos, fazendo retomada (paráfrase) de forma clara,
objetiva, impessoal (sem posicionamento) e em 3ª pessoa do singular. Pontuação máxima 4
Critério 5: Apresenta os fundamentos jurídicos da prisão preventiva: I. Cabimento: art.
313, I, Código de Processo Penal. II. Requisitos cautelares: a) Fumus Commissi Delicti (pres-
supostos: prova da materialidade e indícios de autoria); b) Periculum Libertatis (art. 312 do
CPP, por conveniência da instrução criminal). Pontuação máxima 10.
Critério 6: Apresenta corretamente os pedidos: I. Representar pela Prisão Preventiva de
S.R.S. II. Sem oitiva da parte contrária pela própria natureza da medida. III. Manifestação do
Ministério Público. Pontuação máxima 3.
Critério 7: Apresenta corretamente o fechamento da peça: Local e data. Delegado de
Polícia. Pontuação máxima 1.
Critério 8: Utiliza corretamente o padrão culto da Língua Portuguesa. Apresenta técnica
redacional, coesão e argumentação adequadas. Pontuação máxima 3.

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A FALTA DE PADRONIZAÇÃO E O CAOS DAS FUNDAMENTAÇÕES

Vamos aos preâmbulos de todas as peças? OBSERVEM OS ARTIGOS:

PREÂMBULOS

A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ, representada pelo Delegado de


Polícia Civil que esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, vem,
perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 144 da Constituição Federal,
REPRESENTAR pela expedição de mandado de BUSCA E APREENSÃO, de
SEQUESTRO e de PRISÂO PREVENTIVA, no endereço, em relação ao veículo
PCPA e em desfavor do investigado a seguir identificados, na forma dos artigos
240 e seguintes (busca e apreensão), 125 e seguintes (sequestro) e 311 e
seguintes (prisão preventiva) do Código de Processo Penal, medidas essas
indispensáveis ao prosseguimento das investigações levadas a efeito no
bojo do INQUÉRITO POLICIAL nº 113/2021.

Deveria a autoridade policial apresentar representação pela conversão


PCRN da prisão em flagrante de Luiz em preventiva, preenchidos os requisitos
e pressupostos dos arts. 312 e 313 do CPP.

A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Delegado


de Polícia que esta subscreve, em exercício na Delegacia de Polícia Civil
de Ribas do Rio Pardo, no uso e gozo de suas atribuições constitucionais
e legais previstas no art. 144, § 4º, da Constituição Federal de 1988; no
art. 43 da Constituição Estadual; no art. 4º, caput, do CPP; no art. 2ª, §
1º, da Lei Federal nº 12.830/13; e no art. 1º, caput, da Lei Complementar
PCMS Estadual nº 114/2005; diante do inquérito policial em epigrafe, com
fundamento no 5º, inciso XI, da Constituição Federal; no art. 240, §
1º, alíneas “a”, “d” e “h”, do CPP; e nos artigos 311 e seguintes do CPP;
vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência REPRESENTAR pela
expedição de mandado de busca e apreensão no endereço abaixo
indicado, bem como pela decretação da prisão preventiva de Stuart
Mill (qualificação), pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

A Polícia Civil do Estado do Paraná, por meio do Delegado de Polícia que


esta subscreve, lotado na Delegacia de Polícia de Floresta – Paraná. E S. R.
S., brasileiro, solteiro, auxiliar de serviços gerais, residente e domiciliado
PCPR na Rua das Araucárias, nº 20, Bairro das Amoreiras, na cidade de Floresta,
Estado do Paraná. Representação pela Decretação de Prisão Preventiva) e a
fundamentação adequada (art. 144, § 4º, da CF88; art. 13, IV, 282, § 2º; art.
311, todos do CPP; e art. 2º, § 1º, da Lei nº 12.830/2013

Concluímos que alguns cobraram toda uma minúcia de artigos no preâmbulo; alguns
vieram, no espelho, com a possibilidade de abreviar CPP/CP/CF; e a PCRN nem direcionou
seu pedido.

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Qual você usaria hoje? Com certeza a mais completa:


Nos artigos base, que sempre poderão vir na representação: art. 144, § 4º, da Consti-
tuição Federal de 1988; no art. 43 da Constituição Estadual e art. 2º, § 1º, da Lei Federal n.
12.830/2013.
Se for preventiva: arts. 13, IV; 282, § 2º; 311 e seguintes do CPP (ou 311, 312 e 313).
Se busca e apreensão: art. 240, § 1º, do CPP.
Se for temporária: art. 2º e art. 1º, inc. I ou II (aqui você escolhe) e III, da Lei n. 7.960/1989.
Se for temporária de hediondo: art. 2º e art. 1º, inc. I ou II (aqui você escolhe) da Lei n.
7.960/1989 c/c art. 2º, § 4º, da Lei n. 8.072/1990.
Traria sempre o espaço para número do Inquérito e indiciado ou autor, além de pedir
incansavelmente a oitiva do Ministério Público em qualquer situação.
Lembre-se de que, naquelas cautelares especiais, como infiltração virtual, infiltração
de agentes e captação ambiental, é necessário um tópico específico explicando como a
medida se dará.

Espero ter ajudado.

Bons estudos!
Qualquer dúvida: @luanadavico no Instagram.

Luana Davico
Delegada de Polícia do Distrito Federal. Bacharel em Direito pela UFG e pós graduada em Direito Penal
e Processo Penal pela UFG. Ex-estagiária e ex-assessora do Ministério Público de Goiás. Aprovada para
Delegado CE.

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