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INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA: BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas.

São Paulo: Hemus – Livraria Editora LTDA.

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. p. 11-13. IN: (...)

 Escrito em 1764.
 “As vantagens da sociedade devem ser distribuídas equitativamente entre todos
os seus membros.” (p. 11)
 “Entretanto, numa reunião de homens, percebe-se a tendência contínua para
concentrar no menor número os privilégios, o poder e a ventura, e restando à
maioria miséria e debilidade.” (p. 11)
 “Apenas através de boas leis se podem impedir esses abusos.” (p. 11)
 “[...] apenas depois de terem pervagado por muito tempo em meio aos erros mais
prejudiciais, após terem, por milhares de vezes, exposto a própria liberdade e a
mesma existência, é que, cansados de penar, reduzidos aos últimos extremos, os
homens resolvem dar remédio aos males que os atormentam.” (p. 11)
 “Percorramos a História e constataremos que as leis, que deveriam constituir
convenções estabelecidas livremente entre os homens livres, quase sempre, não
foram mais do que o instrumento das paixões da minoria, ou fruto do acaso e do
momento, e jamais a obra de um prudente observador da natureza humana, que
tenha sabido orientar todas as ações da sociedade com esta finalidade única:
todo o bem-estar possível para a maioria.” (p. 12)
 “As verdades filosóficas, que, através da imprensa, tem sido divulgadas em toda
parte, mostraram finalmente as reais relações que unem os soberanos aos seus
súditos e os povos entre si. O comércio ganhou incentivo, e entre as nações
declarou-se uma guerra industrial, a única digna de homens sábios e povos
organizados.” (p. 12)

CAPÍTULO 2: ORIGEM DAS PENAS E DO DIREITO DE PUNIR


BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. p. 14-15. IN: (...)

 “A moral política não pode oferecer à sociedade qualquer vantagem perdurável,


se não estiver baseada em sentimentos indeléveis do coração do homem.” (p. 14)
 “Ninguém faz graciosamente o sacrifício de uma parte de sua liberdade apenas
visando ao bem público. [...] Cada homem somente por interesses pessoais está
ligado às diversas combinações políticas deste globo; e cada um desejaria, se
possível, não estar preso pelas convenções que obrigam os demais homens. [...]
As leis foram as condições que agruparam os homens, no início independentes e
isoladas, à superfície da terra.” (p. 14)
 “Fatigados de viverem apenas em meio a temores e de encontrar inimigos em
toda parte, cansados de uma liberdade cuja incerteza de a manter tornava inútil,
sacrificaram uma parte dela para usufruir do restante com mais segurança. A
soma dessas partes de liberdade, assim sacrificadas ao bem geral, constituiu a
soberania na nação; e o encarregado pelas leis como depositário dessas
liberdades e dos trabalhos da administração foi proclamado o soberano do
povo.” (p. 14)
 “Não era suficiente, contudo, a formação desse depósito; era necessário protegê-
lo contra as usurpações de cada particular, pois a tendência do homem é tão forte
para o despotismo que ele procura, incessantemente, não só retirar da massa
comum a sua parte de liberdade, como também usurpar a dos outros.” (p. 14-15)
 “Precisavam-se de meios sensíveis e muito poderosos para sufocar esse espírito
de despotismo, que logo voltou a imergir a sociedade em seu antigo caos. Tais
meios foram as penas estabelecidas contra os que infringiam as leis.” (p. 15)
 “Assim sendo, somente a necessidade obriga os homens a ceder uma parcela de
sua liberdade; disso advém que cada qual apenas concorda em por no depósito
comum a menor porção possível dela, que dizer, exatamente o necessário para
empenhar os outros em mantê-lo na posse do restante.” (p. 15)
 “A reunião de todas essas pequenas parcelas de liberdade constitui o fundamento
do direito de punir. Todo exercício do poder que deste fundamento se afaste
constitui abuso e não justiça; é um poder de fato e não de direito; constitui
usurpação e jamais um poder legítimo.” (p. 15)
 “As penas que vão além da necessidade de manter o depósito da salvação
pública são injustas por sua natureza; e tanto mais justas serão quão mais
sagrada e inviolável for a segurança e maior a liberdade que o soberano
propiciar aos súditos.” (p. 15)

CAPÍTULO 3: CONSEQUÊNCIAS DESSES PRINCÍPIOS


BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. p. 15-16. IN: (...)

 “A primeira consequência que se tira desses princípios é que apenas as leis


podem indicar as penas de cada delito e que o direito de estabelecer leis penais
não pode ser senão da pessoa do legislador, que representa toda a sociedade
ligada por um contrato social.” (p. 15-16)
 “A segunda consequência é a de que o soberano, representando a sociedade
mesma, apenas pode fazer leis gerais, às quais todos devem obediência; não é de
sua competência, contudo, julgar se alguém violou tais leis.” (p. 16)
 “Em terceiro lugar [...] ainda que os castigos cruéis não se opusessem
diretamente ao bem público e à finalidade que se lhes atribui, a de obstar os
crimes, será suficiente provar que essa crueldade é inútil, para considerá-la então
odiosa, revoltante, em desacordo com a justiça e a natureza mesma do contrato
social.” (p. 16)

CAPÍTULO 4: DA INTERPRETAÇÃO DAS LEIS


BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e Das Penas. p. 16-19. IN: (...)

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