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Arqueologia Cognitiva
Arqueologia Cognitiva
Segundo Colin Renfrew (1998) a capacidade cognitiva do homem está vinculada a vida
social e aos objetivos (coisas), se observou que existe uma importância dos artefatos na
esfera dos assuntos humanos. O autor afirma que os artefatos tem um papel simbólico e
na ausência deles a vida social e intelectual não poderiam ter se desenvolvido.
De acordo com Donald, a primeira transição começa com a cultura dos macacos e
austrolopithecineos ao Homo erectus, estabelecendo uma linha que envolve o
“surgimento do nível mais básico da representação humana, a capacidade de mímica ou
reencenar eventos”. A segunda fase se passa quando a cultura do Homo erectus chega ao
nível de Homo sapiens, onde o desenvolvemento biológico do homem moderno está
concluído, ele pensa, fala, a capacidade cognitiva de construção e decodificação
narrativa é completamento nova. Finalmente a terceira transição, nesse estágio não há
desenvolvimento biológico, os fatores mais pertinentes na construção cognitiva dessa
fase, são direcionados ao “surgimento da visão do simbolismo e a memória externa”
(Donald, 1991).
Renfrew a partir do esquema de Donald sugere a inclusão de mais uma fase, afirmando
que as duas primeiras fases de transição são basicamente genéticas, onde há a mudança
do Homo erectus para o Homo sapiens. Veja a seguir como ficou o sistema revisto das
fases cogintivas:
Estas fases podem ser comparadas a estágios de aprendizagem, onde cada etapa
representa um degrau acima de conhecimento a partir de cada transição. Por exemplo,
quarta fase está vinculada ao desenvolvimento d escrita, chegando ao clímax com o
desdobramento do alfabeto e seu uso pelos gregos, além correlacionamento com o
urbanismo.
O Simbolismo e Cognição
Colin Renfrew (1994) definiu o símbolo como algo representativo, um sinal visível de
uma ideia ou qualidade, daí o fato do simbolismo sobre os artefatos está vinculado ao
“sentido”. Portanto quando se descobre o que os símbolos representam, entende-se
também o sentido da ligação entre o artefato e a sociedade que o produziu.
Essas características são ilações que os arqueólogos alegam ser importantes, Collin
Renfrew (1985) discute sobre essas questões religiosas e seu alto grau de complexidade,
explorando a quantidade de problemas que o profissional pode enfrentar ao tentar fazer
inferências sobre as ideias religiosas da pré-história.
Normalmente, nos dias de hoje se concorda que distingue-se mais claramente a espécie
humana das demais formas de vida no planeta, através do uso contínuo do seu intelecto
e na capacidade de utilizar os símbolos. Pois bem todo discurso coerente e lúcido é
baseado em símbolos, não por acaso as próprias palavras os são e nelas mesmas os sons
ou letras são representados por sinais gráficos que representam aspectos do mundo real.
Esses autores são incisivos quando falam que cada homem tem seu mundo interior e vê
o mundo externo a sua maneira, liberando uma estrutura inter privativa, uma espécie de
mapa cognitivo. Pensando assim indivíduos que vivem juntos em comunidades tendo as
mesmas experiências atreladas tendem a observar mundo a mesma visão ou um mapa
cognitivo comum. (Sene, 2003)
No contexto das práticas fúnebres, os objetos são importantes para a arqueologia, pois
representam a cultura material e algumas vezes são preparados exclusivamente para as
cerimônias mortuárias, constando que eles apresentam de maneira corriqueira teor
simbólico. (cf. Newton, op.cit.).
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