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As coisas que nos irritam dizem mais sobre nós do que sobre a coisa que nos irrita em si.

Não é
aquilo que a pessoa diz que é irritante e sim a tua percepção daquilo que a pessoa diz que gera o
sentimento de irritação.
Por exemplo, irrita-me a palavra “maridão”. Isso não diz nada sobre a pessoa que a utiliza,
apenas sobre a minha relação com a palavra 
Ora, aquilo que te irrita pode ser um convite a aprenderes a não te irritares mudando a tua
relação com o elemento irritante. Pode ser também uma bela forma de auto-conhecimento, pois
pode mostrar-te coisas importantes sobre os teus limites e sobre os teus inegociáveis.
A irritação que sinto com “maridão” é leve e até me pode deixar de sorriso na cara. A irritação
que sinto quando vejo alguém em cima de um palco ou à frente de uma câmara a mentir
ostensivamente é grande e deixa-me tenso e atento.
Assim, proponho-te que faças uma lista de 3 coisas que te irritam ligeiramente e 3 coisas que te
irritam profundamente. E depois possas responder às questões:
“O que dizem as minhas irritações sobre mim”?
“O que aprendi com isto”?
“O que vou fazer agora com isto”?
Ah, e sente-te à vontade para partilhares aqui as tuas irritações, quem sabe descobrimos que
temos algumas em comum 

Que lugar damos à nossa raiva?

CRÓNICAS 25 novembro 2020  •  Tempo de Leitura: 2

Que palavra forte e feia. Raiva. Não convém ter demasiado espaço interior para a raiva, não vá
ela ganhar dentes e garras e ferir-nos a partir de dentro.
 Não convém deixar, muitas vezes, o coração ficar louco num galope descontrolado. Não
convém deixar que os outros percebam o que a nossa cara não consegue esconder.
 Raiva. Fúria e zanga. Todas as emoções politicamente incorretas. Todas varridas para debaixo
dos nossos tapetes de dentro, para que ninguém dê por elas.
 Mas, então, se não há lugar no dia-a-dia para as nossas raivas, zangas e rangeres de dentes,
onde os colocamos? O que havemos de fazer com eles?
 Talvez resulte falar sobre a zanga. Com um amigo, com um professor, com alguém em quem
confiamos. Depois, valerá a pena perguntar-nos: estou zangado com quê? Qual é a razão da
minha raiva? Estou zangado comigo ou com alguém?
 Depois de respondermos a estas perguntas, normalmente, percebemos que estamos mais
zangados connosco. Com aquilo que não sabemos dizer. Com aquilo que não sabemos explicar.
Com aquilo que deixamos que os outros nos façam, por sermos demasiado bonzinhos ou
simpáticos.
 A razão da nossa raiva é, quase sempre, um espelho de uma zanga interna. De um conflito
connosco mesmos que não conseguimos resolver.
 Depois de termos consciência da raiz das nossas raivas, será tempo de encontrar lugar para elas.
Também tem que haver, dentro de nós, espaço para o que é feio. Para o que não é feliz. Para o
que tem dentes. E espinhos. E garras afiadas.
 A boa notícia no meio de todo este cenário de guerra é que a raiva é, normalmente, passageira.
Varre tudo como um ciclone e voa para o próximo alvo. Mas enquanto não nos passa, que
saibamos segurar no que sentimos com o cuidado de quem carrega uma criança de colo.
 Daqui a nada, tudo (nos) passa.
para quem não 'sabia', assim 'ficamos' a saber  ;)

«Auto-estima não é sobre acreditar que me vão aplaudir.


Auto-estima é sobre não precisar que me aplaudam.»

Ermita virtual
2 d · 
Se Cristo nascer mil vezes em Belen, e não em ti, continuarás perdido eternamente. Angelus Silesius
O que te aproveita que Cristo venha em carne, se não vier também à tua alma? Origens
Al descida de Deus pela encarnação cabe a subida do homem pela deificação.
Deus sempre quer se tornar homem, em quem forem dignos, fazendo o homem Deus, tanto quanto
Ele mesmo se tornou homem.
É o Verbo que vem e se aposenta no fundo do coração. O homem deiforme e divino que leva a Deus
em si, brama por retornar ao seu arquétipo divino.
O Verbo de Deus, nascido uma vez segundo a carne, em quantos o desejam, nasce sempre
espiritualmente e se faz criança, formando-se neles pelas virtudes.
San Máximo o Confessor
Entramos no tempo do nascimento eterno pelo qual Deus Pai gerou na eternidade e não cessa de
gerar para que esse mesmo nascimento ocorra hoje no tempo, na natureza humana. Mas aquele que
ocorrer sempre esse nascimento de que me serve se não acontecer em mim? O que acontece em
mim, isso importa.
O propósito principal de Deus é dar vida e não ficar satisfeito até que ele não gera seu filho em nós.
Nem a alma nunca ficará satisfeita até que o Filho nasça nela.
Assim como o Pai o gera na verdadeira unidade da natureza divina em igual e não diferente modo, o
Pai faz nascer o seu Filho no fundo da alma e liga-se assim a ela.
Mestre Eckhart

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