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Aula 01

Microbiologia p/ concursos de biomédicos e farmacêuticos - Curso Regular 2017

Professor: Denise Rodrigues

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AULA 01: Bacteriologia: Patogenicidade bacteriana, mecanismo


de a•‹o das drogas antibacterianas, mecanismos de resist•ncia

SUMçRIO PçGINA

1.! Patog•nese bacteriana 2

2.! Detec•‹o e identifica•‹o de bactŽrias 9

3.! Mecanismos de a•‹o das drogas antibacterianas 24

4.! Mecanismos de resist•ncia aos f‡rmacos 39

5.! Lista de quest›es apresentadas 40

6.! Refer•ncias 48

Ol‡, car’ssimos alunos! Estamos de volta para a


nossa segunda aula. Na aula passada falamos sobre os meios de
esteriliza•‹o, os princ’pios da coleta de amostras, os meios de cultura e as
provas para controle de qualidade. Nessa aula, iremos continuar nossos
estudos relacionados aos microrganismos patog•nicos, com o foco no
isolamento e identifica•‹o de bactŽrias e de import‰ncia cl’nica e a
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determina•‹o de sensibilidade das bactŽrias aos antimicrobianos. Assunto


bastante relevante para os dias de hoje. Ent‹o, vamos come•ar!

Iniciaremos falando sobre os mecanismos de patog•nese bacteriana


para entendermos os mecanismos de defesa contra esses microrganismos.

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1. Patog•nese Bacteriana:

1.1 Como ocorre o processo de patog•nese bacteriana?


Bem, o corpo humano possui diversos fatores que favorecem o
crescimento microbiano. Ele oferece calor, umidade e os alimentos
necess‡rios para que esses microrganismos se adaptem bem ao
ambiente. AlŽm disso, as bactŽrias adquiriram formas de ÒinvadirÓ o
ambiente, colonizar ou aderir, ter acesso ˆs fontes alimentares e escapar
das defesas do hospedeiro.

Um microrganismo Ž considerado um pat—geno quando Ž capaz de


causar doen•a; E assim, existem microrganismos que s‹o altamente
patog•nicos (que s‹o aqueles que frequentemente causam doen•a), e
aqueles que raramente causam doen•a. E tambŽm existem os chamados
oportunistas, que raramente causam doen•as, mas se ÒaproveitamÓ das
defesas reduzidas do hospedeiro (pacientes imunocomprometidos) para
causar doen•as.
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Voc• deve estar se perguntando, o que faz desses


microrganismos ser patog•nicos ou n‹o?

Bem, os microrganismos s‹o capazes de desenvolver habilidades


para ÒdriblarÓ os mecanismos de defesa do hospedeiro, como produzir e

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liberar toxinas que, quando disseminadas no sangue, causam ampla
patogenicidade. A essas habilidades n—s damos o nome de fatores de
virul•ncia. Podemos citar v‡rios fatores, como: ader•ncia, invas‹o,
toxinas, enzimas degradativas, endotoxinas, c‡psula, resist•ncia
aos antibi—ticos, e outros.

Os indiv’duos s‹o acometidos por doen•as infecciosas quando


esses microrganismos patog•nicos ultrapassam as defesas do
hospedeiro, que depende do nœmero de microrganismos que o individuo
est‡ sendo exposto e a virul•ncia desses microrganismos. Ou seja, quanto
maior o nœmero de organismos, maior a probabilidade de infec•‹o.

Virul•ncia: Ž uma medida quantidade da patogenicidade, sendo


determinada pelo nœmero de organismos requeridos para causar
a doen•a. A dose letal de 50% representa o nœmero de
organismos necess‡rios para matar metade dos hospedeiros.
Resumindo: a virul•ncia Ž determinada pela capacidade
dos organismos produzirem diferentes fatores de
virul•ncia.
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Primeiro, para que ocorra uma infec•‹o, as bactŽrias devem entrar


no organismo do hospedeiro. PorŽm, nosso organismo possui mecanismos
que tornam essa entrada mais dif’cil como a pele, muco, epitŽlio ciliado,
secre•›es etc. Quando essas barreiras s‹o quebradas, abre-se uma porta
de entrada para os microrganismos.
Os microrganismos podem invadir o organismo humano por v‡rios
caminhos, como pele quando h‡ cortes, por exemplo, o Staphylococcus
aureus e Staphylococcus epidermidis, que fazem parte da flora normal da

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pele, podem entrar no organismo atravŽs desses cortes e causar infec•›es.
AlŽm da pele, a boca, o nariz, os ouvidos, os olhos, o trato urogenital e o
‰nus s‹o s’tios que as bactŽrias utilizam para entrar no corpo humano.

Como falamos ali em cima, o que faz as bactŽrias ser ou n‹o capazes
de causar doen•a, s‹o os fatores de virul•ncia, n‹o Ž mesmo? Ent‹o, os
fatores de virul•ncia s‹o subst‰ncias ou estruturas do microrganismo que
podem contribuir para o sucesso da invas‹o do hospedeiro e evas‹o ao
sistema imune. Podemos dividir os fatores de virul•ncia em dois
tipos:

¥! Fatores de coloniza•‹o: Adesinas; Invasinas; Evasinas; C‡psula;


¥! Fatores de les‹o: Exotoxinas; Endotoxinas; Enzimas hidrol’ticas;
Superant’genos;

Agora, veremos como esses fatores s‹o capazes de auxiliar os


microrganismos a escapar dos nossos mecanismos de defesa naturais.

1.2 Fatores de coloniza•‹o:

TambŽm s‹o chamados de fatores de ader•ncia, pois s‹o


componentes estruturais das cŽlulas bacterianas que as capacitam para
colonizar, sobreviver e multiplicar em um dado tecido. S‹o fatores
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importantes em —rg‹os como a boca, o intestino delgado e a bexiga. S‹o


exemplos de fatores de coloniza•‹o:

1.! Adesinas: s‹o molŽculas ou estruturas que fixam ou


promovem a ades‹o das bactŽrias ˆs superf’cies dos tecidos;
Podem ser fibrilares ou n‹o fibrilares; Algumas bactŽrias
possuem estruturas especializadas, como o pili (f’mbrias), ou
produzem subst‰ncias, como c‡psulas ou glicoc‡lices, que
permitem sua ades‹o ˆ superf’cie das cŽlulas humanas,

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aumentando sua capacidade de causar doen•as. Podemos citar
alguns exemplos de microrganismos que utilizam esses
mecanismos: os pili de Neisseria gonorrhoeae e E. coli fazem
a liga•‹o desses organismos ao epitŽlio do trato urin‡rio, e o
glicoc‡lix (polissacar’deos capsulares) de Sthapylococcus
epidermidis permite a ades‹o desses organismos no endotŽlio
das v‡lvulas card’acas.
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Pili: S‹o fibras que se estendem a partir da superf’cie bacteriana e


medeiam a liga•‹o a receptores espec’ficos da cŽlula.
Glicoc‡lix: Ž uma Òcamada limosaÓ polissacar’dica secretada por
algumas linhagens de bactŽrias, que medeia a ades‹o a certas
estruturas.

Exemplos de adesinas:
¥! Fibrilares: Linhagens enterotoxig•nicas de Escherichia coli (ETEC)
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aderem por meio de f’mbrias;


¥! N‹o fibrilares: Linhagens enteropatog•nicas de Escherichia coli
(EPEC) aderem ˆ mucosa do intestino delgado atravŽs de prote’nas
de superf’cie

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F’mbrias Glicoc‡lix (revestimento)

Biofilme: ƒ um revestimento formado pela matriz das adesinas, que


possuem uma grande import‰ncia na patog•nese, pois protegem
as bactŽrias contra os anticorpos e antibi—ticos.

2.! Invasinas: S‹o subst‰ncias que permitem a invas‹o do tecido;


Essas bactŽrias secretam enzimas que facilitam o processo de
invas‹o, como a colagenase e hialuronidade, que
degradam col‡geno e ‡cido hialur™nico, o que ir‡ permitir a
dissemina•‹o das bactŽrias atravŽs do tecido subcut‰neo; A
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coagulase produzida por S. aureus acelera a forma•‹o de um


co‡gulo de fibrina a partir do fibrinog•nio. A forma•‹o desse
co‡gulo protege as bactŽrias contra a fagocitose.
Exemplo de invasinas:
A Shigella dysenteriae consegue romper a membrana do fagossomo antes
que esta se funda com um lisossomo.

3.! Evasina: S‹o subst‰ncias ou estruturas bacterianas que torna


a bactŽria capaz de evadir-se da fagocitose, do sistema

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complemento e anticorpos; Por exemplo, as bactŽrias
Neisseria meningitis e Haemophilus influenzae modificam o LPS
(lipopolissacar’deo), adicionando res’duos de ‡cido si‡lico ˆ sua
superf’cie, que tornaram as bactŽrias capazes de ativar o
complemento.
Exemplo de evasina:
C‡psula: o mais importante dos fatores antifagocit‡rios; correspondem ˆ
c‡psula externa ˆ parede celular de v‡rios pat—genos importantes, como
S. pneumoniae e Neisseria meningitidis. A c‡psula polissacar’dica impede
a ades‹o do fag—cito ˆs bactŽrias;

1.3 Fatores de Les‹o:

S‹o fatores que estimulam a produ•‹o de citocinas pelas cŽlulas


do organismo. Vamos estudar esses fatores:

1.! Exotoxinas: Produzidas por v‡rias bactŽrias gram-positivas


e gram-negativas. A caracter’stica essencial das exotoxinas
Ž serem SECRETADAS pelas bactŽrias. S‹o toxinas que atuam
na cŽlula hospedeira alterando sua funcionalidade e causando
sua morte. As exotoxinas produzidas por bactŽrias gram-
positivas possuem mecanismos de a•‹o diferentes e causam
diversos efeitos cl’nicos. Por exemplo: exotoxina diftŽrica
(produzida por Corynebacterium diphtheriae), toxina tet‰nica
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(Clostridium tetani) e a toxina botul’nica (Clostridium


botulinum). Entre as exotoxinas mais importantes das
bactŽrias gram-negativas temos as enterotoxinas de E. coli
e V. cholerae (toxina colŽrica).

2.! Endotoxinas: S‹o componentes integrais das paredes


celulares de bacilos e cocos gram-negativos,
diferentemente das exotoxinas, que s‹o liberadas ativamente

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pela cŽlula. Produzem efeitos de febre e choque. O choque
pode ser causado pela libera•‹o de toxinas bacterianas.

Vamos analisar o quadro comparativo entre as toxinas:


Exotoxinas Endotoxinas
Excretadas por cŽlulas vivas Liberadas durante a lise
BactŽrias gram (+) e (-) Apenas bactŽrias gram (-)
Relativamente inst‡veis Relativamente est‡veis
Altamente antig•nicas Fracamente imunol—gicas
Altamente t—xicas Moderadamente t—xicas
Polipept’deos Lipopolissacar’deos
Em geral, n‹o produzem febre Em geral, produzem febre

Algumas bactŽrias de diferentes linhagens podem causar doen•as


diferentes, pois essas bactŽrias s‹o capazes de produzirem fatores de
virul•ncia diferentes. Por exemplo, o S. aureus causa doen•as
inflamat—rias piog•nicas, como endorcadite, osteomielite e artrite
sŽptica, e tambŽm doen•as n‹o piog•nicas mediadas por exotoxinas,
como a s’ndrome do choque t—xico, s’ndrome da pele escaldada e
intoxica•‹o alimentar.

Bom, quando somos invadidos por microrganismos patog•nicos, h‡


um tempo para o desenvolvimento da doen•a, que chamamos de est‡gios
da doen•a.
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Vamos analisar esses est‡gios:

Uma doen•a infecciosa aguda apresenta quatro est‡gios:


1.! Per’odo de incuba•‹o: per’odo que decorre desde o
momento em que o agente etiol—gico se instala no organismo
do hospedeiro atŽ o inicio dos sinais e sintomas cl’nicos
da doen•a (esse tempo varia de horas a dias ou semanas,
dependendo do organismo).

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2.! Per’odo prodr™mico: transmiss‹o do agente causal e com
manifesta•›es m’nimas do organismo (como febre, mal
estar e perda de apetite).
3.! Per’odo da doen•a: per’odo que ocorre sinais e sintomas
da doen•a. A dura•‹o depende da evolu•‹o e caracter’sticas
de cada doen•a, alŽm dos efeitos da intera•‹o agressor-
hospedeiro.
4.! Per’odo de convalesc•ncia: elimina•‹o do agressor pelo
hospedeiro. Repara•‹o dos —rg‹os e tecidos que foram
danificados durante a doen•a. N‹o h‡ transmiss‹o da doen•a.

Depois que o microrganismo desencadeou uma doen•a,


precisamos isolar essas bactŽrias para realizar um diagn—stico
espec’fico para cada doen•a.

No diagn—stico laboratorial de doen•as infecciosas, podemos


encontrar duas abordagens: a bacteriol—gica, na qual o organismo
Ž identificado por meio de tŽcnicas de colora•‹o e cultivo, e a
imunol—gica, na qual o organismo Ž identificado pela detec•‹o de
anticorpos contra o organismo no soro do paciente. Vamos estudar
essas abordagens em microbiologia!

2. Detec•‹o e identifica•‹o de bactŽrias:


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Em geral, o trabalho desenvolvido no laborat—rio bacteriol—gico adota


tr•s abordagens:
¥! Observa•‹o do organismo ao microsc—pio ap—s colora•‹o;
¥! Obten•‹o de uma cultura pura do organismo pela inocula•‹o
em um meio bacteriol—gico;
¥! Identifica•‹o do organismo por intermŽdio de rea•›es
bioqu’micas, crescimento em meios seletivos ou rea•›es com
anticorpos espec’ficos.

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Abordagem geral para o diagn—stico de uma infec•‹o bacteriana:


1. Obten•‹o de um espŽcime a partir do s’tio infectado.

2. Colora•‹o do espŽcime utilizando o procedimento apropriado (ex. colora•‹o


de gram). An‡lise de forma, tamanho, organiza•‹o etc. Determinar se h‡ um
ou mais tipos de bactŽrias presentes.
3. Cultura do espŽcime em meios apropriados (ex. placas de Agar sangue).
4. Identifica•‹o do organismo por meio de testes apropriados (ex.
fermenta•‹o de a•œcares).
5. Realiza•‹o de testes de suscetibilidade a antibi—ticos.

Vamos come•ar estudando os principais mŽtodos bacteriol—gicos:

2.1 MŽtodos bacteriol—gicos:!!!

1.! Hemoculturas: As hemoculturas s‹o realizadas com maior


frequ•ncia quando h‡ suspeita de sŽpsis, endocardite,
osteomielite, meningite ou pneumonia. Normalmente, a partir
da hemocultura s‹o isolados microrganismos cocos gram-
positivos: Staphylococcus aureus e Streptococcus
pneumoniae, e bacilos gram-negativos: Escherichia coli,
Klebsiella pneumoniae 00000000000

e Pseudomonas aeruginosa.
Nessa cultura, devemos destacar que Ž importante obter
PELO MENOS tr•s amostras de 10mL de sangue em um
per’odo de 24 horas! AlŽm disso, o local da pun•‹o venosa
deve ser limpo com iodo 2% para impedir a contamina•‹o por
microrganismos da microbiota da pele, geralmente S.
epidermidis. Ap—s a coleta, deve-se adicionar a amostra em um
meio de cultura rico, como caldo infus‹o cŽrebro-
cora•‹o (CALDO BHI). A hemocultura deve ser verificada
diariamente quanto ˆ turbidez ou produ•‹o de CO2 durante 7

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dias ou mais. Resultado: se houver crescimento: realizar a
colora•‹o de Gram, o subcultivo e o teste de sensibilidade a
antibi—ticos. Se n‹o houver crescimento: Cultivar em outros
meios.

A identifica•‹o dos estreptococos e estafilococos se baseia na morfologia


que apresentam em meios l’quidos. Sendo o estreptococo uma cadeia
normalmente longa e os estafilococos mostrando-se em forma de
cocos aos pares, em cachos de uva ou agrupados. A identifica•‹o
presuntiva come•a com a inocula•‹o prim‡ria na placa de ‡gar sangue
de carneiro As col™nias de estafilococos s‹o geralmente maiores, de
colora•‹o variando do branco-porcelana a amarelo podendo
apresentar hem—lise ou n‹o. As col™nias de estreptococos tendem a
serem menores (puntiformes), e com halos de hem—lise total ou
parcial (beta e alfa hem—lise). A diferencia•‹o entre os estreptococos
e os estafilococos se d‡, seguramente, pela prova da catalase.
Prova da catalase: Coleta-se uma amostra da col™nia que cresceu no
meio e coloca em uma l‰mina de vidro. Sobre essa l‰mina, coloca-se
uma gota de ‡gua oxigenada 3% e observa-se a forma•‹o de bolhas. O
resultado Ž, geralmente, positivo para os estafilococos e negativo para
os estreptococos.
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2.! Culturas de garganta: As culturas de garganta s‹o utilizadas


principalmente para detectar a presen•a de estreptococos
beta-hemol’ticos do grupo A (Streptococcus pyogenes), que
Ž um microrganismo importante quando h‡ suspeita de
faringite. AlŽm disso, utiliza-se quando h‡ suspeita de difteria,
faringite gonoc—ccica ou minil’ase (Candida). Para a coleta,

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utilizamos um swab na regi‹o posterior da faringe, nas tonsilas
ou fossas tonsilares. A coleta deve ser feita,
preferencialmente, antes do desjejum e da higiene oral.
Usando foco de luz, abaixar a l’ngua do paciente, introduzir o
swab diretamente na ‡rea da coleta, evitando toc‡-lo em outras
partes da boca. Depois de coletada a amostra, semeia-se em
uma placa de Agar sangue. Resultado: se aparecerem col™nias
de estreptococos beta-hemol’ticos, adiciona-se um disco de
bacitracina para determinar a possibilidade de o organismo
corresponder a um estreptococo do grupo A. Se houver inibi•‹o
do crescimento ao redor do disco, trata-se de um estreptococo
do grupo A; Se houver crescimento ao redor do disco, trata-se
de um estreptococo beta-hemol’tico n‹o pertencente ao grupo
A.
Teste da bacitracina: O teste com disco de bacitracina
permite observar zona de inibi•‹o como resultado de
sensibilidade, assim, o Streptococcus pyogenes (grupo A) Ž
rapidamente identificado.

3.! Culturas de escarro: s‹o realizadas principalmente quando


h‡ suspeita de pneumonia ou tuberculose. A causa mais
frequente de pneumonia adquirida na comunidade Ž por
conta de S. pneumoniae, enquanto S. aureus e bacilos gram-
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negativos, como K. pneumoniae e P. aeruginosa s‹o causas


comundos de pneumonias adquiridas em hospitais. A
amostra Ž semeada em Agar sangue, que revela col™nias bem
caracter’sticas, que ser‹o identificadas por testes sorol—gicos e
bioqu’micos.

4.! Cultura de liquor: realizada quando existe suspeita de


meningite. A meningite Ž causada principalmente por tr•s
organismos: Neisseria meningitidis, S. pneumoniase e

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Haemophilus influenzae. As culturas s‹o realizadas em Agar
sangue e Agar chocolate

As espŽcies de Neisseria s‹o diplococos Gram negativos. Todas


neisserias s‹o oxidase positivas e catalase positivas, exceto
Neisseria elongata e Kingella denitrificans.

5.! Cultura de fezes: s‹o utilizadas principalmente em casos de


suspeita de enterocolite. Os principais pat—genos encontrados
em cultura de fezes s‹o: Shighella, Salmonella e
Campylobacter. Nesse caso, podemos utilizar um exame
microsc—pico direto das fezes, como colora•‹o com azul de
metileno, e colora•‹o de gram. PorŽm, a colora•‹o de gram
n‹o Ž muito utilizada, pois temos v‡rios microrganismos da
microbiota normal que podem dificultar a interpreta•‹o.
Como vimos na aula anterior, para a cultura de Salmonella e
Shighella, Ž utilizado o meio diferencial, como Agar
MacConkey ou Agar Eosina-azul de metileno (EMB). Como a
Salmonella e a Shighella n‹o fermentam a lactose, Ž poss’vel
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diferenci‡-las de outros bacilos gram-negativos. J‡ para


diferenciar Salmonella de Shighella, utilizamos o Agar
tr’plice a•œcar ferro (TSI).

6. Cultura de urina: s‹o realizadas principalmente quando h‡


suspeita de pielonefrite ou cistite, sendo que a causa mais

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frequente de infec•›es do trato urin‡rio Ž E. coli, e tambŽm
Enterobacter, Proteus e Enterococcus fecalis. Como nosso
organismo possui bactŽrias da microbiota normal, quando
fazemos a coleta de urina, desprezamos o primeiro jato para evitar
a contamina•‹o da amostra. A cultura de urina deve ser realizada
atŽ uma hora ap—s a coleta, e armazenada em refrigerador, por
no m‡ximo 18 horas. O principal meio de cultura utilizado
para amostra de urina Ž o Agar CLED, pois a lactose permite a
detec•‹o de coliformes contaminantes que s‹o fermentadores de
lactose, e impede a forma•‹o do ÒvŽuÓ de Proteus. A presen•a de
E. coli no Agar CLED, forma col™nias amarelas/opacas, pois s‹o
fermentadoras de lactose. As n‹o fermentadoras de lactose
apresentam colora•‹o azul.

7. Culturas do trato genital: s‹o realizadas em pacientes que


apresentam secre•›es anormais. O pat—geno mais importante
nessa pesquisa Ž Neisseia gonorrhoeae (um diplococo gram-
negativo). Como esse organismo Ž muito delicado, deve ser
inoculado diretamente em placa de Agar Thayer-Martin
chocolate ou em meio de transporte especial.

8. Culturas de ferimentos e abscessos: Nesse caso, as


bactŽrias que ir‹o ser isoladas dependem do s’tio anat™mico que
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ser‡ coletada. Por exemplo, abscessos no cŽrebro, nos pulm›es e


no abd™men s‹o frequentemente causados por organismos
anaer—bicos, como Bacteroides fragilis, e cocos gram-positivos,
como S. aureus e S. pyogenes. Em ferimentos traum‡ticos abertos
s‹o principalmente causados por membros da microbiota do solo,
como Clostridium perfringens;

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Agar BactŽrias Fun•‹o/propriedade


isoladas

Sangue V‡rias bactŽrias Detec•‹o de hem—lise.


Carv‹o-extrato Bordetella Concentra•‹o de sangue permite o
de levedura pertussis crescimento.
Chocolate Neisseria O aquecimento do sangue inativa os
meningitidis e inibidores do crescimento.
gonorrhoeae
Eosina azul de V‡rios bacilos Seletivo contra bactŽrias gram-
metileno entŽricos gram- positivas e diferencia entre
negativos fermentadores e n‹o fermentadores de
lactose.
Lšwernstein- Mycobacterium Seletivo contra bactŽrias gram-
Jensen tuberculosis positivas da microbiota do trato
respirat—rio e contem lip’deos
necess‡rios ao crescimento.
MacConkey V‡rios bacilos Seletivo contra bactŽrias gram-
gram-negativos positivas e diferencia entre
fermentadores e n‹o fermentadores de
lactose.
Thayer-Martin N. gonorrhoeae 00000000000
Agar chocolate contendo antibi—tico
para inibir o crescimento da microbiota
normal.
Tr’plice a•œcar V‡rios bacilos Diferencia os fermentadores dos n‹o
ferro (TSI) entŽricos gram- fermentadores de lactose e os
negativos produtores dos n‹o produtores de H2S.

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1. (AOCP Ð UFC Ð 2014) Assinale a alternativa que apresenta uma


bactŽria Gram-positiva.
a) Morganella morganii.
b) Enterobacter aerogenes.
c) Citrobacter koseri.
d) Acinetobacter baumannii.
e) Streptococcus pneumoniae.
Coment‡rio: Como vimos na nossa aula, os streptococcus pneumoniae
s‹o classificados como cocos gram-positivos, enquanto os outros s‹o
classificados como bacilos gram-negativos.
Resposta: E.

2. (AOCP Ð UFC Ð 2014) Assinale a alternativa que aponta a(s)


caracter’stica(s) de crescimento em ‡gar CLED da bactŽria Escherichia coli
a) Col™nias amarelo palha e brancas.
b) Col™nias planas, cor verde.
c) Col™nias opacas, amarelas com ligeira cor amarelo escuro no centro, com
cerca de 1,25 mm de di‰metro, as n‹o fermentadoras de lactose col™nias
azuis.
d) Col™nias verdes, com superf’cie prateada e periferia rugosa.
e) Col™nias pequenas e cinzas. 00000000000

Coment‡rio: ÒO principal meio de cultura utilizado para amostra de urina


Ž o Agar CLED, pois a lactose permite a detec•‹o de coliformes
contaminantes que s‹o fermentadores de lactose, e impede a forma•‹o do
ÒvŽuÓ de Proteus. A presen•a de E. coli no Agar CLED, forma col™nias
amarelas/opacas, pois s‹o fermentadoras de lactose. As n‹o fermentadoras
de lactose apresentam colora•‹o azulÓ.
Resposta: C.

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3. (AOCP Ð UFC Ð 2014) Com rela•‹o ˆ coleta de material para cultura
de orofaringe, Ž correto afirmar que:
a) colher dois swabs, um para confec•‹o imediata da l‰mina de
bacterioscopia e outro para o cultivo, transportado em meio de transporte
adequado.
b) se o swab tocar na l’ngua, n‹o h‡ problema, pois a saliva contŽm as
mesmas bactŽrias da orofaringe.
c) o paciente deve, antes da coleta, realizar assepsia oral para evitar mau
h‡lito.
d) n‹o deve-se utilizar abaixador de l’ngua, pois pode causar contamina•‹o
da cultura.
e) Ž recomendado coletar o material logo ap—s o paciente se alimentar, pois
as bactŽrias ficam mais evidentes.
Coment‡rio: ÒPara a coleta, utilizamos um swab na regi‹o posterior da
faringe, nas tonsilas ou fossas tonsilares. A coleta deve ser feita,
preferencialmente, antes do desjejum e da higiene oral. Usando foco de
luz, abaixar a l’ngua do paciente, introduzir o swab diretamente na ‡rea da
coleta, evitando toc‡-lo em outras partes da bocaÓ.
Resposta: A.

4. (AOCP Ð UFGD Ð 2014) No laborat—rio de microbiologia, chega uma


secre•‹o de orofaringe para identifica•‹o do microrganismo causador de
amidalite de repeti•‹o. 00000000000

Assinale a alternativa que aponta a prova de triagem que seguramente


difere estreptococos de estafilococos.
a) Prova da oxidase.
b) Prova da catalase.
c) Prova da lactose.
d) Prova de fermenta•‹o.
e) Prova da coagulase.

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Coment‡rio: ÓA diferencia•‹o entre os estreptococos e os estafilococos se
d‡, seguramente, pela prova da catalase. Prova da catalase: Coleta-se
uma amostra da col™nia que cresceu no meio e coloca em uma l‰mina de
vidro. Sobre essa l‰mina, coloca-se uma gota de ‡gua oxigenada 3% e
observa-se a forma•‹o de bolhas. O resultado Ž, geralmente, positivo
para os estafilococos e negativo para os estreptococosÓ.
Resposta: B

5. (AOCP Ð UFGD Ð 2014) Paciente do sexo masculino chega ao


laborat—rio com solicita•‹o de exame bacteriosc—pico de secre•‹o uretral
para diagn—stico de gonorreia. Assinale a alternativa que indica qual o
achado nesse exame caso seja positivo para essa patologia.
a) Diplococos Gram negativos.
b) Cocos Gram positivos.
c) Bacilos Gram negativos
d) Bacilos Gram positivos.
e) Diplococos Gram positivos
Coment‡rio: ÒCulturas do trato genital: s‹o realizadas em pacientes que
apresentam secre•›es anormais. O pat—geno mais importante nessa
pesquisa Ž Neisseia gonorrhoeae (um diplococo gram-negativo).
Como esse organismo Ž muito delicado, deve ser inoculado diretamente em
placa de Agar Thayer-Martin chocolate ou em meio de transporte especialÓ.
Resposta: A. 00000000000

6. (COVEST - UFPE Ð 2015) Uma grande variedade de micro-organismos


est‡ envolvida em infec•›es de feridas e de abscessos. Em rela•‹o aos
micro-organismos anaer—bios, analise as afirmativas abaixo.
1) Infec•›es de mordidas de cachorro ou gato s‹o comumente causadas
por Pasteurella multocida, enquanto mordidas de seres humanos envolvem
os anaer—bios da boca.
2) Os abscessos de cŽrebro, pulm›es e abd™men s‹o causados por
anaer—bios como Bacteroides fragilis e Staphylococcus aureus.

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3) Infec•›es de feridas abertas s‹o causadas principalmente por
Clostridium perfringens.
4) Infec•›es de feridas cirœrgicas s‹o causadas principalmente por
Streptococcus.
Est‹o corretas, apenas:
A) 1 e 2.
B) 2 e 3.
C) 1, 2 e 3.
D) 1, 3 e 4.
E) 2, 3 e 4.
Coment‡rio: ÒCulturas de ferimentos e abscessos: Nesse caso, as
bactŽrias que ir‹o ser isoladas dependem do s’tio anat™mico que ser‡
coletada. Por exemplo, abscessos no cŽrebro, nos pulm›es e no
abd™men s‹o frequentemente causados por organismos anaer—bicos, como
Bacteroides fragilis, e cocos gram-positivos, como S. aureus e S. pyogenes.
Em ferimentos traum‡ticos abertos s‹o principalmente causados por
membros da microbiota do solo, como Clostridium perfringensÓ.
Resposta: C.

7. (COVEST Ð UFPE Ð 2015) Culturas de fezes s‹o indicadas


principalmente em casos de enterocolites. Os micro-organismos
causadores de diarreias mais frequentes s‹o Shigella, Salmonella e
Campylobacter. Sobre a coprocultura, Ž correto afirmar que:
00000000000

A) como diagn—stico r‡pido, o exame microsc—pico direto das fezes pode


ser indicado para revelar a presen•a de muitos leuc—citos utilizando o
mŽtodo de Gram.
B) no diagn—stico r‡pido, a colora•‹o com azul de metileno Ž indicada
devido ao grande nœmero de bactŽrias da flora normal do c—lon dificultar a
interpreta•‹o.
C) em caso de suspeita de Salmonella e Shigella, pode ser utilizado um
meio de cultura diferencial e seletivo como o MacConkey ou ‡gar de
eosinaazul de metileno (EMB).

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D) em caso de col™nias fermentadoras de lactose serem encontradas em
um semeio em MacConkey, Ž indicado um teste complementar em meio
TSI (Tr’plice A•œcar e Ferro) para distinguir Salmonella de Shigella.
E) algumas espŽcies de Proteus se assemelham ao comportamento da
Salmonella em ‡gar-TSI, mas podem ser diferenciadas por n‹o produzirem
a enzima urease.
Coment‡rio: ÒCultura de fezes: s‹o utilizadas principalmente em casos de
suspeita de enterocolite. Os principais pat—genos encontrados em cultura
de fezes s‹o: Shighella, Salmonella e Campylobacter. Nesse caso, podemos
utilizar um exame microsc—pico direto das fezes, como colora•‹o com azul
de metileno, e colora•‹o de gram. PorŽm, a colora•‹o de gram n‹o Ž
muito utilizada, pois temos v‡rios microrganismos da microbiota
normal que podem dificultar a interpreta•‹o. Como vimos na aula
anterior, para a cultura de Salmonella e Shighella, Ž utilizado o meio
diferencial (E NÌO SELETIVO), como Agar MacConkey ou Agar Eosina-
azul de metileno (EMB). Como a Salmonella e a Shighella n‹o fermentam
a lactose, Ž poss’vel diferenci‡-las de outros bacilos gram-negativos. J‡
para diferenciar Salmonella de Shighella, utilizamos o Agar tr’plice a•œcar
ferro (TSI)Ó.
Resposta: E.

8. (UEPB - Pref. CatolŽ do Rocha/PB Ð 2015) As infec•›es do trato


geniturin‡rio podem ser caracterizadas pela invas‹o dos tecidos do sistema
00000000000

urin‡rio (rins, bexiga, uretra e ureteres) por diversos tipos de


microrganismos. Qual das bactŽrias abaixo NÌO se enquadra entre as
principais causadoras de infec•›es do trato geniturin‡rio?
a) Acinetobactersp
b) Pseudomonassp
c) Salmonella
d) Klebsiella
e) Escherichia coli

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Coment‡rio: A causa mais frequente de infec•›es do trato urin‡rio Ž E.
coli, e tambŽm Enterobacter, Proteus e Enterococcus fecalisÓ. As
salmonellas s‹o geralmente encontradas em cultura de fezes, pois
s‹o as principais causadoras de enterocolites.
Resposta: C.

9. (VUNESP - Pref. S‹o JosŽ dos Campos/SP Ð 2015) Assinale a


alternativa correta em rela•‹o aos exames bacteriol—gicos.
(A) O tempo de incuba•‹o m’nimo para libera•‹o de um resultado negativo
das culturas de urina e de sangue Ž 18 e 36 horas, respectivamente.
(B) A semeadura de l’quidos cavit‡rios para bactŽrias aer—bias e anaer—bias
facultativas deve ser feita em ‡gar CLED (cystine lactose electrolyte
deficient).
(C) O swab ou zaragatoa com amostra de secre•‹o de orofaringe deve ser
colocado em solu•‹o salina e sob refrigera•‹o atŽ sua inocula•‹o.
(D) Os meios de transporte apropriados para a secre- •‹o vaginal e de
abscessos s‹o, respectivamente, o Cary Blair e Stuart.
(E) O Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae s‹o agentes
etiol—gicos frequentes nas infec•›es da cavidade pleural em crian•as.
Coment‡rio: O Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae s‹o
os principais causadores da pneumonia, ou seja, na cavidade pleural
(camada que envolve o pulm‹o) espera-se encontrar esses pat—genos.
Resposta: E. 00000000000

10. (COTEC/UNIMONTES - BiomŽdico - Pref. Guaraciama/MG Ð


2016) Com rela•‹o ˆ prova bioqu’mica da Catalase, assinale a alternativa
CORRETA:
A) A prova Ž feita colocando uma gota de solu•‹o aquosa de per—xido de
hidrog•nio a 10-15% numa l‰mina e, em seguida, com uma al•a de platina,
colocar uma por•‹o do crescimento bacteriano sobre a gota.
B) Essa enzima atua sobre a ‡gua oxigenada (per—xido de hidrog•nio 10 a
15%), desdobrando-a em oxig•nio e ‡gua.

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C) ƒ usualmente empregada para diferenciar os bacilos Gram positivos
catalase negativos, Lactobacillus e Erysipelothrix de Listeria, e a maioria
dos Corynebacterium catalase positivos.
D)Pode ser empregada para diferenciar Staphylococcus, que s‹o catalase
negativos, de Streptococcus, catalase positivos.
Coment‡rio: Sabemos que os estreptococos s‹o microrganismos
gram-positivos e os estafilococos microrganismos gram-negativos, a partir
disso: ÓA diferencia•‹o entre os estreptococos e os estafilococos se d‡,
seguramente, pela prova da catalase. Prova da catalase: Coleta-se uma
amostra da col™nia que cresceu no meio e coloca em uma l‰mina de vidro.
Sobre essa l‰mina, coloca-se uma gota de ‡gua oxigenada 3% e observa-
se a forma•‹o de bolhas. O resultado Ž, geralmente, positivo para os
estafilococos e negativo para os estreptococosÓ.
Resposta: C.

Vamos continuar? =D

2.2 MŽtodos imunol—gicos:

As rea•›es sorol—gicas auxiliam o diagn—stico microbiol—gico.


Normalmente, s‹o utilizadas duas abordagens b‡sicas: 1. Utiliza•‹o de
anticorpos para identificar o microrganismo e 2. Utiliza•‹o de
ant’genos conhecidos para detectar a presen•a de anticorpos no
00000000000

soro do paciente.

Nestes testes, os ant’genos do organismo causal podem ser


detectados pelo uso de anticorpos espec’ficos, frequentemente marcados
com um corante. A presen•a de anticorpos no soro do paciente pode ser
detectada utilizando-se ant’genos derivados do organismo. Em alguns
testes, o soro do paciente contŽm anticorpos que reagem com um ant’geno
n‹o derivado do organismo causal, como o teste de VDRL, onde a

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cardiolipina de cora•‹o bovino reage com anticorpos presentes no soro de
pacientes apresentando s’filis.

Bom, agora que sabemos como fazer o isolamento e a identifica•‹o


dos microrganismos, podemos estudar os mecanismos de a•‹o das
drogas antimicrobianas, e saber qual Ž o tratamento mais adequado
para cada microrganismo patog•nico.

3. Mecanismo de a•‹o das drogas antibacterianas:

A terapia antimicrobiana corresponde ‡ inibi•‹o seletiva do


crescimento do microrganismo sem danos ao hospedeiro. As drogas
antibacterianas agem principalmente na cŽlula bacteriana: na parede
celular, nos ribossomos, nos ‡cidos nucleicos e na membrana celular. Os
antimicrobianos s‹o produtos capazes de matar (bactericida) ou impedir a
multiplica•‹o dos microrganismos (bacteriost‡ticos).

!
Os f‡rmacos bacteriost‡ticos possuem caracter’sticas marcantes
como: 1. As bactŽrias podem voltar a crescer quando o f‡rmaco Ž retirado;
2. Os mecanismos de defesa do hospedeiro, como a fagocitose, s‹o
necess‡rias para matar a bactŽria. 00000000000

Antes de come•armos a falar sobre os mecanismos de a•‹o de cada


f‡rmaco, precisamos falar sobre alguns conceitos importantes nesse
conteœdo:

¥! Antibi—tico: Subst‰ncia produzida por seres vivos (fungos ou


bactŽrias) capaz de matar ou inibir outros micro-organismos.

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¥! Quimioter‡pico: Subst‰ncia produzida em laborat—rio, capaz
de matar ou inibir micro-organismos.
¥! Antimicrobiano: Subst‰ncia capaz de matar ou inibir
microrganismos e dotada de toxicidade seletiva.
¥! Toxicidade seletiva: Capacidade de lesar o microrganismo,
sem ser t—xica para o hospedeiro.
¥! Sinergismo: Quando a combina•‹o de duas drogas aumenta
a atividade de ambas.
¥! Antagonismo: Quando um antimicrobiano diminui a a•‹o de
outro.
¥! A•‹o bacteriost‡tica: Capacidade de inibir o crescimento de
um micro-organismo.
¥! Concentra•‹o m’nima inibit—ria (CMI): Menor
concentra•‹o da droga capaz de inibir o crescimento de um
micro-organismo.
¥! A•‹o bactericida: Capacidade de matar ou lesar
irreversivelmente o microrganismo.
¥! Concentra•‹o m’nima bactericida (CMB): Menor
concentra•‹o da droga capaz de matar o microrganismo.

A partir desses conceitos, podemos iniciar os nossos estudos sobre


os mecanismos de a•‹o das drogas antimicrobianas.
S‹o v‡rios os mecanismos de a•‹o utilizados por esses f‡rmacos. Na
00000000000

figura abaixo podemos ver um resumo desses mecanismos.

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Os f‡rmacos antimicrobianos agem principalmente por:


1.! Inibi•‹o da s’ntese da parede celular;
2.! Altera•‹o da permeabilidade da membrana celular;
3.! Inibi•‹o da s’ntese de prote’nas;
4.! Inibi•‹o da s’ntese de ‡cidos nucleicos;
5.! Outros;

Vamos come•ar pelo principal mecanismo de a•‹o.

3.1 Inibi•‹o da s’ntese da parede celular:


00000000000

Temos diversos f‡rmacos que agem a partir desse mecanismo:


¥! β-lact‰micos
¥! Glicopept’dicos: Vancomicina
¥! Bacitracina
¥! Cicloserina

1 - β-lact‰micos: O grupo dos β-lact‰micos possui no seu nœcleo


estrutural o anel β-lact‰mico, que confere atividade bactericida, sendo

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uma estrutura essencial ˆ atividade antibacteriana. S‹o pertencentes a
esse grupo: penicilinas, cefalosporinas, carbapenens e
monobactans. Esses f‡rmacos atuam interferindo na s’ntese de
peptideoglicano (estrutura respons‡vel pela integridade da parede
bacteriana). Para que isto ocorra, os β-lact‰micos devem penetrar na
bactŽria atravŽs das porinas presentes na membrana externa da parede
celular bacteriana e n‹o devem ser destru’dos pelas β-lactamases
produzidas pela bactŽria (mecanismo de resist•ncia), alŽm disso, devem
ligar-se e inibir as prote’nas ligadoras de penicilina (PLP) respons‡veis pelo
passo final da s’ntese da parede bacteriana.
¥! Penicilinas: atuam inibindo as transpeptidades, enzimas que
catalisam a etapa final das liga•›es cruzadas durante a s’ntese de
peptideoglicano. A penicilina Ž bactericida, porŽm mata as
cŽlulas apenas quando se encontram em fase de
crescimento, porque durante o crescimento celular, ocorre
a s’ntese de novo peptideoglicano, e a’ ocorre a
transpeptida•‹o. Atualmente, dispomos de v‡rios tipos de
penicilinas no mercado, e s‹o escolhidas de acordo com o
microrganismo infectante.

F‡rmaco Principais organismos

Penicilina G Cocos gram-positivos, bacilos gram-positivos, Neisseria,


00000000000

Treponema pallidum e diversos anaer—bicos, porŽm


NENHUM dos bacilos gram-negativos listados a seguir.
Ampicilina ou Certos bacilos gram-negativos, como Haemophilus
amoxicilina influenzae, Escherichia Coli, Proteus, Salmonella e
Shighella, mas n‹o Pseudomonas aeruginosa.
Carbenicilina ou P. aeriginosa, especialmente quando utilizada em
ticarcilina combina•‹o sinerg’stica com um aminoglicos’deo.
Nafcilina ou Staphylococcus aureus produtores de penicilase.
dicloxacilina

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¥! Cefalosporinas: S‹o antimicrobianos §-lact‰micos de amplo


espectro. Atuam da mesma maneira das penicilinas, ou seja, s‹o
agentes bactericidas que inibem as liga•›es cruzadas do
peptideoglicano. Diferem das penicilinas em sua estrutura:
apresentam um anel de seis membros adjacente ao anel §-
lact‰mico. S‹o divididas em gera•›es de acordo com as
caracter’sticas farmacocinŽticas e farmacodin‰micas. As
cefalosporinas de primeira gera•‹o s‹o ativas contra cocos gram-
positivos. As de segunda, terceira e quarta gera•‹o foram
sintetizadas com o objetivo de expandir a atividade contra bacilos
gram-negativos. S‹o eficazes contra uma ampla gama de
organismos e geralmente s‹o bem toleradas.

Gera•‹o Principais organismos

1» S‹o muito ativas contra cocos gram-positivos e t•m atividade


Gera•‹o moderada contra E. coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae
adquiridos na comunidade. N‹o t•m atividade contra H. influenzae e
n‹o agem contra estafilococos resistentes ˆ oxacilina, pneumococos
resistentes ˆ penicilina, Enterococcus spp. e anaer—bios.
2» Em rela•‹o ˆs de primeira gera•‹o, apresentam uma maior atividade
Gera•‹o contra H. influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria meningitidis,
00000000000

Neisseria gonorrhoeae e em determinadas circunst‰ncias aumento da


atividade Òin vitroÓ contra algumas enterobacteriaceae.
3» S‹o mais potentes contra bacilos gram-negativos facultativos, e t•m
Gera•‹o atividade antimicrobiana superior contra S. pneumoniae (incluindo
aqueles com sensibilidade intermedi‡ria ˆs penicilinas), S. pyogenes
e outros estreptococos. Com exce•‹o da ceftazidima, apresentam
atividade moderada contra os S. aureus sens’vel ˆ oxacilina, por
outro lado, somente a ceftazidima tem atividade contra P.
aeruginosa.

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¥! Carbapenens: S‹o f‡rmacos §-lact‰micos que s‹o
estruturalmente diferentes das penicilinas e cefalosporinas. Esses
f‡rmacos possuem o maior espectro de a•‹o dentro da classe.
Apresentam excelente atividade bactericida contra
diversas bactŽrias gram-positivas, gram-negativas e
anaer—bias. Entre os gram-positivos podemos citar:
estreptococos e estafilococos; entre os gram-negativos: Neisseria,
Pseudomonas, Haemophilus, E. coli; Alguns carbapenens
dispon’veis: Imipenem, meropenem e ertapenem s‹o
dispon’veis atualmente na pr‡tica cl’nica nos EUA, Europa
e Brasil. Apresentam amplo espectro de a•‹o para uso em
infec•›es sist•micas e s‹o est‡veis ˆ maioria das §-lactamases.
Devido a discretas diferen•as, com rela•‹o ao mecanismo de
resist•ncia, podem ser encontradas amostras sens’veis a um
carbapenem e resistentes ao outro, devido a produ•‹o de enzimas
carbapenemases.

¥! Monobactans: Os monobact‰micos caracterizam-se por um anel


§-lact‰mico sem estrutura adjacente em anel contendo enxofre,
ou seja, s‹o monoc’clicos. Exibe excelente atividade contra
v‡rios bacilos gram-negativos, como enterobacteriaceae e
Pseudomonas, porŽm Ž inativo contra bactŽrias gram-
positivas e anaer—bias. 00000000000

2 Ð Glicopeptideos: Essa classe apresenta um mœltiplo mecanismo


de a•‹o, inibindo a s’ntese do peptideoglicano , alŽm de alterar a
permeabilidade da membrana citoplasm‡tica e interferir na s’ntese
de RNA citoplasm‡tico.

¥! Vancomicina: A vancomicina inibe uma enzima chamada de


transglicosilase bacteriana, que tambŽm atua na s’ntese de
peptideoglicano. ƒ um agente bactericida efetivo contra

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algumas bactŽrias gram-positivas. A principal indica•‹o Ž
para infec•›es por S. aureus resistentes ˆs penicilinas
penicilases-resistentes, como a nafcilina. ƒ tambŽm utilizada
no tratamento de infec•›es causadas por Staphylococcus
epidermidis e enterococos.

3 - Cicloserina e bacitracina: A cicloserina Ž utilizada como


f‡rmaco de segunda linha no tratamento da tuberculose. A bacitracina Ž
um antibi—tico polipet’dico c’clico que impede a desfosforila•‹o do
fosfol’pideo que transporta a subunidade do peptideoglicano atravŽs da
membrana celular, o que faz com que bloqueie a regenera•‹o do carreador
lip’dico e inibe a s’ntese da parede celular. A bacitracina Ž utilizada no
tratamento de infec•›es cut‰neas superficiais, porŽm, Ž excessivamente
t—xica para uso sist•mico.

3.2 Altera•‹o da permeabilidade da membrana celular:

Existem poucos compostos que atuam sobre a membrana celular,


pois as membranas das bactŽrias e as humanas se assemelham muito na
sua estrutura e composi•‹o qu’mica. Um importante representante dessa
classe s‹o as polimixinas, uma fam’lia de antibi—ticos polipept’dicos. O
f‡rmaco de maior utilidade clinica Ž a polimixina E (colistina), que
interagem com a molŽcula de polissacar’deo da membrana externa das
00000000000

bactŽrias gram-negativas, retirando c‡lcio e magnŽsio, necess‡rios para a


estabilidade da molŽcula de polissacar’deo, resultando em aumento de
permeabilidade da membrana com r‡pida perda de conteœdo
celular e morte da bactŽria. As polimixinas s‹o ativas contra uma
grande variedade de bacilos gram-negativos (incluindo P. aeruginosa
e Acinetobacter spp.) incluindo muitas espŽcies de enterobactŽrias (como
E. coli e Klebsiella spp.) e bacilos n‹o-fermentadores.

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3.3 Inibi•‹o da s’ntese de prote’nas:

S‹o f‡rmacos que inibem a s’ntese proteica de bactŽrias, sem


interferir na s’ntese proteica das cŽlulas humanas. Isso acontece, pois
existem diferen•as entre as prote’nas ribossomais, RNAÕs e
enzimas associadas bacterianas e humanas. As bactŽrias apresentam
ribossomos 70S com as subunidades 50S e 30S, enquanto as cŽlulas
humanas exibem ribossomos 80S, com subunidades 60S e 40S.
Existem diversas classes que atuam a partir desse mecanismo:

¥! Aminoglicos’deos: s‹o f‡rmacos que se ligam ˆ fra•‹o 30S


dos ribossomos inibindo a s’ntese proteica ou produzindo
prote’nas defeituosas. S‹o bactericidas

especialmente œteis contra v‡rios bacilos gram-negativos.


Por exemplo, a estreptomicina Ž utilizada na terapia
multif‡rmacos da turbeculose, e a gentamicina Ž utilizada em
combina•‹o com a Penicilina G contra enterococos.
¥! Tetraciclinas: Possuem atividade contra uma variedade de
bactŽrias gram-positivas e gram-negativas, micoplasmas,
clam’dias e riquŽtsias. Inibem a s’ntese proteica ligando-
se a subunidade 30S dos ribossomos e bloqueiam a
entrada do amonoacil RNA de transfer•ncia (tRNA) no
00000000000

sitio receptor do ribossomo.


¥! Cloranfenicol: ƒ ativo contra uma ampla gama de
organismos, incluindo baterias gram-positivas e gram-
negativas (inclusive anaer—bias). Tem efeito bacteriost‡tico
contra certos organismos como Salmonella typhi, e possui
efeito bactericida contra tr•s importantes organismos
capsulados que causam meningite: Haemophilus influenzae,
Streptococcus pneumoniae e Neisseria meningitis. O
cloranfenicol inibe a s’ntese proteica, pois se liga ˆ

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subunidade ribossomal 50S e bloqueiam a a•‹o da
peptidiltransferase, o que impede a s’ntese de novas
liga•›es pept’dicas.
¥! Eritromicina: ƒ o tratamento de escolha para a pneumonia
causada por Legionella (bacilo gram-negativo) e Mycoplasma
(bactŽria desprovida de parede), e tambŽm Ž uma alternativa
contra uma variedade de infec•›es causadas por cocos gram-
positivos em pacientes alŽrgicos ˆ penicilina. Esse f‡rmaco
pertence ao grupo dos Macrol’deos, devido a sua grande
estrutura de anel. A eritromicina atua na subunidade 50S
e bloqueia a libera•‹o de s’ntese proteica. Dentre os
principais derivados da eritromicina podemos citar:
azitromicina e claritromicina.

Clindamicina: ƒ um f‡rmaco bacteriost‡tico com a•‹o contra


anaer—bios, tanto bactŽrias gram-positivas como Clostridium
perfringens, quanto gram-negativas, como Bacteroides fragilis.
Esse f‡rmaco se liga ˆ subunidade 50S e bloqueia a
forma•‹o de liga•›es pept’dicas.

3.4 Inibi•‹o da s’ntese de ‡cido nucleico:

¥! Sulfonamidas: S‹o componentes estruturais an‡logos ao


00000000000

‡cido paraminobenz—ico (PABA), essencial na s’ntese de folato.


O grupo das sulfonamidas compreende seis drogas principais:
sulfanilamida, sulfisoxazol, sulfacetamida, ‡cido para-
aminobenz—ico, sulfadiazina e sulfametoxazol, sendo as duas
œltimas de maior import‰ncia cl’nica. As sulfonamidas t•m
efeito bacteriost‡tico e inibem o metabolismo do ‡cido
f—lico, por mecanismo competitivo, pois as sulfonamidas
competem pelo PABA (enzima envolvida na s’ntese de
folato). As cŽlulas humanas conseguem aproveitar o folato

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ex—geno para o metabolismo, enquanto as bactŽrias dependem
da produ•‹o end—gena. S‹o œteis em uma variedade de
doen•as bacterianas, como infec•›es do trato urin‡rio causadas
por Escherichia Coli, otite mŽdia causada por S. pneumoniae
ou H. influenzae.
¥! Quinolonas: S‹o f‡rmacos bactericidas que inibem a
atividade da DNA girase ou topoisomerase II, enzima
essencial ˆ sobreviv•ncia bacteriana. A DNA girase torna a
molŽcula de DNA compacta e biologicamente ativa. Ao inibir
essa enzima, a molŽcula de DNA passa a ocupar grande espa•o
no interior da bactŽria e suas extremidades livres determinam
s’ntese descontrolada de RNA mensageiro e de prote’nas,
determinando a morte das bactŽrias. As

fluoroquinolonas, como ciprofloxacina, norfloxacina, ofloxacina


e outras s‹o ativas contra uma ampla gama de organismos que
causam infec•›es do trato respirat—rio inferior, do trato
intestinal, do trato urin‡rio e de tecidos esquelŽticos moles.

Pronto, agora que j‡ estudamos como ocorre a patogenicidade


bacteriana, os mŽtodos de isolamento e identifica•‹o e as drogas que
s‹o utilizadas para combater esses microrganismos invasores.
PorŽm, muitos desses microrganismos j‡ desenvolveram resist•ncias
00000000000

ˆs diversas drogas aqui citadas, o que dificulta bastante o


tratamento.

11. (AOCP Ð UFGS Ð 3014) As bactŽrias t•m uma grande capacidade de


adquirir resist•ncia aos antimicrobianos por diferentes mecanismos de
resist•ncia. A enzima que produzida por uma bactŽria confere resist•ncia
ao antimicrobiano Imipenem Ž chamada de:
a) Penicilinase.

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b) Imipelisina.
c) Carbapenemase.
d) Imipenemase.
e) Betalactamase.
Coment‡rio: ÒImipenem, meropenem e ertapenem s‹o dispon’veis
atualmente na pr‡tica cl’nica nos EUA, Europa e Brasil. Apresentam amplo
espectro de a•‹o para uso em infec•›es sist•micas e s‹o est‡veis ˆ maioria
das §-lactamases. Devido a discretas diferen•as, com rela•‹o ao
mecanismo de resist•ncia, podem ser encontradas amostras
sens’veis a um carbapenem e resistentes ao outro, devido a
produ•‹o de enzimas carbapenemasesÓ.
Resposta: C

12. (CESPE - Pol’cia Cient’fica/PE Ð 2016)

00000000000

Assinale a op•‹o que apresenta a correla•‹o correta entre as tr•s curvas


de crescimento no gr‡fico 7A3AAA.
A) O antimicrobiano 2 possui efeito microbicida sobre as cŽlulas do
microrganismo em cultivo e essas cŽlulas foram resistentes ao
antimicrobiano 1.
B) As cŽlulas do microrganismo em cultivo foram resistentes aos
antimicrobianos 1 e 2.

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C) O antimicrobiano 1 possui efeito microbiost‡tico e o antimicrobiano 2
possui efeito microbicida sobre as cŽlulas do microrganismo em cultivo.
D) Os antimicrobianos 1 e 2 n‹o possuem nenhum efeito sobre as cŽlulas
do microrganismo em cultivo, pois, mesmo sem antimicrobianos, os
microrganismos morreram ap—s dez horas de cultivo.
E) O antimicrobiano 1 possui efeito microbicida sobre as cŽlulas do
microrganismo em cultivo e essas cŽlulas foram resistentes ao
antimicrobiano 2.
Coment‡rio: ÒA•‹o bacteriost‡tica: Capacidade de inibir o crescimento
de um micro-organismoÓ. No gr‡fico podemos ver que o antimicrobiano 1
n‹o matou o microrganismo, apenas impediu seu desenvolvimento. ÒA•‹o
bactericida: Capacidade de matar ou lesar irreversivelmente o
microrganismoÓ.
Resposta: C

13. (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG Ð 2008) Qual destes


antibi—ticos pode ser classificado como primariamente bactericida?
A) Sulfonamidas.
B) Tetraciclinas.
C) Cloranfenicol.
D) Eritromicina.
E) Cefalosporinas em geral.
Coment‡rio: ÒO grupo dos β-lact‰micos possui no seu nœcleo estrutural o
00000000000

anel β-lact‰mico, que confere atividade bactericida, sendo uma estrutura


essencial ˆ atividade antibacteriana. S‹o pertencentes a esse grupo:
penicilinas, cefalosporinas, carbapenens e monobactansÓ.
Resposta: E.

14. (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG 2008) Qual destes


antibi—ticos pode ser classificado como espectro estreito de atividade?
A) Estreptomicina.
B) Tetraciclina.

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C) Aminoglicos’dios.
D) Cefalosporina de segunda gera•‹o.
E) Fluoroquinolonas.
Coment‡rio: A estreptomicina Ž um f‡rmaco aminoglicos’deo
utilizado na terapia multif‡rmacos da turbeculose, justamente por ter
um baixo espectro de atividade.
Resposta: A.

15. (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG 2008) Qual Ž o mecanismo de


a•‹o geral das penicilinas?
A) Provocam vazamentos atravŽs das membranas celulares.
B) Inibem a s’ntese da parede celular bacteriana.
C) Inibem a s’ntese protŽica.
D) Inibem a DNA girase.
E) Interferem com a fun•‹o do DNA.
Coment‡rio: ÒAs Penicilinas: atuam inibindo as transpeptidades, enzimas
que catalisam a etapa final das liga•›es cruzadas durante a s’ntese de
peptideoglicanoÓ. As penicilinas atuam inibindo a s’ntese da parede
celular bacteriana.
Resposta: B.

16. (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG Ð 2008) Com rela•‹o ˆ sua


estrutura qu’mica, a Estreptomicina pode ser classificada como:
00000000000

A) Sulfonamida.
B) Quinolona.
C) Aminoglicos’dio.
D) Beta-lact‰mico.
E) Macrol’dio
Coment‡rio: ÒAminoglicos’deos: s‹o f‡rmacos que se ligam ˆ fra•‹o 30S
dos ribossomos inibindo a s’ntese proteica ou produzindo prote’nas
defeituosas. S‹o bactericidas especialmente œteis contra v‡rios bacilos
gram-negativos. Por exemplo, a estreptomicina Ž utilizada na terapia

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multif‡rmacos da turbeculose, e as gentamicinas s‹o utilizadas em
combina•‹o com a Penicilina G contra enterococosÓ.
Resposta: C.

17. (CESPE - MS Ð 2009) A sulfanilamida Ž um antibi—tico com a•‹o


bactericida, an‡logo estrutural do ‡cido p-aminobenz—ico (PABA),
precursor essencial da s’ntese do ‡cido f—lico nas bactŽrias.
( ) Certo
( ) Errado
Coment‡rio: Veja que a quest‹o possui apenas uma defini•‹o errada! A
sulfanilamida Ž um antibi—tico com a•‹o BACTERIOSTçTICA! E Ž sim, um
an‡logo estrutural do PABA. N‹o podemos errar esses conceitos.
Resposta: Errado.

18. (CESPE - MS Ð 2009) Os antibi—ticos beta-lact‰micos s‹o totalmente


destru’dos pelas enzimas beta-lactamases das bactŽrias, por meio da
distribui•‹o do anel beta-lact‰mico, que est‡ sempre presente na estrutura
qu’mica dessas molŽculas.
( ) Certo
( ) Errado
Coment‡rio: A quest‹o diz que os antibi—ticos beta-lact‰micos s‹o
TOTALMENTE destru’dos pelas enzimas beta-lactamases, o que n‹o Ž
verdade, h‡ uma destrui•‹o parcial. Apesar de existirem bactŽrias
00000000000

resistentes a esse medicamento, existem tambŽm antibi—ticos


pertencentes ˆ classe das penicilinas que s‹o resistentes as beta-
lactamases, ent‹o a quest‹o errou por falar que s‹o totalmente destru’dos.
Reposta: Errado.

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4. Mecanismo de resist•ncia aos f‡rmacos:

Bem, h‡ quatro principais mecanismos que medeiam a resist•ncia


das bactŽrias aos f‡rmacos:
1.! As bactŽrias produzem enzimas que inativam o f‡rmaco,
e, por exemplo, β-lactamases podem inativar penicilinas e
cefalosporinas pela clivagem do anel β-lact‰mico do f‡rmaco.
2.! As bactŽrias sintetizam alvos modificados, contra os quais
os f‡rmacos n‹o t•m efeito; por exemplo, uma prote’na
mutante na subunidade ribossomal 30S pode resultar em
resist•ncia ˆ estreptomcina, assim como um rRNA 23S
metilado pode resultar em resist•ncia ˆ eritromicina.
3.! As bactŽrias reduzem sua permeabilidade de modo que
uma contra•‹o intracelular efetiva do f‡rmaco n‹o Ž

obtida; por exemplo, modifica•›es nas porinas podem reduzir


a quantidade de penicilina que penetra na bactŽria.
4.! As bactŽrias exportam os f‡rmacos ativamente empregando
uma Òbomba de resist•ncia a mœltiplos f‡rmacosÓ. Essa bomba
importa pr—tons e, em uma rea•‹o do tipo permuta•‹o,
exporta uma variedade de molŽculas ex—genas,
incluindo certos antibi—ticos, como as quinolonas.

00000000000

Grande parte da resist•ncia aos f‡rmacos se deve a uma


modifica•‹o genŽtica do organismo, seja por uma muta•‹o
cromossomal, seja pela aquisi•‹o de um plasm’deo ou
transposon.

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Plasm’deos: s‹o pequenas molŽculas circulares de DNA


extracromossomiais, em dupla hŽlice, que podem ser passados de
cŽlula a cŽlula. Geralmente ocorrem em bactŽrias e por vezes tambŽm
em organismos eucari—ticos. Eles veiculam informa•›es genŽticas n‹o
encontradas no ÒcromossomoÓ bacteriano, presente em uma regi‹o
celular denominada nucleoide, que, a exemplo dos plasm’deos, Ž circular
e possui uma œnica molŽcula de DNA.
Transposon: s‹o sequencias de DNA m—veis que podem se autorreplicar
em um determinado genoma.

H‡ uma grande probabilidade de infec•›es hospitalares serem


causadas por organismos resistentes a antibi—ticos, quando comparadas
ˆs infec•›es adquiridas na comunidade. Por exemplo, esse Ž o caso de
infec•›es hospitalares causadas por Staphylococcus aureus e bacilos
entŽricos gram-negativos, como Escherichia coli e Pseudomonas
aeruginosa.

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19. (AOCP - EBSERH/HU-UFJF - 2015) As bactŽrias s‹o


microrganismos unicelulares, procariotos, podendo viver isoladamente ou
construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. Em algumas
bactŽrias, Ž encontrado o Plasm’dio que:
(A) Ž a membrana esquelŽtica externa, sendo um envolt—rio mucilaginoso
que envolve a bactŽria protegendo-a do sistema imune do organismo.

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(B) s‹o molŽculas de DNA n‹o ligadas ao cromossomo bacteriano,
encontram-se espalhados pelo hialoplasma e costumam ter genes para
resist•ncia a antibi—ticos.
(C) Ž a regi‹o que armazena o DNA bacteriano, onde ele fica protegido de
ser destru’do.
(D) Ž o l’quido presente no interior das cŽlulas, sendo a parte solœvel do
citoplasma.
(E) Ž o conjunto de fios, cada um deles formado por uma longa molŽcula
de DNA associada a molŽculas de histonas, um tipo especial de prote’na.
Esses fios s‹o os cromossomos.
Coment‡rio: ÒPlasm’deos: s‹o pequenas molŽculas circulares de DNA
extracromossomiais, em dupla hŽlice, que podem ser passados de cŽlula
a cŽlula. Geralmente ocorrem em bactŽrias e por vezes tambŽm em
organismos eucari—ticos. Eles veiculam informa•›es genŽticas n‹o
encontradas no ÒcromossomoÓ bacteriano, presente em uma regi‹o celular
denominada nucleoide, que, a exemplo dos plasm’deos, Ž circular e possui
uma œnica molŽcula de DNAÓ. S‹o respons‡veis pela resist•ncia aos
antibi—ticos devido essas muta•›es cromossomais.
Resposta: B.

Bem, finalizamos aqui os nossos estudos sobre a bacteriologia,


nos vemos na pr—xima aula, onde falaremos sobre a
microbiologia da ‡gua e dos alimentos. Qualquer dœvida estou
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a disposi•‹o no f—rum! AtŽ l‡!

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5. Lista de quest›es apresentadas:

1) (AOCP Ð UFC Ð 2014)


Assinale a alternativa que apresenta uma bactŽria Gram-positiva.
a) Morganella morganii.
b) Enterobacter aerogenes.
c) Citrobacter koseri.
d) Acinetobacter baumannii.
e) Streptococcus pneumoniae.
2) (AOCP Ð UFC Ð 2014)
Assinale a alternativa que aponta a(s) caracter’stica(s) de crescimento em
‡gar CLED da bactŽria Escherichia coli
a) Col™nias amarelo palha e brancas.
b) Col™nias planas, cor verde.
c) Col™nias opacas, amarelas com ligeira cor amarelo escuro no centro, com
cerca de 1,25 mm de di‰metro, as n‹o fermentadoras de lactose col™nias
azuis.
d) Col™nias verdes, com superf’cie prateada e periferia rugosa.
e) Col™nias pequenas e cinzas.
3) (AOCP Ð UFC Ð 2014)
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Com rela•‹o ˆ coleta de material para cultura de orofaringe, Ž correto


afirmar que:
a) colher dois swabs, um para confec•‹o imediata da l‰mina de
bacterioscopia e outro para o cultivo, transportado em meio de transporte
adequado.
b) se o swab tocar na l’ngua, n‹o h‡ problema, pois a saliva contŽm as
mesmas bactŽrias da orofaringe.

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c) o paciente deve, antes da coleta, realizar assepsia oral para evitar mau
h‡lito.
d) n‹o deve-se utilizar abaixador de l’ngua, pois pode causar contamina•‹o
da cultura.
e) Ž recomendado coletar o material logo ap—s o paciente se alimentar, pois
as bactŽrias ficam mais evidentes.
4) (AOCP Ð UFGD Ð 2014)
No laborat—rio de microbiologia, chega uma secre•‹o de orofaringe para
identifica•‹o do microrganismo causador de amidalite de repeti•‹o.
Assinale a alternativa que aponta a prova de triagem que seguramente
difere estreptococos de estafilococos.
a) Prova da oxidase.
b) Prova da catalase.
c) Prova da lactose.
d) Prova de fermenta•‹o.
e) Prova da coagulase.
5) (AOCP Ð UFC Ð 2014)
Paciente do sexo masculino chega ao laborat—rio com solicita•‹o de exame
bacteriosc—pico de secre•‹o uretral para diagn—stico de gonorreia. Assinale
a alternativa que indica qual o achado nesse exame caso seja positivo para
essa patologia.
a) Diplococos Gram negativos.
b) Cocos Gram positivos. 00000000000

c) Bacilos Gram negativos


d) Bacilos Gram positivos.
e) Diplococos Gram positivos
6) (COVEST Ð UFPE 2015)
Uma grande variedade de micro-organismos est‡ envolvida em infec•›es
de feridas e de abscessos. Em rela•‹o aos micro-organismos anaer—bios,
analise as afirmativas abaixo.

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1) Infec•›es de mordidas de cachorro ou gato s‹o comumente causadas
por Pasteurella multocida, enquanto mordidas de seres humanos envolvem
os anaer—bios da boca.
2) Os abscessos de cŽrebro, pulm›es e abd™men s‹o causados por
anaer—bios como Bacteroides fragilis e Staphylococcus aureus.
3) Infec•›es de feridas abertas s‹o causadas principalmente por
Clostridium perfringens.
4) Infec•›es de feridas cirœrgicas s‹o causadas principalmente por
Streptococcus.
Est‹o corretas, apenas:
A) 1 e 2. B) 2 e 3. C) 1, 2 e 3. D) 1, 3 e 4. E) 2, 3 e 4.
7) (COVEST Ð UFPE Ð 2015)
Culturas de fezes s‹o indicadas principalmente em casos de enterocolites.
Os micro-organismos causadores de diarreias mais frequentes s‹o Shigella,
Salmonella e Campylobacter. Sobre a coprocultura, Ž correto afirmar que:
A) como diagn—stico r‡pido, o exame microsc—pico direto das fezes pode
ser indicado para revelar a presen•a de muitos leuc—citos utilizando o
mŽtodo de Gram.
B) no diagn—stico r‡pido, a colora•‹o com azul de metileno Ž indicada
devido ao grande nœmero de bactŽrias da flora normal do c—lon dificultar a
interpreta•‹o.
C) em caso de suspeita de Salmonella e Shigella, pode ser utilizado um
meio de cultura diferencial e seletivo como o MacConkey ou ‡gar de
00000000000

eosinaazul de metileno (EMB).


D) em caso de col™nias fermentadoras de lactose serem encontradas em
um semeio em MacConkey, Ž indicado um teste complementar em meio
TSI (Tr’plice A•œcar e Ferro) para distinguir Salmonella de Shigella.
E) algumas espŽcies de Proteus se assemelham ao comportamento da
Salmonella em ‡gar-TSI, mas podem ser diferenciadas por n‹o produzirem
a enzima urease.

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8) (UEPB - Pref. CatolŽ do Rocha/PB Ð 2015)
As infec•›es do trato geniturin‡rio podem ser caracterizadas pela invas‹o
dos tecidos do sistema urin‡rio (rins, bexiga, uretra e ureteres) por
diversos tipos de microrganismos. Qual das bactŽrias abaixo NÌO se
enquadra entre as principais causadoras de infec•›es do trato
geniturin‡rio?
a) Acinetobactersp
b) Pseudomonassp
c) Salmonella
d) Klebsiella
e) Escherichia coli
9) (VUNESP - Pref. S‹o JosŽ dos Campos/SP Ð 2015)
Assinale a alternativa correta em rela•‹o aos exames bacteriol—gicos.
(A) O tempo de incuba•‹o m’nimo para libera•‹o de um resultado negativo
das culturas de urina e de sangue Ž 18 e 36 horas, respectivamente.
(B) A semeadura de l’quidos cavit‡rios para bactŽrias aer—bias e anaer—bias
facultativas deve ser feita em ‡gar CLED (cystine lactose electrolyte
deficient).
(C) O swab ou zaragatoa com amostra de secre•‹o de orofaringe deve ser
colocado em solu•‹o salina e sob refrigera•‹o atŽ sua inocula•‹o.
(D) Os meios de transporte apropriados para a secre- •‹o vaginal e de
abscessos s‹o, respectivamente, o Cary Blair e Stuart.
(E) O Streptococcus pneumoniae e o Haemophilus influenzae s‹o agentes
00000000000

etiol—gicos frequentes nas infec•›es da cavidade pleural em crian•as.


10) (COTEC/UNIMONTES - Pref. Guaraciama/MG Ð 2016)
Com rela•‹o ˆ prova bioqu’mica da Catalase, assinale a alternativa
CORRETA:
A)A prova Ž feita colocando uma gota de solu•‹o aquosa de per—xido de
hidrog•nio a 10-15% numa l‰mina e, em seguida, com uma al•a de platina,
colocar uma por•‹o do crescimento bacteriano sobre a gota.
B) Essa enzima atua sobre a ‡gua oxigenada (per—xido de hidrog•nio 10 a
15%), desdobrando-a em oxig•nio e ‡gua.

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C) ƒ usualmente empregada para diferenciar os bacilos Gram positivos
catalase negativos, Lactobacillus e Erysipelothrix de Listeria, e a maioria
dos Corynebacterium catalase positivos.
D)Pode ser empregada para diferenciar Staphylococcus, que s‹o catalase
negativos, de Streptococcus, catalase positivos.
11) (AOCP Ð UFGD Ð 2014)
As bactŽrias t•m uma grande capacidade de adquirir resist•ncia aos
antimicrobianos por diferentes mecanismos de resist•ncia. A enzima que
produzida por uma bactŽria confere resist•ncia ao antimicrobiano
Imipenem Ž chamada de:
a) Penicilinase.
b) Imipelisina.
c) Carbapenemase.
d) Imipenemase.
e) Betalactamase.
12) (CESPE - Pol’cia Cient’fica/PE Ð 2016)

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Assinale a op•‹o que apresenta a correla•‹o correta entre as tr•s curvas


de crescimento no gr‡fico 7A3AAA.
A) O antimicrobiano 2 possui efeito microbicida sobre as cŽlulas do
microrganismo em cultivo e essas cŽlulas foram resistentes ao
antimicrobiano 1.

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B) As cŽlulas do microrganismo em cultivo foram resistentes aos
antimicrobianos 1 e 2.
C) O antimicrobiano 1 possui efeito microbiost‡tico e o antimicrobiano 2
possui efeito microbicida sobre as cŽlulas do microrganismo em cultivo.
D) Os antimicrobianos 1 e 2 n‹o possuem nenhum efeito sobre as cŽlulas
do microrganismo em cultivo, pois, mesmo sem antimicrobianos, os
microrganismos morreram ap—s dez horas de cultivo.
E) O antimicrobiano 1 possui efeito microbicida sobre as cŽlulas do
microrganismo em cultivo e essas cŽlulas foram resistentes ao
antimicrobiano 2.
13) (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG Ð 2008)
Qual destes antibi—ticos pode ser classificado como primariamente
bactericida?
A) Sulfonamidas.
B) Tetraciclinas.
C) Cloranfenicol.
D) Eritromicina.
E) Cefalosporinas em geral.
14) (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG 2008)
Qual destes antibi—ticos pode ser classificado como espectro estreito de
atividade?
A) Estreptomicina.
B) Tetraciclina. 00000000000

C) Aminoglicos’dios.
D) Cefalosporina de segunda gera•‹o.
E) Fluoroquinolonas.
15) (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG 2008)
Qual Ž o mecanismo de a•‹o geral das penicilinas?
A) Provocam vazamentos atravŽs das membranas celulares.
B) Inibem a s’ntese da parede celular bacteriana.
C) Inibem a s’ntese protŽica.
D) Inibem a DNA girase.

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E) Interferem com a fun•‹o do DNA.
16) (IDECAN - Pref. Matias Cardoso/MG Ð 2008)
Com rela•‹o ˆ sua estrutura qu’mica, a Estreptomicina pode ser classificada
como:
A) Sulfonamida.
B) Quinolona.
C) Aminoglicos’dio.
D) Beta-lact‰mico.
E) Macrol’dio
17) (CESPE - MS Ð Farmac•utico Ð 2009)
A sulfanilamida Ž um antibi—tico com a•‹o bactericida, an‡logo estrutural
do ‡cido p-aminobenz—ico (PABA), precursor essencial da s’ntese do ‡cido
f—lico nas bactŽrias.
( ) Certo
( ) Errado
18) MS Ð 2010 Ð CESPE Ð FARMACæUTICO
Os antibi—ticos beta-lact‰micos s‹o totalmente destru’dos pelas enzimas
beta-lactamases das bactŽrias, por meio da distribui•‹o do anel beta-
lact‰mico, que est‡ sempre presente na estrutura qu’mica dessas
molŽculas.
( ) Certo
( ) Errado
19) AOCP - BiomŽdico - EBSERH/HU-UFJF - 2015
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As bactŽrias s‹o microrganismos unicelulares, procariotos, podendo viver


isoladamente ou construir agrupamentos coloniais de diversos formatos.
Em algumas bactŽrias, Ž encontrado o Plasm’dio que:
(A) Ž a membrana esquelŽtica externa, sendo um envolt—rio mucilaginoso
que envolve a bactŽria protegendo-a do sistema imune do organismo.
(B) s‹o molŽculas de DNA n‹o ligadas ao cromossomo bacteriano,
encontram-se espalhados pelo hialoplasma e costumam ter genes para
resist•ncia a antibi—ticos.

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(C) Ž a regi‹o que armazena o DNA bacteriano, onde ele fica protegido de
ser destru’do.
(D) Ž o l’quido presente no interior das cŽlulas, sendo a parte solœvel do
citoplasma.
(E) Ž o conjunto de fios, cada um deles formado por uma longa molŽcula
de DNA associada a molŽculas de histonas, um tipo especial de prote’na.
Esses fios s‹o os cromossomos.
20) (IDECAN Ð 2010)
O alvo das quinolonas nas bactŽrias consiste na:
a) DNA girase e topoisomerase IV
b) folato redutase e pteroato sintetase
c) transpeptidases
d) subunidade 30S riboss™mica
e) RNA-polimerase dependente de DNA

1. E 11. C
2. C 12. C
3. A 13. E
4. B 14. A
5. A 15. B
00000000000

6. C 16. C
7. E 17. ERRADO
8. C 18. ERRADO
9. E 19. B
10. C 20. A

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REFERæNCIAS

DAVIS, B. D. ; DULBECCO, R. Microbiologia de Davis – Fisiologia e


GenŽtica Bacterianas. Vol I. 2 a ed., S‹o Paulo: Harbra do Brasil, 1979. 421
p.

DUNLAP; MADIGAN; MARTINKO. Microbiologia de Brock . 12» Ed.


Editora: Artmed. 2010

LUIZ B. TRABULSI e FLçVIO ALTERTHUM. Microbiologia. 5 ed.


Atheneu, 2009

MURRAY, PR. et al. Microbiologia MŽdica. 5. ed. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2006. 992 p.

TORTORA, G. J. ; FUNKE, B. R. ; CASE, C. L. Microbiologia. 8. ed.


Porto Alegre.

Manual de microbiologia cl’nica para o Controle de infec•‹o em


servi•os hospitalares Ð ANVISA, dispon’vel em
<www.anvisa.gov.br/servicossaude/manuais/microbiologia.asp>.

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