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Socialismo

C
orrente de pensamento que se
desenvolve a partir do século
XIX em oposição ao
liberalismo e ao capitalismo.
Propõe uma organização
social na qual são abolidas a
propriedade privada dos
meios de produção e a
sociedade de classes. Há
diferentes formas de socialismo. Algumas
doutrinas pregam o controle rigoroso e
autoritário do Estado na economia e na
sociedade, enquanto outras permitem maior
descentralização.
Socialismo utópico – O pensamento
socialista é primeiramente formulado por Saint-
Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-
1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen
(1771-1858), que criam o chamado socialismo
utópico. A denominação vem do fato de seus
teóricos exporem os princípios de uma
sociedade ideal sem indicar os meios para
alcançá-la. Defendem a socialização dos meios
de produção, a supressão da herança, a proteção
do indivíduo, a abolição da moeda, a produção
sem fins lucrativos e o ensino para todos.
Socialismo científico – Karl Marx e
Friedrich Engels desenvolvem a teoria do
socialismo científico. É denominado assim por
não se apresentar mais como um ideal, mas
como uma necessidade histórica que deriva da
crise do capitalismo. Está fundamentado numa
análise científica da sociedade capitalista,
baseada na concepção materialista da história (o
modo de produção determina as relações
sociais). Essas idéias estão presentes nas obras
Contribuição à Crítica da Economia Política
(1859) e O Capital (1867), entre outras. Marx e
Engels criticam os partidários do socialismo
utópico e defendem a organização da classe
trabalhadora como força revolucionária. Em
1848, Marx e Engels lançam O Manifesto
Comunista , que analisa a história como o
resultado da luta entre as classes - burgueses e
proletários - e instiga o proletariado de todo o
mundo a se unir para tomar o poder. Traduzido
para várias línguas, tem forte influência nos
movimentos operários e revolucionários.
Socialismo no poder – Em 1864 é realizada a
Primeira Internacional dos Trabalhadores,
associação de trabalhadores socialistas. Eles
começam a lutar pelo poder por meio de
partidos socialistas e sindicatos operários. Sete
anos depois, a Comuna de Paris estabelece uma
ditadura proletária na França, mas a experiência
dura somente dois meses. Em 1917, a
Revolução Russa instaura a ditadura do partido
marxista-leninista e um socialismo centralizador
e totalitarista, que se espalha para vários países.
Com o fim da URSS (ver Federação Russa),
em 1991, o sistema extingue-se nas ex-
repúblicas soviéticas e nos países do Leste
Europeu. Atualmente, os governos comunistas
(ver Comunismo) do Vietnã, de Cuba e China
adotam alguns princípios capitalistas de
economia de mercado.
Capitalismo

S
istema econômico e social que se caracteriza pela propriedade privada
dos meios de produção, pelo trabalho livre assalariado e pela
acumulação de capital. Consiste também na racionalização dos meios de
produção e na exploração de oportunidades de mercado para obter lucro.
Na Europa, essas características aparecem desde a Baixa Idade Média, do
século XI ao século XV, com a transferência do centro da vida econômica, social
e política dos feudos para as cidades. Nas regiões mais desenvolvidas, como
Itália e Flandres, já há bancos, letras de câmbio, intensa atividade de comércio
e divisão de trabalho - cada trabalhador executa apenas uma parte da
produção.
Na Idade Moderna, do século XV ao século XVIII, os reis absolutistas
expandem o comércio por meio do mercantilismo. O Estado controla a
economia e busca colônias para incentivar o enriquecimento das metrópoles.
Esse enriquecimento favorece a burguesia, que passa a contestar o poder dos
reis, resultando na crise do sistema absolutista.
A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial,
inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de
lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia industrial assume
o controle econômico e político. As sociedades passam a rejeitar os tradicionais
privilégios da aristocracia - baseados na distinção pelo nascimento - e a força do
capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas, a fisiocracia e
Marxismo) e o liberalismo, que defendem a não-interferência do Estado na
economia.
Século XX – Após a crise econômica de 1929 (ver Quebra da Bolsa de
Nova York), o Estado passa a interferir nas atividades econômicas em muitos
países. Nos Estados Unidos, por exemplo, o presidente Franklin Roosevelt
implementa, em 1933, o New Deal (Novo Acordo), um programa econômico e
social que introduz, entre outros benefícios, o subsídio ao desemprego e
projetos de obras públicas. Roosevelt é fortemente influenciado pelas idéias do
economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946) , que defende uma
política antidesemprego patrocinada pelo governo. Seguindo o modelo norte-
americano e as idéias keynesianas, países como Inglaterra, França e Alemanha
criam o estado do bem-estar social (welfare-state), um sistema que garante aos
cidadãos saúde, educação e aposentadoria.
A partir da década de 60, o neoliberalismo preconiza a atuação mínima do
Estado no campo social (previdência, saúde e educação) e a sua não-
interferência nos processos econômicos. Nos anos 80 e 90, muitos países
neoliberais põem fim ao sistema de estatização dos meios de produção e abrem
caminho à privatização, à formação dos blocos econômicos e à globalização da
economia .

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