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PROCESSO SAÚD-DOENÇA

No final do século XIX, boa parte das questões relativas às doenças infecciosas havia sido
respondida, especialmente tratando-se das às doenças contagiosas. Porém, persistiam
algumas interrogações sobre a origem de doenças em que novos casos surgiam sem qualquer
contato direto com os indivíduos enfermos. Do mesmo modo, intrigava o não-adoecimento de
pessoas expostas aos doentes. Nos primeiros anos do século XX, foram desvendados a
participação de vetores ou hospedeiros intermediários na transmissão de doenças e o papel
dos portadores sadios na manutenção da cadeia epidemiológica. Abria-se a possibilidade de
aplicar o princípio da imunidade ativa (inoculação de germes vivos em estado atenuado ou de
seus extratos) e passiva (injeção de anticorpos específicos produzidos em outro animal) a
todas as doenças infecciosas. Várias vacinas e soros imunes foram produzidos para um número
expressivo de doenças – febre tifóide, tuberculose, febre amarela, poliomielite, difteria,
tétano, envenenamento por mordida de cobra etc. A crença na possibilidade de erradicação
das doenças infecciosas repercutiu na criação de laboratórios de microbiologia e imunologia
em diversos países. Reflexo dessa disseminação, os indicadores de mortalidade decrescem
continuamente, fruto da diminuição da freqüência de certas doenças. À medida que eram
identificados os modos de transmissão e as formas de reprodução de vetores específicos,
várias melhorias sanitárias e das condições de vida dos habitantes foram incentivadas.

Por volta de 1860, os fundamentos da ciência chamada de parasitologia foram


estabelecidos e os parasitas se tornaram então os responsáveis por importantes
doenças do homem e dos seus animais domésticos. Apesar de muitos
parasitologistas terem qualificações médicas, a parasitologia se estabeleceu como
um ramo da história natural na metade do século 19; muitos dos personagens que
se distinguiram na parasitologia eram médicos, zoólogos, ou de outros ramos da
história natural. Embora houvesse muita especulação se os parasitas seriam os
responsáveis pelas sérias condições patológicas apresentadas pelas doenças, foi
nesse período que se constatou que a hidatidose e a trichinelose tinham como
agentes patogênicos os parasitas (Foster, 1965).

Segundo Foster, a história da parasitologia não é uma história de grandes eventos;


ela se desenrolou ao longo dos séculos 19 e 20 nos laboratórios das universidades,
na grande maioria das vezes, em precárias condições. Os maiores avanços e
descobertas da parasitologia tropical foram realizados por homens isoladamente ao
redor do mundo pertencentes a algumas universidades: Army e Laveran, na
Argélia; Bunch, na África do Sul; Ross, na Índia; Manson, na China; e Bancroft,
Queensland e Wucherer, no Brasil. Na Europa, podemos destacar Rudolphi, Von
Siebold e Leuckhart, apoiados por grandes universidades e Kcheinmeister e
Cobbold, indivíduos independentes, que nunca tiveram posição acadêmica de muita
importância.

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232003000300015

A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune do indivíduo, ao entrar em contato
com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células imunes
(linfócitos T). Esse tipo de imunidade geralmente dura por vários anos, às vezes, por toda uma
vida. Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são contraindo uma doença infecciosa e a
vacinação.

A imunização passiva é obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos produzidos por um


animal ou outro ser humano. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção,
que, contudo, é temporária, durando em média poucas semanas ou meses. A imunidade passiva
natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo caracterizada pela passagem de
anticorpos da mãe para o feto por meio da placenta e também pelo leite.

Essa transferência de anticorpos ocorre nos últimos dois meses de gestação, de modo a conferir
uma boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de vida. A imunidade passiva artificial
pode ser adquirida sob três formas principais: a imunoglobulina humana combinada, a
imunoglobulina humana hiperimune e o soro heterólogo. A transfusão de sangue é uma outra
forma de se adquirir imunidade passiva, já que, virtualmente, todos os tipos de produtos
sanguíneos contêm anticorpos.

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/cotidiano/imunizacao-ativa-e-
imunizacao-passiva/26498

A história do Centro de Bacteriologia se confunde com a história do próprio Instituto


Adolfo Lutz. Frente às necessidades impostas pelos agravos que se proliferavam no
estado de São Paulo na segunda metade do século XIX, e com o desenvolvimento
da medicina experimental, em 1892 foi fundado o Instituto Bacteriológico, seguindo
o modelo do Instituto Pasteur de Paris de laboratório de saúde pública.
Naquele momento, duas vertentes eram identificáveis: a primeira voltada à
pesquisa microbiológica, ao desenvolvimento de técnicas e métodos, e à formação
e aprimoramento de recursos humanos neste campo; a segunda, focada na
produção de imunobiológicos com aplicação profilática, terapêutica e diagnóstica.
Os serviços prestados pelo Instituto Bacteriológico mantinham-se estritamente
afinados aos objetivos de saúde coletiva, particularmente ao modelo sanitário
desenvolvido por Emílio Ribas no estado de São Paulo. Nesta época (1893-1908), o
Instituto Bacteriológico foi dirigido pelo próprio Adolpho Lutz, que exercia as
atividades laboratoriais e ainda as “missões científicas”, que consistiam de
trabalhos de campo exploratórios para elucidação da epidemiologia de doenças
emergentes ou crônicas, como febre amarela, cólera, peste e das “febres
paulistas”.
Em 1925, o Instituto Bacteriológico é fechado e transformado em uma seção
incorporada ao Instituto Butantan
http://www.ial.sp.gov.br/ial/centros-tecnicos/centro-de-bacteriologia/historia
SAÚDE PÚBLICA NO FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO SÉCULO XX

Como as pessoas ficavam doentes se não tinham contato com os enfermos?

- Início do século XX foi descoberto que havia a participação de vetores e hospedeiros


intermediários na transmissão de algumas doenças;

- Princípio da imunidade ativa (quando seu próprio organismo responde a organismos e


substâncias estranhar produzindo anticorpos) e passiva (transferência de anticorpos
produzidos por outro animal);

- Vacinas e soros produzidos para uma considerável quantidade de doenças;

- Diminuição na erradicação de doenças infecciosas devido a criação de laboratórios de


microbiologia e imunologia

- Indicadores de mortalidade decrescendo


Referências bibliográficas:

http://www.ial.sp.gov.br/ial/centros-tecnicos/centro-de-bacteriologia/historia

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232003000300015

https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/cotidiano/imunizacao-ativa-e-
imunizacao-passiva/26498

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