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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BAURU

Mantido pela Instituição Toledo de Ensino


CURSO DE DIREITO

ALESSA OLIVEIRA

OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL

BAURU
2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BAURU
Mantido pela Instituição Toledo de Ensino
CURSO DE DIREITO

ALESSA OLIVEIRA

OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Banca Examinadora do
Curso de Direito, Centro Universitário de
Bauru, Mantido pela Instituição Toledo de
Ensino, para a obtenção do grau de
bacharel em Direito, sob a orientação do
Prof. Vanderlei Ferreira de Lima.

BAURU
2014
ALESSA OLIVEIRA

OS PRINCÍPIOS NORTEADORES DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL.

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado à Banca Examinadora do
Curso de Direito, Centro Universitário de
Bauru, mantido pela Instituição Toledo de
Ensino, para a obtenção do grau de
bacharel em Direito, sob a orientação do
prof. Vanderlei Ferreira de Lima.

Banca Examinadora

––/––/––––
Dedico esse trabalho aos meus colegas
de serviço. Em especial a minha família
que mesmo longe me apóia e a todo o
sacrifício e esperança dispensados para o
meu sucesso.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 06
2. CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DOS PROCESSOS CÍVEIS NO
BRASIL ................................................................................................................08
3. PRINCÍPIOS NORTEADORES ...................................................................11
3.1. Principio da oralidade. ......................................................................................12
3.2 Princípio da simplicidade ..................................................................................15
3.3 Imediatidade.........................................................................................................16
3.4. Principio da informalidade................................................................................17
3.5. Principio da celeridade......................................................................................18
4. COMPETÊNCIA .............................................................................................. 20
5. COMPOSIÇÃO ................................................................................................22
6. DESPESAS ...................................................................................................... 23
7. PROVAS.............................................................................................................26
8. TRAMITAÇÃO DAS AÇÕES .......................................................................28
8.1. Audiência de reconciliação ..............................................................................28
8.2. Audiência de instrução e julgamento. ............................................................31
8.3. Sentença..............................................................................................................32
8.3.1. Cumprimento da sentença..................................................................34
8.3.2. Processo especial de arresto .............................................................37
9. DEMANDAS CRIMINAIS SOLUCIONADAS NOS JUIZADOS
ESPECIAIS, POR UNIDADES DA FEDERAÇÃO – 1999 A 2003 38
10. CONCLUSÃO ................................................................................................40
11. REFERENCIAS 42
RESUMO

O trabalho sobre Os Princípios Norteadores Do Juizado Especial Cível demonstra


uma forma processual para solucionar causas cíveis de menor complexidade e
infrações penais de menor potencial ofensivo. Qualquer pessoa pode fazer valer
seus direitos de forma simples, facilitando todo o processo que muitas vezes é
moroso e faz com que mesmo com as diversas leis brasileiras o difícil acesso causa
muita impunidade. Sendo assim destaco a importância deste trabalho sendo que
muitas pessoas desconhecem o Juizado. Em 1984 pela lei 7 244 foram instituídos os
antigos juizados de pequenas causas, atualmente dificilmente ouvimos pela
população leiga “os maiores interessados” que eles vão ao juizado especial cível
resolver alguma demanda, na verdade eles dizem ir aos juizados de pequenas
causas, quer dizer que o nome pegou e ficou mesmo tendo sido alterado para
juizado especial cível. Portanto o propósito maior que é atingir esse público faz
desse trabalho o de detalhar o funcionamento de forma simplificada de suma
importância fazendo com que qualquer pessoa mesmo sendo leiga no assunto ao ler
este trabalho tenha conhecimento do funcionamento dos juizados cíveis.

Palavras-chave: Juizados Cíveis; Simplificar; Funcionamento; Facilidade de


Acesso.
ABSTRACT

Work on The Guiding Principles Of Small Claims Court demonstrates a procedural


way to resolve civil suits of lesser complexity and criminal offenses of lower offensive
potential. Anyone can assert their rights simply by facilitating the whole process is
often time consuming and causes even with several Brazilian law difficult access
because much impunity. So I highlight the importance of this work is that many
people are unaware of the Juvenile Court. In 1984 the law 7244 were established the
old small claims courts, now hardly heard by the lay population "those most
interested" they go to special civil court to resolve some demand, in fact they say go
to small claims court, mean the name stuck and was even having been changed to
special civil court. So the purpose is to achieve this greater public makes this work to
detail the operation of a simplified paramount causing anyone even lay in being
subject to read this work has knowledge of the functioning of the civil courts.

Keywords: Civil Courts; Streamline, Operation, Ease of Access.


6

1. INTRODUÇÃO

Os Juizados Especiais Cíveis permitem a prestação judicial simples, célere,


segura, eficiente e eficaz, atendendo a população em geral de acordo com os
critérios da lei.
O acesso a justiça é o mais básico e fundamental dos direitos humanos sem
ele o cidadão fica a mercê da sua própria sorte.
O Brasil ansiava em ser atendido em seu direito básico ao acesso a justiça o
que demonstra fatores históricos de desigualdades presentes em nosso país.
A respeito da verdadeira função dos juizados levando em conta uma historia
de exclusão ao acesso jurídico para a maioria, sendo assim entende
Lourenço(98,p.27), “O acesso a justiça não se identifica com a mera admissão ao
processo, ou a possibilidade de ingresso em juízo”.
Em face disso é certo afirmar que o estado deve garantir o funcionamento de
todo o mecanismo dando-lhe subsidio legal, moral e financeiro.
O acesso a justiça, portanto deve ser garantido de forma totalitária não
bastando à oferta e sim a verdadeira garantia de igualdade de pleito.
Para Lourenço (98, p.36), os juizados vieram para ampliar o acesso à ordem
jurídica justa e que tivessem demanda de certa simplicidade para não passar por um
processo moroso, caro e burocratizado.

2. CARACTERIZAÇÃO HISTÓRICA DOS PROCESSOS CÍVEIS NO


BRASIL

Para Salvador (2000, p.34): “O acesso à justiça é um direito social


fundamental, principal garantia dos direitos subjetivos. Em torno dele estão todas as
garantias destinadas a promover a efetiva tutela dos direitos fundamentais.”
SILVA (2005, p. 05), complementa o pensamento de Salvador (2000, p.34),
com o que diz a respeito dos Juizados Especiais e como este vem garantir o direito
fundamental do acesso a justiça:
7

“Juizado Especial trata-se do Poder Judiciário Estadual cuja


instituição e funcionamento estão disciplinados na Lei Federal nº.
9.099/95, de 26 de setembro de 1995, bem como nas legislações
estaduais a atos executivos de cada Juizado já criado. Segundo o
mesmo autor os Juizados Especiais representam uma grande
evolução do Poder Judiciário pela eficácia imediata da prestação
jurisdicional, tendo em vista o dinamismo do procedimento como
também a facilidade de acesso a essa prestação.”

Sendo esse aspecto o principal para a criação dos Juizados Especiais


Cíveis e não como pensam os leigos a respeito de sua criação ser exclusiva para
desobstruir as vias do Poder Judiciário que se encontrava abarrotado de demandas,
portanto o que se destaca aqui é o fato dele ser criado para garantir o acesso de
todos a justiça, como acrescenta Bonadia Neto (2013, p.2):

“Em outras palavras: os juizados especiais não vieram para retirar


causas das varas comuns, mas, sim, para abrir as portas do
Judiciário às pessoas mais simples, que dele estavam alijadas”.
(BONADIA NETO, 2013, p.2).

A própria história do Brasil inicia-se ligada a leis e interesses externos nem o


país nem os cidadãos do país detinham direito, pois todas as leis giravam em torno
de interesses do estado e da nobreza sendo assim as leis não eram acessíveis à
população em geral.
Durante o período colonial vigoraram no Brasil as Ordenações Filipinas,
editadas em Portugal, o que se prolongou até mesmo após a proclamação da
independência.
Em 1850 foi editado, junto com o Código Comercial, o regulamento
737, aplicável, de início, somente às relações comerciais, e discussões judiciais à
ela relacionadas.
Posteriormente, no início da República, a aplicação do regulamento foi
estendida às questões cíveis.
A constituição de 1891, ao atribuir capacidade aos Estados federativos
de legislar sobre processo, deu ensejo ao surgimento dos códigos judiciários
estaduais, que regulavam a justiça dos Estados.
Somente com a Constituição Federal de 1934 é que a competência para
legislar sobre o processo passou a ser exclusiva da União, do que resultou a edição
8

dos dois Códigos de Processo Civil que vigoraram no Brasil, ode 1939, e o atual, de
1973.
Nos dois, já estavam bem assentadas as distinções entre direito material e
processual, embora no atual sejam evidentes algumas conquistas, sobretudo as
relacionadas à fase de saneamento, julgamento antecipado da lide, cabimento de
recursos e medidas cautelares.
Recentemente, o Código de Processo Civil passou por numerosas alterações,
Liberato Bonadia Neto detalhou e montou um organograma sobre a evolução, que
foi simplificado em tópicos para e o presente trabalho.
Resumidamente, tem-se:
 Fase das ordenações filipinas (vigoraram durante o período colonial, e
pelo primeiro e segundo Impérios);

 Regulamento 737 – Entrou em vigor em 1850, mas se aplicava tão


somente às causas comerciais. Somente 1890 teve sua aplicação
estendida às causas cíveis.

 Constituição de 1891. Atribui competência concorrente aos Estados


para legislar sobre processo civil, o que deu ensejo ao surgimento de
Código Judiciários estaduais, em alguns Estados da federação, sem
prejuízo da existência de normas federais de processo.

 Constituição de 1934. Tornou a atribuir à União a competência para


legislar sobre processo. Não revogou os Códigos Judiciários, que
permaneceram vigentes até que fosse editado o Códigos de Processo
Civil, de vigência nacional.

 Código de 1939. Vigorou de 01 de janeiro de 1940 a 31 de dezembro


de 1973. Embora tenha consagrado numerosas das conquistas feitas,
até a época, pela ciência do Processo Civil, pecava pela timidez e falta
de técnica. No entanto, consistiu em um significativo avanço em
relação ao período anterior.
9

 Código de 1973. Entrou em vigor em janeiro de 1974, e foi elaborado a


partir do projeto do Ministro Alfredo Buzaid, ilustre representante da
Escola Paulista do Processo Civil, que se desenvolveu a partir dos
estudos realizados por Enrico Tullio Liebman e seus discípulos.
Representou enorme avanço, pois imprimiu ao Código um caráter mais
científico, adotando os desenvolvimentos mais recentes da técnica
processual.

 Constituição de 1988. Atribuiu à União competência exclusiva para


legislar sobre direito processual, concedendo aos Estados competência
supletiva sobre procedimento em matéria processual. Consagrou
inúmeros princípios do processo, dando ensejo ao desenvolvimento do
direito processual constitucional.

De acordo com BACELLAR (2003, p.233), A Small Claims Courts serviu de


base para os nossos Juizados especiais e representa um exemplo de efetividade a
ser seguido. O trabalho coordenado entre mecanismos extrajudiciais e judiciais no
próprio ambientado Poder Judiciário, a arbitragem vinculada aos Tribunais e a
mediação judicial, aliados ao grande número de auxiliares da justiça (conciliadores,
árbitros, juízes leigos, entre outros) consagram o sucesso do sistema.Small Claims
Courts é o pragmatismo próprio da cultura americana, ou seja, o conflito tratado de
forma ágil, descomplicada e fácil. Nesta esfera não era necessária a figura do
advogado, que era solicitado de acordo com a complexidade da matéria. Ao autor
cabia a despesa relativa ao serviço de postagem (carta registrada) ou o próprio autor
se encarregava de promover a citação da parte ré.
Com as reformas sucessivas e pontuais da legislação houve uma busca da
maior efetividade do processo e o desenvolvimento de novas técnicas processuais
tem dado ensejo a uma onda de reformas, devido a esse fator, em 1984 pela lei 7
244 foram instituídos os antigos juizados de pequenas causas, atualmente 2014,
dificilmente a população leiga, os maiores interessados, dizem ir ao juizado especial
civil resolver alguma demanda, na verdade eles dizem ir aos juizados de pequenas
causas, quer dizer que o nome “pegou e ficou”, mesmo tendo sido alterado para
juizado especial cível com a lei de numero 9.099/95.
10

A Lei 9.099/95 veio disciplinar o art. 98, I da Constituição Federal.


De acordo com a Revista dos Juizados Especiais Jul./Dez. 2004 sobre o
Juizado Especial Cível:

“Criados para facilitar o acesso dos jurisdicionados à justiça, os


juizados têm desenvolvido um verdadeiro papel social, por
proporcionar meios para que as camadas mais pobres da sociedade
possam reclamar os seus direitos, fato que, anteriormente, seria
quase impossível, devido à burocracia no andamento dos feitos, e a
deficiência de Defensores Públicos, aliadas aos procedimentos
formais, e dirigidos por juízes quase sempre sem o espírito
conciliador e distanciados do povo.” Revista dos Juizados Especiais
Jul./Dez. 2004

Considerando justamente esse propósito o Decreto nº 7.655, de 23 de


Dezembro de 2011 normatiza que desde que a indenização não ultrapasse 20
salários mínimos o cidadão pode ingressar no Juizado, com ou sem advogado. Com
advogado nas causas de até 40 salários mínimos. A lei delimitou alguns
impedimentos.
Impedimentos esses que serão descritos nesse trabalho, assim como
detalhamento dos tramites, alguns princípios norteadores perfazem o contexto da
aplicabilidade da lei 9.099/95.
Lei 9.099/95: “Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre
que possível a conciliação ou a transação.”

 O FONAJE de acordo com site do próprio FONAJE


- foi instalado no ano de 1997, sob a denominação de Fórum Permanente de
Coordenadores de Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Brasil, e sua
idealização surgiu da necessidade de se aprimorar a prestação dos serviços
judiciários nos Juizados Especiais, com base na troca de informações e, sempre que
possível, na padronização dos procedimentos adotados em todo o território
nacional.<http://www.fonaje.org.br/site/institucional/historico-do-projeto> acessado em
21/09/2014.
11

3. PRINCÍPIOS NORTEADORES

Oralidade

Simplicidade
Celeridade

PRINCÍPIOS
NORTEADORES.
Economia
Imediatidade
processual

Informalidade Instrumentalidade.

Fig.1 - Organograma dos princípios norteadores.

A respeito dos princípios é certo dizer que todos eles estão interligados em si
fazendo que um garanta o outro.
A respeito dos Juizados Especiais Cíveis pode-se esclarecer que estes são
aptos a solucionar, de pronto grande parte do problema relacionados a demora o
calvário como aponta Salomão(2009,p.5):
12

“Nos países de primeiro a expressão “eu te processo” assusta o


causador do dano, que logo procura fazer acordo com a parte. Ao
inverso, nos países que maltratam o direito do cidadão, a expressão “
Vá procurar seus direitos”, é que assusta, já que o lesado sabe que
terá que percorrer um longo e demorado calvário, além de
dispendioso, para ver restabelecer seu direito.”

Completa ainda Salomão (2009, p.6), a respeito dos Juizados Cíveis e como
é garantido esse acesso pois todos os princípios garantem-se em si, trazendo
celeridade e garantindo:

“O estado esta dotado de um sistema apto a solucionar de pronto,


grande parte desse problema, que perpassa o calvário do cidadão ao
buscar acesso a justiça. Basta que seja percebida essa realidade,
são os Juizados especiais cíveis e criminais, previstos no artigo 98,
inciso I, da Constituição Federal e regulados pela lei numero
9.099/95.”

Nos Juizados Especiais Cíveis o acesso a justiça esta garantido, pois:

a) Gratuidade de todos os atos em primeiro grau;


b) O ingresso no juizado é direito, sendo apenas facultativa e não necessária a
assistência de advogado (mas causas inferiores a 20 salários mínimos);
c) A lei confere a amplos poderes ao magistrado, inclusive para antecipar a
tutela em casos urgentes podendo decidir por equidade;
d) O processo é absolutamente informal e simplificado ( os depoimentos são
tomados com uso de gravador e não a lugar para pericia, substituída se necessário,
pelo depoimento de técnicos), o que resulta em rapidez e eficácia da prestação
juridicial;
e) Valorização da conciliação como forma de composição do litígio;
f) A possibilidade de funcionamento noturno fora dos horários normais de
trabalho, permitindo comparecimento regular de reclamantes e testemunhas.

3.1. Princípio da oralidade


13

Dentre os princípios norteadores o principio da oralidade cuja possibilidade de


ser iniciada a ação de forma oral, para atender a grande parcela de cidadãos
comuns, é fator primordial.
Este princípio se processa da seguinte forma: basta que o cidadão se
aproxime do juizado especial cível e no balcão de atendimento será atendido e de
forma simples ele expõe sua pretensão, que deverá ser reduzida a termo, ou seja,
oral no inicio porem documentado posteriormente ao pedido, porque, seria perdido,
se não registrado.
É permitido inclusive que sejam praticados atos por qualquer meio idôneo de
comunicação. Significa dizer que até mesmo aqueles atos que são praticados pelo
Juiz de uma comarca específica, que queira determinar a intimação de uma
testemunha em outro lugar, esse Juiz não precisa se valer da chamada carta
precatória, que seria aquele pedido que o Juiz, nesse caso deprecante faria para o
outro Juiz deprecado, ou seja, o pedido de um Juiz para o outro. Segundo informa a
própria lei essa solicitação poderia ser feita por qualquer meio idôneo de
comunicação, o que facilita e agiliza o processo, integrando assim o principio da
simplicidade presente nos demais princípios.
As declarações das testemunhas não são escritas, essas declarações são
gravadas, podendo ser feita a transcrição dessa gravação. Tudo com o propósito de
dar celeridade, informalidade, simplicidade e principalmente atender o principio da
oralidade.
No que se refere às intimações são feitas por qualquer meio de comunicação
mais uma forma de imprimir velocidade e seriedade além de garantir a
informalidade, a agilidade e principalmente atender ao principio da oralidade.
Há a possibilidade de contestação oral, a contestação é apresentada em
audiência onde a parte tem a oportunidade de apresentar a sua contestação de
forma oral ou escrita como preferir.
A interposição de embargos de declaração pode ser feito de forma oral,
embargo de declaração é aquele recurso que cabe contra a sentença, decisão
interlocutória ou contra o acórdão que é proferido pela turma do juizado especial
cível no sentido de esclarecer algum ponto que ficou omisso ou de suprir alguma
contradição ou até mesmo retirar alguma obscuridade ou alguma duvida do julgado.
Muito embora no juizado sejam mais utilizados os embargos de declaração, por não
14

haver a possibilidade do agravo de instrumento, lembrando que a possibilidade dos


embargos contra decisão interlocutória é puramente jurisprudencial e doutrinaria a
letra da lei diz apenas sentenças e acórdãos.
Sendo assim será possível a parte propor naquele momento um recurso de
embargo de declaração. Essa citação só é permitida nos Juizados Especiais Cíveis
para garantir o principio da oralidade. De acordo com o enunciado 46 do fonaje diz
que as sentenças e os acórdãos serão gravados onde só será escrito o dispositivo
na ata.
De acordo com Santos (2009, p.39):

“O pedido inicial pode ser oral e será reduzido a termo pela


Secretaria do Juizado (art.14,§ 3º), a contestação e o pedido
contraposto podem ser orais (art.30); a prova oral (depoimento das e
das testemunhas técnicas e de técnicos) não é reduzida a escrito e
sim gravadas em sistemas de áudio e vídeo, podendo os técnicos ser
inquiridos em audiência, com a dispensa de laudos.”

As partes da sentença são o relatório, a fundamentação e o dispositivo. O


dispositivo é o momento em que o Juiz ou a turma recursal fecham, encerram
aquela decisão e que deverá constar de forma escrita.
A simplicidade da sentença ajuda a tornar o processo mais rápido e acessível
à população facilitando ainda a interposição de embargos declaratórios que poderão
ser feitos oralmente e passados a termo pelo escrevente assim sendo segue o
próximo principio que permeia a todos os outros,
Escreve Rocha(2002,p.14), que é preciso lembrar que, para que um processo
seja oral, não necessariamente deva-se abrir mão inteiramente da forma escrita,
mesmo porque segundo Rocha(2002,p.14) é inevitável que o processo tenha
alguma documentação dos seus atos.Por outro lado a oralidade pode ser
dispensada pelas partes, quando lhes for conveniente, ou pelo juiz, quando julgar
necessário e seguro.
Para Rocha (2002, p.15), a oralidade leva a três idéias: “concentração dos
atos processuais, identidade física do juiz (ou imutabilidade do juiz) e
irrecorribilidade das decisões interlocutórias.”
Imutabilidade física do juiz significa dizer que o juiz colheu as provas no
processo, identificando-se fisicamente com elas, sendo ele o mais apto a para
15

proferir uma decisão, vale-se isso, pois a lei garante a concentração dos atos
processuais.
A lei dos juizados não fala em momento algum na identidade do juiz, vale
dizer então que mesmo que um juiz participou de todo o processo ao ausentar-se o
juiz que o substituir é apto a proferir a decisão, sendo isso algo a ser pensado ao
optar por uma forma somente oral de processo.

3.2. Princípio da simplicidade

O principio da simplicidade esta presente em todo o sistema dos Juizados


Especiais Cíveis. O pedido deve ser redigido de forma simples. Esse cuidado se da
para facilitar o acesso e que as ações não necessitem de um trabalho rebuscado,
simplificando assim o processo.

“Aos ricos, o FAVOR da lei, aos pobres, o RIGOR da lei.”


Jose Rainha Junior

Levando em conta o processo histórico do Brasil o Juizado Especial Cível


vem garantir o acesso ao cidadão comum sem falácias e menos morosidade. Pois
ele foi criado para atender à grande parcela da população que não conseguia ter
acesso ao judiciário.
A pessoa descreve o ocorrido a sua pretensão os fatos de forma simples e
objetiva e será aceito pelo Juizado mesmo sem toda a linguagem rebuscada e
divisão legal dos tópicos.
A valoração das provas de acordo com regras de experiência comum ou
técnica, ou seja, aquilo que o Juiz observa de uma forma geral, aquilo que o Juiz
observa de uma forma técnica pela pratica comum é o que ele vai utilizar para o seu
julgamento, adoção de decisão mais justa e equânime, ou seja, relacionado ao que
é imparcial e justo, com a pensão aos fins sociais da lei e as exigências do bem
comum.
16

A respeito da audiência conciliatória imediata com a dispensa de pedido


prévio de citação se ambos comparecerem significa que, há duas pessoas
interessadas numa solução, e que não é necessário redigir a petição inicial, partindo
diretamente para a conciliação.
Não obtido a conciliação parte-se opção pelo juízo arbitral
independentemente de termo de compromisso. Criando a possibilidade de dentro do
Juizado Cível, partir para uma rápida solução e mais viável que é o juiz arbitral,
porem como a sentença do Juiz arbitral não é passível de recurso o que acelera a
solução e simplifica.
Reinaldo Filho,(1996,p.37), escreve a respeito da simplicidade procedimental
e como essa simplicidade é uma constante em todo o processo especial, com a
seguinte colocação:

A simplicidade procedimental, elevada à categoria de princípio informativo


do processo especial, está ligada à noção da rapidez na solução dos
conflitos, depende de que o processo seja simples no seu tramitar, despido
de exigências nos seus atos e termos, com a supressão de quaisquer
fórmulas obsoletas, complicadas ou inúteis. A simplificação dos atos e
termos é, realmente, uma constante em todo o processo especial.

Contudo Lourenço (98, p.37), escreve que a simplicidade e a celeridade não


devem ser usada de fatores a fim de sacrificar a correta aplicação da justiça.
Soares (96, p.36), concorda com Lourenço (98, p.37) a respeito de não se
sacrificar a correta aplicação da justiça e completa que é preciso esclarecer sobre os
juizados especiais cíveis, “É bom saber que os Juizados Especiais Cíveis não são
uma panacéia para todos os males e questões pessoais.”, acrescenta ainda que
“Não são locais onde se põe ponto final em todos os conflitos oriundos de quaisquer
pretensões, paixões, caprichos e desejos, pois eles são em numero infinito e as
situações as mais complexas.”.

3.3. Imediatidade

Em seu artigo no portal Jurídico, José Lourenço Torres Neto escreve sobre a
importância da imediatidade e os subsídios teóricos para ela. Ele descreve a
17

importância do contato direto do juiz e as impressões que são importantes para o


veredicto. O juiz precisa ter contato direto, sem mediação, com as partes e as
provas.
O eminente jurista inglês Jeremias Bentahm, no séc. XVIII, já combatia o
processo escrito, sustentando:

“Não pode o juiz conhecer por suas próprias observações esses


caracteres de verdade tão relevantes e tão naturais que se
manifestam na fisionomia, no som da voz, na prontidão, nas
emoções do medo, na simplicidade da inocência, no embaraço da
má-fé; pode-se dizer que ele (o juiz do processo escrito que o jurista
está atacando) cerrou a si próprio o livro da natureza e que ele se
tornou cego e surdo em casos nos quais é necessário tudo ver e tudo
ouvir [...]” (BENTAHM apud SILVANY, 2003, p.2).

O comportamento da testemunha, por exemplo, é muito revelador. Quando


peremptória, revela confiança; quando hesitante, revela insegurança; quando
detalhista, revela preparação prévia.

3.4. Princípio da informalidade

O princípio da informalidade trabalha a valoração das provas de acordo com


regras de experiência comum ou técnica. Esse princípio permite transpor toda
aquela formalidade excessiva dos processos comuns e mesmo adoção de decisão
mais justa e equânime.
Mirabete (2002, p.23), escreve sobre princípio da informalidade: O princípio
da informalidade revela a desnecessidade da adoção no processo de formas
sacramentais, do rigorismo formal do processo. Embora os atos processuais devam
realizar-se conforme a lei, em obediência ao fundamental princípio do devido
processo legal, deve-se combater o excessivo formalismo em que prevalece a
prática de atos solenes estéreis e sem sentido sobre o objetivo maior da realização
da justiça. Há uma libertação do formalismo, substituído pela finalidade do processo.
Contudo o Princípio da instrumentalidade das formas está previsto no Código
de Processo Civil nos artigos 154, 244 e 249, parágrafo 2º. Os atos e termos
18

processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei


expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe
preencham a finalidade.
Para Salomão(2009,p.26), a combinação da simplicidade e informalidade é a
formula perfeita e segundo ele ambas “ desfilam pela lei” ou seja interligam os
princípios garantida pelos demais e interligando os demais princípios.De acordo com
ele:

“Coisa simples significa incomplexa, descomplicada.A informalidade


é idéia clara daquilo que não se aprende a formulas de praxe ou de
rotina.Ambos princípios (informalidade e simplicidade), combinados,
resultam em indicar que a lei dos Juizados Especiais pretende
“descomplicar” o processo, simplificá-lo sem se ater as formas já
existentes.”

3.5. Princípio da celeridade

O principio da celeridade trabalha com a proibição da prova pericial, ou seja, a


proibição da prova complexa. Essa sistemática não é permitida, para que seja
cumprido o principio da celeridade, porém o juiz pode ouvir técnicos de sua
confiança. O enunciado 15 do Fonaje que afirma que decisões interlocutórias são
irrecorríveis e não são passiveis de mandato de segurança. Se a parte pede uma
tutela antecipada para que seu nome seja excluído do Serasa e do SPC e esse
pedido é indeferido pelo juiz, a parte vai ter que aguardar o desfecho no processo ao
final. Não cabe recurso porque isso fere a sistemática da celeridade garantida na lei
9.099/95, ao contrario dos juizados especiais federais onde se admite tal prática.
O artigo 59 da lei 9.099/95 não admite a ação rescisória dando conta da
celeridade.

“Art. 59 lei 9099/95. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao
procedimento instituído por esta Lei.”
19

“Conforme prevê o art. 467 do Código de Processo Civil “denomina-se coisa


julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais
sujeita a recurso ordinário ou extraordinário”. A ação rescisória muitas vezes é
intentada de forma inadequada e até mesmo descabida pelo profissionais do direito,
sendo necessário um estudo um tanto que pormenorizado anteriormente ao
intento.”Teresa Arruda Alvim Wambier (1986)
Sendo assim Teresa Arruda já retrata ao escrever o artigo na revista dos
tribunais sobre a forma inadequada e até mesmo descabida dos profissionais de
direito no uso da ação rescisória. O que faz da lei 9.099/95 garantia de celeridade,
visando à economia do próprio processo da maquina judicial, porém o ponto
principal seria a economia para as partes, a isenção das custas iniciais do processo.
Oferece também a isenção das despesas com a locomoção do oficial de justiça,
sendo assim Registrado o pedido, independentemente de distribuição e autuação, a
Secretaria do Juizado designará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de
quinze dias. Inserindo assim velocidade e praticidade.
Vale ressaltar o que escreve BONADIA NETO (2013, p.6), a respeito da
celeridade:

A celeridade, no sentido de se realizar a prestação jurisdicional com


rapidez e presteza, sem prejuízo da segurança da decisão. A
preocupação do legislador com a celeridade processual é bastante
compreensível, pois está intimamente ligada à própria razão da
instituição dos órgãos especiais, criados como alternativa à
problemática realidade dos órgãos da Justiça comum, entrevada por
toda sorte de deficiências e imperfeições, que obstaculizam a boa
fluência da jurisdição. A essência do processo especial reside na
dinamização da prestação jurisdicional, daí por que todos os outros
princípios informativos guardam estreita relação com a celeridade
processual, que, em última análise, é objetivada como meta principal
do processo especial, por representar o elemento que mais o
diferencia do processo tradicional, aos olhos do jurisdicionado. A
redução e simplificação dos atos e termos, a irrecorribilidade das
decisões interlocutórias, a concentração dos atos, tudo, enfim, foi
disciplinado com a intenção de imprimir maior celeridade ao
processo. (BONADIA NETO, 2013, p.6).

SODRÉ, (2005, p.6), complementa escrevendo que não resta duvida de que a
celeridade é a meta principal, onde a celeridade marca um diferencial para os
Juizados. Complementa ainda que o principio da celeridade é um dos mais
importantes contudo todo o processo deve funcionar para que haja celeridade.
20

“A Emenda Constitucional n.º 45 de 2004, através da reforma do Poder


Judiciário, que acrescentou o inciso LXXVIII ao art. 5º da Constituição Federal de
1988, dispondo que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação” é algo mais a acrescenta para que a celeridade realmente exista e
afirma assim a sua importância.”
Salomão (2009), escreve que o ideal de acesso a justiça implica uma
maquina estatal rápida e barata, apta a cumprir bem sua missão. Para ele a
celeridade é preocupação constante do legislador, procurando equilibrar segurança
nos julgamentos com rapidez.

4. COMPETÊNCIA

Os juizados especiais cíveis têm competência para conciliação,


processamento e julgamento.
Competência de acordo com Pimenta (2002), é um termo de origem latina
que, em sua acepção jurídica, significa a atribuição da aplicação da lei a
determinada pessoa, no caso o juiz ou tribunal, para a decisão de certas questões.
Dizer que uma pessoa é competente significa dizer que ela é plenamente apta para
a desenvoltura de certa atividade, afastando para aquela atividade as pessoas
incompetentes para tal.
Os Juizados Especiais Cíveis também não podem julgar causas regidas por
leis e rito específicos, tais como separações, divórcio, guarda de filhos, de heranças
de acidentes de trabalho, de problemas criminais, nem reclamações contra o Estado
e empresas de cigarros.
O artigo 3º da lei 9099/95 O Juizado Especial Cível trata da competência, ou
seja, descreve as causas que podemos levar até o Juizado Especial Cível. Observa-
se no artigo que só podem ser aceitas as causas não complexas, ou seja, aquelas
causas que não exija prova pericial se for exigida prova pericial não será admitida no
juizado garantindo o principio da celeridade contudo pode ser aceito perito de
confiança do juiz.
21

       A principio como descrito anteriormente: “São consideradas causas


cíveis de menor complexidade aquelas cujo valor não exceda a 40 salários mínimos;
as ações de despejo para uso próprio e as ações possessórias sobre bens imóveis
de valor não excedente a 40 salários mínimos.”, contudo não são quaisquer pessoas
que podem recorrer aos Juizados Especias Cíveis são elas: “As pessoas declaradas
incapazes, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da
União, a massa falida e o insolvente civil.”.
A regra geral é que no pólo ativo deve figurar pessoa física capaz, em pleno
gozo de seus direitos políticos.
Estão elencados no art. 8º da Lei 9.099/95 entes que não podem ser partes
nos juizados especiais, são eles: o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito
público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
A pessoa jurídica não pode atuar no pólo ativo no juizado, com exceção para
as microempresas e empresas de pequeno porte, estas acrescentadas, pelo art. 38
da Lei 9.841/99. Não pode haver representação das partes no juizado especial. Esta
proibição visa favorecer incondicionalmente a composição amigável. As partes não
podem ser representadas por advogado porque este faz a representação técnica e
não exime a pessoa natural de comparecer em audiência, conforme enunciado 20
do FONAJE. Será causa de extinção do processo a ausência do autor em alguma
audiência e será caso de revelia se o réu não comparecer na audiência, mesmo que
apresente a contestação.
Se o réu for pessoa jurídica, poderá ser representado em juízo por preposto
devidamente credenciado, com base no art. 9º, §4º, da Lei 9.099/95.
A Lei 9.099/95 criou uma exceção ao mandamento constitucional porque
dispensa a representação técnica dos advogados em causas de até 20 salários
mínimos, conforme art. 9º, mas, se um dos pólos estiver com esta assistência o
outro pólo também deverá ter assistência jurídica, e caso comprove ser pobre, será
assistido pela Defensoria Pública, logicamente se esta for pessoa natural, entretanto
o FONAJE enunciado 48, diz que esta assistência da defensoria pode ser estendida
à micro empresa e pequena empresa.
Muitas vezes as pessoas não vêem seus problemas solucionados, uma vez
que muitas delas interpretam erroneamente seus contratos e quando entram com
seus pedidos esses por varias vezes vão contra o contratado. Contudo se o pedido
22

fosse feito de outra forma seus problemas seriam resolvidos. Isso é claro quando a
própria lei reconhece um desequilíbrio:
“Art. 9º da lei 9099/95 § 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das
partes comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma
individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por órgão
instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.”

5. COMPOSIÇÃO

A lei n. 9.099/95 elenca as figuras integrantes de cada unidade jurisdiconal


dos juizados especiais cíveis.

São elas:
1. Juiz togado;
2. Juiz leigo;
3. Conciliadores;
4. Árbitros, estes recrutados dentre os Juízes leigos.

A respeito da quantidade de Juízes leigos, de conciliadores e de árbitros,


Soares (96, p.29), escreve:

“No que diz respeito a quantidade de Juízes leigos, de conciliadores


e de árbitros que devem participar, a lei n.9099/95 silencia deixando,
no nosso entender, ao sabor de cada estado, distrito federal e
território, a fixação do numero necessário às necessidades de cada
unidade jurisdicional instalada.”

Os Juízes leigos, os Conciliadores e os Árbitros são ali considerados


auxiliares da justiça e não do juiz, sem função judicante, figurando com atribuições e
responsabilidade definidas, ao lado do Juiz togado, do advogado, do Ministério
Público e do Defensor Público. Em suma, de acordo com Soares (96), exercem
função pública, mas não são funcionários públicos vinculados ao estado.
23

No ato da posse deverão assinar o competente termo de compromisso em


livro próprio. Determina a lei que a função do Conciliador deve recair,
preferencialmente, em um bacharel em Direito (não precisando ele ser inscrito na
OAB), e o Árbitro fosse Advogado, com mais de dois anos de experiência no
exercício da advocacia.
Os atos do juiz, segundo a legislação processual civil, são eles: a sentença,
as decisões interlocutórias e os despachos. A parte como se sabe se inconformada
e dispuser de embasamento legal não deve ficar inerte diante destes atos praticados
pelo magistrado, ou seja, tendo a frente uma sentença recorre como permite o artigo
41 da lei n. 9099/95, ao se deparar com uma decisão interlocutória recorrerá ao
agravo, recursos estes não previstos nos Juizados Especiais Cíveis e finalmente
diante de um despacho de mero experiente, nenhum recurso lhe caberá, como
prescreve o art. 504 do CPC.
Por outro lado, a inteira liberdade do Juiz no processo, cabendo-lhe,
determinar as provas a serem produzidas, para, em seguida, apreciá-las, dando
especial valor as regras de experiência comum ou técnica.
Do magistrado exige-se certo poder criador, valorizador e verificador nas suas
interpretações a tal ponto que, segundo Soares (96), deverá o aplicador da norma
positiva (temperar, quando possível, o vigor do preceito com o abrandamento da
equidade). Sendo de suma importância que a decisão seja justo e equânime,
atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum, não abandonará o
julgador a equidade.

6. DESPESAS

O principio da economia processual é importantíssimo pois é ele que ajuda na


garantia de acesso a todos, principal fator na criação dos juizados.
Sendo esse aspecto o principal para a criação dos Juizados Especiais Cíveis
e não como pensam os leigos a respeito de sua criação ser exclusiva para
desobstruir as vias do Poder Judiciário que se encontrava abarrotado de demandas,
24

portanto o que se destaca aqui é o fato dele ser criado para garantir o acesso de
todos a justiça, como acrescenta Bonadia Neto (2013, p.2):

“Em outras palavras: os juizados especiais não vieram para retirar


causas das varas comuns, mas, sim, para abrir as portas do
Judiciário às pessoas mais simples, que dele estavam alijadas”.
(BONADIA NETO, 2013, p.2).

O Brasil ansiava em ser atendido em seu direito básico ao acesso a justiça o


que demonstra fatores históricos de desigualdades presentes em nosso país.

“Art. 54. da lei 9099/95 O acesso ao Juizado Especial independerá, em


primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei,
compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em
primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.”

Esta gratuidade, porém, só é garantida à primeira instância. Caso alguma das


partes deseje interpor recurso contra a sentença de primeiro grau, ela deverá
recolher além das custas do recurso, as despesas processuais dispensadas em
primeira instância. Observa-se com isto a clara intenção do legislador em impedir o
acesso às vias recursais. Cabe lembrar que na hipótese da ação ser extinta em
razão do autor não comparecer a qualquer das audiências, ele deverá arcar com os
custos do processo.

“Art. 55. da lei 9099/95 A sentença de primeiro grau não condenará o vencido
em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância de má-fé.
Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de
advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de
condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.

Parágrafo único. Na execução não serão contadas custas, salvo quando:

I – reconhecida a litigância de má-fé;


25

II – improcedentes os embargos do devedor;


III – tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso
improvido do devedor.”
Américo Canabarro (1997, p.116), escreve a respeito das despesas
processuais:

O princípio da economia dos atos processuais consiste na preterição


de atos ou formalidades que se tornaram desnecessárias, no curso
do processo, em proveito da celeridade da marcha processual.
Ocorre, por exemplo, quando o juiz, suprindo alguma nulidade ou
corrigindo certa irregularidade, aproveita os atos anteriormente
praticados, aos quais o vício não contaminou.

Demócrito Ramos Reinaldo Filho, citando Rogério Lauria Tucci, aponta da


seguinte forma:

O princípio da economia processual tem no processo especialíssimo


dos Juizados Cíveis uma outra conotação, relacionada com a
gratuidade do acesso ao primeiro grau de jurisdição, em que fica
isento o demandante do pagamento de custas, e com facultatividade
de assistência das partes por advogado, que dizem, à evidência, com
o barateamento de custos aos litigantes fundamentado na economia
de despesas, que, com a de tempo e a de atos (a economia no
processo, enfim), constitui uma das maiores preocupações e
conquistas do Direito Processual Civil moderno. (1996, p.39).

Explica muito bem Ricardo Cunha Chimenti (2005, p.13),com a colocação


feita a seguir:

O princípio da economia processual visa a obtenção do máximo


rendimento da lei com o mínimo de atos processuais. Já o princípio
da gratuidade estabelece que, da propositura da ação até o
julgamento pelo juiz singular, em regra as partes estão dispensadas
do pagamento de custas, taxas ou despesas. O juiz, porém,
condenará o vencido ao pagamento das custas e honorários
advocatícios no caso de litigância de má-fé (arts. 54 e 55 da Lei
9.099/95).

Tais colocações são importantes, pois o vencido somente arcará com as


custas e honorários quando da litigância de má fé, tal que isso garante também a
celeridade uma vez que para as partes o melhor a se optar por acordos, garantindo
26

também a celeridade, importante frisar que os princípios dependem-se entre si e


completam-se também.
Santos (1998, p.43), confirma a colocação acima ao escrever que:

“O princípio da economia processual induz a adoção de instrumentos


previstos na própria lei que possibilitem a compatibilidade entre a
solução rápida dos litígios com a menor onerosidade possível. A
economia deve sempre orientar os atos processuais, evitando gasto
de tempo e dinheiro inutilmente.”

7. PROVAS

Artigo 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos ainda que não
especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas
partes.
Na lei do juizado o Juiz tem ampla liberdade para determinar as provas a
serem produzidas, para apreciá-las e para dar especial valor às regras de
experiência comum ou técnica se dessa forma não for o juizado terá serias
dificuldades em colocar em pratica os princípios informativos principalmente o da
celeridade.

Prova Oral:
O principio da oralidade faz com que haja uma concentração dos atos
processuais na audiência de instrução e julgamento, quando já vencida a fase de
conciliação na audiência anterior, ou, ocorrida momentos antes, presidida por
conciliador ou Juiz leigo.

Prova técnica:

Salomão (2009,p.75), escreve sobre as controvérsias a respeito da prova


técnica com relação a produção de pericia no juizado:
“Muita discussão existe quando se fala que é vedada a produção de
pericia no juizado, suscitando, inclusive questionamento quanto a
27

constitucionalidade de eventual dispositivo que vede a produção de


determinada prova, sob alegação de cerceamento das partes.”

Contudo Salomão (2009, p.75), pondera a respeito disso ao escrever que:

“A lei dos juizados especiais, em nenhum momento, veda qualquer


tipo de produção de prova. Ao contrario, como se consignou, a lei
permite muita amplitude e liberdade probatória. Porque, então com
relação a prova pericial, iria restringi-la ?Na verdade, a lei em
comento apenas simplificou, sobremaneira, a forma de produzir a
prova técnica.”

Para Lourenço (98, p.93):

“A prova é assim elemento instrumental para que as partes influam


na convicção do Juiz sobre os fatos que afirmaram e o meio de que
se serve o magistrado para averiguar a respeito dos fatos em que os
titulares dos interesses em conflito fundam as suas alegações.”

As afirmações de fato feitas pelo autor podem corresponder ou não a


verdade. E a elas ordinariamente se contrapõe as afirmações de fato feitas pelo réu
em sentido oposto, as quais, por sua vez, também podem ser ou não verdadeiras.
As duvidas sobre a veracidade das afirmações de fato feitas pelo autor ou por
ambas as partes no processo, a propósito de dada pretensão deduzida em juízo,
constituem as questões de fato que devem ser resolvidas pelo juiz, a vista da prova
dos fatos pretéritos relevantes. A prova constitui, pois, o instrumento por meio do
qual se forma a convicção do juiz a respeito da ocorrência ou inocorrência dos fatos
controvertidos no processo.
Todas as provas disponíveis por ocasião da audiência devem ser
imediatamente colhidas, pois os elementos apresentados conforme escreve
Chimenti e Santos (2005), podem ser suficientes para o convencimento do Juiz.
Se necessário a colheita de outras provas, não disponíveis, no momento da
audiência, o Juiz poderá designar nova data para a continuação do ato.
O principio da economia processual admite a utilização da prova emprestada,
sobre tudo quando inviável a sua reprodução no processo que esta recebendo tal
contribuição.
Não há necessidade do requerimento prévio para produção da prova na
audiência de instrução e julgamento.
28

A respeito das provas e concentração dos atos processuais Pimenta (2002,


p.60), “A concentração dos atos processuais na audiência de instrução e julgamento
decorre dos princípios da simplicidade e celeridade que norteiam o juizado cível, o
que ganha caráter de obrigatoriedade perante o principio da preclusão.”

Ainda segundo Pimenta (2002,p.60), com relação as provas discorre:

“Cabe, portanto a parte munir-se de todos os documentos que tiver


sobre o assunto, ao comparecer a audiência de instrução e
julgamento, para o caso de necessidade de fazer eventual contra
prova, até por cautela não podendo aduzir prejuízo no futuro, se
nada alegou oportuno tempore.”

8. TRAMITAÇÃO DAS AÇÕES

8.1. Audiência de Conciliação

A audiência Inicial pode destinar-se a tentativa de conciliação, instrução e


julgamento, ou, ainda, exclusivamente a tentativa de conciliação, como descreve
Chimenti (2012).
Lei 9.099/95: “Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre
que possível a conciliação ou a transação.”
A conciliação é um meio de resolução de conflitos, a melhor decisão nem
sempre é uma sentença, ou seja, não é a imposição de um terceiro.
Escreve Silva (1999, p.4), a respeito da conciliação considerada esta uma
forma de dar as partes poder sobre a resolução dos conflitos:

“A conciliação e a tramitação são buscadas sempre que possível, a


fim de que a vontade do órgão monocrático, ou colegiado, não se
substitua a das partes. É uma maneira de devolver a estas a
capacidade inicial de resolver os próprios problemas sem que seja
necessária a intervenção estatal, que, por mais justa que seja,
deixara um dos litigantes desconte e insatisfeito.Isso porque a
decisão estatal, embora venha a colocar um ponto final no litígio, na
29

verdade, o faz formalmente, sem se preocupar com os efeitos do


desconhecimento.”

A tentativa de conciliação nos termos do art. 22 da lei 9099/95, é conduzido


pelo Juiz togado ou leigo ou conciliador sob sua orientação.
Na conciliação de acordo com Chimenti e Santos (2005), verifica-se uma
participação ativa do conciliador, que fornece subsídios e propostas para a solução
dos litígios mediante concessões recíprocas.
No Juizado especial o conciliador de acordo com Chimenti e Santos (2005),
exerce papel de extrema importância, principalmente porque o contato direto com as
partes antes do Juiz.

Para Lourenço (98, p.71), quanto ao papel do conciliador:

“O papel do conciliador é de fundamental importância na conciliação,


uma vez que ele será o facilitador da resolução consensual dos
conflitos, portanto deve estar cônscio e preparado para enfrentar
desafios que se apresentarão em sua missão, sabendo que sua
tarefa será preparar a terra para que as sementes da solidariedade,
da justiça e da paz possam germinar.”

De acordo com Amorim (2005), deve o conciliador desenvolver algumas


habilidades são elas:

Saber ouvir O conciliador precisa estar atento não só


para as palavras, mas também para os
gestos, entonação de voz, sinais,
movimentos corporais, e demais
elementos presentes na comunicação do
outro. É o momento de estar voltado
exclusivamente para o outro, como
exemplo aos envolvidos no conflito
necessitam ouvir e serem ouvidos;
Ser empático Ter a sensibilidade de sentir o problema
transpondo para si a gravidade
dos prejuízos causados à pessoa que
está com o problema;

Demonstrar respeito Apresentar interesse sincero pelo outro,


por sua realidade de vida e seu
discurso. Considerar sério a aflição da
parte e não interrompê-la no momento
30

em que estiver se expressando;

Aceitar as diferenças Traduz-se em acolher os valores,


sentimentos e visão do mundo da outra
parte, sem emissão de juízo de valor a
respeito. Valorizar os aspectos positivos
da situação e das pessoas;

Ter clareza de expressão Emitir mensagem sem deixar dúvida


sobre o entendimento ou linha de
pensamento escolhido. Tal atitude é
capaz de gerar credibilidade e conquistar
a confiança das partes envolvidas;

Agir com serenidade Cautela para que consiga responder


com tranqüilidade e não reativamente às
agressões e ansiedades do outro;

Resumir a situação Garantir que todos tenham visão e


compreensão de todos os pontos de
vista presentes no conflito; Considerar
as alternativas de solução Lutar para
que seja reconhecida a necessidade de
serem consideradas as várias
oportunidades e possibilidades de
resolver o conflito;
Orientar as pessoas Fornecer as informações necessárias na
busca de soluções para o conflito;
Ter visão otimista do ser humano Acreditar na potencialidade construtiva
do ser humano, sendo este capaz
de mudar, melhorar, crescer e viver de
forma harmônica com seu semelhante.

O Meritíssimo Juiz togado abre a sessão e faz um breve comentário sobre as


vantagens da conciliação, ou transfere esta missão ao Juiz leigo ou ao Conciliador.
Na fala devem ser mostrados os riscos, as conseqüências do litígio e a
inevitável peregrinação de uma causa sob os trâmites do sistema processual
comum.
Entregue o comando da conciliação ao Juiz leigo ou ao Conciliador, este,
pessoa distante dos interesses em jogo e, por isso, podendo ver o fato sem
nenhuma paixão, poderá encontrar um ponto de equilíbrio na balança das
discórdias.
Para Lourenço (98, p.72):
31

“A conciliação supera a presteza da prestação jurisdicional, com


solução breve às questões ventiladas pelos litigantes, com o
desafogo que se opera junto ao Poder Judiciário, frete ao
incontrolável aluvião de demandas e recursos que se perpetuam nas
suas tramitações, com o doloroso reflexo para as partes. Concorre,
assim, para minorar a questão social uma vez que a auto
composição faz equilibrar as relações entre os membros da
sociedade, restabelecendo a paz e a harmonia entre os litigantes,
tornando-se, por isso, notável remédio para o abrandamento da
instabilidade social”

Proposta a conciliação e aceita pelos contendores, o Juiz leigo ou o


Conciliador mandará “passar para o papel” o que ficou combinado entre eles. Em
seguida, o Juiz togado homologara ao acordo, por sentença, com força de titulo
executivo. Todos sabem que titulo executivo é um documento que legitima a
propositura da ação de execução.
Uma vez proferida a sentença homologatória da conciliação e do laudo
arbitral, não há que se falar em interposição de qualquer tipo de recurso.

8.2. Audiência de instrução e julgamento

A audiência de instrução e julgamento de acordo com Chimenti (2012), deve


se possível e desde que não resulte em prejuizo às partes, ser realizada
imediatamente, quando não ocorre a conciliação e não se institui o Juízo arbrital.
De acordo com Pimenta (2002, p. 34), “A audiência de instrução e julgamento
é o último ato da fase instrutória onde se colherão as provas orais, tais como o
esclarecimento dos peritos e assistentes técnicos, o depoimento pessoal das partes,
a inquirição de testemunhas.”
Completa Chimenti (2012) ponderando que mesmo que a primeira audiência
seja destinada tão somente a tentativa de conciliação, dispensada a apresentação
da defesa, a intimação obrigará o comparecimento do demando ( sob pena de
revelia).
A audiência de julgamento para Rocha (2002, p.113):
32

“A audiência de Instrução e julgamento é, ao lado da audiência de


conciliação ou da arbitragem, o ponto mais importante do
procedimento, sob a orientação do principio da oralidade. Este ato
encerra, portanto, um complexo de situações jurídico-processuais
que definem a causa, concentrando as três atividades fundamentais
do processo: a postulação, o contraditório e o julgamento.”

Chimenti (2012) descreve como será dada a audiência de instrução e


julgamento que se segue a audiência de conciliação, já agora presidida por Juiz
togado, produzirão as provas. O julgamento concentra todos os atos processuais ao
longo do processo, é nessa audiência que o réu apresenta a sua defesa, também as
provas são colhidas e o Juiz prolata a sua decisão.

 Ao iniciar a audiência de instrução, deverá o juiz fixar os pontos


controvertidos, os fatos que foram levantados na inicial e na contestação, devendo
os depoimentos se basear nestes fatos para não se discutir temas não levantados
no processo. Na prática, a maioria dos juízes assim não procede.
 Ao terminar a oitiva de todos, o juiz dará a palavra primeiramente ao
advogado do autor, após do réu, ao MP e aos litisconsortes, (caso hajam), pelo
prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10 minutos, para as alegações finais ou
debates orais, que é a fixação dos pontos que a parte considere mais importantes
para provar o seu direito e que foram levantados em todo o decorrer do processo,
além de requerer a procedência(autor) ou improcedência(réu) do pedido.
 Após terminar a audiência de instrução e julgamento, será lavrado um termo
de Audiência que é um resumo do ocorrido na audiência, como eventual contradita,
dispensa de testemunhas, indeferimentos de perguntas e outros. inclusive a
interposição nesta hora do agravo retido oral contra alguma decisão interlocutória
proferida nesta audiência. O juiz poderá ao final da audiência, proferir a sentença de
mérito que será digitada no termo de audiência, assinando todos este termo de
audiência, saindo as partes intimadas de todos os atos processuais e iniciando-se o
prazo para eventuais recursos.

8.3. Sentença
33

Para Salomão (2009), a lei dos juizados especiais é inovadora em sua


concepção formal da sentença ao dispensar o relatório e exigir sempre líquida que
vai de encontro com os princípios da lei.
A sentença deve ser clara, inteligível e insuscetível de interpretações
ambíguas e equivocas.
Após a conclusão da instrução o Juiz prolatara a sentença final (sentença de
mérito) seguindo o que dispõe o artigo 38 a 46.:

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com


breve resumo dos fatos relevantes ocorrido em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida,
ainda que genérico o pedido.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada
estabelecida nesta Lei.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e
imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra
em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos
probatórios indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo
arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados,
em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por
advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência
da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do
recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e
oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta
escrita no prazo de dez dias.
34

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe
efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita
magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do requerente
as despesas respectivas.
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a
indicação suficiente do processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a
sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento
servirá de acórdão.

8.3.1. Cumprimento da sentença e execução autônoma

A sentença terá inicio, quando possível, por intimação na própria audiência.


Não cumprida à sentença, inicia-se a execução coativa. Para a instauração da fase
de execução exige-se requerimento escrito ou oral do interessado. Sendo a
obrigação de entregar coisa, tem-se duas possibilidades, a do executado entregar a
coisa no prazo fixado na sentença, extinguindo a obrigação ou não entregar, sendo
que, neste último caso, o juiz fixará multa a fim de alcançar o adimplemento.
Não cumprida a obrigação, o juiz determinará a expedição de mandado de
busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de bem móvel ou
imóvel, bem como poderá o credor requerer a conversão da mesma em perdas e
danos, caso em que receberá a indenização e a multa vencida até o dia do
requerimento de conversão.
Na obrigação de fazer, caso o executado não cumpra a sentença, observar-
se-á se a mesma é fungível ou infungível. Sendo fungível o exeqüente poderá optar
pelo cumprimento por outra pessoa, nas custas do executado ou a conversão, desde
já, da obrigação em perdas e danos.
A obrigação de não fazer, verifica-se primeiro se é possível o desfazimento,
caso seja, desfaz-se as custas do devedor em não sendo se converte em perdas e
danos. Tanto nesta obrigação como na anterior, necessita-se ao contrario da
35

execução comum (que exige um simples adiantamento) do deposito do valor


correspondente pelo devedor. Nesse sentido, explica Ernane Fidélis dos Santos que
não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a
transformação da condenação em perdas e danos, que o juiz, de imediato, deverá
arbitrar. A exigência da fixação de imediato, todavia, não o proíbe de colher
elementos hábeis para a devida fixação.
Importa ressaltar que, no que tange à obrigação por quantia certa, somente
se admite nos Juizados Especiais contra devedor solvente, já que a falência e a
insolvência civil são incompatíveis com os Juizados Especiais.
Na execução por quantia certa, o rito é o mesmo do previsto no CPC, com a
penhora e alienação de bens do devedor. Destarte, determinadas obrigações são
excluídas, como as de natureza alimentar, falimentar, fiscal entre outras (Cf. art.3 §
2º da Lei dos JEC). A alienação pode ser feita por leiloeiro ou pelas partes,
dispensando a publicação de editais em jornal, quando o bem a ser alienado por de
pequeno valor conforme art.52, VIII da mesma Lei.
Em relação à execução de título extrajudicial, observa-se as mesmas
alterações retromencionadas. No entanto, há uma audiência de conciliação, após a
penhora dos bens o executado deve comparecer a essa audiência, sendo infrutífera
e não existindo oposição, “(...) deve o processo prosseguir para que o credor tenha o
seu direito satisfeito o mais rápido possível”. (MARINONI, 2008, p.719).
Os procedimentos de execução da sentença condenatória ou do acordo
realizado na conciliação estão previstos nos artigos 52 e 53:

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado,


aplicando-se, no que couber, o disposto no Código de Processo Civil, com as
seguintes alterações:
I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em
Bônus do Tesouro Nacional - BTN ou índice equivalente;
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários, de juros e de outras
parcelas serão efetuados por servidor judicial;
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria
audiência em que for proferida. Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a
36

sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos do seu
descumprimento (inciso V);
IV - não cumprida voluntariamente a sentença transitada em julgado, e tendo
havido solicitação do interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde logo
à execução, dispensada nova citação;
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na
sentença ou na fase de execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo com
as condições econômicas do devedor, para a hipótese de inadimplemento. Não
cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a
transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato arbitrará,
seguindo-se a execução por quantia certa, incluída a multa vencida de obrigação de
dar, quando evidenciada a malícia do devedor na execução do julgado;
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem,
fixado o valor que o devedor deve depositar para as despesas, sob pena de multa
diária;
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o
credor ou terceira pessoa idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se
aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou leilão. Sendo o preço inferior
ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será
oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o
imóvel;
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais, quando se tratar de
alienação de bens de pequeno valor;
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando
sobre:
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia;
b) manifesto excesso de execução;
c) erro de cálculo;
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveniente à
sentença.
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta
salários mínimos, obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as
modificações introduzidas por esta Lei.
37

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a comparecer à audiência


de conciliação, quando poderá oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou
verbalmente.
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução
do litígio, se possível com dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador
propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou a
prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou julgados
improcedentes, qualquer das partes poderá requerer ao Juiz a adoção de uma das
alternativas do parágrafo anterior.
§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo
será imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos ao autor.

8.3.2. Processo especial de arresto

Quando o devedor não é localizado, antes da extinção do processo, concede-


se ao credor o prazo de trinta dias para que ele indique um novo endereço. Porem
quando o credor não tem outro endereço surge a dificuldade, o processo poderá ser
extinto.   Com vistas a atender aos princípios que regem os Juizados Especiais,
soluções diversas poderão ser adotadas nesses casos, conforme se tratar de
execução de título extrajudicial ou judicial.
Se tratar de execução de título extrajudicial, não sendo encontrado o devedor,
mas sendo encontrados bens suscetíveis de penhora, poderá ser utilizado o arresto
executivo. Tal medida, prevista nos art. 653 e 654 do CPC, será requerida pelo
credor quando o devedor não for encontrado para ser citado na execução, mas
forem encontrados bens penhoráveis. Feito o arresto executivo, em seguida, far-se-á
a citação editalícia.
Nesse caso, a vedação da citação por edital nos Juizados, prevista no art. 18,
§ 2º, da Lei 9099/95, é afastada. É que no art. 53, § 4º, da citada lei, o legislador
valeu-se da conjunção alternativa "ou", dispondo que "não sendo encontrado o
devedor ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será imediatamente extinto
38

(...)". Por outras palavras: existindo bens penhoráveis, ainda que o devedor não seja
encontrado, o processo não poderá ser extinto.”

“E se, nesse caso, o credor não possuir informações sobre a


existência de bens penhoráveis do executado? Nada obsta que ele
requeira ao magistrado do Juizado que oficie às entidades que
mantêm registros de bens, como o DETRAN, o RGI, o Banco Central
do Brasil etc., a fim de que informem ao Juízo sobre a existência de
bens do devedor, para fins de arresto executivo. A diligência
encontra amparo no art. 399 do CPC. Nesse caso, ademais, não
deve o magistrado indeferir o pedido, pois o processo de execução
deve ser um processo de resultados e tem por objeto, ex vi do art.
646 do CPC, expropriar bens do devedor.”
http://jus.com.br/artigos/7952/o-arresto-executivo-e-sua-aplicacao-
nos-juizados-especiais-civeis<acessoem 25/10/2014>

O que vai de encontro com o Enunciado 43 do FONAJE: "Na execução do


título judicial definitivo, ainda que não localizado o executado, admite-se a penhora
de seus bens, dispensado o arresto. A intimação de penhora observará ao disposto
no artigo 19, § 2º, da Lei 9.099/95". A lei 11232/05, cujo escopo foi reformar o
processo de execução e que ainda está em período de vacância da lei, dispensa a
citação do devedor na execução de título judicial por quantia certa, autorizando a
imediata expedição do mandado de penhora e avaliação.

 “ Nota-se que, malgrado pouco utilizado, o arresto executivo é uma


medida de extrema utilidade nos Juizados Especiais. De fato, essa
medida executiva constitui importante mecanismo para a realização
do direito do credor, alinhando-se à moderna concepção de processo
de resultados.” http://jus.com.br/artigos/7952/o-arresto-executivo-e-
sua-aplicacao-nos-juizados-especiais-civeis<acessoem 25/10/2014>

9. DEMANDAS CRIMINAIS SOLUCIONADAS NOS JUIZADOS


ESPECIAIS, POR UNIDADES DA FEDERAÇÃO – 1999 A 2003.

UF 1999 2000 2001


2002 2003
39

Proc. Proc. Proc. Proc Proc.


JEC Crim. JEC Crim. JEC Crim. JEC Crim. JEC Crim.
JCRIM Soluc. JCRIM Soluc. JCRIM Soluc. JCRIM Soluc. JCRIM Soluc.
AC 29 2.907 29 3.245 31 3.504 31 2.119 31 5.781
AL 19 126 21 681 31 200 31 406 31 633
AM 30 - 30 - 31 124 31 269 31 -
AP 9 758 14 2.705 9 3.068 36 6.651 25 2.597
BA 82 3.279 82 - 82 - 82 - 82 -
CE 40 - 40 - 40 - 40 - 40 -
DF 28 20.969 32 24.046 32 21.842 30 19.916 36 34.179
ES 33 - 34 5.695 39 8.136 39 4.427 39 10.126
GO 38 25.016 46 14.198 38 19.580 38 12.839 38 25.636
MA 26 1.765 26 2.469 27 2.458 27 893 27 -
MG 24 153.376 25 135.514 79 150.061 78 120.161 78 123.742
MS 97 5.094 97 5.491 105 7.071 105 1.820 105 -
MT 64 6.649 72 6.753 72 7.078 72 12.177 70 13.039
PA 44 1.095 44 1.258 44 611 44 7.039 62 7.492
PB 74 4.641 21 4.156 74 11.862 74 12.759 74 19.925
PE 23 - 31 4.951 31 4.400 63 - 63 -
PI 9 443 9 697 9 526 17 1.268 28 2.258
PR 218 49.854 26 28.107 218 31.019 218 36.914 218 -
RJ 212 68.346 212 23.680 212 41.794 87 47.945 90 57.118
RN 69 6.878 69 5.773 69 - 69 - 69 1.477
RO 17 11.977 23 11.781 23 11.254 23 10.317 47 10.648
RR 6 - 2 1.420 3 1.002 3 - 3 -
RS 220 115.185 222 166.727 220 - 220 - 220 -
SC 9 13.877 9 26.671 9 36.068 9 17.909 13 37.773
SE 12 2.430 13 2.923 13 2.682 13 633 14 3.048
SP 1.123 . 1.123 - 1.123 271.454 1.123 218.439 1.123 -
TO 9 1.320 18 862 9 - 9 1.364 20 352
Total 2.564 495.985 2.370 479.803 2.673 907.248 2.612 536.265 2.637 355.824
Fonte: Banco Nacional de Dados do Poder Judiciário do STF.

De acordo com Silva (2005), Verifica-se que as pessoas estão deixando de


ajuizar ações nas Varas tradicionais do Fórum e buscando uma resolução nos
juizados, onde o processo é menos formal e anda mais rápido. A média de tempo de
decisão é de quatro meses nos Juizados Especiais Cíveis, enquanto na Justiça
Convencional não se resolve, normalmente, nenhum tipo de ação em menos de um
ano.
Sendo assim ainda segundo Silva(2005), observa-se que os registros
judiciários de todo o país apontam que o cidadão comum, aquele que sequer
passava na porta de um fórum por não poder arcar com as custas de um processo e
com o pagamento de advogado, está deixando seu nome cravado nos livros ou na
40

memória dos computadores, litigando por causas que considera justas e tendo a
satisfação de se sentir cidadão, quem sabe, pela primeira vez.

10. CONCLUSÃO

O numero de demandas aumentou muito após a criação dos Juizados


Especiais, pois o acesso de uma maior parte da população ao sistema faz com que
a demanda aumente.
Contudo essa demanda aumentada traz um entrave ao que antes era
pensado como forma de celeridade, sendo assim faz-se necessário modernizar os
Juizados, o PROJUDI – processo virtual ou eletrônico, através da Lei nº. 11.419, de
19 de dezembro de 2006, informatiza os Juizados garantindo à aplicabilidade da
celeridade e do acesso a justiça.
A informatização dos Juizados foi de suma importância, contudo alguns
problemas persistem por isso o FONAJE, fórum nacional de juizados especiais, faz
reuniões para aprimorar a prestação dos serviços. Surge então o ser humano com
função de facilitar e administrar o conflito de forma a extrair-lhe caminhos que
levarão à solução dos problemas.
Ficou claro o papel do conciliador para garantir celeridade e idoneidade de
causa, pois conformo escrito anteriormente a conciliação é um meio de resolução de
conflitos, a melhor decisão nem sempre é uma sentença, ou seja, não é a imposição
de um terceiro.
O conciliador deve ser o facilitador da resolução consensual dos conflitos, ser
cônscio e preparado para enfrentar desafios que se apresentarão, portanto
desenvolver as habilidades necessárias para isso.
Concluo a pesquisa bibliográfica e descrição dos princípios norteadores do
juizado especial cível alegando a grande relevância social do juizado cível, porém
alguns aspectos devem ser observados, principalmente com relação a pessoas
leigas entrarem com os processos, visto que é facultativo o advogado, ou seja, a
pessoa que entenderia das leis e processos jurídicos.
A visão que a lei 9099/95 apresenta é uma visão na verdade que não
corresponde a implementação real dos Juizados, pois essa visão nos é apresentada
41

como uma super estrutura e na verdade isso não acontece, portanto, algumas
causas não podem ser submetidas aos Juizados nem para conciliação outras
causas podem até ser submetidas aos Juizados para uma tentativa de conciliação
mesmo que este não tenha competência para o julgamento, a outras causas, no
entanto que podem ser submetidas para conciliação e julgamento.
Não devemos com isso desvalorizar o juizado, deve ser levado em conta que
o conjunto da lei esta muito bem elaborado visto que todos os princípios estão
interligados, sendo que um garante o outro. Não há como negar a relevância social
visto que dessa forma uma grande parcela da população será atendida o que
historicamente não existiu em nosso país, um pais com uma historia elitista, afirmo
que a justiça só é completa quando feita a tempo de ser justa.
42

11. REFERÊNCIAS

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paraprocessual, São Paulo. Revista dos Tribunais. 2003.

CHIMENTI, Ricardo Cunha. Teoria e Prática dos Juizados Especiais Cíveis


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CHIMENTI, Ricardo Cunha – Teoria e pratica dos juizados especiais cíveis


estaduais e federais. Edição 13. São Paulo: Saraiva.2012.

FEDERAL Estatística do BNDPJ (Banco Nacional de Dados do Poder Judiciário) do


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LEI Nº 7.244 - DE 7 DE NOVEMBRO DE 1984.

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LOURENÇO, Luíza Andréa Gaspar. Juizados Especiais Cíveis: Legislação,


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MIRABETE, Júlio Fabbrini. Juizados Especiais Criminais: Comentários,


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REINALDO FILHO, Demócrito Ramos. Juizados Especiais Cíveis. Recife: Bagaço,


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Lei n 9.099, de 26 de setembro de 1995, parte prática, legislação e enunciados. São
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43

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cíveis e criminais: federais e estaduais. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

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Forense. Rio de Janeiro. Ed. Forense. 6ª ed. 2005.

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TOURINHO; Neto, Fernando da Costa & FIGUEIRA JR, Joel Dias. Juizados
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Acesso em: 03 de julho. 2013.

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