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RELATÓRIO + PREVENTIVA +
PCDF 2015 FUNIVERSA (IADES)
C. PREMIADA + PROT. TESTEMUNHA
INFILTRAÇÃO DE AGENTES OU
PCMS 2017 FAPEMS
CAPTAÇÃO AMBIENTAL
Vemos que, embora a Prisão Temporária seja a prisão por excelência, da investigação,
do Delegado de Polícia, não é ela a mais cobrada nos últimos seis anos. E aqui trazemos a
belíssima lição de Renato Brasileiro de Lima 1:
Com o advento da Lei nº 7.960/89, que versa sobre a prisão temporária, pensamos que,
pelo menos em relação aos delitos constantes do art. 1°, inciso III, da referida lei, bem
como no tocante aos crimes hediondos e equiparados (Lei nº 8.072/90, art. 2°, § 4°),
somente será possível a decretação da prisão temporária na fase preliminar de investi-
gações, à qual não poderá se somar a prisão preventiva, pelo menos durante esta fase.
Portanto, em relação a tais delitos, não se afigura possível a aplicação da temporária
seguida de preventiva, exclusivamente durante a fase investigatória.
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Lima, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Imprenta: Salvador, JusPODIVM, 2020.
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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
Professora Luana Davico
Ora, se em relação a tais delitos foi criada uma modalidade de prisão cautelar com
o escopo específico de tutelar as investigações, não faz sentido que a prisão pre-
ventiva também seja decretada na fase investigatória. Logo, se a prisão temporária tiver
sido decretada pelo magistrado pelo prazo de 60 (sessenta) dias para auxiliar nas inves-
tigações de um crime hediondo, não faz sentido que, findo esse prazo, seja decretada a
prisão preventiva, concedendo-se à autoridade policial mais 25 (vinte e cinco) dias para
finalizar o inquérito. Portanto, se a autoridade policial não conseguir concluir as investi-
gações no prazo máximo previsto para a prisão temporária, o indivíduo deve ser posto
em liberdade, sem prejuízo da continuidade da apuração do fato delituoso. No entanto,
uma vez expirado o prazo da prisão temporária, e oferecida denúncia ou queixa, nada
impede que o magistrado, ao receber a peça acusatória, converta a prisão temporária
em preventiva, medida esta que deverá perdurar durante o processo enquanto subsistir
sua necessidade.
Isso não significa dizer que a Lei da prisão temporária (Lei nº 7.960/89) tenha afastado
a possibilidade de decretação da prisão preventiva na fase investigatória. Na verdade,
subsiste a possibilidade de prisão preventiva na fase pré-processual em relação
aos delitos que não autorizam a decretação da prisão temporária, desde que pre-
enchidos os pressupostos dos arts. 312 e 313 do CPP;
Gravem bem esse entendimento acerca das prisões, pois, mesmo sendo manifestada-
mente majoritário tal entendimento na doutrina, lei e jurisprudência (ex vi do art. 648, III, CPP,
em linha com o STJ: HC 47123 SC, inter alia e, também, ADI 3360 e 4109), esse posiciona-
mento não é respeitado, principalmente no que tange às chamadas “bancas de casa”.
PCPA – COMENTÁRIOS
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Professora Luana Davico
espécie, para que o fiscal municipal deixasse de lançar ou cobrar tributos municipais ou, até
mesmo, para cobrá-los somente parcialmente. De posse desses elementos de informação,
o Delegado presidente do feito representou medida cautelar de interceptação telefônica do
terminal móvel de José Gavião.
O pleito foi deferido pelo juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Belém e restou eviden-
ciado, durante o período de interceptação, que o investigado, ao constatar a existência de
irregularidades tributárias em determinada empresa, solicita o valor de R$ 3.000,00 (três mil
reais) para fazer “vista grossa” de tais irregularidades. Outrossim, apurou-se, por intermédio
da interceptação telefônica, que: (i) José Gavião mantém, em cofre na sua casa, lista con-
tendo o nome de todos os empresários para quem ele já “deu uma força”; (ii) neste mesmo
cofre há expressivo numerário em espécie proveniente da prática investigada e; (iii) com os
valores percebidos da prática ilícita presenteou sua mãe com um veículo da marca Toyota,
placas JOG 0000 (sendo ela residente à Rua da Decepção, nº 171, Bairro da Tristeza, Belém/
PA). Posteriormente, a autoridade policial responsável pelo feito optou por descontinuar a
medida de interceptação telefônica, tendo em vista que o investigado decidiu nada mais falar
ao telefone.
Por fim, levantamentos de campo apuraram que o investigado, recentemente, colocou
sua casa à venda, bem como tem dito aos colegas de trabalho que “ganhou na loteria” e que
irá se mudar para o exterior onde os conhecidos “nunca mais o acharão”. Diante dos fatos
narrados, na condição de Delegado de Polícia do Estado do Pará presidente do feito, elabore
representação com o(s) pleito(s) cautelar(es) adequado(s) para o prosseguimento da inves-
tigação. Tipifique o(s) crime(s) praticado(s).
RECONHECENDO A PEÇA
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Professora Luana Davico
g) Temos OCRIM, Lavagem, Drogas, CTB ou ECA? Não. Esses crimes têm cautelares
específicas.
h) Tipifique: corrupção passiva tributária (artigo 3º, II, da Lei n. 8.137/1990)
QUAL PRISÃO?
Com base na tipificação, de pronto, afastamos a Temporária, embora essa questão deixe
claro que a investigação continuava, então se fosse qualquer crime da Lei n. 7.960/1989 ou
da 8.072/1990, indubitavelmente seria Temporária. Mas, no caso, só poderia ser Preventiva.
Preâmbulo da PCPA:
A POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ, representada pelo Delegado de Polícia Civil
que esta subscreve, no uso de suas atribuições legais, vem, perante Vossa Excelência, com
fulcro no artigo 144 da Constituição Federal, REPRESENTAR pela expedição de mandado
de BUSCA E APREENSÃO, de SEQUESTRO e de PRISÂO PREVENTIVA, no endereço, em
relação ao veículo e em desfavor do investigado a seguir identificados, na forma dos artigos
240 e seguintes (busca e apreensão), 125 e seguintes (sequestro) e 311 e seguintes (prisão
preventiva) do Código de Processo Penal, medidas essas indispensáveis ao prosseguimento
das investigações levadas a efeito no bojo do INQUÉRITO POLICIAL Nº 113/2021.
Veja bem, como ela utiliza um padrão mais confortável, fundamentando o preâmbulo nos
artigos de forma mais genérica, não cobrou legislação estadual.
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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
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expedição de mandado de busca e apreensão no endereço abaixo indicado, bem como pela
decretação da prisão preventiva de Stuart Mill (qualificação), pelas razões de fato e de direito
a seguir expostas.
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gado. 2 – Citou inquérito policial nº 150/2011, mas sequer fez alusão ao investigado. 4 – Citou
inquérito policial nº 150/2021 e mencionou o investigado como “Stuart Mill”, bastando dizer
que ele está qualificado nos autos do IP.
Isso nunca foi cobrado como pontuação em prova de Delegado de Polícia. Em nenhuma das
mais recentes inclusive – PCPR, PCPA e PCRN, houve esse tipo de estrutura sendo avaliada.
Outro ponto em comum foi que nenhuma das bancas pontuaram os fatos, SALVO A
NECESSIDADE DE ESTAR NA ESTRUTURA.
Continuando na prova do Pará, o mais interessante não foi necessariamente a nota que
foi lhe dada, mas os descontos. Vocês viram lá em cima sobre a possibilidade de afasta-
mento do funcionário público? Pois bem!
ATENÇÃO
O afastamento cautelar é uma medida diversa da prisão, portanto, se você pede a prisão
de alguém, dizendo que não há medida diversa cabível e ao mesmo tempo representa por
uma, você se contradiz. Sempre digo nas aulas que, pelo medo, peçam tudo, mas saibam
que há um risco de ser atécnico na avaliação do corretor.
E isso aconteceu aqui. Só que é um risco a se colocar na balança: prefiro perder déci-
mos ou pontos? A perda por pedir a mais era de décimos, mas se viesse no gabarito, era
de pontos.
Então, na dúvida, não abra o ponto do descabimento de medidas cautelares diversas, e
peça de forma subsidiária esse afastamento, ok?
Vamos ao espelho?
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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
Professora Luana Davico
I – DOS FATOS
Trata-se de Inquérito Policial instaurado para apurar o crime de corrupção passiva tribu-
tária (artigo 3º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990), supostamente perpetrado pelo agente fiscal
municipal José Gavião, em face da solicitação, em razão do exercício das suas funções
públicas, de vantagem indevida de particulares (para deixar de lançar e/ou cobrar tributos
municipais, ou cobrá-los somente parcialmente).
O presente apuratório constatou que José Gavião solicita, de empresários, o valor de R$
3.000,00 (três mil reais), sempre em espécie, para fazer “vista grossa” de irregularidades tri-
butárias constatadas nas respectivas empresas.
Como é de conhecimento deste juízo, a interceptação telefônica outrora deferida foi apta
a detectar que José Gavião mantém, em cofre na sua residência, lista com o nome de todos
os empresários para quem ele já “deu uma força”, bem como que, no interior deste mesmo
cofre, há expressivo numerário em espécie oriundo da prática investigada.
Por fim, constatou-se que ele presentou sua genitora com um veículo da marca Toyota,
placas JOG 0000, com o dinheiro auferido da prática ilícita. Por fim, levantamentos de campo
detectaram que o investigado, recentemente, colocou sua casa à venda, bem como que tem
dito aos colegas de trabalho que “ganhou na loteria” e que irá se mudar para o exterior onde
os conhecidos “nunca mais o acharão”.
(Para algo que não foi pontuado, achei que ficou bem extenso.)
II – DA BUSCA E APREENSÃO
O deslinde da presente investigação clama pela expedição de mandado de busca e
apreensão dirigido à residência do investigado, com fundamento constitucional no art. 5º da
Constituição Federal e lastro legal nos artigos 240 e seguintes do Código de Processo Penal.
No local será possível apreender o cofre do investigado, espaço este em que ele arma-
zena grande quantia em dinheiro oriunda da prática ilícita, bem como lista com o nome de
todos os empresários para quem ele já solicitou vantagens indevidas. Ademais, será possível
obter outros meios de prova e efetuar a prisão do alvo.
Pelo exposto, imprescindível se faz cumprimento de mandado de busca e apreensão na
casa do investigado, a fim de que se traga ao feito as provas pretendidas. Conforme banco
de dados, José Gavião reside à Rua do Imposto, nº 317, Bairro do Tributo, Belém/PA.
III – DO SEQUESTRO
Do procedimento investigatório restou evidente que José Gavião, com os valores perce-
bidos das práticas investigadas, presenteou sua genitora com um veículo da marca Toyota,
placas JOG 0000 (sendo ela residente à Rua da Decepção, nº 171, Bairro da Tristeza,
Belém/PA).
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Professora Luana Davico
Sendo assim, diante dos claros indícios de que o bem móvel foi adquirido com o produto
de crime, cumpre representar pelo seu sequestro, na forma do artigo 132 do Código de Pro-
cesso Penal.
IV – DA PRISÃO PREVENTIVA
Merece ser decretada a prisão preventiva do investigado, porquanto presentes os pres-
supostos (indícios de autoria, prova da materialidade e perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado – oitiva dos empresários, ligações captadas durante a interceptação
telefônica e levantamentos de campo), o crime investigado é doloso e punido com pena
superior a quatro anos e está presente fundamento da preventiva (assegurar a aplicação da
lei penal), tendo em vista que o investigado propende a fugir do distrito da culpa – colocou
sua residência à venda e tem dito aos colegas de trabalho que irá se mudar para lugar onde
“nunca mais o acharão”.
Por fim, constata-se diante do apurado que os elementos do caso concreto corroboram a
contemporaneidade dos fatos e dos fundamentos, bem como a indispensabilidade da prisão
nesse caso, não sendo suficiente a decretação de outras medidas cautelares diversa da
prisão. À vista disso, a prisão preventiva do investigado no caso em tela é necessária, ade-
quada e proporcional à situação.
Note, que ele não cobrou as palavras em latim: fumus comissi delicti e periculum liberta-
tis, mas elas estavam ali.
V – CONCLUSÃO E PEDIDOS
Diante do exposto, com escora nas razões de fato e de direito lançadas supra, REPRE-
SENTA o signatário desta peça, depois de ouvido o Ministério Público 2, pela:
(i) expedição de mandado de busca e apreensão no endereço a seguir nominado, obje-
tivando a apreensão do cofre do investigado (numerário e lista de nomes dos empresários),
de outros elementos de convicção e a prisão do alvo, nos termos do artigo 243 do Código de
Processo Penal (Rua do Imposto, nº 317, Bairro do Tributo, Belém/PA);
(ii) expedição de ordem de sequestro, na forma do artigo 132 do Código de Processo
Penal, do veículo Toyota, placas JOG 0000, vez que adquirido com dinheiro percebido da
prática ilícita, e que se encontra em posse da genitora do investigado (residente à Rua da
Decepção, nº 171, Bairro da Tristeza, Belém/PA) e;
(iii) expedição de mandado de prisão preventiva em desfavor do investigado José Gavião,
nos termos dos artigos 311 e seguintes do Código de Processo Penal. Atenciosamente, Local,
data. Delegado.
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Veja que, mesmo a lei não prevendo de forma expressa na preventiva, pediu-se a oitiva do MP.
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Professora Luana Davico
No dia 19/01/2021, Julia e Bruno chegavam à residência do casal, quando foram abor-
dados por Luiz e Paulo que, mediante grave ameaça exercida com arma de fogo, exigiram
a entrega da bolsa de Julia, que estava em seus ombros, e do celular de Bruno, que estava
no bolso de sua calça. Depois da subtração, Luiz e Paulo empreenderam fuga no interior
de um automóvel. Contudo, cerca de dez minutos após, a dupla de autores decidiu retor-
nar à casa do casal e, ainda na garagem, abordaram Julia e exigiram que ela ingressasse
no carro em que estavam. Durante cerca de quatro horas, Julia foi mantida sob o poder de
Luiz e Paulo, que a levaram até um banco e exigiram que fornecesse sua senha para saque
de R$ 800,00 da sua conta. Em seguida, Julia foi liberada e compareceu, imediatamente, à
delegacia, onde encontrou Bruno, que já registrava os fatos. Informados sobre o ocorrido, os
policiais realizaram diligência e encontraram, cerca de duas horas depois, Luiz e Paulo no
carro utilizado na empreitada delitiva. Do interior do carro, a dupla efetuou disparos de arma
na direção do pneu da viatura policial para que, assim, conseguisse fugir. Houve revide por
parte dos policiais, sendo efetuada a abordagem de Luiz. Paulo, contudo, conseguiu deixar
o banco do carona do veículo e fugir, não sendo encontrado. Foram arrecadados os bens
de Julia e Bruno, além da quantia sacada. A arma utilizada não foi localizada. Encaminhado
para a delegacia, Luiz foi reconhecido em termo formal como autor dos fatos pelas duas
vítimas. Os lesados foram ouvidos e confirmaram o ocorrido. Luiz, assegurado o direito ao
silêncio, optou por só se manifestar em juízo. Constatou-se que o veículo conduzido por Luiz
era produto de crime de roubo ocorrido no dia 15/01/2021 e registrado sob o nº 01234/21. A
vítima do crime de roubo do dia 15/01/2021 compareceu rapidamente à delegacia, também
reconhecendo Luiz como autor do delito. Foi acostada sua Folha de Antecedentes Criminais,
onde constavam três condenações com trânsito em julgado por crimes de roubo anteriores.
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de autoridade policial responsá-
vel pelo flagrante, a peça jurídica cabível para conclusão do procedimento, expondo as teses
de direito material e processual necessárias para solucionar a situação exposta. As formali-
dades legais exigidas deverão ser observadas no momento de elaboração da peça
RECONHECENDO A PEÇA
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Professora Luana Davico
Aqui começa o pesadelo da PCRN – e que eu sempre crítico, pois os prejudicados são
vocês: NÃO HÁ PADRONIZAÇÃO DE PEÇAS, E CONSEQUENTEMENTE VIRA UM JOGO
DE ADIVINHAÇÃO.
Claramente era uma situação de flagrante. Mas, afinal, QUAL PROCEDIMENTO SE TRA-
BALHA AQUI? O Flagrante, considerando-o somente na parte burocrática, ou o IP, já que o
Flagrante também funciona como peça inaugural, espécie de “portaria” do IP.
Uma coisa não se tinha dúvida aqui: ERA PRISÃO. E era prisão PREVENTIVA, pois,
seguindo o roteiro para diferenciar as duas prisões, vocês viram comigo que, se for relatório,
final de investigação ou não houver nada para se investigar, a prisão é preventiva mesmo o
crime estando no rol da Temporária.
Sendo isso, começa uma aflição no aluno, pois ele tinha três cenários MUITO POS-
SÍVEIS AQUI?
a) Representar ao Juiz do NAC pela conversão do Flagrante em Preventiva
b) Fazer um relatório com Representação de Preventiva ao Juízo Competente
c) Fazer um despacho ordinatório (ou final, ou de conclusão do APF – não existe con-
senso nem no nome), e neste caso por ser DESTINADO AO ESCRIVÃO, somente mencionar
a juntada de uma preventiva.
A FGV não quis saber. Não foi nenhuma das opções técnicas acima: ela inovou, ela des-
pachou para o escrivão e representou pela prisão PRO ESCRIVÃO (note, no padrão de res-
posta, que não há nenhuma menção de endereçamento ao juiz, inclusive).
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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
Professora Luana Davico
A bem da verdade, ela simplesmente usou uma peça que inexiste no mundo jurídico –
e na maioria das Delegacias, mas que depois foi revelado que se tratava de uma prática
comum no Estado, estando no Manual de Delegados (aparentemente), documento este que
não constava no Edital.
Os alunos que representaram pela Preventiva ainda pontuaram; os que fizeram relató-
rios, também. Mas a pontuação foi drasticamente castigada em outros pontos em que não
havia ordem de comando no enunciado. São eles: tipificações exatas trazendo os debates
jurídicos sobre o tema e até mesmo justificativa do concurso material dos crimes. Segue:
Ou seja, a FGV demonstrou ser uma banca que gosta de cobrar esses conhecimentos
jurídicos, discussões doutrinárias e jurisprudenciais, bem típicas da OAB, por exemplo, que
é seu maior trunfo.
Embora houvesse recurso quanto ao gabarito, o Edital não previa alteração de PADRÃO
DE RESPOSTA, somente de pontuação. Ninguém zerou a peça por não fazer despacho e
essa prova é um grande divisor de águas quanto ao comportamento da FGV.
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PCMS – COMENTÁRIOS
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Professora Luana Davico
reside na Avenida Aureliano Moura Brandão, nº 1.217, Bairro Centro, CEP 79180-000, Ribas
do Rio Pardo/MS. Com base nessas informações, sabendo que o inquérito policial ainda não
foi concluído, por necessidade de algumas diligências e oitiva de testemunhas presenciais,
você, como Delegado de Polícia titular de Ribas do Rio Pardo, elabore, fundamentadamente,
a peça procedimental cabível, adequada para resguardar a vida e/ou integridade física/psí-
quica da vítima, bem como para obter os elementos necessários às investigações, com ende-
reçamento ao Poder Judiciário. É dispensada a narrativa dos fatos. Você deverá assinar a
peça apenas como “Delegado de Polícia”, sob pena de identificação, bem como datá-la com
o dia em que a vítima retornou à delegacia para noticiar os novos fatos. Leve em conside-
ração que em Ribas do Rio Pardo há apenas Vara Única e não inclua informações ou
crimes não constantes expressamente no enunciado.
RECONHECENDO A PEÇA
O comando: Com base nessas informações, sabendo que o inquérito policial ainda não
foi concluído, por necessidade de algumas diligências e oitiva de testemunhas presenciais,
você, como Delegado de Polícia titular de Ribas do Rio Pardo, elabore, fundamentadamente,
a peça procedimental cabível, adequada para resguardar a vida e/ou integridade física/psí-
quica da vítima, bem como para obter os elementos necessários às investigações, com ende-
reçamento ao Poder Judiciário.
A peça já inova dispensando a narrativa dos fatos (seria uma ótima ideia para parar-
mos de perder tempo), e ele indica que não há outra vara na comarca, para definir seu
endereçamento.
Aqui a Banca sinalizou duas coisas: que embora ele traga a peça, ele pediu duas, e que
a investigação iniciada, não se findou, o que faz afastar completamente, RELATÓRIO, POR-
TARIA ou qualquer peça administrativa, como APF, DESPACHO etc.
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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
Professora Luana Davico
h) Tipifique: art. 147, caput, do Código Penal, em concurso material, bem como o delito
de descumprimento de medidas protetivas de urgência, nos termos do art. 24-A, caput, da
Lei n. 11.340/2006.
QUAL PRISÃO?
Com base na tipificação, de pronto afastamos a Temporária, embora essa questão deia
claro que a investigação continuava, então se fosse qualquer crime da Lei n. 7.960/1989 ou
da 8.072/1990, indubitavelmente seria Temporária. Mas, no caso, só poderia ser preventiva.
O ESPELHO
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da Vara Única da Comarca de Ribas do Rio Pardo/MS.
Procedimento sigiloso
Investigado: Stuart Mill
Autos do inquérito policial nº 150/2021
A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do Delegado de Polícia que
esta subscreve, em exercício na Delegacia de Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo, no uso
e gozo de suas atribuições constitucionais e legais previstas no art. 144, § 4º, da Constitui-
ção Federal de 1988; no art. 43 da Constituição Estadual; no art. 4º, caput, do CPP; no art.
2ª, § 1º, da Lei Federal nº 12.830/13; e no art. 1º, caput, da Lei Complementar Estadual nº
114/2005; diante do inquérito policial em epigrafe, com fundamento no 5º, inciso XI, da Cons-
tituição Federal; no art. 240, § 1º, alíneas “a”, “d” e “h”, do CPP; e nos artigos 311 e seguintes
do CPP; vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência REPRESENTAR pela expedição
de mandado de busca e apreensão no endereço abaixo indicado, bem como pela decre-
tação da prisão preventiva de Stuart Mill (qualificação), pelas razões de fato e de direito a
seguir expostas.
2. DO DIREITO
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testemunha Benjamin Constant. Há, ainda, clareza de que o estado de liberdade do investi-
gado traz perigo não só à vítima, como também à sociedade, já que testemunhas se sentem
temerosas em depor perante as Autoridades.
Em relação aos fundamentos da prisão preventiva (art. 312 do Código de Processo
Penal), o “periculum libertatis” é cristalino, pois a segregação cautelar é necessária para
garantia da ordem pública (evitando-se a reiteração delitiva e resguardando-se, assim, a vida
e a integridade física/psíquica da vítima) e para fins de conveniência da instrução processual
penal, já que, além de crimes reiterados supostamente praticados, o suspeito vem amea-
çando testemunhas.
Por derradeiro, estão presentes, pelo menos, dois requisitos cautelares da prisão preven-
tiva, isto é, as penas máximas, somadas, ultrapassam 04 (quatro) anos de prisão, levando-se
em conta oito crimes de ameaça e, ainda, o delito de descumprimento de medidas protetivas,
nos termos do art. 313, inciso I, do CPP, além de a custódia cautelar ser necessária para
garantir a execução de medidas protetivas de urgência plenamente vigentes, nos moldes do
art. 313, inciso III, do CPP.
Logo, deve ser decretada a prisão preventiva do suspeito Stuart Mill, com arrimo no art.
312, c/c art. 313, incisos I e III, ambos do Código de Processo Penal.
3 – DO PEDIDO/DA CONCLUSÃO
Por todo o exposto, representa-se, após a oitiva do Membro do Ministério Público, pelas
seguintes medidas:
a) Expedição de mandado de busca e apreensão, com base no art. 250, § 1º, alíneas “a”,
“d” e “h”, do CPP, no seguinte endereço: Avenida Aureliano Moura Brandão, nº 1.217. Bairro
Centro. CEP: 79180-000. Ribas do Rio Pardo/MS, pertencente ao investigado Stuart Mill,
com qualificação nos autos do inquérito policial em epígrafe, com a finalidade de prender o
suspeito, apreender, pelo menos, 3 (três) armas de fogo, sendo uma pistola de calibre .380,
um revólver de calibre .38 e uma espingarda de calibre 12, além de várias munições (todas
de uso permitido), escondidas, supostamente, dentro de um baú, no quarto do suspeito, e
colher, eventualmente, outros elementos de convicção;
b) Decretação da prisão preventiva do investigado Stuart Mill, qualificado nos autos em
epígrafe, com fulcro no art. 312, c/c art. 313, incisos I e III, do Código de Processo Penal,
na forma da Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), por ser necessária e adequada ao
caso concreto.
Nestes termos, pede deferimento.
Ribas do Rio Pardo, 9 de outubro de 2021.
Delegado de Polícia.
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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
Professora Luana Davico
Segundo que, para uma prova tão criteriosa, não citar o art. 20 da Lei n. 11.340/2006,
nem a tipificação de ambos os crimes c/c com o art. 5 III da Lei n. 11.340/2006.
Ao contrário do que diz a própria lei, era padrão no pedido da preventiva, se indicou a
necessidade de manifestação prévia do membro do Ministério Público (tinha que pedir).
FOI PONTUADA AINDA A DATA EXATA DA PEÇA para o dia que a moça voltou à Dele-
gacia! Colocou Ribas do Rio Pardo como local e 9 de outubro de 2021 como data da peça,
sendo que, depois desse fato, testemunhas foram ouvidas, sem saber se o foram no mesmo
dia, e não há tal exigência, não é um prazo próprio (pontuação máxima).
ESSA PROVA É UM EXCELENTE DIVISOR DE ÁGUAS DE CRITÉRIOS DE CORRE-
ÇÃO e que, como disse, levou a minha mudança de análise em vários critérios, pois ela é
bem detalhada, não no básico, que vocês já conhecem, mas na necessidade de “enfiar’’
todos os artigos no preâmbulo e a todo momento na peça.
PCPR – COMENTÁRIOS
S.R.S., brasileiro, solteiro, auxiliar de serviços gerais, residente e domiciliado na Rua das
Araucárias, n.º 20, Bairro das Amoreiras, na cidade de Floresta, estado do Paraná, primário
e de bons antecedentes, encontra-se respondendo, atualmente, em liberdade, ao Inquérito
Policial n.º 21/2021, por suposta prática do crime de roubo (art. 157, caput, Código Penal)
contra a vítima C.P.R. No dia 13/03/2021, aproximadamente às 13h15min, nas proximidades
do restaurante “Bom de Garfo”, S.R.S., verificando que a mochila da vítima C.P.R. estava
entreaberta, aproxima-se dando-lhe voz de assalto “entrega o celular ou eu te furo”. A vítima
C.P.R. rapidamente entrega o celular (marca Samsung, modelo Galaxy A9, avaliado em R$
2.000,00 (dois mil reais), conforme Auto de Avaliação Indireta da fl. 21 do Inquérito Policial).
No decorrer do Inquérito Policial, chegou ao conhecimento da Autoridade Policial, após ouvir
os depoimentos da vítima C.P.R. e de duas testemunhas A.S. e B.C., que S.R.S estaria ron-
dando, em atitude claramente ameaçadora, o restaurante “Bom de Garfo”, local onde se
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ANÁLISE DAS ÚLTIMAS PEÇAS PARA DELEGADO DE POLÍCIA
Professora Luana Davico
RECONHECENDO A PEÇA
QUAL PRISÃO?
A questão admite dupla resposta: tanto prisão temporária, quanto prisão preventiva.
Prisão temporária é aplicável porque o crime de roubo está indicado no art. 1º, III, da Lei n.
7.960/1989. Prisão preventiva idem, em razão do art. 313, I, do CPP c/c art. art. 157 do CPB.
A prisão preventiva, ex vi do art. 312, CPP, é adequada quando positivo, o juízo de verossimi-
lhança sobre a suficiência dos indícios de autoria e de materialidade delitiva (“fumus comissi
delicti”) for relevante, além de demandar a demonstração do perigo da liberdade do imputado
para a sociedade e/ou para a instrução processual penal (“periculum libertatis”).
Na questão, não se afirma que já exista um juízo definitivo sobre autoria e materialidade,
tampouco que tenha havido encerramento do IP ou que tenha sido ofertada a denúncia. Des-
sarte, a prisão preventiva poderá ser aviada antes do transcurso do prazo para denúncia, o
que só ocorre quando a investigação é finda (ex vi do art. 648, III, CPP, em linha com o STJ:
HC 47123 SC, inter alia).
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Professora Luana Davico
ATENÇÃO
ATÉ A CONFECÇÃO DESTE MATERIAL, O PRAZO PARA RECURSO DO PADRÃO DE
RESPOSTA NÃO HAVIA SIDO DIVULGADO. PODE-SE ALTERAR PARA ACEITAREM AS
DUAS PRISÕES.
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O ESPELHO
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Professora Luana Davico
PREÂMBULOS
Concluímos que alguns cobraram toda uma minúcia de artigos no preâmbulo; alguns
vieram, no espelho, com a possibilidade de abreviar CPP/CP/CF; e a PCRN nem direcionou
seu pedido.
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Professora Luana Davico
Bons estudos!
Qualquer dúvida: @luanadavico no Instagram.
Luana Davico
Delegada de Polícia do Distrito Federal. Bacharel em Direito pela UFG e pós graduada em Direito Penal
e Processo Penal pela UFG. Ex-estagiária e ex-assessora do Ministério Público de Goiás. Aprovada para
Delegado CE.
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