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É nesse contexto também que nasce a noção de vida privada, e os casamentos por
negócios dão espaço aos casamentos por amor. A família passa a ser distanciada
dos espaços públicos, reservados ao trabalho. Com isso, cresce o discurso que a
mãe cuidando do filho era algo natural, pois apenas a mulher é capaz de gerar,
parir, e, portanto, era a mais adequada para educar e cuidar da prole.
Quanto as mulheres, esse processo teve sobre ela o efeito de redução à “mãe
higiênica”. Era responsabilidade da mãe certificar que os filhos não morressem ou
fossem criados com influência de valores “sujos” (a dos escravos). Esse discurso
reforçado pela aliança da família com os profissionais da medicina. Assim como na
europa, aquelas que se recusavam ao aleitamento materno eram vistas como
infratoras da natura e anormais. A regulação da vida das mulheres se dava pela
amamentação que se estendia até dois anos. Por todo século XIX a família
brasileira foi adaptando o modelo de família burguesa da Europa, com auxílio dos
medicos higienistas. Foi-se instalando, então, a ideologia da mãe moral em que as
mulheres burguesas eram exemplos morais e educadoras dos filhos assim como
guias morais e alimentadoras para os maridos.