Crime: Furto Simples (artigo 155, caput do Código Penal). Pena de reclusão de 01 a 04 anos e multa. Ação Penal: Pública Incondicionada (artigo 100, caput do Código Penal). Rito Processual: Ordinário (artigo 394, §1º, I do Código de Processo Penal). Momento Processual: Momento 3, fase pós processual. Cliente: Michael Jackson. Situação Processual: Réu em liberdade.
2º Passo – Peça Processual
Peça: Memoriais (artigo 403, §3º do Código de Processo Penal).
3º Passo – Endereçamento: Competência: Juiz de 1º grau, 1ª Vara Criminal da Comarca de Presidente Prudente/SP.
4º Passo – Teses de Defesa
Tese preliminar: nulidade processual pela falta de forma. Razão: O Ministério Público não ofereceu a proposta de suspensão condicional do processo dizendo que havia outra ação penal em nome do denunciado, em andamento, por ter praticado o crime de apropriação indébita, quanto ao texto do artigo ele deixa explicito os requisitos e eles foram preenchidos, sendo a pena mínima de 1 ano, e não ter sido condenado por outro crime. Deve ser declarada a nulidade do processo por não ter oferecido a suspensão condicional do processo e pela falta de forma do ato, violando também o princípio do contraditório e da ampla defesa. Fundamentação: artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal, artigo 564, inciso IV do Código de Processo Penal e artigo 89 da Lei nº 9.099/95.
Tese de mérito: absolvição e atipicidade da conduta
Razão: com as investigações policiais concluídas, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Michael pelo crime de furto simples, mas o denunciado nunca teve o dolo de ter o bem para si, com uma intenção de domínio, bem como ele confessou que pegou o bem para dar uma volta com a namorada e iria devolver logo em seguida. Para configurar o crime de furto se faz necessário que o dolo do agente é ter para si ou para outrem o bem subtraído, o que não ocorre no caso em tela. Portanto, não configura o crime de furto, sendo um fato atípico, devendo o réu ser absolvido. Fundamento: artigo 386, inciso III do Código de Processo Penal.
Tese subsidiária: não consideração da reincidência
Razão: reincidente é aquele que comete novo crime após o trânsito em julgado da sentença condenatória pela prática de crime anterior, o que não se configura no caso em tela, porque o réu tem contra si uma ação penal em andamento pela prática do crime de apropriação indébita, como não está em trânsito julgado, não podemos ter a reincidência configurada aqui. E não se pode utilizar de ações penais em curso para agravar a pena-base. Por todo o exposto, o réu deve ser considerado primário para todos os efeitos. Fundamentação: artigo 63 do Código Penal e Súmula 444 do STJ.
Tese subsidiária: substituição da pena privativa de liberdade por Restritiva
de Direitos Razão: os requisitos para a concessão da benesse estão presentes. Como o crime não tem pena superior a 4 anos, não foi cometido com emprego de violência ou grave ameaça, o réu não é considerado reincidente. E então, deve ser concedida a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Fundamento: artigo 44 do Código Penal.
Tese subsidiária: reconhecimento da atenuante da confissão
Razão: o réu confessou que pegou o bem, e por isso deve ser reconhecida a atenuante da confissão. Fundamento: artigo 65, inciso III, alínea ‘’d’’ do Código Penal. Tese subsidiária: reconhecimento da atenuante da idade Razão: o réu na data do crime era menor de 21 anos de idade, por isso deve ser reconhecida a atenuante da idade. Fundamento: artigo 65, inciso I do Código Penal.
Tese subsidiária: pena base no mínimo legal
Razão: a pena base deve ser fixada de acordo com o mínimo legal, já que todas as circunstâncias judiciais são favoráveis. Fundamento: artigo 59 do Código Penal.
Tese subsidiária: regime inicial de cumprimento de pena no regime aberto
Razão: o réu foi denunciado pelo crime de furto simples, o qual prevê pena de 1 a 4 anos. Sendo assim, na hipótese de eventual condenação, a pena não será superior a 4 anos. Sendo assim, deve ser fixado o regime mais brando possível, que no caso é o regime aberto. Fundamento: artigo 33, §2º, alínea ‘’c’’ do Código Penal.