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Vida de Cristo, Fulton Sheen

Capítulo 50 – As sete palavras à cruz


Na última live falamos das sete palavras de Jesus na cruz. Hoje vamos começar a live falando de
outras sete palavras, mas das palavras dirigidas a Nosso Senhor.
PRIMEIRA
Fulton Sheen começa dizendo que há pessoas que nunca permanecem perto da cruz tempo
suficiente para absorver dela todas as graças que fluem de Jesus. São aqueles que apenas passam diante
da cruz, que não se detém sobre ela. Diz o Evangelista: LER TRECHO
A cruz é o centro da nossa vida cristã, é o centro de nossa fé. Toda a fé cristã gira em torno do
mistério da cruz, que compreende a Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ficar
perto da cruz de Jesus é necessário para o conhecermos e amarmos mais e recebermos todas as graças
que Cristo nos oferece. Por isso Fulton Sheen durante todo o livro falava da sombra da cruz projetada na
vida de Cristo, por isso ele usa a maior parte do seu livro para nos fazer mergulhar nesse mistério. Por
isso Jesus instituiu a Eucaristia e nos dá a Santa Missa para nos unir de modo sacramental a esse
mistério.
Mas, aqueles que só passam diante da cruz, aqueles que querem uma religião sem cruz não
entendem e pedem para Jesus descer da cruz. Provocam a Cristo: “desce e creremos em ti”. Se Jesus
tivesse descido, haveria a cruz, mas não haveria a crucifixão. Mas, Fulton Sheen coloca: LER TRECHO.
Portanto, se a cruz é a solução, se o mistério da cruz é a nossa salvação, devemos permanecer
junto de Jesus crucificado, devemos meditar sempre e unir a nossa vida à vida de Cristo na cruz.
SEGUNDA
Jesus foi crucificado entre dois ladrões e a segunda palavra vem justamente de um deles. Foi a
única palavra que não foi uma reprimenda, uma negação a Jesus Crucificado: LER TRECHO
Aquele que crê não pede provas, nem uma condição. Vejam, antes os que passavam e não
acreditavam pediam uma prova: “Se és o Filho de Deus, desce da cruz”. Mas o bom ladrão não, ele
acredita quando todos demonstram incredulidade.
Reconhece que aquele ao seu lado é o Salvador, é o único capaz de lhe perdoar, lhe curar, lhe
salvar. Pediu para ser lembrado pois Cristo já havia dito “Perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. E
pedindo para ser lembrado, ouve de Jesus: “ainda hoje estarás comigo no Paraíso”.
Isso nos faz recordar: pedi e vos será dado, batei e vos será aberto, insistam na súplica confiante a
Jesus. Mas o pedido certo: ele pediu a salvação. É o que nós também devemos pedir, Senhor, salva-nos!
Às vezes pedimos tantas coisas a Jesus, coisas para nós, para nossas famílias, para alguém que
conhecemos e às vezes até são coisas boas, mas o essencial é pedirmos a salvação, e a salvação é
estarmos unidos a Jesus. Devemos pedir aquilo que nos une a Cristo: a fé, a esperança, a caridade, o
Espírito Santo, o auxílio da Virgem Maria, isso devemos insistentemente pedir. Senhor, una-nos a Ti!
Esse foi o pedido essencial que o bom ladrão percebeu que seria o pedido da sua salvação.
TERCEIRA
A terceira palavra dirigida a Cristo na cruz reflete o egoísmo do homem. LER TRECHO.
O homem egoísta nunca reconhece que praticou o mal e pergunta: “Por que Deus fez isso
comigo?” Logo eu nessa situação? Como assim? Como pode Deus fazer isso comigo? Eu sou tão bom...
Não gente, bom é Deus. A gente tem a marca do pecado original em nós e isso vai sempre nos cutucar,
vai sempre estar presente nas nossas ações. O mal permeia a nossa vida e, enquanto nós não
reconhecermos humildemente que temos a maldade do pecado em nós, enquanto não reconhecermos
isso, não conseguiremos verdadeiramente reconhecer-nos necessitados de Deus e nos aproximar dele.
Por isso o princípio de todas as coisas é a humildade, é a virtude primeira, que nos faz reconhecer
a necessidade de Deus em nossa vida. Só poderemos buscar a Deus se acharmos que é Ele é
necessário, e só podemos conceber essa necessidade de Deus se reconhecermos nossa maldade e a
necessidade de alguém – que é todo o Bem – para nos curar, nos salvar do mal.
O homem egoísta diz: se és Deus, me livre desse mal. O homem humilde diz, Senhor, tu és Deus,
és todo o Bem, e eu tenho pecado, eu tenho maldades em mim, me livre das maldades do pecado.
Se o primeiro ladrão reconheceu Jesus como Deus e isso transformou seu coração, o segundo não
o faz e pede para Jesus mostrar seu poder. Jesus nunca vai responder a oração do homem simplesmente
para mostrar seu poder. Jesus responde a oração para a nossa salvação. É isso o que ele faz. Ele nos
responde na medida em que aquilo vai ajudar a nossa salvação.
QUARTA
A quarta palavra dirigida à Cristo na cruz é mais uma negação da cruz, uma distorção da religião e
da pessoa de Jesus. LER TRECHO. Jesus que é o Salvador, o Rei de Israel e o Filho de Deus, agora é
atacado por aqueles que tentam distorcer a pessoa de Jesus.
Se é Salvador, querem que salve a Si mesmo. Se é Rei de Israel, desce da cruz e assuma o trono.
Se é o Filho de Deus, onde está seu Pai para o ajudar. E assim em todos os tempos vai haver pessoas
para distorcer a religião cristã, ou melhor, distorcer a pessoa de Jesus Cristo. Sempre vai haver pessoas
que não atacam a Igreja diretamente, mas tentam transformar Jesus em alguém que ele não é.
Jesus veio para nos salvar. Jesus veio para reinar nos corações humanos e o faz no trono da cruz.
Jesus é Filho bem amado do Pai e, na cruz, está fazendo aquilo que é mais agradável ao Pai. E é tudo
isso pois Jesus é Deus! Ele se sustenta na cruz pois é Deus que veio para nos salvar, reinar em nossas
vidas e realizar a vontade do Pai.
QUINTA
A quinta palavra vem após Jesus bradar. LER TRECHO.
Eles dizem que Jesus chama por Elias. Havia uma crença de que Elias deveria voltar antes do
Messias. Então, se Jesus estivesse chamando Elias, significava que ele ainda não era o Senhor.
Mas, a realidade é que Elias já tinha vindo. O espírito de Elias estava em João Batista, quando
proclamava a conversão do povo. Se eles estivessem unidos a Deus, teriam reconhecido Elias em João
Batista e, assim, reconheceriam Jesus.
Quando estamos unidos a Deus, reconhecemos a necessidade de conversão em nossas vidas e,
assim, a necessidade de um salvador. Vemos que precisamos mudar, olhamos para nossa vida e vemos
que há muitas falhas, muitas coisas a serem mudadas, a serem convertidas, e – ao mesmo tempo –
olhamos para nossas forças e nos sentimos incapazes, impotentes. Só Jesus pode mudar certas coisas
em nós. Necessitamos de um Salvador. Se reconhecemos a necessidade de conversão, reconhecemos a
necessidade de salvação.
E a salvação se dá na cruz de Cristo, a cruz que eles rejeitavam
SEXTA
A sexta palavra à Cruz veio dos soldados: LER TRECHO
Eles dizem “rei dos judeus” pois os pagãos tinham deuses nacionais: havia os deuses gregos, os
deuses persas, os deuses romanos, então nomearam a Jesus como “rei dos judeus”. E fazem como já
havia sido feito antes: salva-se a si mesmo! Mas Jesus se recusa, e Fulton Sheen diz: LER TRECHO.
Fulton coloca que eles só podiam ver os acontecimentos em sucessão, mas Jesus havia ordenado
tudo desde o princípio, ou seja, colocado ordem em todas as coisas desde o princípio. A gente também
muitas vezes só enxerga a nossa vida por uma sucessão de acontecimentos, como se eles fossem
naturais, uma rotina, algo do tipo. Como se as coisas fossem acontecendo sem haver um porquê e um
para que, sem haver algo que as direcione e determine para onde vão.
Deus nos criou para estarmos unidos a Ele. Nos fez para o adorarmos eternamente e, assim,
sermos eternamente felizes. São esses os fatos que marcam nossa vida e nossa história e são os fatos
que devem reger a nossa vida, as nossas direções, as nossas ações. O fato de Deus ter nos criado, o fato
de Deus ter enviado seu Filho, que se fez carne no ventre da sempre Virgem Maria, o fato de Jesus ter se
encarnado, morrido numa cruz e ressuscitado para nos salvar e nos dar a possibilidade da felicidade
eterna junto dele, esses fatos marcam a nossa história e nos devem conduzir nessa vida.
Se a gente achar que essa vida é apenas acordar, ir trabalhar, voltar, arrumar a casa, criar os
filhos, trabalhar, estudar sem direção nenhuma, a gente se perde. A gente se perde de nós mesmos e a
gente se perde de Deus.
SÉTIMA
Quando Cristo morre na cruz a natureza se revolta: a terra se abala, estremece. Fulton nos explica
isso de um modo belíssimo: LER TRECHO.
Com isso, o encarregado dos soldados, chamado centurião, percebe aquilo e passa a refletir sobre
todo o modo como Jesus tinha morrido na cruz. Ele começa a fazer Lectio Divina! Vê a história de Jesus,
reflete sua vida diante disso e reconhece: LER TRECHO.
Aquele que havia comandado toda a execução de Jesus, reflete sua vida diante dos fatos da vida
de Cristo e reconhece que Ele é o Filho de Deus. É o nosso caminho também ao fazer Lectio Divina:
colocar a nossa vida diante da Vida de Cristo e glorificar e adorar a Jesus, o Filho de Deus, reconhecendo
sua ação em nossa vida.
E o centurião não liga para as palavras ditas anteriormente, não liga para as blasfêmias, não liga
para o que o mundo ao seu redor bradava. Ele reflete sua vida diante da cruz de Cristo. E, enquanto os
outros condenaram por blasfêmia, o centurião O adorou como Filho de Deus!

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