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CONTEÚDO

CONFORME
Portaria 598/04

N R -1 0 R E C I C L A G E M
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CAPÍTULO 2
Riscos em Instalações e Serviços com
Eletricidade
- O Choque Elétrico
- Arcos Elétricos e Queimaduras
- Quedas
- Campos Eletromagnéticos
- Eletricidade Estática

CAPÍTULO 2

Riscos Elétricos
sit incillaorper sequat enit lum nos am zzriure

É vedada a distribuição ou reprodução desta apostila sem autorização, conforme Lei 9.610/98.
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Índice
Riscos e Perigos
Definições 3
Choque Elétrico
Mecanismos e efeitos 4
Arcos Elétricos
O risco de queimaduras graves 12
Quedas
O risco da altura nas intervenções elétricas 19
Campos eletromagnéticos
Riscos e efeitos sob o corpo 20
Eletricidade Estática
O risco de ignição de áreas explosivas 22
Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Riscos e Perigos
Definições

O nome eletricidade provém do vocábulo grego êlektron (âmbar). Este fenômeno é conhecido desde a
antiguidade, e foi observado por Tales de Mileto e outros estudiosos da época, podendo ser percebido
através da atração eletrostática de corpos provocada por uma vareta de âmbar previamente friccionada
(eletrificação por fricção), e em inúmeras outras situações.

A eletricidade é uma agente de risco, causadora de muitos acidentes, trazendo danos as pessoas e também
prejuízos materiais. Todo o trabalho com energia elétrica deve sempre ser realizado de acordo com
procedimentos e normas de segurança. Os riscos relacionados a eletricidade nem sempre são visíveis, em
determinadas situações somente é possível identificar estes riscos através de instrumentos.

Risco Perigo
Vs
Risco pode se definido como a Perigo é uma SITUAÇÃO OU
capacidade potencial de uma CONDIÇÃO DE RISCO com
GRANDEZA causar lesões ou danos à probabilidade de causar lesão física
saúde das pessoas. ou dano à saúde das pessoas por
ausência de medidas de controle.
Obs.: Definição da NR10, Glossário

Exemplo:

Dois eletricistas estão realizando uma intervenção em um Quadro de Distribuição. Um deles


está utilizando luvas de borracha, o outro não. Neste caso o Risco é o mesmo para os dois
(eletricidade), porém o segundo está em uma situação de Perigo maior que o primeiro.
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O Risco é característica própria da grandeza em questão (altura, eletricidade, explosão, incêndio).


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O Perigo é uma situação que prenuncia um acontecimento que pode causar um mal. Para o
perigo são consideradas as medidas de proteção e as circunstâncias que envolvem o controle do
risco.

Neste capítulo serão tratados sobre os riscos da eletricidade, abordando os mecanismos e efeitos
envolvendo choque elétrico e arcos elétricos, bem como uma um explanação sobre campos magnéticos.
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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade

Choque Elétrico
Mecanismos e efeitos

CARACTERÍSTICAS DA ELETRICIDADE
SOB O PONTO DE VISTA DA SEGURANÇA DO TRABALHO

PERIGOSA PREGUIÇOSA
INVISÍVEL I=U/R
LESÕES GRAVES OU MORTE CAMINHO DE MENOR RESISTÊNCIA

O choque elétrico é a perturbação de características e efeitos diversos, que se manifesta no organismo


humano quando este é percorrido, em certas condições, por uma corrente elétrica. O que determina a
gravidade do choque elétrico é a intensidade e o caminho percorrido pela corrente que circula pelo corpo.

Em todo o sistema energizado, ou seja, redes de alta e baixa tensão, máquinas, ferramentas, aparelhos
eletrodomésticos, e outros, existe o risco de choque elétrico, nestes locais podem ocorrer o contato
acidental, curto-circuito, rompimento e queda de cabos, sendo o choque elétrico o principal causador de
acidentes no setor.

De acordo com a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (ABRACOPEL)


somente em 2017 ocorreram 627 mortes ocasionadas pode acidentes de origem elétrica mortes, 30 mortes
decorrente de incêndios gerados por curto-circuitos, e 45 mortes ocorridas por descarga atmosférica
(Raios), números estes que podem ser muitos superiores visto que nem todos acidentes são divulgados.
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Tipos de Choque
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Choque Estático: É o choque produzido por eletricidade estática devido ao efeito capacitivo onde
ocorre o escoamento de corrente parasita (descarga). Normalmente a duração é pequena, porém
dependendo da situação pode provocar efeitos danosos ao corpo. Exemplos: veículos que se movem
em climas secos e indução de linhas de distribuição e transmissão desligadas.

Choque Dinâmico: É o choque obtido pelo contato de pessoas com partes energizadas da instalação.
Dura enquanto a fonte estiver ligada e o contato permanecer. Dependendo das características do
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choque podem ocorrer desde pequenas contrações até levar a morte.

Descargas Atmosféricas: É o choque que ocorre devido a descargas atmosféricas, comumente


chamados de raios. Podem incidir diretamente ou indiretamente em uma pessoa, gerando tensão
de passo/toque, causando graves queimaduras, podendo em determinadas situações levar a morte

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Tipos de Contato
Os choques podem ocorrer através do contato direto ou indireto.

O Contato Direto ocorre no contato da pessoa com partes


normalmente energizadas (equipamentos, condutores,
conexões, etc). Para prevenir o choque elétrico por
contato direto pode ser utilizada proteções como:

• Isolar as partes vivas;


• Utilizar barreiras ou invólucros;
• Obstáculos;
• Manter fora do alcance.

O Contato Indireto é o contato de pessoas com partes


metálicas da estrutura que não pertencem ao circuito
elétrico e que se encontrem energizadas acidentalmente
ou através de um curto-circuito causando a tensão
de passo e toque. Para prevenir o choque elétrico por
contato direto pode ser utilizada proteções como:

- Isolamentos suplementares;
- Aterramento;
- Interruptor de corrente de fuga (dispositivo residual de terra
(DR).
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CHANCES DE SALVAMENTO DE UMA PESSOA VÍTIMA DE CHOQUE ELÉTRICO


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Tempo após o choque para iniciar respiração artificial (min) Chance de reanimação da vítima (%)
1 95
2 90
3 75
4 50
5 25
6 1
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8 0,5

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Efeitos no Corpo
O risco de choque elétrico está presente em praticamente todas as atividades executadas nos setores
elétrico e telefônico, por exemplo, como na construção civil, montagem, manutenção, reparos, inspeção,
sistema elétrico potência (SEP), dentre outros.

Os efeitos diretos são contrações musculares, queimaduras (internas e externas), parada respiratória, parada
cardíaca, eletrólise de tecidos, fibrilação cardíaca e óbito (eletroplessão*). Já os efeitos indiretos podem ser:
quedas, batidas e queimaduras indiretas. A extensão do dano do choque elétrico depende da magnitude
da corrente elétrica. Variam e dependem principalmente das seguintes características:

• Intensidade da corrente elétrica; Eletroplessão: Eletroplessão é a morte


• Característica da corrente elétrica (CA / CC); provocada pela exposição do corpo a
• Percurso da corrente elétrica pelo corpo humano; uma carga letal de energia elétrica, de
• Duração; forma acidental. Pode ocorrer com alta
• Resistência elétrica do corpo humano. tensão (raios e fios de distribuição) ou
baixa tensão (menos de 1.000 volts).

Intensidade
O choque pode ser dividido em choque de baixa intensidade, decorrente de acidentes em sistemas de
baixa tensão, onde os efeitos mais graves que podem ocorrer são a arritmia cardíaca e paradas respiratórias,
e choque de alta intensidade, causados por acidentes em sistemas de alta tensão, onde existem os efeitos
térmicos (queimaduras) devido a circulação da corrente elétrica pelo corpo.

Nos casos de choque elétrico, mesmo em sistemas de baixa tensão, como em redes domésticas,
normalmente ocorre parada respiratória e consequentemente morte por asfixia, sendo necessária uma
rápida ação afim de interromper a circulação da corrente elétrica pelo corpo. O atendimento ao acidentado
deve ser imediato, ou seja, não se deve aguardar condução para levá-lo a um centro médico ou esperar que
um médico chegue, ocorrendo o atendimento nos dois primeiros minutos após o choque a probabilidade
de salvamento será de 90%, já se o acidentado for atendido cinco minutos após, esta probabilidade de
salvamento cairá para 25%, podendo em caso de salvamento causar danos cerebrais.
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De acordo com a intensidade dos valores da corrente variam as sensações do choque elétrico. A tabela
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abaixo exemplifica estas situações:


EFEITOS DOS CHOQUES ELÉTRICOS DEPENDENTES DA INTENSIDADE DE CORRENTE
Faixa de Corrente Reações Fisiológicas Habituais
0,1 a 0,5 mA Leve percepção superficial, habitualmente nenhum efeito.
Ligeira paralisia nos músculos do braço, com início de tetanização, habitualmente nenhum
0,5 a 10 mA
efeito perigoso.
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10 a 30 mA Nenhum efeito perigoso se houver interrupção em no máximo 0,2s.


Paralisia estendida aos músculos do torax, com sensação de falta de ar e tontura,
30 a 500 mA possibilidade de fibrilação ventricular se a descarga se manifestar na fase crítica do clico
cardíaco ou por tempo superior a 0,2s.
Traumas cardíacos persistentes, sendo letal neste caso, salvo intervenção imediata de
Acima de 500mA
pessoal especializado e com equipamento adequado.

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Características da Corrente Elétrica Você Sabia?

No Brasil, o sistema de fornecimento de energia elétrica é através A corrente que passa por uma lam-
de corrente alternada (CA) com frequência de 60 Hertz. Devido a pada incandescente de 60 W em 120
estas características este tipo de corrente é muito perigosa, uma V é 500 mA.
vez que estão próximas da frequência de fibrilação ventricular.

Com relação à frequência, pode-se afirmar que o limiar de


sensação da corrente alternada varia com a mesma.

A Tabela a seguir mostra as frequências (Hz) em função dos


limiares de sensação de corrente (mA) atravessando o corpo
humano.

Frequencia (Ciclos por Ordem de Grandeza do Limiar de


Segundo - Hz) Sensação (mA)
50 / 60 Hz 1 mA

500 Hz 1,5 mA

1.000 Hz 2,0 mA

5.000 Hz 7,0 mA

10.000 Hz 14,0 mA

100.000 Hz 150,0 mA

Corrente Alternada
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Corrente
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A corrente alternada (CA), é uma corrente Máx. Positivo


elétrica cujo sentido varia no tempo,
ao contrário da corrente contínua cujo
Tempo
sentido permanece constante. A forma
de onda em um circuito de potência CA é
senoidal por ser a forma de transmissão
de energia mais eficiente. Máx. Negativo
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Enquanto a fonte de corrente contínua é constituída pelos pólos positivo e negativo, a de corrente
alternada é composta por fases (e, muitas vezes, pelo fio neutro). A Corrente Alternada foi adotada
para transmissão de energia elétrica a longas distâncias devido à facilidade relativa que esta
apresenta para ter o valor de sua tensão alterada por intermédio de transformadores.

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Assim, pode-se afirmar que nas frequências 50/60Hz as
perturbações são mais intensas. Para correntes de altas Momento História
frequências (acima de 100.000 Hz) os efeitos se limitam ao
aquecimento, o que explica as diversas aplicações de correntes
com altas frequências em medicina (febre artificial, diatermia O hertz é nomeado em homenagem
etc.). ao físico alemão Heinrich Hertz, que fez
grandes contribuições científicas na área
Já para a Corrente Contínua (CC) as intensidades para ocasionar do eletromagnetismo.
as sensações do choque elétrico, a fibrilação ventricular e até a
morte são superiores se comparadas com a corrente alternada, O nome da unidade foi estabelecido na
sendo que a fibrilação ventricular só irá ocorrer caso a corrente Comissão Eletrotécnica Internacional
continua aplicada for durante um específico e curto instante (International Electrotechnical
do ciclo cardíaco. O limiar de percepção da corrente contínua Commission) em 1930 e foi adotado na
atravessando o corpo humano é da ordem 5mA, acima deste Conferência Geral de Pesos e Medidas
valor a sensação predominante é a de aquecimento, e se em (Conférence générale des poids et
intensidades maiores, ocorrem contrações musculares. mesures) em 1960 substituindo, assim,
o nome ‘ciclos por segundo’ (CPS),
O corpo humano é constituído de 70% de matéria liquida, que juntamente com seus múltiplos,
tem dissolvido, ou em suspensão, vários tipos de sais minerais. quilociclos por segundo (kc/s), megaciclos
O choque em corrente contínua provoca o efeito aglutinação por segundo (Mc/s) e assim por diante.
dos sais, fenômeno este conhecido por eletrólise.
O termo ciclos por segundo foi
amplamente substituído por “hertz”
apenas na década de 1970.
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Fonte:
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The International System of Units (SI), Bureau International


des Poids et Mesures, 8th edition 2006

Corrente Contínua
Corrente
É o fluxo ordenado de elétrons sempre numa
direção. Possui um polo negativo e outro Valor
positivo. Esse tipo de corrente é gerado por
baterias de automóveis, pilhas, dínamos, Tempo
células solares e fontes de alimentação de
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várias tecnologias.

Normalmente é utilizada para alimentar aparelhos eletrônicos e os circuitos de equipamento de


informática. As primeiras linhas de transmissão também usavam CC, posteriormente passou-se a usar
CA devido às dificuldades de conversão (elevação/diminuição) da tensão em CC. No entanto com o
desenvolvimento da tecnologia (inversores), voltou-se a usar CC nas linhas de transmissão. Atualmente
é usada corrente contínua em alta tensão como por exemplo na linha de transmissão de Itaipu.

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A eletrólise ocorre no sangue e no plasma líquido de todo o corpo. Este efeito pode ocasionar:

• Mudança da concentração de sais minerais, produzindo desequilíbrio no corpo humano (mudança


no equilíbrio de potássio no sangue);

• Aglutinação de sais, produzindo bolinhas que provocam coágulos no sangue, causando trombose.

No caso de corrente alternada o efeito eletrólise é muito pequeno, podendo ser desconsiderado.

Percurso da corrente elétrica


O caminho percorrido pela corrente elétrica através do corpo humano é outro aspecto que determina
a gravidade do choque elétrico, portanto não pode ser esquecido. Os caminhos de maior gravidade são
aqueles em que a corrente circula pelo coração.

A figura abaixo demonstra os caminhos que podem ser percorridos pela corrente no corpo humano, onde
é possível avaliar o percentual da corrente elétrica que circula pelo coração em função do tipo de contato.
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A B C D E

Trajeto Percentagem da Corrente no Coração

Da cabeça para o pé direito (A) 9,7 %


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Da mão direita para o pé esquerdo (B) 7,9 %

Da mão direita para a mão esquerda (C) 1,8 %

Da cabeça para a mão esquerda (D) 1,8 %

Entre os pés 0%

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Duração
Estando uma mesma corrente elétrica passando pelo corpo, quanto maior o tempo da circulação da
corrente, maiores serão os danos e suas consequências. Em muitos casos, a contração muscular ocorrida no
momento do choque elétrico, através dos movimentos bruscos produzidos, repelem a pessoa eliminando
a causa, porém o maior perigo ocorre quando a pessoa fica presa ao circuito elétrico, gerando graves
consequências.

Tempo (ms)
IEC479 1 Zona 1 (AC-1)
10000 Habitualmente nenhuma reação.
5000 Zona 2 (AC-2)
3000 Efeitos fisiológicos geralmente não
1000
danosos.
Zona 3 (AC-3)
500
Efeitos fisiológicos notáveis (parada
200 AC-1 AC-2 AC-3 AC-4
cadíaca, respiratória, contrações
100 musculares) geralmente reversíveis.
50 Zona 4 (AC-4)
20
Elevada probabilidade de efeitos
fisiológicos graves e irreversíveis
10
(fibrilação e parada respiratória.
0.1
0.2
0.5
1
2
5
10
20
50
100
200
500
1000

5000
10000
2000

Corrente (mA)

Zonas de reação fisiológica (corrente x tempo)

Disjuntor DR
A função do disjuntor DR é verificar a existência de uma fuga de corrente
para a terra (e nesse caso talvez através de uma pessoa) e causar o
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desligamento do circuito em um tempo tal que seja atendida a zona 2


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do gráfico acima.

Como funciona o dispositivo diferencial? Ele mede permanentemente a


soma vetorial das correntes que percorrem os condutores de um circuito.
Enquanto o circuito se mantiver eletricamente são, a soma vetorial das
correntes nos seus condutores é praticamente nula. Ocorrendo falha
de isolamento em um equipamento alimentado por esse circuito,
irromperá uma corrente de falta à terra — ou, numa linguagem
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rudimentar, haverá “vazamento” de corrente para a terra. Devido a esse


“vazamento”, a soma vetorial das correntes nos condutores monitorados
pelo DR não é mais nula e o dispositivo detecta justamente essa diferença
de corrente.

O disjuntor DR será discutido também no Capítulo 4!

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Resistência elétrica do corpo humano


O corpo humano possui resistência a passagem da corrente elétrica, sendo que a intensidade da corrente
que circulará pelo corpo da vítima depende de vários fatores que contribuem para a variação desta
resistência, por exemplo:

• Tensão de contato;
• Frequência elétrica;
• Duração do choque;
• Umidade da pele;
• Área de contato;
• Temperatura da pele;
• Tipo de pele.

A resistência que o corpo humano oferece à passagem da corrente é praticamente devida à camada
externa da pele, sendo esta composta praticamente de células mortas. A resistência da camada externa
da pele quando está seca e não apresenta cortes é aproximadamente entre 100.000 e 600.000 ohms. Esta
variação existe devido a espessura da pele de cada indivíduo, entretanto se a pele estiver úmida ou com a
existência de cortes, a resistência pode reduzir drasticamente para 500 ohms.

Onde: I = intensidade da corrente elétrica;


U = tensão elétrica (Volts);
R = resistência elétrica (ohm).

Quanto maior a tensão, maior será a corrente elétrica.
Quanto menor a resistência, maior será a corrente elétrica.

Membros superiores e inferiores: ± 200 Ohms


Tronco: ± 100 Ohms
Resistência interna do corpo: ± 500 Ohms de membro a membro
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Abaixo é indicada a diferença da passagem da corrente pela pele quando está seca ou molhada. Conforme
pode ser observado nos cálculos, a variação é grande. Para os cálculos foi considerada uma diferença de
potencial de 120 volts, sendo:

Quando seca; i= 120V = 0,3mA Leve percepção superficial, habitualmente nenhum


400.000 Ω efeito
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Paralisia estendida aos músculos do torax, com sensação de


Quando úmida; i= 120V = 240mA
falta de ar e tontura, possibilidade de fibrilação ventricular
500 Ω
se a descarga se manifestar na fase crítica do clico cardíaco
ou por tempo superior a 0,2s.

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Arcos Elétricos
O risco de queimaduras graves

O arco elétrico é um fenômeno da eletricidade inerente aos sistemas elétricos. Caracteriza-se pelo fluxo
de corrente elétrica através de um meio isolante, como o ar, e ocorre geralmente quando da conexão e
desconexão de dispositivos elétricos energizados, ou em caso de curto-circuito.

As falhas elétricas, quando causam a formação de arcos elétricos, são indesejáveis, pois liberam uma enorme
quantidade de calor. Estes fenômenos, além do calor, provocam deslocamento de ar com aparecimento de
alta pressão, prejudicial ao sistema auditivo, liberam partículas de metais ionizadas que podem conduzir
correntes, emitem raios ultravioletas prejudiciais à visão e liberam gases tóxicos como resultado da
combustão dos materiais internos ao painel ou equipamentos.

Ocorrência de Arcos
78% MONOFÁSICO
20% ENTRE 2 FASES
2% TRIFÁSICO

90% das ocorrências


1º RETIRADA DE FUSÍVEL NH COM CARGA
2º EXPLOSÃO DE GAVETAS EM MANOBRAS
3º MEDIÇÃO COM EQUIPAMENTO INADEQUADO

Os arcos em equipamentos elétricos podem surgir em consequência de mau contato, depreciação da


isolação, defeito de fabricação de componentes, mau dimensionamento, falha de projeto, manutenção
inadequada, contatos acidentais ou inadvertidos de ferramentas, quedas de peças soltas durante manobras,
etc. Na eventualidade de uma pessoa estar presente durante a ocorrência do arco, sem o equipamento
de proteção adequado, o calor poderá provocar a queima da roupa e ferir gravemente, podendo levar
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a morte. Se conseguirmos quantificar o calor do arco, podemos tomar medidas de proteção e procurar
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medidas eficientes de proteção do trabalhador, como fazemos para proteger os equipamentos.


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Fonte:
http://www.cekuniformes.com.br

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Efeitos do arco elétrico no corpo humano


A pele humana em condições normais tem temperatura de 34ºC, enquanto o sangue é de 36,5ºC. Em
condições adversas, a suportabilidade da pele à temperatura é:

• 44ºC durante 6 horas;


• 70ºC durante 1 segundo. Suficiente para provocar destruição total das células da pele;
• 80ºC durante 0,1 segundo. Destruição da pele. Ainda curável;
• Acima de 96ºC durante 0,1 segundo - Total destruição da pele. Ferimentos incuráveis;

A temperatura elevada pode causar:

• Queimaduras de 1º, 2º e 3º nos músculos do corpo;


• Aquecimento do sangue com sua consequente dilatação;
• Aquecimento podendo provocar o derretimento dos ossos e cartilagens;
• Queima das terminações nervosas e sensoriais da região atingida;
• Queima das camadas adiposas ao longo da derme, tornando-as gelatinosas.

25% do Corpo Queimado


100
50% do Corpo Queimado
80 75% do Corpo Queimado
Sobrevivência (%)

60

40

20

0
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Intervalo de Idade (Anos)


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20-29,9 30-39,9 40-49,9 50-59,9

Estatísticas de Queimaduras – Probabilidade de Sobrevivência


Fonte:
Fonte: American Burn Association1991-1993 Study (2002)

Os danos causados pelos arcos elétricos costumam ser muito severos. De acordo com estatísticas da
American Burn Association, a probabilidade de sobrevivência diminui com o aumento da idade da vítima.

O tratamento de uma vítima de acidente envolvendo arco elétrico requer anos de recuperação da pele
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e reabilitação. A vítima pode ficar inabilitada ao trabalho ou não reaver a mesma qualidade de vida que
possuía antes do acidente.

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Avaliação da intensidade do arco elétrico


Segundo Bizzo (2009, p.20), “o nível de energia liberado em um arco elétrico é denominado energia
incidente, definida como a quantidade de energia imposta numa superfície, a certa distância da fonte,
gerada durante a ocorrência de um arco elétrico, medido geralmente em calorias por centímetro quadrado
(cal/cm²)”.

Queimaduras fatais podem ocorrer em vítimas que estejam a alguns poucos metros de distância do arco
elétrico. Sérias queimaduras ocorrem comumente em vítimas que estejam até a 3 metros de distância.
Testes revelam que temperaturas acima de 200°C são atingidas na área do pescoço e mãos da pessoa que
esteja perto da explosão gerada pelo arco elétrico (DAVIS, 2003, p.3).

A suportabilidade da pele humana para queimaduras é de 1,2 cal/cm², ou seja, aproximadamente 47°C,
sendo que, acima deste valor, torna-se necessária a adoção de medidas de engenharia para redução
da energia irradiada ou a utilização de EPI adequado, que atenuem o nível de energia recebida na pele
humana (BIZZO, 2009).

As seguintes temperaturas são utilizadas como valores de referência:

A. Queimadura curável: 80°C;


B. Morte de células: 96°C;
C. Ignição de roupas: 400°C a 800°C;
D. Queima contínua de roupas: 800°C;
E. Partículas de metal derretido provenientes de arco elétrico: 1.000°C;
F. Superfície do sol: 5.000°C.

A intensidade do arco elétrico pode ser determinada através de cálculos, baseados em normas internacionais,
as quais fornecem informações sobre as metodologias para determinação do nível de energia emitida,
determinando, ainda, os EPIs e as distâncias seguras de trabalho de acordo com os resultados encontrados.

Como temos a omissão da ABNT para uma metodologia de cálculo para a energia incidente proveniente
de um arco elétrico, é obrigatória a recorrência às normas internacionais vigentes. Para o cálculo da energia
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incidente a partir de um arco elétrico, os modelos a seguir são normalmente utilizados:


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A. Modelo teórico de Raph Lee;


B. Norma americana NFPA70E-2005;
C. Norma IEEE 1594-2002.
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Exemplo do Limite de Ação do Arco Elétrico (Flash Boundary)


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O modelo adotado pela norma IEEE 1594 leva em consideração os seguintes fatores para o cálculo da
energia incidente:

A. Tempo do arco;
B. Distância do arco;
C. Tensão do circuito;
D. Corrente de curto-circuito sólido trifásico;
E. Relação X/R do circuito;
F. Distância dos eletrodos (barramento);
G. Número de fases;
H. Aterramento do sistema (isolado ou aterrado);
I. Arco enclausurado ou em área aberta;
J. Tamanho do invólucro;
K. Formato do invólucro;
L. Configuração dos eletrodos (em triangulo ou alinhados);
M. Distância dos eletrodos com o invólucro;
N. Frequência.

O cálculo da energia do arco elétrico é um estudo de análise de


risco e segurança, e assim, como todos os cálculos de engenharia,
devem ser realizados por profissionais habilitados. O resultado
dos cálculos pela simples utilização da fórmula não reflete o nível
de energia existente. Todos os parâmetros devem ser analisados
assim como a aplicabilidade do modelo matemático na respectiva
instalação.

Conceito do risco de arco elétrico


A demanda pela continuidade do fornecimento de energia elétrica trouxe a necessidade dos profissionais
de manutenção elétrica trabalharem em equipamentos energizados. Atrás da existência do perigo de
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choque elétrico, resultante do contato direto com condutores energizados, reside a possibilidade do
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aparecimento de arcos elétricos por meio destes condutores (DAVIS, 2003, p.1).

Todos os profissionais que interagem com instalações elétricas energizadas estão sujeitos a riscos
intrínsecos, como choque elétrico, incêndios, arcos elétricos e fogo repentino. Segundo Bizzo (2009, p.11):

“Apesar do grande número de acidentes de origem elétrica, com a predominância de lesões graves
provocadas pela exposição ao arco elétrico e fogo repentino, esse tema normalmente é comparado a
outros riscos industriais existentes, ou mesmo ao choque elétrico, não tem sido tratado com a prioridade
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que merece”.

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No Brasil, temos a inobservância do item Arco Elétrico e Fogo Repentino por parte da ABNT, tão pouco
literaturas técnicas a respeito do assunto, dificultando, aos profissionais de engenharia elétrica e segurança
do trabalho, a elaboração de uma análise de risco eficaz para as atividades envolvendo equipamentos
elétricos energizados (BIZZO, 2009).

Para Bizzo (2009, p.11), as informações técnicas necessárias à elaboração de um programa de proteção ao
Arco Elétrico compreendem:

A. Competência dos profissionais;


B. Fenômeno do arco elétrico e fogo repentino;
C. Exposição;
D. Tipo de trabalho;
E. Nível de energia incidente;
F. Características das instalações;
G. Características dos EPIs e EPCs;
H. Legislação técnica aplicável.

Segundo item 10.2.1 da NR-10 (BRASIL, 2004):

“Em todas as intervenções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco
elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a
saúde no trabalho”.

Os arcos elétricos são eventos involuntários e inesperados quando se trata de atividades com equipamentos
energizados, e independem do tipo de equipamento, nível de tensão, experiência do operador ou nível
de carga do circuito. Os arcos elétricos podem ser gerados por diversos fatores, como falha humana, falha
de procedimentos operacionais, características dos equipamentos, manutenção realizada de maneira
inadequada e até agentes externos, como animais. Não havendo proteção adequada, o arco elétrico
poderá ocasionar sérias lesões, podendo levar o profissional à morte.
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Você Sabia?

Diversos perigos podem


ser associados à presença
do arco elétrico, como
calor intenso, elevada
pressão sonora, emissão
de elementos químicos em
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forma de fumos e gases,


radiação luminosa intensa
e deslocamento mecânico
do ar!

Fonte:
http://www.deenergize.com

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Riscos Adicionais do Arco Elétrico


Além de calor intenso, os arcos elétricos liberam partículas de metais ionizadas que podem conduzir
correntes, provocar deslocamentos de ar com manifestação de alta pressão prejudicial ao sistema
auditivo (existem registros de níveis de ruído acima de 120dB), emitir raios ultravioletas e infravermelhos
prejudiciais à visão e liberar gases tóxicos como resultado da combustão de materiais internos ao painel,
ou ainda danos físicos nas instalações, podendo causar lesões severas a distância de até 3 metros do
ponto de falha dos equipamentos, sendo essa distância variável conforme características construtivas
das instalações elétricas.

Fonte:
Davis et al. (2003, p.3)
Fonte:
Davis et al. (2003, p.2)

Queimaduras em eletricidade
As queimaduras ocorrem devido ao choque elétrico, independente da tensão ser baixa ou alta.

Quando uma corrente elétrica passa através de uma resistência elétrica é liberada energia calorífica,
denominada efeito joule. Essa energia varia de acordo com a resistência que o corpo oferece à passagem
da corrente elétrica, com a intensidade da corrente elétrica e com o tempo de exposição, podendo ser
calculada pela expressão:

Ecalorífica = R.I²choque.tchoque
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Sendo:
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Ecalorífica = Energia calorífica liberada no corpo humano (J)


R = resistência elétrica (ohms) do corpo humano
Ichoque = corrente elétrica de choque (A)
t choque = tempo de choque (s)

Os danos causados com a passagem da corrente elétrica pelos tecidos (pele) do individuo são difíceis de
avaliar, pois dependem da profundidade da destruição celular, sendo que a destruição pode alcançar os
ossos, necrosar tecidos, vasos sanguíneos e provocar hemorragias.
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A queimadura por eletricidade pode ocorrer por diversas formas, sendo elas:
• queimaduras por arco elétrico;
• queimaduras por contato;
• queimaduras por radiação (em arcos produzidos por curtos-circuitos);
• queimaduras por vapor metálico.

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As queimaduras provocadas por ARCO ELÉTRICO ocorrem devido ao fluxo de corrente elétrica através do
ar, normalmente ocorrem na abertura (manobra) de equipamentos energizados, e também em caso de
curto-circuito, o que provoca queimaduras de segundo ou terceiro grau. O arco elétrico possui energia
suficiente para queimar roupas e provocar incêndios.

As queimaduras por CONTATO ocorrem quando se toca uma superfície condutora energizada. Este tipo
de queimadura pode ser menor, deixando apenas uma pequena “mancha branca na pele” ou locais e
profundas atingindo até a parte óssea. Para os casos de pequenas ocorrências é importante que seja
realizado um exame necrológico, possibilitando a reconstrução do local afetado.

Ocorrem queimaduras por VAPOR METÁLICO quando existem a emissão de vapores e o derretimento de
metais (prata ou estanho dependendo do dispositivo) atingindo as pessoas localizadas nas proximidades.
Estas situações são comuns quando da fusão de um elo fusível ou condutor.
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Fonte:
http://en.wikipedia.org

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Quedas
O risco da altura nas intervenções elétricas

Uma das principais causas de acidentes de trabalho graves e fatais se deve a eventos envolvendo quedas
de trabalhadores de diferentes níveis. Os riscos de queda em altura existem em vários ramos de atividades
e em diversos tipos de tarefas, sendo muito representativo nas atividades de construção e manutenção do
setor de distribuição e transmissão de energia elétrica.

Fonte:
www.theguardian.com

As quedas podem ocorrer devido à inadequação de equipamentos de elevação (escadas, cestos,


plataformas, guinchos), inadequação de EPI’s, pela falta de treinamento dos trabalhadores e falta de
delimitação e sinalização do canteiro do serviço nas vias públicas. As quedas originadas por acidentes com
choques elétricos podem, em muitas vezes, matar não pelo choque ocorrido, mas sim pela queda, caso o
trabalhador não esteja utilizando os equipamentos de forma adequada. Isto se deve ao desmaio que pode
ocorrer no momento do choque.
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A NR-35
O princípio adotado na norma trata o trabalho em altura como atividade
que deve ser planejada, evitando-se caso seja possível, a exposição do
trabalhador ao risco, quer seja pela execução do trabalho de outra forma,
por medidas que eliminem o risco de queda ou mesmo por medidas que
minimizem as suas consequências, quando o risco de queda com diferenças
de níveis não puder ser evitado. Esta norma propõe a utilização dos preceitos
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da antecipação dos riscos para a implantação de medidas adequadas, pela


utilização de metodologias de análise de risco e de instrumentos como
as Permissões de Trabalho, conforme as situações de trabalho, para que o
mesmo se realize com a máxima segurança.

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Campos Eletromagnéticos
Riscos e efeitos sob o corpo

Campos elétricos e magnéticos existem sempre que há fluxo de corrente elétrica – em linhas de transmissão,
distribuição, cabos, fiação residencial e equipamentos elétricos.

Campos Elétricos originam-se de cargas elétricas, são medidos em volts por metro (V/m) e são facilmente
blindados por materiais comuns tais como madeira e metal.

Campos Magnéticos são gerados pela movimentação de cargas elétricas (corrente), são expressos em Tesla
(T), ou mais frequentemente em militesla (mT) ou microtesla (uT). Em alguns países uma outra unidade
chamada Gauss (G) é frequentemente usada (10.000 G = 1 T). Estes campos não são blindados pela maioria
dos materiais comuns, e os atravessam facilmente. Ambos os tipos de campo tem maior intensidade na
proximidade da fonte e diminuem com a distância.

Enquanto se preparava para uma palestra na


tarde de 21 de Abril de 1820, Orsted desenvolveu
uma experiência que forneceu evidências que
o surpreenderam. Enquanto preparava os seus
materiais, reparou que a agulha de uma bússola
defletia do norte magnético quando a corrente
elétrica da bateria que estava a usar era ligada
e desligada. Esta deflexão convenceu-o que os
campos magnéticos radiam a partir de todos
os lados de um fio carregando uma corrente
elétrica, tal como ocorre com a luz e o calor, e
Campo Magnético que isso confirmava uma relação direta entre Hans Christian Orsted
gerado por uma corrente Fonte:
elétrica
eletricidade e magnetismo. Brian, R.M. & Cohen, R.S. (2007). Hans
Christian Ørsted and the Romantic
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Legacy in Science, Boston Studies in


the Philosophy of Science, Vol. 241.
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O uso da eletricidade tornou-se parte integral de nosso cotidiano. Sempre que há um fluxo de eletricidade,
campos elétricos e magnéticos são criados nas proximidades dos condutores e equipamentos elétricos.
Desde o final dos anos setenta foram levantados questionamentos se a exposição a campos elétricos e
magnéticos (EMF na sigla em inglês), de frequência extremamente baixa (ELF na sigla em inglês), produzem
consequências adversas para a saúde. A partir daí muito se pesquisou, resolvendo com sucesso importantes
questões e estreitando o foco para pesquisas futuras.
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Em 1996, a Organização Mundial de Saúde (OMS) implantou o Projeto Internacional de Campos


Eletromagnéticos para investigar os potenciais riscos para a saúde associados a tecnologias emissoras de
EMF. Um Grupo de Trabalho da OMS recentemente concluiu uma resenha das implicações para a saúde dos
campos de baixa frequência (OMS, 2007).

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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade
Os efeitos danosos dos campos eletromagnéticos nos trabalhadores manifestam-se especialmente quando
da execução de serviços na transmissão e distribuição de energia elétrica, nos quais empregam-se elevados
níveis de tensão.

Os efeitos possíveis no organismo humano decorrente da exposição ao campo eletromagnético são de


natureza elétrica e magnética. Os efeitos de origem magnética são térmicos, endócrinos e suas possíveis
patologias produzidas pela interação das cargas elétricas com o corpo humano.

Os trabalhadores expostos a essas condições, que possuam em seu corpo próteses metálicas (pinos, encaixes,
articulações), devem dispensar especial atenção à sua saúde promovendo “check ups” periódicos, uma
vez que a radiação promove aquecimento intenso nos elementos metálicos podendo provocar necroses
ósseas, assim como aos trabalhadores portadores de aparelhos e equipamentos eletrônicos (marca-passo,
auditivos, dosadores de insulina, etc), pois a radiação interfere nos circuitos elétricos e poderão criar
disfunções e mau funcionamento dos mesmos.

Em 23 de marco de 2010, através da Resolução Normativa Nº 398 a AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA


ELÉTRICA – ANEEL regulamentou a Lei nº 11.934, no que se refere aos limites à exposição humana a campos
elétricos e magnéticos. Os limites estão elencados na Tabela 1, acima.

Portanto, para as instalações com tensão igual ou superior a 138 kV, de geração, transmissão e distribuição,
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tornou-se obrigatório encaminhar à ANEEL, um relatório com as medições dos campos elétricos e
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magnéticos, emitidas pelos equipamentos elétricos em funcionamento.

O eletromagnetismo
No estudo da Física, o eletromagnetismo é o nome da teoria unificada desenvolvida por James Maxwell
para explicar a relação entre a eletricidade e o magnetismo. Esta teoria baseia-se no conceito de campo
eletromagnético.
O campo magnético é resultado do movimento de cargas elétricas, ou seja, é resultado de corrente
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elétrica. O campo magnético pode resultar em uma força eletromagnética quando associada a ímãs.
A variação do fluxo magnético resulta em um campo elétrico (fenômeno conhecido por indução
eletromagnética, mecanismo utilizado em geradores elétricos, motores e transformadores de tensão).
Semelhantemente, a variação de um campo elétrico gera um campo magnético. Devido a essa
interdependência entre campo elétrico e campo magnético, faz sentido falar em uma única entidade
chamada campo eletromagnético.

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Eletricidade Estática
O risco de ignição de áreas explosivas Momento História
O fenômeno eletrostático mais antigo conhecido é o que ocorre
com o âmbar amarelo no momento em que recebe o atrito e
atrai corpos leves. Tales de Mileto foi um filósofo da Grécia
Antiga, o primeiro filósofo ocidental de
Tales de Mileto, no século VI a.C., já conhecia o fenômeno e que se tem notícia.
procurava descrever o efeito da eletrostática no âmbar. Também
os indianos da antiguidade aqueciam certos cristais que atraiam Tales é apontado como um dos sete
cinzas quentes atribuindo ao fenômeno causas sobrenaturais. sábios da Grécia Antiga. Além disso, foi o
O fenômeno porém, permaneceu através dos tempos apenas fundador da Escola Jônica. Considerava
como curiosidade. a água como sendo a origem de todas
as coisas, e seus seguidores, embora
A descarga eletrostática, é definida como a transferência de discordassem quanto à “substância
carga entre corpos que estão em potenciais elétricos diferentes. primordial” (que constituía a essência do
Para ser percebida pela sensibilidade humana, uma descarga universo), concordavam com ele no que
deve atingir, no mínimo, 3 mil volts, o suficiente para atear fogo dizia respeito à existência de um “princípio
em um material combustível. único” para essa natureza primordial.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina e Acidentes A tendência do filósofo em buscar a


no Tráfego (Abramet), pessoas que transpiram muito ficam verdade da vida na natureza o levou
mais expostas às descargas, pois os sais minerais, condutores também a algumas experiências com
de eletricidade, são expelidos na transpiração. magnetismo que naquele tempo só
existiam como curiosa atração por objetos
de ferro por um tipo de rocha meteórica
achado na cidade de Magnésia, de onde
Umidade Relativa Umidade Relativa o nome deriva.
(10 a 20%) (65 a 95%)
Meios de Geração de Eletricidade Estática Tensão Eletrostática (Volts)
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Andando sobre o Carpete 35.000 1.500


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Andando sobre piso de vinil 12.000 250

Trabalhador em uma bancada 6.000 100

Abrindo envelope plástico 7.000 1.200

Pegando uma sacola plástica 20.000 1.200

Sentando em cadeira com almofada de poliuretano 18.000 1.500


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Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tales_de_Mileto

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Riscos em Instalações e Serviços com Eletricidade
Estas descargas de eletricidade estática são causas comuns de ignição de ambientes com atmosferas
explosivas. Na aviação, por exemplo, a eletricidade estática é fator relevante à segurança das aeronaves.
Um avião após aterrissar necessita ser descarregado estaticamente, pois a tensão desenvolvida pode
facilmente ultrapassar 250.000 V.

Nos automóveis também ocorre a eletrização quando estes são submetidos a grandes velocidades no ar
seco, podendo seus ocupantes ao sair do veículo tomarem uma descarga elétrica.

Acidentes por eletricidade estática em postos de combustíveis

Acidente de Alcântara
Às 13h30 de 22 de agosto de 2003, uma enorme explosão destruiu
o foguete brasileiro VLS-1 V03 em sua plataforma de lançamento
no Centro de Lançamento de Alcântara durante os preparativos
para o lançamento, matando 21 técnicos civis.
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O objetivo da missão, nomeada Operação São Luís, era colocar o


satélite meteorológico Satec do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais e o nanosatélite Unosat da Universidade do Norte do
Paraná em órbita circular equatorial a 750 km de altitude.

Investigações posteriores concluíram que a explosão, que consumiu


as cerca de 40 toneladas de combustível sólido do foguete, foi
causada pela ignição prematura de um dos motores do foguete,
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deflagrada por uma centelha elétrica.

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A mente que se abre a
uma nova idéia jamais
voltará ao seu tamanho
original.

Albert Einstein

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